BREVE CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO DO SECTOR EMPRESARIAL DA REGIÃO NORTE,

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Transcrição:

BREVE CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO DO SECTOR EMPRESARIAL DA REGIÃO NORTE, 1996-1998 Maria Manuel Pinho 1 Com este trabalho, procurou-se definir algumas características relativas às empresas com sede na região Norte, inseridas no respectivo ramo de actividade. As variáveis em análise correspondem a um conjunto de dezanove rácios económico-financeiros disponíveis para vinte e seis ramos de actividade. Por forma a obter uma redução do números de variáveis a analisar, procedeu-se a uma análise factorial que permitiu extrair cinco factores latentes que se entendeu poderem ser designados de: Produtividade do Trabalho, Solvabilidade, Rentabilidade, Estrutura Financeira e Investimento. Numa fase posterior e com base nas componentes obtidas, realizou-se uma análise de clusters que permitiu, entre outros resultados, concluir que a produção e distribuição de electricidade, gás e água apresenta uma elevada produtividade do trabalho que, por sua vez, traduz elevados coeficientes capitalísticos; que o comércio a retalho se caracteriza, sobretudo, por uma estrutura financeira favorável e que as actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas revelam o melhor desempenho em termos de investimento realizado. Apoio: 1 Instituto Nacional de Estatística - Direcção Regional do Norte 21

Região Norte 1. INTRODUÇÃO O presente estudo tem como propósito desenvolver uma análise do desempenho económico do tecido empresarial da região Norte. Assim, pretende-se segmentar o tecido empresarial do Norte em ramos de actividade com algum grau de homogeneidade por forma a obter grupos de actividades económicas susceptíveis de serem descritos por um conjunto de características que distingue cada grupo dos restantes. A análise é conduzida recorrendo a indicadores económico-financeiros de modo a caracterizar de forma mais rigorosa o desempenho das empresas sediadas na região Norte. Trata-se de informação disponibilizada pelo Sistema de Contas Integradas das Empresas do Instituto Nacional de Estatística - o qual, por seu turno, se alimenta da informação disponibilizada pelo Inquérito Anual às Empresas (Harmonizado) 2. Privilegiar-se-á uma análise por ramos de actividade com base nas secções da CAE- Rev.2 3 e, para actividades com maior representatividade na estrutura produtiva do Norte, aprofundar-se-á a desagregação. A informação disponível diz respeito às empresas com 20 ou mais pessoas ao serviço. Quer os ramos de actividade económica, quer os rácios económico-financeiros considerados na análise são apresentados em anexo. Contudo, dada a relevância da dimensão de cada empresa no respectivo desempenho económico, serão considerados dois grupos distintos: empresas com 20 a 99 pessoas ao serviço, para as quais os resultados são obtidos de acordo com os dados extrapolados do Inquérito Anual às Empresas (Harmonizado), e empresas com 100 ou mais pessoas ao serviço, cuja informação tem por base uma observação exaustiva das empresas. A informação baseia-se no critério relativo à sede das empresas. A análise dos resultados, considerando a óptica da sede das empresas, traduz, essencialmente, a importância das empresas enquanto centros de decisão ao nível da definição das estratégias de desenvolvimento e da aplicação dos resultados de exploração. Assim sendo, a esta análise estão subjacentes algumas restrições: por um lado, eventuais resultados do desenvolvimento económico das empresas ocorridos em regiões que não a da sede são atribuídos à região onde a empresa tem a sua sede; por outro lado, os efeitos da actividade de estabelecimentos com sede fora da região não são retidos pela análise. A análise centrar-se-á na média aritmética simples dos valores anuais dos rácios económico-financeiros, no triénio 1996-1998. A única excepção refere-se às actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas (Secção K da CAE-Rev.2) que revelam, no ano de 1996, um comportamento claramente distinto do observado nos dois restantes anos. Optou-se, para estas actividades por utilizar o valor médio entre 1997 e 1998. A matriz de dados é constituída por 19 variáveis (indicadores económico-financeiros) observadas para 26 indivíduos (ramos de actividade). 