CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS

Documentos relacionados
PCS 502 CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Aula 5: Levantamento Conservacionista e classes de capacidade. Prof. Marx Leandro Naves Silva

Capítulo 3 Sistemas de Avaliação de terras

Potencial de Uso Agrícola das Terras

Potencial de Uso Agrícola das Terras

A determinação da aptidão agrícola pressupõe planejamento de uso das terras.

Planejamento de Uso Integrado da Terra Disciplina de Classificação de Solos

CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS OU INTERPRETATIVAS

Ademar Barros da Silva Antônio Raimundo de Sousa Luciano José de Oliveira Accioly

Revisão: conceitos e generalidades

PCS 502 CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Aula 6: Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola do Solo. Prof. Marx Leandro Naves Silva

INTRODUÇÃO. Argissolos 16,7%

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085

%

XXXII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo O Solo e a Produção de Bioenergia: Perspectivas e Desafios Os solos e a cultura do arroz

CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PEDRA BRANCA

Geologia e conservação de solos. Luiz José Cruz Bezerra

Hidrologia Bacias hidrográficas

Estudos Ambientais. Solos CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ - CEAP

SISTEMA DE CULTIVO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS EM LATOSSOLO DISTROCOESO SOB CERRADO NO MARANHÃO (1)

DEGRADAÇÃO DOS SOLOS

Capacidade de uso da terra Fazenda Santa Rita das Palmeiras

UNIDADE 4 USO DE INFORMAÇÕES SOBRE SOLOS

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 1 Profª. Priscila Pini

Grandes Ecossistemas do Brasil

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ. Disciplina: Química e Fertilidade do Solo AMOSTRAGEM DO SOLO

NITOSSOLOS. Ordem. Sheila R. Santos 1

PESQUISA DE PREÇOS DE TERRAS AGRÍCOLAS

Características dos Solos Goianos

CALAGEM COMPACTA O SOLO? FATOS E HIPÓTESES

Ciclo Hidrológico AUGUSTO HEINE

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085

CONSERVAÇÃO DO SOLO E ÁGUA

Alguns processos erosivos que contribuem para o empobrecimento do solo

CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS E PLANEJAMENTO AMBIENTAL DE PROPRIEDADES AGRÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE PELOTAS, RS

MANEJO E INDICADORES DA QUALIDADE. Professores: ELIANE GUIMARÃES PEREIRA MELLONI ROGÉRIO MELLONI

Escolha da área para plantio Talhonamento Construção de aceiros e estradas

Aptidão Agrícola de Áreas Sob Pastagem no Sul do Estado do Tocantins

Importância do Manejo de Solos

LSN 5855 Conservação do Solo Exercício prático N 3

Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Corede Sul*

ISSN Agosto, Cultivo da Pimenteira-do-reino na Região Norte

APTIDÃO PEDOCLIMÁTICA PARA A CULTURA DO ALGODÃO ARBÓREO NA ÁREA DO ASSENTAMENTO CAMPO COMPRIDO. I. PATOS, PB

Universidade Federal do Acre. UNIDADE 5 Perfil de Solo - Parte II Descrição Morfológica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS CURITIBANOS VINÍCIUS ALVES DA SILVA

Lauro Charlet Pereira Francisco Lombardi Neto - IAC Marta Regina Lopes Tocchetto - UFSM Jaguariúna, 2006.

CONCEITO DE SOLO CONCEITO DE SOLO. Solos Residuais 21/09/2017. Definições e Conceitos de Solo. Centro Universitário do Triângulo

SOLOS E APTIDÃO EDAFOCLIMÁTICA PARA A CULTURA DO CAJUEIRO NO MUNICÍPIO DE GRAJAÚ-MA

Ocorrência, gênese e classificação

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO. mineral degradação seres vivos. decomposição orgânica restos de plantas.

