Gás Natural Parte VI. Fernando Borges AB-LO/OL/MD Julho/2012

Documentos relacionados
Combustão é uma reação química de óxido-redução entre um combustível e um comburente, sendo obtido calor (energia) e sub-produtos.

Operador de Processo e Produção. Módulo V

Apostila de Química 01 Estudo dos Gases

Composição. O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, que, à temperatura ambiente e pressão atmosfé

Química Aplicada. QAP0001 Licenciatura em Química Prof a. Dr a. Carla Dalmolin

Um dos componentes do GLP (gás liquefeito do petróleo) é o propano (C3H8). A sua combustão pode ser representada pela seguinte equação química:

TERMOQUÍMICA Folha 3.2 Prof.: João Roberto Mazzei 01- (ufrs-2004) Considere as seguintes reações, na temperatura de 25 C.

Deve-se esperar uma redução na velocidade de rotação do hidrômetro em dias frios.

Prof. Alberto Wisniewski Jr - DQI-UFS 18/05/2010

Capítulo 2. Caracterização dos gases Combustíveis

Prof: Francisco Sallas

MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101

Substâncias e Misturas

Sumário. Apresentação... IX Prefácio... XI Minicurrículo do Autor... XIII

Combustíveis Energia e Ambiente. Combustíveis gasosos, líquidos e sólidos: compreender as diferenças

Caracterização das Chamas:

PRINCIPAIS TÓPICOS INTRODUÇÃO DEFINIÇÕES PRODUÇÃO TRANSPORTE PLANTAS DE PROCESSAMENTO APLICAÇÕES NOVAS TECNOLOGIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CURSOS DE ENGENHARIA DE ENERGIA E MECÂNICA MEDIÇÕES TÉRMICAS Prof. Paulo Smith Schneider

GASES INDUSTRIAIS. Universidade do Estado de Santa Catarina Acadêmica: Mayara Boettcher Prof : Sivaldo Leite Correia Disciplina: Química Aplicada

P4 - PROVA DE QUÍMICA GERAL - 28/06/08

4 - Entalpias de Formação e de Combustão

Entalpia. O trabalho realizado por esta reação é denominado trabalho de pressão-volume (trabalho PV)

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA I

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA JONEY CAPELASSO-TLJH GE-OPE/OAE-UTE-LCP/O&M

QUÍMICA CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TM-364 MÁQUINAS TÉRMICAS I. Máquinas Térmicas I

TAREFA DA SEMANA DE 24 a 28 DE FEVEREIRO

14 COMBUSTÍVEIS E TEMPERATURA DE CHAMA

ANEXO II CONCEITOS RELATIVOS À ENERGIA NA COMBUSTÃO

P1 - PROVA DE QUÍMICA GERAL 10/09/05

Exercício. Questão 48 Engenheiro de Processamento Petrobras 02/2010

48 CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA CURITIBA PR 29/06/04

Variação de entalpia nas mudanças de estado físico. Prof. Msc.. João Neto

9ª LISTA - EXERCÍCIOS DE PROVAS 1 a. Lei da Termodinâmica

Física. Física Módulo 2 Flúidos

COMBUSTÃO DEFINIÇÃO COMBUSTÍVEL - COMBURENTE - TEMPERATURA

PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DA REFORMA DO ETANOL

Universidade Federal do Acre Engenharia Agronômica PET- Programa de Ensino Tutorial. Termoquímica

Termoquímica Entalpia e Lei de Hess

Modelos de Fonte. Líquido Gás Outros. Introdução. Versão: Abril de 2017

INTRODUÇÃO À QUÍMICA

Disciplina: Motores a Combustão Interna. Ciclo Ideal e Real

Estudos de Calor Nas Reações Químicas

TERMOQUÍMICA EXERCÍCIOS PARA TREINO

IMPACTOS AMBIENTAIS DO AUTOMÓVEL ANÁLISE NUMÉRICA DO CICLO TERMODINÂMICO DE UM MOTOR DE 170kW OPERANDO A GÁS NATURAL

Energia, calor, entalpia e variação de entalpia.

