EXPERIÊNCIA MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL-CULTURAL URBANO - FLORIANÓPOLIS / SANTA CATARINA



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Transcrição:

EXPERIÊNCIA MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL-CULTURAL URBANO - FLORIANÓPOLIS / SANTA CATARINA Arquiteta Betina Adams Arquiteta Suzane Albers Araujo Florianópolis, julho de 2003 RESUMO Este artigo relata a ação municipal de preservação em Florianópolis, Santa Catarina / Brasil, que localiza-se em um espaço territorial de excepcional beleza e apresenta também importantes referenciais culturais, relacionados tanto à história local como à do país. Esta realidade contribuiu para que a estrutura municipal ensejasse esforços, ainda na década de 70, no sentido da promulgação de uma legislação que contemplasse não só a proteção do seu acervo natural e arqueológico, mas também seu acervo cultural de natureza material, constituindo-se provavelmente em uma das primeiras legislações municipais de tombamento no Brasil. Vinculado à estrutura municipal do planejamento, do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis - IPUF, a preservação foi concebida como elemento integrante do planejamento urbano da cidade, resultando em legislação urbanística própria, bem como na proteção de conjuntos urbanos e edificações isoladas, representando aproximadamente 500 unidades protegidas, classificadas segundos parâmetros diferenciados de proteção. Após ter percorrido as etapas do conhecer e proteger o acervo, foi necessário realizar sua recuperação e revitalização, viabilizado através da instituição do Projeto Renovar. Este projeto tem como característica a parceria entre instituições e comunidade, com ações dos proprietários e inquilinos, contrapartidas municipais e ações de reabilitação urbana. O resgate da memória urbana assim obtido, pouco a pouco se integra ao viver cotidiano e é incorporado à dinâmica econômica de Florianópolis, sobretudo nos setores vinculados ao turismo, comércio e serviços. INTRODUÇÃO Situada no sul do Brasil, o Município de Florianópolis, também Capital do Estado de Santa Catarina, tem parte de seu território situado na ilha de Santa Catarina, conectada ao Continente através de três pontes. As inegáveis belezas naturais da ilha atuam como considerável fator de atração para vinda de grandes contingentes populacionais, acrescendo sobremaneira a população nativa, com incremento de moradores e turistas. Florianópolis tem hoje sua economia baseada nas atividades de comércio, prestação de serviços, sobretudo públicos e de turismo, bem como indústrias não poluentes, a exemplo do vestuário e da informática. Sua população é estimada de 342.000 habitantes e chega quase a duplicar na alta temporada. 1 Este aspecto peculiar, embora apresente um caráter dificultador para o planejamento da cidade como um todo, pode ser considerado um valor agregador para a questão específica de valorização de seus aspectos culturais, no que tange sua base econômica turística. 1 O número de habitantes fixos baseia-se em informação preliminar do Censo de 2.000 e o de população flutuante (janeiro e fevereiro), estimada em 552.888 pessoas, foi obtido junto à Santa Catarina Turismo/S.A. SANTUR.