Fatores de Formação do Solo. Unidade III - Fatores de Formação do Solo

CAPACIDADE DE UTILIZAÇÃO DA TERRA NA BACIA DO RIO JAPARATUBA

Erosão Eólica no Brasil

Condições edáficas do Nordeste para empreendimentos florestais. Prof. Paulo Rogério Soares de Oliveira UFRN

FICHA DE DISCIPLINA CH TOTAL TEÓRICA: 30 OBJETIVOS

Ciências Naturais, 5º Ano. Ciências Naturais, 5º Ano. FICHA DE TRABALHO 1 Completa o texto com os termos:

MORFOLOGIA DO PERFIL DO SOLO

Tipos e classificação FORMAÇÃO DOS SOLOS

Preparo de Solo em Áreas de Implantação Florestal Ocupadas por Pastagens

Tipos e classificação FORMAÇÃO DOS SOLOS

Lauro Charlet Pereira Francisco Lombardi Neto IAC W. J. Pallone Filho FEAGRI/UNICAMP H. K. Ito - IBGE Jaguariúna, 2006.

ABS Paraná. Curso Sommelier - Avançado Agosto/2014. Solos. Engo Agro Ronei Luiz Andretta

PERFIL DO SOLO PERFIL DO SOLO 01/03/2017 GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLO - UFPR - PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA 1 BIBLIOGRAFIA

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085. Solos do Brasil

Curso de Solos: Amostragem, Classificação e Fertilidade. UFMT Rondonópolis 2013

Composição do solo e relação entre as fases. Atributos físicos e químicos do solo -Aula 3- Prof. Alexandre Paiva da Silva.

CAPACIDADE DE USO DO SOLO DO CAMPUS MARAGOGI

Universidade Federal do Acre. Unidade V Perfil de Solo - Parte I

EROSÃO EM ÁREAS URBANAS

Documentos 53. Classificação e Aptidão Agrícola dos Solos do Campo Experimental de Pacajus, Ceará, para a Agricultura

Solos e suas várias importâncias

Conservação do Solo e Água

VERTISSOLOS. Ordem. Conhecidos como os solos de Deus. Deus nos defenda! Deus nos gilgai! Sheila R. Santos 3

Geotécnica Ambiental. Aula 2: Revisão sobre solos

Perfil do solo e horizontes diagnósticos

APTIDÃO PARA O CULTIVO DO CUPUAÇUZEIRO NO ESTADO DO ACRE INTRODUÇÃO

Níveis categóricos do. Sistema Brasileiro de. Classificação de Solos

MORFOLOGIA DO SOLO TRANSIÇÃO 01/03/2017 GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS - UFPR - PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA 1.

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DO VALOR DA TERRA NUA (VTN)

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DO VALOR DA TERRA NUA (VTN)

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085. Perfil do solo

SOLO: CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA E LIMITAÇÕES DE USO DE ARGISSOLOS DO MUNICÍPIO DE GUARABIRA/PB

MÓDULO 03 GEOGRAFIA II

Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal Mestre em Ciências de Florestas Tropicais Professora Assistente CESIT - UEA. Gênese e Morfologia do Solo

11 dicas sobre amostragem do solo agrícola.

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENTORA PROJETO DE LEI MUNICIPAL Nº 071/2015, DE 17 DE SETEMBRO DE 2015.

Planejamento e instalação de pomares

Resumo. Resumen. Introdução

Capacidade de uso da terra em uma propriedade representativa na bacia hidrográfica do rio do Atalho, Cruz Machado PR

Plantio Direto x Convencional

Soluções da pesquisa para o Arenito Caiuá

Manejo de solos para piscicultura

Caracterização de uma bacia hidrográfica quanto a suscetibilidade a erosão, utilizando técnicas de geoprocessamento

Algoritmo de Desmet & Govers (1996)

Fragilidades e potenciais dos solos da região da metade Sul do RS

Colégio São Paulo. Bioma. adapt ações. Biologia 9º ano Prof. Marana Vargas

PESQUISA DE PREÇOS - TERRAS AGRÍCOLAS

Transcrição:

CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS Introdução adaptabilidade das terras para fins diversos sem que sofra depauperamento pelos fatores de desgaste ou de empobrecimento. Este sistema considera as culturas anuais como a mais alta intensidade de uso e, as vegetações perenes ou permanentes, como de baixa intensidade de uso. Este sistema foi elaborado para atender a planejamentos de práticas de conservação do solo. Em geral deve-se proceder um levantamento voltado para estabelecer a capacidade de uso das terras. Neste levantamento investigase as características e propriedades diagnosticas das terras, necessárias á determinação de sua capacidade de uso.