2. ANÁLISE FACTORIAL Tendo em vista a redução da complexidade na interpretação dos dados e a eliminação de eventuais problemas de colinearidade entre os mesmos, proceder-se-á a, numa primeira fase, ao tratamento da informação através de uma análise factorial em componentes principais (AFCP) 4. Este tipo de análise tem por finalidade encontrar variáveis latentes (factores) entre as variáveis observadas. Os n factores obtidos a partir do conjunto de p variáveis observadas permitem explicar a variância observada nos dados originais. A análise efectuada compreende três etapas: - a geração de uma matriz de correlações para todas as p variáveis observadas; - a extracção dos factores a partir da matriz de correlações com base nos coeficientes de correlação entre as variáveis; - a rotação dos factores de modo a maximizar a relação entre as variáveis e alguns dos factores. Neste tipo de análise, identificam-se sucessivas combinações lineares - as componentes principais - entre as p variáveis originais (que neste caso são os indicadores económico-financeiros) que sejam 2 Este inquérito não comporta as Actividades Financeiras (Secção J da CAE-REV.2), a Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória (Secção L) e as Actividades associativas diversas (Divisão 91) dado que as especificidades contabilísticas destas entidades não se enquadram na metodologia adoptada. 3 Classificação das Actividades Económicas - Rev.2 (1992). 4 O software utilizado foi o SPSS. 22

de variância máxima e não correlacionadas com as combinações anteriores. Estas componentes são hierarquizadas, de acordo com a sua capacidade explicativa da variância total presente nos dados originais. A primeira componente é, por isso, a que apresenta maior capacidade explicativa e corresponde à tendência dominante, não observada, do conjunto das variáveis analisadas. 2.1. AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DOS DADOS A UMA ANÁLISE FACTORIAL O teste da esfericidade de Bartlett pode ser usado para testar a hipótese (nula) da matriz das correlações ser a matriz identidade e não haver, deste modo, correlações entre as variáveis do problema, isto é, de as variáveis serem não-colineares. A hipótese nula é a de a matriz de correlações resultar de uma população na qual as variáveis são não-colineares. Um p-value inferior ao limiar de significância considerado (normalmente 0,05) permite rejeitar a hipótese da matriz de correlações da população ser a matriz identidade, mostrando assim que existe correlação entre as variáveis e que a análise factorial é adequada. No caso em estudo, a estatística é de 851,4 e o p-value associado é de 0,000 pelo que, de acordo com este critério, a análise factorial apresenta-se adequada. O teste de Bartlett apresenta o inconveniente de ser muito sensível à dimensão da amostra. Assim, uma amostra de dimensão muito elevada (o que não sucede no caso vertente) poderia conduzir à conclusão de que a matriz de correlações é significativamente distinta da matriz identidade mesmo quando as correlações entre as variáveis são pequenas. Estatística KMO e Teste de Bartlett Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy.,562 Por sua vez, a estatística Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) é uma medida da adequação dos dados para a análise factorial de componentes principais que compara as correlações simples com as parciais observadas entre as variáveis, devendo os coeficientes de correlação parciais ser pequenos. É uma medida da homogeneidade das variáveis pois permite avaliar até que ponto os indicadores podem ser agrupados. Um valor da estatística de KMO próximo de 1 indica coeficientes de correlação parciais pequenos 5 e, portanto, torna-se aconselhável proceder a uma análise factorial. Um valor elevado para a estatística de KMO indica que uma análise factorial é adequada porque as correlações entre pares de variáveis podem ser explicadas por outras variáveis. Um valor da estatística KMO superior a 0,5 permite pensar que a interpretação dos dados possa beneficiar de uma análise factorial. Também segundo este critério, conclui-se que a análise factorial é adequada uma vez que a estatística de KMO é próxima de 0,6. 2.2. TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS PELAS COMPONENTES PRINCIPAIS O critério adoptado consiste na extracção das componentes principais cujo valor próprio 6 associado é superior a um. Neste sentido, os resultados obtidos sugerem que o modelo a cinco factores se adequa à estrutura inicial dos dados. Assegura-se que o modelo adoptado explica 91% da variância inicial presente nos dados. De forma a que a interpretação das soluções seja mais simples, procedeu-se à rotação dos eixos de modo a recuperar a ortogonalidade dos mesmos. O método adoptado foi o Equamax, por ser o que forneceu a melhor solução em termos de interpretação. A matriz dos pesos factoriais (loadings), após a rotação dos eixos, é a que se apresenta de seguida. Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square 851,442 df 171 Sig.,000 5 6 Os coeficientes de correlação parcial entre as variáveis são calculados após supressão dos efeitos dos factores comuns. O valor próprio das componentes corresponde à soma dos quadrados dos loadings das variáveis para cada factor; os loadings são as coordenadas das variáveis no sistema de eixos formado pelos factores. 23