ASPECTOS HISTÓRICOS A ilha de Santa Catarina se destacou no processo de ocupação territorial em vista das pretensões expansionistas de Portugal em direção ao sul do país. As disputas quanto à localização da linha divisória entre o mundo português e espanhol, definida no Tratado de Tordesilhas, foi o contexto do domínio de Portugal no qual foi fundada a povoação de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. 2 A importante função estratégica ensejou o desenvolvido um plano estratégico de defesa do território, motivando a implantação do mais expressivo conjunto defensivo litorâneo do sul do Brasil. Desterro foi elevada à vila em 1726, quando foram definidos os seus parâmetros de ocupação física 3 que apresentam-se ainda materializados no espaço urbano. A necessidade de consolidação do território levou à transferência maciça de colonizadores açorianos, em torno de 6000 pessoas, entre os anos de 1748 e 1756, caracterizando-se como um expressivo movimento organizado de imigração ao longo do século XVIII. Com o florescimento comercial e marítimo, o Porto exerceu importância fundamental no desenvolvimento da cidade, sendo que Desterro tornou-se capital da Província de Santa Catarina em 1823. Apesar das mudanças resultantes da chegada da modernidade, conseqüência das novas necessidades de integração que, de marítimas passaram a ser rodoviárias, a cidade conseguiu manter alguns signos da sua história presentes não só na estrutura urbana, através da arte, arquitetura e do traçado urbano, como também nos fazeres, costumes e tradições, a exemplo da religiosidade, das festas e da expressão artística. ESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO DE PRESERVAÇÃO EM FLORIANÓPOLIS - Inserção da preservação no planejamento urbano da cidade Acompanhando a tendência mundial, Florianópolis também apresentou um processo impactante de grandes transformações, sobretudo nas estruturas sociais e econômicas, que se refletiram na contínua destruição do seu acervo patrimonial histórico. A globalização foi resultando na padronização dos valores e uniformização da paisagem construída, atuando como elemento massificador sobre os valores particulares de cada ambiente, levando ao perigo potencial da perda de identidade cultural das cidades e de suas singularidades. A preservação e o resgate do acervo patrimonial construído expressa a fisicamente a memória do local, onde os acontecimentos históricos, econômicos, políticos, sociais e culturais ficaram refletidos nos espaços e edificações. A valorização desses elementos, conferem vida e personalidade aos espaços construídos, transformando-se também num atrativo para a atividade turística e consequentemente para as atividades comerciais, reabilitando dessa forma os centros históricos. O início do processo de preservação em Florianópolis ocorreu em 1974, através da Lei Municipal nº. 1202, que dispõe sobre a proteção de seu patrimônio, instituiu o instrumento do tombamento e criou o órgão competente para esta preservação, denominado SEPHAN 4. Esta estrutura administrativa conta com a colaboração de uma a comissão técnica, COTESPHAN 5, que, através da representação de diversas entidades 2 A póvoa de Nossa Senhora do Desterro foi fundada em 1651 pelo bandeirante paulista Francisco Dias Velho, como resultado do esforço vicentista de desbravamento do território. 3 Os parâmetros de ocupação foram regulados pela Provisão Régia portuguesa de 1747. 4 SEPHAN - Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município. 5 A COTESPHAN Comissão Técnica do Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município, é composta por representantes de diferentes instituições vinculadas à cultura e ao patrimônio ambiental, sendo presidida pelo IPUF. Fazem parte, em âmbito federal: Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional IPHAN e 2

indicadas, atua como assessoria sobre as questões pertinentes ao patrimônio histórico/cultural. É importante ressaltar que esta ação, voltada para a proteção do acervo patrimonial existente, constituiu-se em uma das primeiras iniciativas em âmbito municipal no Brasil no sentido de objetivar a instituição de uma legislação de tombamento. Tratava-se de uma iniciativa pioneira, pois até então as ações de preservação restringiam-se predominantemente às esferas federal ou estadual (ADAMS, 2002, p. 47). À exemplo da política nacional, inicialmente também em Florianópolis a preservação contemplava apenas os grandes monumentos, tanto que, até 1985 só haviam sido tombadas dez edificações, na maioria igrejas. Em 1979, com