Estrutura da Classificação O sistema completo, prevê quatro níveis categóricos a) grupo de capacidade de uso b) classe de capacidade de uso c) subclasse de capacidade de uso d) unidade de capacidade de uso

Grupo de Capacidade de Uso GRUPO A : compreende as terras que podem ser utilizadas com qualquer tipo e intensidade de uso (culturas anuais, pastagens, reflorestamentos e vida silvestre). GRUPO B : compreende terras, cuja intensidade de uso fica limitada à utilização com pastagens, reflorestamentos e vida silvestre, sendo impróprias para culturas anuais. GRUPO C : compreende terras que somente devem ser utilizadas para preservação da fauna e flora, armazenamento de água e recreação.

Classe de Capacidade de Uso Constituem o segundo nível categórico, e compreendem subdivisões dos grupos de capacidade de uso, de acordo com o grau de limitação ao uso e/ou riscos de degradação das terras. Caracterização das Classes de Capacidade de Uso A caracterização das classes de capacidade de uso das terras, leva em consideração a maior ou menor complexidade das práticas conservacionistas necessárias para manter a produtividade permanentemente.

As práticas conservacionistas podem ser agrupadas em: a) práticas de controle à erosão b) práticas complementares de melhoramento c) práticas de manutenção

Quadro 1. Variação esquemática da máxima intensidade de utilização das terras, de acordo com o tipo de utilização, e problemas de conservação, com as classes de capacidade de uso (adaptado de LEPSCH et al. 1983). Sentido das Limitações e das Aptidões ao Uso <<Aumento do grau de limitação ao << uso e/ou riscos de degradaçaõ. Aumento da adaptabilidade e da >> liberdade de escolha de uso >> Classe de Capacidade de Uso I II III IV V VI VII VIII >>>SENTIDO DO AUMENTO DA INTENSIDADE DE USO >>> GRUPO C GRUPO B GRUPO A Preservação Pastagens ou Reflorestamentos Culturas Culturas Anuais da fauna e Problemas de Conservação Ocasionais Problemas de Conservação flora Complexo Moderado Simples em Extensão Complexo Moderado Simples Limitada Utilização abaixo do potencial máximo de uso das terras Máxima intensidade de utilização racional da terra sem riscos de degradação Super utilização da terra - grandes riscos de degradação

CLASSE I: formada por terras que não têm limitações ao aparentes ao uso ou riscos de depauperamento e que podem ser utilizadas segura e permanentemente para culturas anuais. As terras desta classe, não necessitam de práticas de controle à erosão e/ou de melhoramento, devendo serem usadas apenas as práticas de manutenção.

CLASSE I: formada por terras que não têm limitações ao aparentes ao uso ou riscos de depauperamento e que podem ser utilizadas segura e permanentemente para culturas anuais. As terras desta classe, não necessitam de práticas de controle à erosão e/ou de melhoramento, devendo serem usadas apenas as práticas de manutenção. CLASSE II: formada por terras que têm limitações moderadas ao uso. Estão sujeitas a riscos moderados de depauperamento, requerendo práticas simples de controle à erosão e de melhoramento, para assegurar o uso agrícola.

CLASSE I: formada por terras que não têm limitações ao aparentes ao uso ou riscos de depauperamento e que podem ser utilizadas segura e permanentemente para culturas anuais. As terras desta classe, não necessitam de práticas de controle à erosão e/ou de melhoramento, devendo serem usadas apenas as práticas de manutenção. CLASSE II: formada por terras que têm limitações moderadas ao uso. Estão sujeitas a riscos moderados de depauperamento, requerendo práticas simples de controle à erosão e de melhoramento, para assegurar o uso agrícola. CLASSE III: formada por terras com fortes limitações ao uso. Estão sujeitas a severos riscos de depauperamento, requerendo medidas intensivas e complexas de conservação do solo e da água, para poderem ser cultivadas segura e permanentemente com culturas anuais adaptadas.

CLASSE IV: formada por terras que tem riscos limitações permanentes muito severas, quando usadas para culturas anuais.

CLASSE IV: formada por terras que tem riscos limitações permanentes muito severas, quando usadas para culturas anuais. CLASSE V: formada por terras planas ou quase planas, praticamente sem riscos de erosão, mas que somente podem ser utilizadas para pastagens, reflorestamento ou alguma cultura perene sendo, impróprias para exploração com culturas anuais.