Região Norte 2ª Componente principal - Factor Solvabilidade Pesos factoriais (loadings) após rotação Component 1 2 3 4 5 R1 0,91 0,19 0,25 0,16 0,00 R2 0,91 0,23 0,23 0,15 0,03 R3-0,41-0,57 0,25-0,44 0,27 R4 0,58 0,26 0,57 0,42-0,16 R5-0,57-0,13-0,61-0,38 0,07 R6 0,39 0,71 0,31 0,38-0,19 R7-0,26 0,02 0,15-0,10 0,81 R8 0,92 0,25 0,06 0,18-0,02 R9-0,16-0,47 0,81-0,10 0,14 R10 0,31 0,18 0,83 0,35 0,16 R11 0,40 0,54 0,58 0,03 0,38 R12 0,20-0,07 0,83 0,40 0,20 R13-0,34 0,06 0,05-0,20-0,82 R14-0,14-0,91-0,01-0,07-0,15 R15 0,23 0,90 0,05 0,05 0,28 R16-0,16 0,41 0,24-0,63 0,57 R17-0,20-0,08 0,41 0,80 0,20 R18 0,59 0,29 0,27 0,62-0,02 R19-0,13-0,90 0,11 0,10 0,21 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Equamax with Kaiser Normalization. Rotation converged in 16 iterations. Em seguida, procede-se a uma breve caracterização dos factores extraídos. 1ª Componente principal - Factor Produtividade do Trabalho Este factor destaca os ramos de actividade caracterizados por uma produtividade elevada do factor trabalho medida, quer em número médio de pessoas ao serviço, quer em horas trabalhadas, associada a um expressivo coeficiente de intensidade capitalística. O valor acrescentado bruto constitui-se, fundamentalmente, pelo excedente bruto de exploração em detrimento das remunerações do factor trabalho. Como seria de esperar as actividades ligadas à produção e distribuição de electricidade, gás e água, claramente intensivas em capital fixo, revelam aderência às características descritas. A estas actividades opõemse, com base neste factor, as indústrias extractivas, a educação, saúde e acção social e, ainda, as actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas. Com efeito, são na sua maioria actividades tradicionalmente intensivas em mão-de-obra exibindo baixas produtividades neste factor produtivo. A segunda componente principal extraída caracteriza os ramos de actividade com rácios de solvabilidade expressivos e, como seria de esperar, reduzidos graus de endividamento. Do mesmo modo, apresentam elevadas taxas de margem bruta de exploração. São ramos de actividade com baixa produtividade do capital fixo, caracterizando-se, ainda, por uma fraca rotação do activo líquido. Estas características adaptam-se às actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas, à indústria do papel e às indústrias extractivas. Com um desempenho desfavorável ao nível da solvabilidade e da produtividade do capital fixo, surgem as três actividades comerciais consideradas: de veículos, por grosso e a retalho bem como as indústrias do vestuário e do calçado. 3ª Componente principal - Factor Rentabilidade O terceiro factor extraído está associado aos ramos de actividade que se destacam por evidenciarem um desempenho positivo ao nível dos rácios de rentabilidade (económica bruta, do activo líquido, líquida das vendas e dos capitais próprios). É interessante observar que são ramos cujo valor acrescentado bruto apresenta uma proporção reduzida de custos com o pessoal. Ora, este factor opõe as indústrias extractivas, o comércio por grosso e a fabricação de artigos de borracha (todos ramos de elevada rentabilidade) às actividades de transporte, armazenagem e comunicação, à produção de peles e couros (excluindo o calçado), ao alojamento e restauração e à fabricação de equipamento electrónico e de óptica, que surgem como os ramos menos rentáveis. 4ª Componente principal - Factor Estrutura Financeira O quarto factor extraído aparece predominantemente associado a elevadas taxas de capacidade de reembolso a médio e longo prazo e expressivas coberturas dos encargos financeiros em oposição a reduzidas coberturas do imobilizado. Este desempenho adequa-se às indústrias extractivas e ao comércio a retalho. A estas actividades opõem-se, de acordo com este factor, as actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas, a produção de peles e couros (excluindo o calçado), a construção e o comércio por grosso. 24