a transferência do SEPHAN, até então vinculado à Secretaria Municipal de Educação, para o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis IPUF, a preservação passou a ser considerada como elemento integrante do planejamento urbano da cidade. A partir de então foi dada também prioridade à preservação de conjuntos arquitetônicos que ainda testemunhavam a evolução urbana, mantendo assim os referenciais culturais na paisagem construída. A fase inicial dos trabalhos de preservação e reabilitação do patrimônio histórico contou com a consultoria de especialistas alemães, ocasião em que foram definidos os parâmetros básicos orientadores da política de preservação municipal, que possibilitaram a inventariação do acervo de valor histórico/arquitetônico, através de seu mapeamento e documentação fotográfica. Em 1985, o esforço de vinculação da preservação com o planejamento urbano da cidade resultou na consolidação da legislação urbana, realizada inicialmente através da proposta do Plano Diretor de Uso e Ocupação do Solo dos Balneários do Interior da Ilha (Plano Diretor dos Balneários), preservando os núcleos do interior da ilha, notadamente Ribeirão da Ilha, Santo Antônio de Lisboa e Lagoa da Conceição. Assim, a proteção do acervo patrimonial foi sendo efetivada não só através dos decretos municipais de tombamento expedidos pelo Executivo 6, como também através de seu reconhecimento pelo poder legislativo. Foi introduzido o novo conceito das Áreas de Preservação Cultural APC-1 que, na esfera de limites espaciais definidos pela legislação, dispõem critérios orientadores de intervenção e determina três categorias de preservação, cada qual com especificações próprias. 7 Duas das categorias contemplam a proteção, diferenciando as unidades monumentais daquelas de valor como integrantes da paisagem urbana. E, para as unidades destituídas de valor e os terrenos baldios foi definida uma categoria especial, objetivando garantir a sua adequada integração no conjunto urbano preservado. Nestes casos é fundamental que os condicionantes para as novas construções garantam a Universidade Federal de Santa Catarina UFSC; em âmbito estadual: Fundação Catarinense de Cultura FCC, Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina FATMA e Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, e em âmbito municipal: Fundação Franklin Cascaes - FFC, Secretaria Municipal de Urbanismo e Serviços Públicos SUSP e Procuradoria Geral do Município, e como entidades de classe: Instituto de Arquitetos do Brasil IAB/SC e Ordem dos Advogados do Brasil OAB/SC. 6 O Prefeito Municipal delibera, através da assinatura do decreto municipal, com base nos pareceres técnicos do SEPHAN e recomendação da comissão técnica consultiva, COTESPHAN. 7 Trata-se das seguintes categorias: P1 - Imóveis monumentais e de valor excepcional que devem ser preservados em sua totalidade, ou seja, tanto no seu interior como no seu exterior; P2 Imóveis que fazem parte da imagem urbana da cidade, ou seja, não podem ser demolidos, devendo ter preservadas suas características externas, ou seja, fachadas, cobertura e volumetria. As reformas internas são admitidas desde que não interfiram com o exterior da edificação. P3 Imóveis importantes para a harmonia do conjunto e que encontram-se mesclados aos bens preservados. No entanto, podem ser demolidos ou readequados, mas estão sujeitos à restrições que evitem a descaracterização do conjunto no qual estejam inseridos, ou do qual são vizinhos. É imprescindível que as intervenções tenham o caráter de contemporaneidade. 3

contemporaneidade, não só para impedir falsidades históricas, mas também para estimular o registro da marca do nosso tempo no espaço protegido. 8 Nesta legislação o acervo natural e paisagístico foi protegido através de Áreas de Preservação Permanente (APP) e áreas de transição, chamadas de Áreas de Preservação com Uso Limitado (APL), que ao todo significam a proteção de mais que sessenta por cento da área municipal. 9 Os novos conceitos legais de preservação inicialmente foram aplicados nas áreas de expansão urbana e só posteriormente puderem ser estendidos às áreas urbanas centrais, onde a pressão imobiliária por substituição era mais intensa. Para alcançar a proteção do acervo urbano desta área, neste ínterim foi iniciado o processo de tombamento através de Decreto do Executivo, com a proteção de dez conjuntos histórico/arquitetônicos, marcantes na paisagem urbana e que corriam sérios riscos de desaparecer. 10 O impacto dessa proteção na época foi considerável, pois o Plano Diretor vigente permitia índices de aproveitamento extremamente elevados. 