CLASSE IV: formada por terras que tem riscos limitações permanentes muito severas, quando usadas para culturas anuais. CLASSE V: formada por terras planas ou quase planas, praticamente sem riscos de erosão, mas que somente podem ser utilizadas para pastagens, reflorestamento ou alguma cultura perene sendo, impróprias para exploração com culturas anuais. CLASSE VI: formada por terras impróprias para culturas anuais, mas adaptadas para pastagens e/ou reflorestamentos com moderados problemas de conservação, podendo ser utilizadas em casos especiais, para culturas perenes, que sejam protetoras do solo.

CLASSE VII: formada por terras que, por estarem sujeitas a muitas limitações permanentes, além de serem impróprias para culturas anuais, apresentam severas limitações, mesmo para as permanentes, que são protetoras do solo, como pastagens e florestas.

CLASSE VII: formada por terras que, por estarem sujeitas a muitas limitações permanentes, além de serem impróprias para culturas anuais, apresentam severas limitações, mesmo para as permanentes, que são protetoras do solo, como pastagens e florestas. CLASSE VIII: formada por terras impróprias para qualquer tipo de cultivo (anual, permanente ou floresta). Compreende tipos de terrenos e servem apenas para proteção e abrigo da fauna e flora, para fins de recreação, turismo ou armazenamento de água em açudes.

Capacidade de Uso das Terras

Subclasse de Capacidade de Uso Constitui o terceiro nível categórico, e compreende subdivisões das classes de capacidade de uso de acordo com a natureza da limitação de uso e/ou riscos de degradação, ou tipo de problema dentro do uso considerado. e - limitações pela erosão presente e/ou riscos de erosão. Neste caso, a suscetibilidade à erosão, é o principal problema. s - limitações relativas ao solo. Refere-se a problemas do solo na zona das raízes, como: pequena espessura, textura arenosa, pedregosidade, baixa retenção de bases, excesso de alumínio trocável e outras. a - limitações devido ao excesso de água. Neste caso, as restrições ao uso, deve-se à altura do lençol freático, riscos de inundação e deficiência de oxigênio às plantas. c - limitações climáticas, como: seca prolongada, geadas, granizos, ventos frios e chuvas torrenciais freqüentes.

Unidade de Capacidade de Uso: Corresponde ao nível categórico mais baixo do sistema, e compreende subdivisões das subclasses de capacidade de uso, baseadas em condições que afetam o uso ou o manejo das terras. As unidades de capacidade de uso, são identificadas por algarismos arábicos em ordem seqüencial: (1,2,3...n.), colocados após a designação da subclasse, sendo separado por um hífen. Por exemplo: IIIs-1; IIc-2; IIe-1; IIe-2...

GRUPOS CLASSES SUBCLASSES UNIDADES DE USO A I II e (exceto V) declive acentuado declive longo mudança textural abrupta erosão laminar erosão em sulcos erosão em vossorocas erosão eólica depósitos de erosão permeabilidade baixa horizonte A arenoso B C III IV V VI VII VIII s a c pouca profundidade textura arenosa em todo o perfil pedregosidade argilas expansivas baixa saturação por bases toxicidade de alumínio baixa capacidade de troca ácidos sulfatados ou sulfetos alta saturação com sódio excesso de sais solúveis excesso de carbonatos lençol freático elevado risco de inundação subsidência em solos orgânicos deficiência de oxigênio no solo seca prolongada geada ventos frios granizo neve

Levantamento das Terras de Acordo com a Classificação da Capacidade de Uso. Fórmula de Capacidade de Uso das Terras. As características de cada gleba e subgleba, são identificadas por símbolos específicos, que são ordenados e apresentados em fórmulas convencionais. As fórmulas comumente usadas, são: a) mínima b) obrigatória c) máxima

Características da Terra a Serem Levantadas: PROFUNDIDADE EFETIVA (pr): refere-se à profundidade do solo em que as raízes estão presentes, ou que podem atingir sem limitações. Essa observação é feita em barrancos de estrada, sondagens com o trado, ou em trincheiras TEXTURA (t): é determinada através do tato, em duas profundidades: nos primeiros 20 cm. (ou horizonte Ap), e entre 40 a 60 cm.(ou topo do horizonte B). PERMEABILIDADE (pm): a permeabilidade depende diretamente das características do perfil do solo, sendo, portanto, estimada através do exame em conjunto da textura, estrutura, profundidade efetiva, cor e presença ou não de mosqueados causados pelo excesso de água. Esta característica também é determinada em duas profundidades: na camada superficial e na subsuperficial (horizonte B).