P2 - PROVA DE QUÍMICA GERAL - 16/05/03

TERMODINÂMICA (Parte 1)

FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA

Propriedades e Usos dos Materiais

P2 - PROVA DE QUÍMICA GERAL 22/10/05.

Química Monitores: Luciana Lima e Rafael França 06, 07, 08 e 11/07/2015. Material de Apoio para Monitoria

COMBUSTÍVEIS E REDUTORES

EXPERIÊNCIA Nº 3 DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE CHAMA

FRACIONAMENTO DO GÁS NATURAL

P1 - PROVA DE QUÍMICA GERAL 09/09/11

Estudo Físico-Químico dos Gases

Estudo Físico-Químico dos Gases

PETRÓLEO Métodos Analíticos empregados em PETRÓLEO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO) INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DEP. BIOLOGIA / LIC

TERMOQUÍMICA- 3C13. As transformações físicas também são acompanhadas de calor, como ocorre na mudanda de estados físicos da matéria.

Conceitos Básicos sobre gases

PROMOVE PROCESSOS TÉRMICOS

Propriedades das substâncias puras simples compressíveis

Escola de Engenharia de Lorena USP - Cinética Química Capítulo 05 Reações Irreversiveis a Volume Varíavel

INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS

Módulo inicial Materiais: Diversidade e Constituição. Química 10.º ano Ano lectivo 2007/2008

Termoquímica. Trabalho, calor e energia interna. Leis da Termodinâmica. Entalpia. Lei de Hess. Entropia. Energia livre

Equações-chave FUNDAMENTOS. Seção A. Seção E. Seção F. Seção G. mv 2. E c E P. mgh. Energia total energia cinética energia potencial, ou E E c.

Resolução de Questões de Provas Específicas de Química (Aula 7)

ATMOSFERA Temperatura, pressão, densidade e volume molar

Combustíveis e Redutores ENERGIA PARA METALURGIA

MÁQUINAS TÉRMICAS

PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E DESASTRES QUÍMICOS

Pietro A. S. Mendes. Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos

PAGQuímica 2011/1 Exercícios de Equilíbrio Químico

P1 - PROVA DE QUÍMICA GERAL - 18/09/04

b) Tendo em conta a conclusão de Avogadro, selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte. Em condições PTN,...

Redução de Custos Através do Uso Racional do Gás Natural

O combustível e a Combustão

PARTE III Balanço de massa

Propriedades da madeira para fins de energia. Poder Calorífico

Apostila de Química 02 Termoquímica

Energética Industrial

Assunto: Petróleo Folha 13.1 Prof.: João Roberto Mazzei

Curso Engenharia de Energia

Motores Térmicos. Problemas das Aulas Práticas

PAG Química Equilíbrio Químico 1. Para o equilíbrio gasoso entre NO e O 2 formando NO 2 (2 NO (g) + O 2 (g) 2 NO 2 (g)), a constante de equilíbrio é

TRATAMENTO DE GÁS NATURAL USANDO O TUBO VORTEX Obtenção, Tratamento e Condensados, Compressão e Distribuição do Gás Natural.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Combustão Industrial

Prova de Avaliação de Capacidade e Prova Específica de Avaliação de Conhecimentos n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento dos TeSP da UAlg.

FÍSICO-QUÍMICA GASES IDEAIS E GASES REAIS. Prof. MSc. Danilo Cândido

Reações químicas e combustão

Incêndio É quando o fogo se torna um devastador, fugindo do controle humano. Conceito de fogo PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

PORTARIA Nº 128, DE 28 DE AGOSTO DE Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico ANP nº 3/2001, em anexo, que estabelece a

PORTARIA Nº 104, DE 8 DE JUlHO DE 2002

Fotossíntese das plantas, o sol fornece energia

SOLDA OXIACETILENO 1

Prof. Luís Fernando Pagotti

Transcrição:

Gás Natural Parte VI Fernando Borges AB-LO/OL/MD Julho/2012

Conceito, Definições Básicas e Propriedades. Mistura de hidrocarbonetos (CnH2n+2) com predominância de metano - CH4 - (percentual mínimo aproximado de 83%) tendo como elementos inertes N2, O2 e CO2. Possui como possíveis contaminantes H2S, Va, Nb, W e H2O. Os constituintes do gás natural são separados por processos físicos (resfriamento, expansão etc.) não havendo nenhuma reação química nesse processo.