11 A preservação representava, para os proprietários uma perda considerável, em termos de área possível a construir. Foi então realizada uma reavaliação total desta proteção, de forma democrática e em reuniões públicas. Todas as unidades tombadas foram analisadas independentemente da existência de um processo de impugnação ao tombamento e por motivo de coerência, foram excluídas do tombamento as unidades, cujos proprietários não se mostraram contra a ação de proteção. E posteriormente, em 1997, com a promulgação do Plano Diretor do Distrito Sede foi realizada a consolidação da legislação urbana do Município. 12 Agora aplicadas também ao Distrito Sede, as Áreas de Preservação Cultural APC-1 objetivam o resgate da identidade urbana através da manutenção de conjuntos ou edificações de arquitetura relevante. Em Florianópolis, atualmente existem aproximadamente 650 edificações preservadas em âmbito municipal. 13 Pode-se identificar momentos decisivos na trajetória municipal da preservação de Florianópolis, que reforçaram as ações de proteção e deram credibilidade ao processo. A decisão da preservação da Casa do Barão, em 1986, ocorreu antes da sua proteção legal e foi o resultado de entendimentos mantidos pelo Município com uma empresa da construção civil para a manutenção de um palacete eclético do final do século XIX, acompanhado da construção de duas torres de edifícios nos fundos do terreno, onde anteriormente se localizava o pomar da residência, resguardando a ambientação paisagística fronteiriça. O êxito desta ação demonstrou a viabilidade da preservação de segmentos históricos aliada às necessidades atuais de crescimento da cidade e tal fato criou as condições que propiciaram a proteção efetiva dos dez conjuntos urbanos da Área Central. O processo de reavaliação do tombamento dos conjuntos da Área Central permitiu também não só o contato com os proprietários, mas uma ampla discussão sobre a importância da preservação e da manutenção da memória urbana da cidade. A partir de então a conscientização da população se manifestou de diversas formas, culminando em algumas solicitações voluntárias para a proteção legal de imóveis particulares. A primeira dessas seis ações, consolidadas através de tombamentos municipais, ocorreu em 1986 e refere-se a um antigo armazém de secos e molhados, que foi transformado em bar/restaurante (Armazém Vieira). As demais 8 Independentemente do tombamento municipal, os imóveis também poderão estar tombados em âmbito federal e/ou estadual, dependendo da sua importância histórica e cultural para a região ou nação. E o significativo patrimônio arqueológico e pré-histórico existente no território nacional está protegido pela Lei Federal nº 3.924/61. 9 O Município apresenta 42% de sua área preservada como APP e 21% como APL, de modo que 63% de sua área territorial encontra-se protegida por mecanismos legais específicos. 10 O tombamento foi realizado pelo Decreto Municipal nº. 270/86 e a classificação pelo Decreto Municipal nº. 521/89. 11 A Lei Municipal nº. 1.440/76 permitia, na prática, índices de até 2.000 hab/ha. 12 Plano Diretor do Distrito Sede (Lei Complementar n.º 001/97) 13 Dentre estas, 9 edificações são protegidas também em âmbito federal e 15 na esfera estadual. 4

solicitações protegeram duas casas residenciais urbanas, duas unidade rural formada pela residência e engenho de farinha de mandioca e de cana-de-açúcar (em Santo Antônio de Lisboa), um conjunto localizado em um pequeno núcleo urbano, composto por venda, residência e correio (na Lagoa da Conceição), uma edificação situada próximo à cabeceira continental da Ponte Colombo M. Salles, e um engenho de farinha de mandioca e de cana-de açúcar, localizado no sul da ilha. Em Florianópolis o tombamento se fez acompanhar por medidas complementares que contribuem para sua viabilização econômica. Nesse sentido, a municipalidade concede benefícios, tais como: o incentivo fiscal de redução do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) aos imóveis tombados, para diminuir os custos de recuperação. Trata-se de um percentual de redução variável, em função do estado de conservação, e que deve ser requerido anualmente pelo proprietário. Assim é feita uma reavaliação contínua do estado de conservação do acervo protegido, possibilitando a informação aos proprietários das medidas necessárias para a recuperação total do imóvel. O outro mecanismo adotado foi o incentivo urbanístico de transferência do direito de construção, instrumento inserido agora no recém-aprovado Estatuto da Cidade 14, que foi a medida encontrada para solucionar o impasse da perda de área construída, já que o Plano Diretor vigente permitia, de forma irrestrita, a construção de prédios de 12 andares. Este incentivo urbanístico permite ao proprietário negociar sua propriedade sem nenhum prejuízo, transferindo a área teoricamente edificável, e ainda mantendo a área de valor histórico-arquitetônico intacta como patrimônio particular. A certidão do direito de construção, que é o instrumento legal para a viabilização deste benefício, só é concedida após a recuperação integral do bem protegido. As ações também contemplaram não só intervenções diretas no acervo patrimonial, mas preocupações com a ambientação urbana da área e sua infra-estrutura de suporte. Algumas das ruas do Centro Histórico da cidade foram transformadas em calçadões, havendo esforços no sentido da reabilitação urbana de espaços centrais, alguns dos quais foram viabilizados junto com a parceria da iniciativa privada. Esta iniciativa trouxe para a cidade novos espaços para manifestações artísticas e culturais. Objetivando adequar melhor o espaço público e encontrar soluções para minimizar as dificuldades enfrentadas por portadores de deficiência física quanto à circulação, mobilidade e desempenho de sua cidadania na Área Central, foi desenvolvida uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, através do projeto "Acessibilidade no Centro de Florianópolis". Paralelamente, a implantação da rede subterrânea de energia e a iluminação pública no Centro Histórico, realizada em parceria com o Governo do Estado, também contribuiu para a valorização da área, constituindo-se no primeiro passo que possibilitou a efetiva despoluição visual desta área. PROJETO RENOVAR - Uma campanha para incorporar a adesão popular no processo de recuperação Para a efetiva transformação e valorização das áreas históricas era necessária uma mudança de consciência, da qual cidadãos, não só os proprietários e empresários mas também os usuários, teriam que ser co-partícipes. Nesse sentido, em 1993 foi dada a partida com o PROJETO RENOVAR: nossa história viva e a cores, cujo objetivo era a recuperação global dos conjuntos históricos presentes na Área Central e a conseqüente revitalização do espaço urbano. Foi criada uma identidade de projeto, que aliada a uma logomarca, divulgava esta ação municipal com objetivos próprios e 14 (Lei Federal n 10.257, de 10/07/01). 5

específicos. A realização de uma campanha publicitária visou conscientizar, sensibilizar e mobilizar a comunidade, destacando a importância deste patrimônio. Esta iniciativa representou a concretização de uma das principais metas da política de preservação do Município, pois a recuperação da imagem urbana da cidade representaria a dinamização da área e sua valorização econômica, sendo consequentemente um atrativo para residentes e também para visitantes. Foi elaborada uma cartilha, intitulada PROJETO RENOVAR Manual de Recuperação: valorização do casario histórico de Florianópolis, acessível a todos os proprietários de imóveis tombados, com as orientações gerais necessárias para a restauração do bem preservado, ou a construção em áreas vizinhas. Desta forma, o processo de preservação foi ocorrendo gradativamente em uma estreita relação com aqueles proprietários que decidiram recuperar seus imóveis preservados, aos quais o órgão técnico fornece as orientações técnicas e faz o acompanhamento das obras. Os critérios técnicos adotados privilegiam o substrato original protegido e são fundamentados no levantamento arquitetônico das edificações, que já se encontram devidamente cadastrados em levantamentos históricos e iconográficos específicos. Como a execução é de responsabilidade dos proprietários, as ações de preservação estão sendo viabilizadas através de diferentes parcerias, uma vez que o município não dispõe de recursos próprios para a recuperação de seu acervo patrimonial e, embora não tenham sido plenamente alcançados os seus objetivos, alguns proprietários atenderam a esta convocação e recuperaram seus imóveis, resultando numa transformação definitiva da imagem urbana na Área Central da cidade. Objetivando dar maior dinamismo na concretização do processo de preservação, paralelamente às ações de consolidação e proteção legal, foram executadas ações de recuperação de monumentos públicos de maior expressão. Tratam-se de benefícios de abrangência coletiva, onde ocorrem investimentos públicos efetuados pela União, Estado e Município. Por exemplo, o esforço da União foi decisivo no sentido da recuperação das fortalezas, representando a valorização de Florianópolis em âmbito nacional e a recuperação física da Casa Natal do artista plástico Victor Meirelles, de característica luso brasileira, do século XIX, possibilitou a implantação de um dinâmico projeto museológico. Dentre os investimentos públicos estaduais do final da década de 80, ressalta-se a recuperação do Palácio Cruz e Sousa e da antiga Estação Elevatória Mecânica, transformada em Museu do Saneamento. Na década de 90 houve a recuperação da Faculdade de Educação (antiga Escola Normal), da Academia do Comércio e do Teatro Álvaro de Carvalho. Na esfera municipal, na década de oitenta, o restauro do Mercado Público serviu de arranque para os investimentos públicos na área e o antigo Teatro da União Beneficente Recreativa Operária UBRO, que representa o reconhecimento de uma iniciativa popular no campo das artes, foi recuperado com vistas à estrutura arquitetônica, ocasião em que houve a revitalização da escadaria da Rua Pedro Soares. Estas obras foram executadas em parceria com a iniciativa privada, através da troca de índice de construção. A excessiva comunicação visual do centro da cidade, cuja área encontrava-se visualmente confusa e degradada, também tem sido uma das preocupações da administração municipal, pois em diversas áreas a comunicação visual em nada contribui para a valorização da paisagem urbana de Florianópolis. Como desdobramento das ações até então desenvolvidas, desde meados de 1999 está em andamento uma extensa ação de Despoluição Visual do Centro Histórico, que objetiva o disciplinamento da comunicação visual e dos toldos e ocorre paralelamente às intervenções pontuais de recuperação do casario e de ambientação urbana, resultando numa significativa transformação e revalorização do espaço urbano central. 6

O início deste trabalho ocorreu em vista da instalação da nova loja da rede Mc Donald s, cuja adequação passou por intensas negociações com dirigentes da empresa e contou com o empenho da Sra. Prefeita, que então se comprometeu com uma ação efetiva de despoluição visual. Os trabalhos se desenvolvem com o apoio do Clube de Diretores Lojistas CDL/Florianópolis, através de marketing desta iniciativa, e foi executado no âmbito de duas secretarias municipais, ou seja, o IPUF/SEPHAN e o Setor de Fiscalização da SUSP- Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos. Surpreendentemente a adequação foi ocorrendo sem muitas contestações, pois a limitação das dimensões da propaganda, após o investimento inicial, representa para os comerciantes uma concorrência mais justa e uma economia de gastos. Através dessas ações, o casario histórico tem sido evidenciado, resgatando sua antiga importância como centro polarizador e aumentando o vínculo do cidadão com sua cidade, através do conseqüente reconhecimento popular, o que vem trazendo de volta um maior números de usuários ao Centro Histórico. O êxito desta iniciativa, que tem por objetivo preservar a beleza, a arquitetura e a identidade da cidade, contribuiu significativamente para a valorização deste casario histórico e consolidou a presença da Área Central de Florianópolis na dinâmica comercial e de prestação de serviços da cidade. A preservação não se restringe só ao patrimônio de cunho vernacular. Desde 1988 estão sendo desenvolvidos trabalhos de restauração dos elementos artísticos, contemplando sobretudo a arquitetura religiosa. Como exemplo, pode-se mencionar a modelar restauração da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, da Lagoa, e da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, realizadas em parceria com a comunidade e cujos resultados provam a viabilidade deste tipo de trabalho. É de se ressaltar também que esta última foi viabilizada através do mecanismo da transferência do direito de construir. A recuperação de elementos artísticos recentemente teve expressão pública, com o restauro do piso da Praça XV de Novembro, em petit pavê, obra do artista plástico Hassis, falecido em 2002, com motivos sobre a cultura ilhoa. Houve também a recuperação dos antigos bancos, que ainda ostentam os anúncios históricos de seus antigos patrocinadores, e a recuperação do Monumento em Homenagem aos Voluntários da Guerra do Paraguai, que, seguindo os trabalhos de prospecção realizados na alvenaria, hoje apresenta sua feição policrômica original. CONCLUSÃO A vocação da ilha de Santa Catarina está consolidada, não só pelos inegáveis atrativos naturais, mas também pelas edificações históricas preservadas, com seu valor cultural, que poderão ser uma alternativa para o prolongamento da permanência de visitantes na região. Ações públicas, tais como a recuperação das fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa e Santo Antônio de Raton Grande, deram um novo impulso à inclusão de Florianópolis no circuito turístico cultural, de abrangência nacional, dando viabilidade para as atividades das escunas. 15 A ação sistemática desenvolvida pela Prefeitura Municipal, através do Projeto Renovar, que visa a sensibilização e mobilização da comunidade, destaca a importância deste patrimônio. As parcerias que foram ocorrendo ao longo deste processo recebeu a significativa adesão, congregando diversas instituições públicas e privadas. Esta iniciativa endossou os esforços de valorização do patrimônio histórico e arquitetônico capitaneados pela Prefeitura Municipal. 15 A visitação às três principais fortalezas (Anhatomirim, Raton Grande e Ponta Grossa) chega à 300.000 pessoas/ano. 7

O resgate da obra do artista plástico e de aspectos da vida cultural, comercial e da cidadania da cidade, simboliza também o esforço de preservar os significados históricos expressos na materialidade da cidade, que são os elementos propulsores do processo de preservação de sua memória. Preservar o antigo não é cristalização do que já foi, mas é a valorização das nossas bases para seguirmos adiante conforme as metas que definimos. Estes valores assim evidenciados também transformam-se em um significativo fator de atração para o setor turístico, sempre pronto a apreender as dinâmicas próprias e diferenciadas dos lugares visitados. Para tal alcançar tais objetivos é fundamental o esforço para ampliar as parcerias nas diversas áreas de atuação, tendo como meta o resgate da memória coletiva, e a partir da manutenção destes referenciais urbanos valorizar os aspectos peculiares dos espaços, destacando sua individualidade e excepcionalidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: IPUF/SEPHAN Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico do Município Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis Prefeitura Municipal de Florianópolis. Arquivo.. Valorização do casario histórico de Florianópolis: manual de recuperação. Florianópolis: IPUF, 1993.. (ADAMS, Betina; ARAUJO, Suzane Albers). Florianópolis / ilha de Santa Catarina: uma experiência de preservação municipal. Florianópolis: IPUF (documento datilografado), 1995. ADAMS, Betina. Preservação urbana: gestão e resgate de uma história. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002. 192p.:il. Betina Adams Formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade Santa Úrsula/RJ, com Mestrado em geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina, atua há mais de 25 anos no IPUF-Intituto de Planejamento Urbano de Florianópolis na área de preservação do patrimônio histórico ambiental urbano da cidade. Participou de exposições, de intercâmbios científicos nacionais e internacionais e de júris relativos à premiações na área de preservação. Fez parte de diversas comissões, ressaltando-se sua atuação, por duas gestões, junto à CNIC-Conselho Nacional de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. É ainda membro de diversas associações profissionais, tais como o IAB-Instituto de Arquitetos do Brasil, onde participou do Conselho Superior e o ICOMOS Internacional Council on Monuments and Sites, onde foi integrante da diretoria nacional por duas gestões. Sua dissertação de mestrado, transformada em livro, estudou o processo de preservação urbana em Florianópolis. Suzane Albers Araujo Formada em 1983 pela Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Arquitetura e Urbanismo, possui pós-graduação em Desenho pela universidade já mencionada e atualmente está cursando o programam de pós-graduação em Desenvolvimento Urbano em nível de especialização da Universidade Federal de Pernambuco no Curso Gestão 8

do Patrimônio Cultural Integrado ao Planejamento Urbano da América Latina. Trabalha na área de preservação cultural do patrimônio material desde 1984, e assumiu a gerência do setor a partir de 1996 até a presente data. Participou de intercâmbio técnico científico em Fulda Alemanha e de algumas exposições, tanto locais, quanto regionais. É membra do ICOMOS Internacional Council on Monuments and Sites, do IAB Instituto dos Arquitetos do Brasil e da Associação Victor Meirelles. Foi representante do município na Comissão Extraordinária de Avaliação dos Tombamentos Estaduais da Fundação Catarinense de Cultura. 9