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Transcrição:

1.Definição - Coleta de sangue para realização de hemocultura. 2. Objetivos Padronizar coleta de sangue para hemocultura para melhor aproveitamento do exame, com atenção a fatores tais como: indicação clínica pertinente, técnica de anti-sepsia rigorosa e volume adequado da amostra. 3. Indicação e Contra-Indicação Indicação: Síndromes febris suspeitas ou confirmadas de terem origem infecciosa com risco para bacteremia. Considera-se febre T 37.8º em pelo menos 2 tomadas diferentes num intervalo de 24 horas. Deve-se atentar para o fato de que, mesmo na ausência de febre, situações de hipotermia durante quadro de choque séptico e também bacteremia sem aumento de temperatura, podem ser indicações de coleta de sangue para hemocultivo. Suscitam coleta de hemocultura: 3.1 Suspeita de endocardite: colher de veia periférica, no mínimo 3 e no máximo 6, frascos de meio aeróbio com intervalo de aproximadamente 30 minutos, num período não maior que 24 horas; 3.2 Suspeita de outras síndromes infecciosas: colher, no mínimo, 2 amostras de sangue para hemocultura em frasco de aeróbio, sem obedecer, necessariamente, a intervalo de tempo; 3.3 Suspeita de infecção de corrente sanguínea associada a dispositivo invasivo central: Os mesmos cuidados de anti-sepsia utilizados na introdução do cateter devem ser adotados no momento da retirada do mesmo; Removê-lo somente após a coleta de sangue periférico para hemocultura; Fazer uma rigorosa anti-sepsia (com composto alcoólico de clorexidina 0,5%) da pele ao redor do cateter; Remover o cateter usando uma pinça estéril, com cuidado não tocar o cateter na pele;

Assepticamente, com tesoura ou lâmina estéril, cortar cerca de 5 cm da extremidade distal do cateter, ou seja, a que estava dentro do vaso; Colocar cuidadosamente o pedaço do cateter num tubo estéril seco (sem meio e sem líquido); Anotar o horário da coleta, identificar o frasco, e especificar se os frascos contém sangue de uma mesma coleta ou de coletas diferentes (importante para o raciocínio clínico se a cultura corresponde a germe contaminante ou causador de infecção); Transportar imediatamente ao laboratório, evitando a excessiva secagem. Contra Indicação: Não colher sangue para hemocultura se o paciente apresentar apenas um pico febril. 4. Responsáveis Enfermeiros do setor e profissionais da área de saúde devidamente treinados para o procedimento de acordo com este protocolo. 5. Orientação pré e pós-procedimento ou rotina 5.1 Considerar febre quando a temperatura estiver acima de 37.8º; 5.2 O paciente deve ser esclarecido sobre o procedimento, principalmente sobre o objetivo do exame, razão da quantidade de material coletado, e possível sensação dolorosa. 6. Freqüência Ver Item 3. 7. Materiais Álcool a 70%, Clorexidina alcoólica a 0,5%, Gaze, Garrote, Agulha ou scalp (a depender das exigências técnicas), Garrafinhas de hemocultura para aeróbio, Curativo adesivo para o local de punção,

Luvas de procedimento. 8. Passos do Processo 1. Esclarecer o procedimento ao paciente; 2. Reunir o material necessário (realizar desinfecção do garrote com álcool a 70%); 3. Higienizar as mãos; 4. Retirar o lacre de proteção das garrafinhas de hemocultura e realizar desinfecção com álcool a 70% (fricção), deixando a gaze sobre o local; 5. Eleger um membro e localizar uma veia calibrosa; 6. Calçar luvas de procedimento; 7. Realizar anti-sepsia do centro para a periferia, em campo ampliado, obedecendo os seguintes passos: 1º gaze embebida em álcool a 70%; 2º gaze embebida em clorexidina 0,5%; 3º e último: gaze embebida em álcool a70% mais circusncrito à área de punção; 8. DEIXAR SECAR EM TODOS OS PASSOS; 9. Garrotear o membro; 10. Puncionar a veia com agulha ou scalp em local próximo ATENÇÃO PARA O RISCO DE CONTAMINAÇÃO DA PELE NO LOCAL DA PUNÇÃO APÓS ANTI-SEPSIA JÁ REALIZADA; 11. Aspirar volume de acordo com a idade do paciente (Adulto: 8 a 10 ml, no mínimo 5ml; Crianças: neonato 1 a 2ml; 1 a 2 anos 2 a 3ml; > 2a 3 a 5ml); 12. Transferir o sangue para os frascos sem trocar a agulha; 13. Homogeneizar a amostra por inversão do frasco (não sacodir);

14. Encaminhar ao laboratório, assim que possível, antes que acabe o turno da coleta; 15. Caso não tenha sucesso na punção e seja necessário nova palpação, desinfetar o dedo da luva com álcool 70%; 16. Anotar no rótulo do frasco: nome do paciente, data da coleta e hora, membro utilizado e via de coleta (sangue periférico ou cateter, excepcionalmente). 9. Considerações gerais: 9.1 Colher, sempre que possível, antes de iniciar antibioticoterapia; 9.2 Realizar coleta periférica, e nunca de dispositivos vasculares (em caso de dificuldade técnica, consultar o SCIH e o laboratório); 9.3 Se forem coletados mais de dois frascos no mesmo local, na mesma punção, isso é considerado uma mesma hemocultura; 9.4 Para cada punção haverá um pedido médico, com objetivo de gerar dois números de rastreamento e sinalizar que foram de sítios diferentes, descartando possivel contaminação de amostra; 9.5 Nunca acondicionar as amostras em geladeira. 10. Padrões de prática: 10.1 Ausência de crescimento de Staphylococcus coagulase negativa. O crescimento deste agente em apenas uma amostra dentre várias pode denotar contaminação de coleta, e, portanto apontar para quebra de técnica asséptica. 11. Pontos Críticos/Riscos: 11.1 Anti-sepsia inadequada do sítio de punção; 11.2 Conservação inadequada do frasco; 11.3 Demora do envio da amostra ao laboratório. 12. Ações Corretivas: Realizar anti-sepsia adequada, conforme item 7 do assunto passos do processo;

Encaminhar a amostra o laboratório logo após o término da coleta; Em caso de contaminação da amostra, desprezá-la e repetir todos os passos procedimento. 13. Indicadores de qualidade: Crescimentos de agentes patogênicos ao invés de contaminantes. 14. Periodicidade de Treinamento: Anual. 15. Registro: Registrar na evolução de enfermagem o procedimento, indicação, horário e intercorrências. 16. Referências: ASSOSCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Manual de Microbiologia Clínica Aplicada ao Controle de Infecçõa Hospitalar. 2ª edição, São Paulo: Apecih, 2004.189 p. HOSPITAL REGINAL DE TAGUATINGA. Manual de Coleta de Material para Exames Microbiológico. Laboratório de Microbiologia da Unidade de Patologia Clínica e Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar. Módulo V. HRT, Revisão 2008. 17. Anexos: Não se Aplica. Dados do Documento: Dra Maria Aparecida Elaboração: Enfª Luiza Campos Data: Novembro/2011 Revisão: Aprovação: