NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085
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1 NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085 SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS Profª. Drª. Mariana Soares Domingues
2 Introdução O que significa classificar solos? Distribuir os solos em classes e/ou grupos segundo um sistema ou método de classificação Há 2 tipos: Classificações técnicas ou interpretativas Classificações naturais ou taxonômicas
3 Introdução Classificações técnicas ou interpretativas: Estabelecem grupos de indivíduos para uma finalidade específica. Exemplos: Sistema Brasileiro de Capacidade de Uso dos Solos Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação Avaliação da Susceptibilidade à Erosão das Terras
4 Introdução Exemplo de Sistema de Capacidade de Uso dos Solos LEPSCH, 2010
5 Introdução Exemplo de Sistema de Capacidade de uso do solo LEPSCH (2010)
6 Introdução Classificações naturais ou taxonômicas: Organizar o conhecimento que se encontra sem referências para um objetivo específico. Exemplos: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos United States Soil Taxonomy FAO/UNESCO
7 Introdução Por que classificar? Facilitar a troca de informações Facilitar a lembrança dos atributos mais essenciais Facilitar fazer inferências sobre gênese e manejo do solo Realçar e entender as relações entre os indivíduos da paisagem.
8 Introdução
9 1º Sistema de Classificação Critérios geográficos e avaliações da ação conjugada dos cinco fatores de formação do solo. Critério eliminado devido a dificuldade de estabelecer parâmetros mensuráveis, contudo o ponto de vista da zonalidade ainda é utilizado: Ordem zonal: agrupamento de solos bem desenvolvidos com fatores ativos: clima e organismos. Solos maduros, com horizontes A, B e C bem diferenciados. Ambiente de declives suaves, boa drenagem e tempo de desenvolvimento longo.
10 1º Sistema de Classificação Ordem intrazonal: Grande influência do relevo local e do material de origem Excesso de umidade e salinidade Azonais: Não tem características bem desenvolvidas Solos jovens ou neoformados Sequência de horizontes A C ou A - R Diagrama histórico derivados dos primeiros sistemas de classificação naturais, com subdivisões dos solos zonais
11 Sistema Americano de Classificação dos solos ( )
12 Sistemas modernos de classificação 1950: expansão dos levantamentos pedológicos FAO/UNESCO: Sistema mais abrangente e mundialmente aceito Utilização de horizontes diagnósticos para a definição das unidades taxonômicas Identificação dos horizontes pedológicos do perfil pela descrição pedológica Caracterização das amostras pelas análises laboratoriais Horizontes diagnósticos # horizontes pedogenéticos Fatores quantificados = análises químicas, físicas e mineralógicas. Descrição morfológica = subjetiva (O, A, E, B, C)
13 Hierarquia da classificação de Níveis categóricos solos no Brasil EMBRAPA (2013)
14 Geral Hierarquia da classificação de solos do Brasil Específico Níveis categóricos FONTE:
15 Níveis categóricos do SiBCS Definição de nível categórico: Nível categórico de um sistema de classificação de solos é um conjunto de classes definidas segundo atributos diagnósticos em um mesmo nível de generalização ou abstração e incluindo todos os solos que satisfazem a essa definição
16 Atributos diagnósticos Atributo Saturação por bases Caráter alumínico ou caráter alítico Atividade da fração argila Caráter ácrico Contato lítico Caráter sódico e solódico Caráter sálico e salino Caráter carbonático e com carbonato Mudança textural abrúpta Duripã Significado Solos ricos (eutróficos) e pobres (distróficos) Toxicidade Al 3+ Poder tampão do solo Baixíssima CTC Profundidade efetiva Na+ trocável em excesso Sais em excesso Indisponibilidade micronutrientes Erodibilidade Profundidade efetiva
17 Níveis categóricos do SiBCS As características ou propriedades dos solos consideradas para definir um nível categórico, necessitam ser identificadas no campo Ordem subordem As características que diferenciam os níveis categóricos mais elevados da classificação dos solos devem ser propriedades dos solos que resultam dos processos de gênese do solo e que afetam a gênese do solo.
18 1º. Nível categórico: Ordens A separação de classes se da pela presença ou ausência de determinados atributos, horizontes diagnósticos, ou propriedades dos solos. A separação de classes tem como base os sinais deixados no solo pela atuação de um conjunto de processos que foram considerados os dominantes no desenvolvimento do solo. Exemplos: Latossolos; Argissolos; Neossolo...
19
20 2º. Nível categórico: Subordens As classes são separadas por propriedades ou características que: Refletem a atuação de outros processos de formação que agiram conjuntamente ou afetaram os processos dominantes e cujas características foram utilizadas para separar os solos no 1º. Nível categórico. Exemplos: Vermelho 2,5 YR ou 10R Vermelho-Amarelo 5YR COLORAÇÃO
21 3º. Nível categórico: grandes grupos As classes são separadas por uma ou mais das seguintes características: Tipo de arranjamento dos horizontes Atividade da fração argila; condição de saturação do complexo sortivo por bases ou por alumínio, ou por sódio e/ou a presença de sais solúveis. Presença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das raízes e afetam o livre movimento da água no solo Exemplos: Eutrófico; Distrófico; Alumínico... CONDIÇÃO QUÍMICA
22 4º. Nível categórico: Subgrupos TÍPICO OU INTERMEDIÁRIO As classes são separadas por uma das seguintes características: Típico: representa o conceito central da classe, ou o indivíduo mais simples; ainda que possa não ser o de maior expressão geográfica, mas apresenta a organização de horizontes e sinais dos processos pedogenéticos mais simples. Representa solos com atributos que os definem como intermediários para outras classes no 1º, 2º ou 3º níveis categóricos Representa os solos com características extraordinárias
23 Classificação de horizontes Para a designação dos horizontes e camadas do solo, usam-se letras maiúsculas, minúsculas e números arábicos. As letras minúsculas são usadas como sufixos para qualificar distinções específicas dos horizontes ou camadas principais. Letras maiúsculas são usadas para designar horizontes ou camadas principais, horizontes transicionais ou combinações destes, conforme quadro abaixo:
24 Classificação de horizontes
25 Classificação de horizontes
26 Classificação de horizontes
27 Classificação de horizontes Sufixos de Horizontes e Camadas para designar características específicas de horizontes e camadas principais, usam-se, como sufixos, letras minúsculas, conforme estabelecido a seguir.
28 Classificação de horizontes
29 Classificação de horizontes
30 Classificação de horizontes
31 Outras Modificadores de Horizontes Prefixos numéricos (ex. 2, 3, etc) usados para denotar descontinuidade litológica. Por convenção o 1 não é mostrado, ex. A, E, Bt1, 2Bt2, 2BC, 3C1, 3C2. Sufixos numéricos são usados para subdivisão de horizontes principais em profundidade. A divisão é feita a partir da parte superior do horizonte, de forma sucessiva, sendo o símbolo numérico colocado após todas as letras usadas para designar o horizonte. Ex. A1, A2, E, Bt1, Bt2, Bt3, BC e C. A numeração é reiniciada sempre que houver mudança de simbolização alfabética na sequência vertical de horizontes. Ex.: Bt1, Bt2, Btx1, Btx2; C1, C2, Cg1, Cg2. Para horizonte A ou H qualificados com sufixo p, a numeração não é reiniciada.