DECLIVIDADE(d): a declividade é determinada com clinômetros, níveis de precisão ou estimada por meio da planta planialtimétrica das glebas. EROSÃO(e): determinam-se a erosão laminar e a erosão em sulcos, que ocorrem na gleba. A erosão laminar é estimada pelo rebaixamento do perfil do solo, de forma generalizada, e a erosão em sulcos, pela freqüência e profundidade dos sulcos presentes. OUTROS FATORES LIMITANTES: são os demais fatores que devem ser identificados e que afetam diretamente ou indiretamente a classificação da capacidade de uso das terras. USO ATUAL: para complementar as informações, é identificado o uso atual, em diferentes níveis de informação.

fórmula mínima: constituída pela seguinte notação: - profundidade efetiva (pr) - textura (t) - permeabilidade (pm) - declividade (d) - erosão (e) pr-t-pm d-e

fórmula obrigatória constituída pela fórmula mínima, acrescida pelos demais fatores limitantes, e pelo uso atual de terra, que são expressos por símbolos específicos após a notação da fórmula mínima. pr-t-pm - pd1 - di - Lam d-e Uso atual Fórmula mínima Fatores limitantes

fórmula máxima IIIes - PVd - P3-3 - 3/2-1/2 - pd1 - di - Lam B 27 Onde: IIIes - classe III de CUT com problemas de erosão e solo; PVd - Argissolo Vermelho - Amarelo distrófico; P3 - produtividade aparente (p) média (3); 3 - solo moderadamente profundo (de 50 a 100 cm.); 3/2 - textura média na camada superficial (3), e textura argilosa na subsuperficial (2); 1/2 - permeabilidade rápida na camada superficial (1), e moderada na subsuperficial (2); B - declividade média (de 2 a 5%); 27 - erosão laminar moderada (2), apresentando sulcos superficiais e ocasionais (7); pd1 - pedregosidade na superfície do solo (pd), poucas pedras (1); di - caráter distrófico; e Lam - lavoura (L) anual (a) de milho (m) 1 nível 2 nível 3 nível

Quando a classificação da capacidade de uso das terras é efetuado com base em levantamentos de solos ao nível de série, a fórmula pode ser simplificada: IIIes SP Lam ou SP Lam B - 27 B -27

Quadro 2. Símbolos e parâmetros das características que compõem a fórmula mínima de capacidade de uso das terras. A. PROFUNDIDADE EFETIVA (pr) 1. muito profundo (mais de 200 cm.) 2. profundo (100 a 200 cm.) 3. medianamente profundo (50 a 100 cm.) 4. rasos (25 a 50 cm.) 5. muito rasos (menos de 25 cm.) A. CLASSES DE TEXTURA (t) 1. muito argilosa (mais de 60% de argila) 2. argilosa (35 a 60% de argila) 3. média (menos de 35% de argila e 85% de silte e mais de 15% de areia.) 4. siltosa (menos de 35% de argila e 15% de areia e mais de 50% de silte.) 5. arenosa (menos de 15% de argila e mais de 70% de areia.) A. PERMEABILIDADE (pm) 1. rápida (mais de 150 mm de água percolados/hora) 2. moderada (5 a 150 mm de água percolados/hora) 3. lenta (menos de 5mm de água percolados/hora)

A. CLASSES DE DECLIVE (d) A. menos de 2% B. 2 a 5% C. 5 a 10% D. 10 a 15% E. 15 a 455 F. 45 a 70% G. acima de 70% A. EROSÃO (e) Laminar : l. ligeira (remoção de até 25% do horizonte A. 2. moderada (remoção de até 75% do horizonte 3. severa (remoção de mais de 75% do horizonte 4. muito severa (remoção de parte do hor. B 5. extremamente severa (remoção de A + B) 6. áreas desbarrancadas