5ª Componente principal - Factor Investimento O quinto factor extraído capta os ramos de actividade onde mais se investe; com efeito, as actividades destacadas por este factor apresentam taxas de acumulação expressivas. Destacam-se, ainda, por apresentaram baixas taxas de remuneração dos capitais alheios. Este factor é particularmente relevante na caracterização das actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas, do comércio a retalho e da fabricação de equipamento electrónico e de óptica. Os resultados da análise sugerem, pois, que nos anos considerados estas foram as actividades em que mais se investiu e, simultaneamente, em que as taxas de remuneração dos capitais alheios foram pouco expressivas. A estas actividades opõem-se as indústrias da madeira e da cortiça, a educação, saúde e acção social, a fabricação de artigos de borracha e a produção de peles e couros (excluindo o calçado). 3. ANÁLISE DE CLUSTERS Numa segunda fase, pretendeu-se constituir grupos homogéneos de actividades económicas tendo por base as cinco componentes principais extraídas. Recorreu-se, então a uma análise de clusters com base no método de Ward. Trata-se de um método hierárquico aglomerativo, uma vez que, à partida, há tantos clusters como objectos; em seguida, os objectos mais semelhantes são agrupados, dando os n clusters iniciais origem a n-1 clusters. Estes grupos iniciais são fundidos, sucessivamente, com base nas suas semelhanças, até se formar apenas um cluster. Em geral, é considerado um método eficiente e o inconveniente que mais frequentemente lhe é apontado é a formação de clusters de dimensão idêntica e reduzida. Em particular, o método de Ward distingue-se dos restantes porque recorre à análise da variância para avaliar a distância entre clusters. Este método sugere a fusão dos dois clusters que minimizam o incremento da soma de quadrados das distâncias em relação ao novo centróide total dos elementos pertencentes ao cluster (I ). UV I uv = X - X 2 -{ X - X 2 + X -X 2 } i UV i U i V = (n n / n + n ) X - X 2 U V U V U V A distância entre dois clusters define-se do seguinte modo: d = 2 I UV UV Como medida de distância, optou-se pelo quadrado da distância Euclidiana que, para duas observações p-dimensionais X e Y, se define do seguinte modo: d(x,y) = [(x -y ) 2 + (x -y ) 2 +... + (x -y ) 2 ] 1 1 2 2 p p = [(X-Y) (X-Y)] Esta medida atribui um peso sucessivamente maior a objectos mais afastados. Os resultados obtidos fornecem os agrupamentos apresentados de seguida. Cluster 1 C Indústrias extractivas DE Indústria de pasta, de papel e cartão e seus artigos; edição e impressão DI Fabricação de outros produtos minerais não metálicos Cluster 2 DA-15 Indústrias alimentares e das bebidas DB-17 Fabricação de têxteis DD Indústria da madeira e da cortiça e suas obras DG Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais DH Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas DJ Indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos DK Fabricação de máquinas e equipamentos não especificados DM Fabricação de material de transporte DN-361 Fabricação de mobiliário e colchões DN-362 a 37 Outras indústrias transformadoras não especificadas M+N+O Educação; saúde e acção social; outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais Cluster 3 DB-18 Indústria do vestuário DC-193 Indústria do calçado F Construção G-50 Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos G-51 Comércio por grosso e agentes do comércio, excepto de veículos automóveis e motociclos Cluster 4 DC-191/92 DL H I Cluster 5 E Curtimento e acabamento de peles sem pêlo; fabricação de couro reconstituído e fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro Fabricação de equipamento electrónico e de óptica Alojamento e restauração (restaurantes e similares) Transportes, armazenagem e comunicações Produção e distribuição de electricidade, gás e água Cluster 6 G-52 Comércio a retalho (excepto de veículos automóveis e motociclos e combustíveis para veículos); reparação de bens pessoais e domésticos Cluster 7 K Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 25

Região Norte Com vista à caracterização dos agrupamentos formados construiu-se uma matriz composta pelas medianas 7 dos scores factoriais relativos a cada componente principal, para o conjunto das actividades pertencente a cada agrupamento. Cluster Componente principal 1 2 3 4 5 1-0,31 1,15-0,03 1,17-0,27 2-0,14 0,04 0,33-0,02-0,45 3-0,17-1,23 0,58-0,40 0,35 4 0,10-0,23-2,05 0,11 0,26 5 4,42 0,73 0,24 0,46 0,19 6-0,48-1,88 0,10 2,08 1,55 7-0,74 2,62 0,68-2,06 3,21 O primeiro agrupamento gerado é constituído sobretudo por ramos de actividade que revelam um bom desempenho, em simultâneo, em termos de solvabilidade e de estrutura financeira. O segundo cluster, ao ser o que maior número de actividades agrega, é também aquele para o qual é mais difícil definir as características dominantes. Apenas é possível destacar um fraco desempenho em termos de investimento realizado. O terceiro cluster que, entre outras actividades, agrupa o vestuário e o calçado, está associado de forma positiva ao factor rentabilidade. Em contrapartida, apresenta um comportamento desfavorável em termos de solvabilidade. O quarto agrupamento destaca-se sobretudo pelo fraco desempenho em termos de rentabilidade. Note-se que, entre outros, abrange o alojamento e restauração e os transportes, armazenagem e comunicações. O quinto cluster gerado corresponde ao esperado. Assim, ao isolar a produção e distribuição de electricidade, gás e água, este agrupamento está associado, em particular, ao factor produtividade do trabalho e, portanto, a elevados coeficientes capitalísticos. O comércio a retalho constitui, por si só, um cluster que se caracteriza por uma estrutura financeira favorável mas por um fraco desempenho ao nível dos indicadores de solvabilidade. Revela ainda um comportamento positivo em termos de investimento realizado. O último agrupamento formado isola as actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas sugerindo que estas revelam o melhor desempenho, de entre os clusters formados, em termos de investimento realizado. Demonstra, ainda, um bom desempenho ao nível da solvabilidade mas uma estrutura financeira desfavorável opondo-se neste sentido ao comércio a retalho. Por forma, a assegurar a robustez dos resultados obtidos, procedeu-se também a uma análise de clusters pelo método K-means 8. Este método consiste na afectação de cada item ao cluster com média mais próxima, uma vez que o objectivo é que os elementos de cada cluster estejam mais próximos entre si do que em relação aos elementos pertencentes a outros clusters. É composto pelos seguintes passos: - dividem-se, de forma arbitrária, os itens em K clusters iniciais (ou em alternativa fixam-se K centróides iniciais); - percorrendo toda a lista de itens, afecta-se cada um ao cluster que possui a média mais próxima e calcula-se, de novo, a média do cluster que recebeu o item e a média do cluster que o perdeu; - repete-se o passo anterior até não haver necessidade de mais reafectações. A determinação do K depende sobretudo das especificidades da base de dados. Para averiguar da estabilidade do agrupamento obtido, é conveniente executar de novo o algoritmo com uma nova partição inicial. O rácio da variabilidade entre clusters em relação à variabilidade dentro de cada cluster permite ordenar as variáveis. A fixação do número de clusters à partida tem, no entanto, alguns inconvenientes: - se dois ou mais centróides iniciais caem dentro do mesmo cluster, os clusters finais serão pouco diferenciados; - a existência de um outlier conduzirá à formação de pelo menos um cluster com itens muito dispersos; - mesmo sabendo-se que a população é constituída por K grupos, tal pode não acontecer com a amostra, o que implicará a formação de clusters que não têm razão de ser. A comparação entre os dois métodos adoptados sugere os seguintes comentários: - as actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas continuam a aparecer isoladas num grupo; - as actividades de produção de electricidade, gás e água também aparecem isoladas num grupo; 7 8 Optou-se pela mediana em detrimento da média por se tratar de uma medida de localização mais robusta a eventuais outliers. Os resultados obtidos são apresentados no Anexo 3. 26

- as actividades C, DI e DE também constituem um cluster; - comércio a retalho aparece, agora, associado ao comércio de veículos; - os três clusters de maior dimensão sofrem alguma reorganização. efeito, os resultados são bem menos claros que os observados para o conjunto das empresas. Dos factores identificados na primeira fase do trabalho, apenas o relativo à produtividade do trabalho se mantém; é, ainda, possível extrair um factor associado à produtividade do capital fixo, desta feita associado a baixos coeficientes de intensidade capitalística. Os restantes factores são de caracterização mais difícil. 