32 Observações Prefixo numérico pode ser usado em R, se admitido que o material originário do solo não foi produzido por rocha da mesma natureza da subjacente. Em caso de Solo Orgânico, não se usa os prefixos numéricos para expressar material contrastante. Em caso de ocorrer dois ou mais horizontes com a mesma designação, separados por horizontes oucamadas de natureza diversa, usa-se o símbolo ( ) posposto à letra maiúscula designativa do segundo horizonte repetido na seqüência, como no exemplo: A, E, BE, Bhs, E, BC, ou Hd, C, H d, C
33 Observações Caso raros de três horizontes com a mesma designação, usa-se o símbolo duplo, ( " ) posposto à letra maiúscula designativa do 3o horizonte. Quando cabível o uso de mais de um sufixo, as letras d, i, o, h, s, t, u, r, w têm precedência sobre os demais sufixos necessários para completar a designação integral do horizonte ou camada. Sufixo b, conotativo de horizonte enterrado, deve ser precedido de outro sufixo, quando em notação binária, como por exemplo Btb
34 Horizontes Diagnósticos de Superfície Existem 7 tipos de Horizontes diagnósticos de superfície Chernozêmico Proeminente Húmico Antrópico Moderado Fraco Hístico
35 Horizontes diagnósticos de superfície Horizontes minerais Aspectos pedológicos superficiais Cor escura (1), horizonte relativamente espesso Chernozêmico (2), carbono orgânico >= 6%, P solúvel em ácido cítrico < 250 mg.kg -1, V > ou = 65%. Proeminente Húmico Idem A chernozêmico, mas deve apresentar V < 65%. Cor escura (3), mais espesso que A chernozêmico, carbono elevado (4), V< 65%. Antrópico Idem A chernozêmico ou A húmico, mas P 2 0 S solúvel em ácido cítrico> = 250 mg. Kg- 1
36 Horizontes diagnósticos de superfície Horizontes minerais superficiais Moderado Aspectos pedológicos Quando escuro(1), Espessura menor que do A chernozêmico(2), ou de cor menos clara do que A fraco. Fraco Cor muito clara(5), estrutura em grãos simples, ou se for maciça, com grau fraco; carbono orgânico < 0,6%.8e ainda nenhuma dessas exigências ocorre é A fraco se a espessura for menor Que 5 cm. Hístico Carbono orgânico> = 8% e atender pelo menos uma dessas exigências:espessura > 20 cm, ou >= 10 cm se ocorre contato I ítico, ou > = 40cm quando 75% ou mais em volume do horizonte é tecido vegetal.
37 Horizontes Diagnósticos de Subsuperfície Os horizontes de subsuperfícies podem ou não serem representados pelo horizonte B O Horizonte B é considerado o mais importante no ponto de vista da pedologia, por ser o de máxima expressão morfológica Existem 6 tipos de Horizontes B. B Latossólico, B Nítico, B Incipiente B Plânico B Espódico B Textural
38 Horizontes subsuperficiais Horizontes diagnósticos de B Latossólico subsuperfície Aspectos morfológicos Textura média, ou argilosa ou muito argilosa com discreto aumento de argila em profundidade (quadro 8); espessura mínima de 50cm; cerosidade ausente, ou se existe, em pouca quantidade e com grau fraco de nitidez. Transição nos sub horizontes: gradual ou difusa, cor homogênea. B Nítico B Textural Textura argilosa ou muito argilosa com discreto aumento de argila em profundidade (quadro 8); espessura mínima 30cm(1); estrutura em blocos ou prismática moderada ou forte; cerosidade comum ou abundante e moderada ou forte. Transição nos sub horizontes; gradual ou difusa, cor homogênea. Textura média, ou argilosa ou muito argilosa com grande aumento de argila em relação ao horizonte A (2) (quadro 9), cerosidade presente nas diferentes faces dos agregados da maioria dos B texturais, espessura = 15 cm quando A+B com mais de 150 cm, ou quando a textura é arenosa nos horizontes A ou E(3)
39 Horizontes diagnósticos de subsuperfície Horizontes subsuperfíciais B Incipiente* Plânico Aspectos morfológicos Textura média, ou argilosa ou muito argilosa com discreto aumento de argila em profundidade (quadro 8); Espessura mínima 10 cm e ausência da estrutura original da rocha original em 50% ou mais do seu volume Idem B textural, mas com transição abrupta de cor e mudança textural abrupta na textura, lenta permeabilidade devido ao elevado teor de argila dispersa em água. Espódico Geralmente textura arenosa; espessura mínima 2,5 cm.
40 Descrição de Horizontes diagnósticos
41 U.S. Soil Taxonomy
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43 Solos no mundo
44 Bibliografia para a próxima aula (18/05) LEPSCH, I. F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2ed., Solos do Brasil - Pág. 123 a 144.
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