Em sulcos: Freqüência dos sulcos Ocasionais Freqüentes Muito Freqüentes Profundidade dos sulcos distanciados em menos de 30 m ocupando menos mais de 30 m ocupando mais de 75% da área. de 75% da área Superficiais: sulcos que se desfazem com o preparo do solo. 7 8 9 Rasos: sulcos que não se desfazem com o preparo do solo (7) ( 8 ) (9) Profundos: sulcos que não podem ser atravessados por [ 7 ] [ 8 ] [ 9 ] máquinas agrícolas, porém não atingem o horizonte C Muito profundos: demais sulcos 7V 8V 9

Quadro 3. Fatores limitantes que fazem parte da formula obrigatória da c.u.t. Símbolo Fator Limitante Caracterização pd 1 / pedregosidade presença de pedras, matacões e afloramentos de rochas; i l / inundações ocorrência de inundações periódicas hi 1 / hidromorfismo presença de mosqueado, turfas ou saturação com água, até 100 cm. so l / sodificação saturação com sódio trocável superior à 15% até 60 cm. de profundidade; sl 1/ salinização condutividade elétrica maior que 4 mmhos /cm. à 25 o C até 60 cm se seca prolongada deficiência hídrica.0 solo permanece seco por mais de 90 dias consecutivos na maioria dos anos.; gd geada ou ventos frios ocorrência periódica e com certa intensidade; di distrofismo baixa saturação de bases até 60 cm de profundidade; al álico saturação com alumínio trocável acima de 50% até 60 cm de profundidade; ct baixa retenção de capacidade de troca cátions de cátions inferior à 4 Cmolc/1 de solo, até 60 cm de profundidade ca carbonatos presença de carbonatos dentro de 60 cm de profundidade; ab abrúptico presença de mudança textural abrupta entre os horizontes A e B; ve vértico dominância de argilas expansivas; presença de superficie de deslizamento e com

Quadro 4. Símbolos e parâmetros utilizados como fatores limitantes c.u.t. Hidromorfismo Sodificação Salinização hi 1- gleização abaixo de100 cm. So 1- saturação de sódio trocável entre 6 e 15%. Sl 1- de 2 a 4 mmhos/cm. à 25 C. hi 2- gleização entre 50 e 100 cm. So 2- saturação de sódio trocável entre 15 e 20%. Sl 2- de 4 a 15 mmhos/cm. à 25 C. hi 3- gleização entre 25 e50 cm. So 3- saturação com sódio trocável acima de 2Q%. Sl 3- mais de 15 mmhos/cm à 25 C. hi 4- gleização acima de 25 cm.

Inundações Freqüência das inundações ocasionais : freqüentes : muito freqüentes: Duração mais de 5 anos de de 1 a 5 anos de anuais. recorrência. recorrência. curtas menos de 2 dias i 1 i 4 i 7 médias de 2 a 30 dias i 2 i 5 i 8 longas mais de 30 dias i 3 i 6 i 9

PEDREGOSIDADE Pd 1 - menos de 15 de pedras na massa do solo. Pd 2-15 a 50% de pedras na massa do solo. Pd 3-50 a 90% de pedras na massa do solo Pd 4 -de 0,01 a 1% da superfície do solo com matacões. Pd 5 -de 1 a 10% da superfície do solo com matacões. Pd 6 - de 10 a 90% da superfície do solo com matacões. Pd 7 -de 2 a 15% da superfície do solo com afloramento de rochas. Pd 8 -de 15 a 50% da superfície do solo com afloramento de rochas. Pd 9 -de 50 a 90% da superfície do solo com afloramento de rochas.

Quadro 5. Uso atual: primeiro e segundo níveis. Primeiro nível Segundo nível F - floresta C - campo nativo S - cerrado Ca - campo de altitude T - caatinga Cs - campo estépico (mesotérmico) B - babaçual Ce - campo estacional C - campo nativo Cv - campo das várzeas amazônicas O - complexo vegetacional P - pastagem M - manguesal Pn - pastagem nativa não melhorada G - vegetação de restinga Pm - pastagem nativa melhorada J - alagadiço ou pântano Pc - pastagem cultivada E - terreno sáfaro ou estéril L - lavoura P - pastagem Lp - lavouras com culturas perenes L - lavoura Lt - lavouras com culturas temporárias H - horticultura La - lavouras com culturas anuais V - silvicultura H - horticultura I - explorações irrigadas Hf - fruticultura R - explorações de rotação Ho - olericultura e floricultura A - cultura em consorciação D - terreno em descanso ou pousio