4. PEQUENAS VERSUS MÉDIAS E GRANDES EMPRESAS Neste ponto, aplicar-se-á o procedimento descrito no ponto 2., de forma separada, às pequenas empresas (com 20 a 99 pessoas ao serviço) e às médias e grandes empresas (com 100 ou mais pessoas ao serviço). Pretende-se, pois, avaliar da importância da dimensão das empresas em relação ao respectivo desempenho económico-financeiro, no contexto de um determinado ramo de actividade. A aplicação da análise factorial à informação correspondente às pequenas empresas produziu a matriz dos pesos factoriais (loadings) após rotação que de seguida se apresenta. Pesos factoriais (loadings) após rotação Component 1 2 3 4 5 R1-0,09 0,09 0,25 0,88-0,04 R2-0,26 0,03 0,31 0,86-0,05 R3 0,82-0,01 0,15-0,39 0,23 R4-0,25 0,52 0,10 0,73-0,06 R5-0,10-0,57-0,22-0,50 0,13 R6-0,70 0,41 0,25 0,31 0,23 R7 0,00-0,13 0,70 0,39-0,18 R8-0,61-0,27-0,18 0,44-0,37 R9 0,83 0,34 0,20 0,11 0,18 R10 0,17 0,81 0,35 0,28-0,13 R11-0,03 0,36 0,90 0,16 0,01 R12 0,04 0,62 0,15-0,11-0,45 R13 0,06 0,06-0,12-0,06 0,82 R14 0,69-0,31-0,46-0,18 0,28 R15-0,73 0,10 0,54 0,22-0,29 R16-0,06-0,12 0,95 0,15-0,17 R17 0,05 0,84-0,04 0,08 0,39 R18-0,14 0,87-0,23 0,15 0,15 R19 0,89 0,06-0,18-0,13-0,09 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Equamax with Kaiser Normalization. Rotation converged in 11 iterations. Embora o teste de Bartlett continue a fornecer um resultado satisfatório, a estatística de KMO é de 0,4 sugerindo que a análise factorial é inaceitável. Com A aplicação da análise factorial à informação correspondente às médias e grandes empresas produziu a matriz dos pesos factoriais (loadings) após rotação que de seguida se apresenta. Pesos factoriais (loadings) após rotação Component 1 2 3 4 5 R1 0,37 0,83 0,28 0,00-0,11 R2 0,34 0,89 0,23-0,08 0,00 R3 0,11-0,30-0,37 0,53-0,06 R4 0,70 0,54 0,22-0,16 0,08 R5-0,76-0,48-0,21 0,01 0,07 R6 0,54 0,42 0,35-0,55 0,15 R7-0,01-0,04-0,45 0,49 0,59 R8 0,14 0,91 0,21-0,20 0,08 R9 0,70-0,12-0,21 0,60-0,24 R10 0,93 0,26 0,16 0,09 0,13 R11 0,78 0,51 0,23-0,11 0,12 R12 0,84 0,16-0,14 0,27 0,39 R13 0,11-0,43-0,19-0,76-0,11 R14-0,03-0,14-0,91 0,28 0,16 R15 0,04 0,21 0,95-0,15 0,02 R16 0,06-0,10 0,11 0,29-0,89 R17 0,26-0,19 0,30 0,32 0,72 R18 0,47 0,44 0,66 0,08 0,22 R19 0,12-0,21-0,32 0,81 0,09 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Equamax with Kaiser Normalization. Rotation converged in 8 iterations. A estatística de KMO é ligeiramente superior à verificada para as pequenas empresas, mantendo-se, contudo, inferior ao desejado para se concluir pela adequação de uma análise factorial. Mais uma vez, resultou a extracção de um factor associado à rentabilidade e de outro associado à produtividade do trabalho; a solvabilidade também pode ser identificada com um dos factores extraídos. Em relação ao conjunto das empresas, sublinhe-se a extracção de um factor associado à produtividade do capital fixo (à semelhança do observado para as pequenas empresas). O investimento aparece associado a alguns indicadores de estrutura financeira na explicação de um outro factor. 27

Região Norte 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este trabalho, procurou-se definir algumas características relativas às empresas com sede na região Norte, inseridas no respectivo ramo de actividade. As variáveis em análise correspondem a um conjunto de dezanove rácios económico-financeiros disponíveis para vinte e seis ramos de actividade. Por forma a obter uma redução do números de variáveis a analisar, procedeu-se a uma análise factorial que permitiu extrair cinco factores latentes que se entendeu poderem ser designados de: Produtividade do Trabalho, Solvabilidade, Rentabilidade, Estrutura Financeira e Investimento. Numa fase posterior e com base nas componentes obtidas, realizou-se uma análise de clusters que permitiu, entre outros resultados, concluir que a produção e distribuição de electricidade, gás e água apresenta uma elevada produtividade do trabalho que, por sua vez, traduz elevados coeficientes capitalísticos; que o comércio a retalho se caracteriza, sobretudo, por uma estrutura financeira favorável e que as actividades imobiliárias e de serviços prestados às empresas revelam o melhor desempenho em termos de investimento realizado. Por último, aplicou-se uma análise factorial em componentes principais às pequenas empresas e às médias e grandes empresas. De acordo com a estatística de KMO, os dados não se revelaram adequados a um procedimento deste tipo. Contudo, algumas ilações merecem realce: a existência de um factor latente relativo à produtividade do trabalho, em qualquer um dos escalões considerados, e a importância das empresas de média e grande dimensão na caracterização do conjunto das empresas da região Norte, por exibirem um padrão mais bem definido, em termos de desempenho económico-financeiro, por ramo de actividade. Uma análise desta natureza poderia ser complementada em duas vertentes. Por um lado, o acompanhamento temporal por forma a avaliar a evolução ocorrida no desempenho económico-financeiro das empresas com sede no Norte. A este nível, coloca-se com especial pertinência a coerência da metodologia adoptada ao longo da série cronológica em estudo. Por outro lado, a comparação inter-regional e com o todo nacional com vista a aferir se as especificidades sectoriais em termos de tecido empresarial são acompanhadas de desempenhos distintos, ao nível de um mesmo ramo de actividade. 28

ANEXO 1 A análise incide sobre as seguintes actividades económicas: C DA-15 DB-17 DB-18 DC-191/192 DC-193 DD DE DG DH DI DJ DK DL DM DN-361 Indústrias extractivas Indústrias alimentares e das bebidas Fabricação de têxteis Indústria do vestuário Curtimento e acabamento de peles sem pêlo; fabricação de couro reconstituído e fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro Indústria do calçado Indústria da madeira e da cortiça e suas obras Indústria de pasta, de papel e cartão e seus artigos; edição e impressão Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas Fabricação de outros produtos minerais não metálicos Indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos Fabricação de máquinas e equipamentos não especificados Fabricação de equipamento electrónico e de óptica Fabricação de material de transporte Fabricação de mobiliário e colchões DN-362 a 37 Outras indústrias transformadoras não especificadas E F Produção e distribuição de electricidade, gás e água Construção G-50 Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos G-51 Comércio por grosso e agentes do comércio, excepto de veículos automóveis e motociclos G-52 Comércio a retalho (excepto de veículos automóveis e motociclos e combustíveis para veículos); reparação de bens pessoais e domésticos H I K M+N+O Alojamento e restauração (restaurantes e similares) Transportes, armazenagem e comunicações Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas Educação; saúde e acção social; outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais 29

Região Norte ANEXO 2 Apresenta-se, de seguida, a forma de cálculo dos rácios utilizados, bem como uma breve explicação do respectivo significado. Por forma a facilitar a leitura da informação e embora se aceite não ser um critério objectivo, os rácios foram agregados em quatro grupos designados de rácios económicos, de rentabilidade, de endividamento e estrutura e de actividade. Rácios Económicos R1 - Valor acrescentado bruto per capita VABpm Nº médio de pessoas ao serviço (10 6 Esc./pessoa) Avalia o contributo médio dado por cada trabalhador para a riqueza criada pela empresa. O seu crescimento no tempo indica um bom desempenho económico. R2 - Produtividade do trabalho VABcf Horas Trabalhadas (10 3 Esc./horas trabalhadas) Mede a contribuição média do factor produtivo trabalho, medida em horas trabalhadas, para o valor acrescentado gerado pela empresa. O seu crescimento no tempo indica um bom desempenho económico. R3 - Produtividade do capital fixo VABcf Imobilizado corpóreo e incorpóreo bruto Mede a contribuição média do factor capital utilizado para o valor acrescentado gerado pela empresa. A produtividade do equipamento depende não só da utilização mais ou menos intensiva do equipamento, mas também do seu grau de modernização e automatização. R4 - Repartição do VAB: Excedente bruto de exploração (EBE) EBE VABpm Reflecte a remuneração do capital por unidade de valor criado, através do rácio entre excedente bruto de exploração e o valor acrescentado bruto (a preços de mercado). R5 - Repartição do VAB: Custos com o pessoal Custos com o pessoal VABpm Reflecte a remuneração do trabalho por unidade de valor criado, através do rácio entre o total dos custos com o pessoal e o valor acrescentado bruto (a preços de mercado). R6 - Taxa de margem bruta de exploração EBE Volume de negócios líquido de impostos e subsídios Expressa a percentagem do volume de negócios que fica à disposição da empresa para cobrir as despesas financeiras, efectuar as dotações para amortizações e provisões, pagar os impostos sobre os lucros e remunerar os capitais próprios. R7 - Taxa de acumulação Investimento bruto Imobilizado corpóreo bruto Reflecte o peso dos investimentos brutos em imobilizado corpóreo ocorridos durante o ano sobre o imobilizado corpóreo total. 30

R8 - Coeficiente de intensidade capitalística Imobilizado corpóreo e incorpóreo bruto Nº médio de pessoas ao serviço (10 6 Esc./pessoa) Este rácio, também designado por coeficiente capital/emprego, mede o volume de imobilizado directamente afecto à exploração, por trabalhador. O seu valor depende da natureza da actividade e da mecanização mais ou menos acentuada da produção. Um valor elevado é sinónimo de actividades capital intensivas, um valor baixo reflecte actividades intensivas em mão-de-obra. Rácios de Rentabilidade R9 - Rentabilidade económica bruta EBE Imobilizado corpóreo e incorpóreo bruto Avalia a rentabilidade bruta dos capitais afectos à exploração a partir do EBE. R10 - Rentabilidade do activo líquido Resultado líquido Activo líquido Expressa o grau de retorno dos capitais investidos na empresa, independentemente da sua origem (capitais próprios ou alheios) a partir do resultado líquido gerado. R11 - Rentabilidade líquida das vendas Resultado líquido Volume de negócios Medida da rentabilidade da actividade principal da empresa com referência aos resultados líquidos. R12 - Rentabilidade dos capitais próprios Resultado líquido Capitais próprios Mede a parcela do resultado que fica para remunerar os capitais próprios, depois de suportados todos os custos e o pagamento de impostos. Permite ao accionista concluir se a empresa apresenta ou não um nível de rentabilidade aceitável face às taxas de rentabilidade do mercado de capitais e ao custo do financiamento. R13 - Remuneração dos capitais alheios Juros suportados Passivo Mostra em que medida os capitais alheios aplicados na empresa estão a ser remunerados. Rácios de Endividamento e Estrutura R14 - Endividamento Passivo + Acréscimos e diferimentos passivos Activo líquido Reflecte a participação dos capitais alheios no financiamento das actividades da empresa. Quando superior a 1, as empresas podem ser consideradas em situação de falência técnica. Este rácio é complementar do rácio de autonomia financeira. 31

Região Norte R15 - Solvabilidade Capitais próprios Passivo Mostra o grau de cobertura do passivo pelos capitais próprios. Quanto maior for este indicador, melhor a estrutura financeira da empresa e melhor a capacidade para solver os seus compromissos financeiros. R16 - Cobertura do imobilizado Recursos estáveis Imobolizado corpóreo e incorpóreo bruto Expressa o grau de cobertura dos activos de longa duração pelas origens de capitais de longa permanência na empresa. Se for maior que 1 significa que a empresa tem um fundo de maneio positivo. R17 - Taxa de capacidade de reembolso a médio e longo prazo Autofinanciamento + lucro distribuídos Imobolizado corpóreo e incorpóreo bruto Reflecte a capacidade da empresa em solver os seus empréstimos de médio e longo prazo através do autofinanciamento bruto. R18 - Cobertura dos encargos financeiros EBE Juros suportados Avalia o grau com que os valores gerados na exploração conseguem cobrir os encargos financeiros. Rácio de Actividade R19 - Rotação do activo líquido Volume de negócios Activo líquido (rácio) Proporciona informação sobre o número de vezes que o activo líquido da empresa foi reconstituído através do volume de negócios. Quanto maior a velocidade dessa reconstituição, maior será o montante dos meios líquidos libertos pela empresa. Este rácio será maior em actividades comerciais dos que em actividades industriais. Nota: Os rácios económico-financeiros, utilizados para caracterizar um dado ramo de actividade, resultam de um quociente onde o numerador e o denominador correspondem à soma dos valores apresentados pelas empresas desse mesmo ramo. 32

ANEXO 3 - Análise de clusters - método K-means Cluster 1 C DE DI Cluster 2 E Cluster 3 DA-15 DB-17 DC-193 DJ DL DN-361 H Cluster 4 K Cluster 5 DC-191/92 I Indústrias extractivas Indústria de pasta, de papel e cartão e seus artigos; edição e impressão Fabricação de outros produtos minerais não metálicos Produção e distribuição de electricidade, gás e água Indústrias alimentares e das bebidas Fabricação de têxteis Indústria do calçado Indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos Fabricação de equipamento electrónico e de óptica Fabricação de mobiliário e colchões Alojamento e restauração (restaurantes e similares) Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas Curtimento e acabamento de peles sem pêlo; fabricação de couro reconstituído e fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro Transportes, armazenagem e comunicações Cluster 6 G-50 Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos G-52 Comércio a retalho (excepto de veículos automóveis e motociclos e combustíveis para veículos); reparação de bens pessoais e domésticos Cluster 7 DB-18 Indústria do vestuário DD Indústria da madeira e da cortiça e suas obras DG Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais DH Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas DK Fabricação de máquinas e equipamentos não especificados DM Fabricação de material de transporte DN-362 a 37 Outras indústrias transformadoras não especificadas F Construção G-51 Comércio por grosso e agentes do comércio, excepto de veículos automóveis e motociclos M+N+O Educação; saúde e acção social; outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais 33