Frações Pesadas do Gás Natural: São os constituintes com maior quantidade de C e H na molécula (C3H8, ic4h10, nc4h10, ic5h12, ic5h12 etc.). Dependendo das condições de pressão e temperatura estão presentes no gás em fase líquida, podendo ser separados por processos mecânicos. (centrifugação, coalescência, deflecção etc.). Gás residual ou processado: Gás efluente de uma UPGN onde foram removidas as frações pesadas do mesmo. Gás rico ou não-processado: Gás contendo as frações pesadas (By-pass de UPGN, ou não processado por UPGN).

Conceito, Definições Básicas e Propriedades. Mistura de hidrocarbonetos (CnH2n+2) com predominância de metano - CH4 - (percentual mínimo aproximado de 83%) tendo como elementos inertes N2, O2 e CO2. Possui como possíveis contaminantes H2S, Va, Nb, W e H2O. Os constituintes do gás natural são separados por processos físicos (resfriamento, expansão etc.) não havendo nenhuma reação química nesse processo.

Líquido de Gás Natural - LGN: frações pesadas removidas do gás natural nas UPGN s, a partir do qual são obtidos o GLP e a gasolina natural - (C5+). Gás Natural Liquefeito - GNL: gás natural transformado em fase líquida através de processo criogênico (resfriamento a baixíssimas temperaturas 162ºC e 1atm). O volume correspondente a 1 stm3 é reduzido cerca de 640 vezes (1v LGN = 1/640 stm3) após o processo de criogenia. Ponto de Orvalho (Dew Point): temperatura a determinada pressão onde ocorre a formação de fase líquida no gás. Ex. DP = - 45ºC @ 1 atm.

Hidrato: mistura de hidrocarbonetos e água, sob a forma de cristais, que ocorre em situações de alta pressão, baixa temperatura e presença de H2O no gás. A formação de hidratos ocorre na expansão do gás quando há presença prévia de fase líquida no gás a alta pressão. Efeito prático negativo: bloqueio da passagem do gás nas válvulas solenóides dos dispensers. Efeito Joule-Thomson: mudança de temperatura de determinado gás quando passa por processo de despressurizaçao. O gás natural e GLP tem coeficiente Joule-Thomson positivo (queda de temperatura quando sofre expansão). Expresso em ºC/Kgf/cm2, ºF/psi.

Stm3 ou m3 (standard metro cúbico): volume ocupado por um gás quando a temperatura de 20ºC (normas brasileiras 15ºC normas internacionais) a pressão absoluta de 1 atm. Nm3 (normal metro cúbico): volume ocupado por um gás a 0ºC e a pressão abs. de 1 atm. Para conversão: 1 stm3 = 1,073 Nm3. (1,073 = 293/273 relação entre temperaturas absolutas)

Densidade (specific gravity): relação entre as massas específicas de duas substâncias, uma delas tomada como referência. Por exemplo: densidade típica do gás natural em relação ao ar = 0,63. Conhecendo-se a densidade (em rel. ao ar) de um gás, basta multiplicar seu valor por 1,2048 para obter-se o valor de sua massa específica em Kg/Stm3. Nota: massa específica do ar 1,2928 Kg/Nm3. Volume específico (specific weight): volume por unidade de massa de um gás. (m3/kg, Nm3/kg). Volume hidráulico: capacidade volumétrica de uma estocagem de gás expressa em litros. O volume correspondente de gás irá depender da composição, pressão e temperatura (fator de compressibilidade) do gás no interior da estocagem.

Poder Calorífico Superior PCS: energia total, sob a forma de calor, obtida por unidade (massa ou volume) do gás após a sua combustão. (Kcal/Kg, Kcal/m3,Kcal/Nm3). Poder Calorífico Inferior PCI: energia líquida ou útil obtida da combustão de um gás, onde foi subtraída a energia perdida na vaporização da água formada nessa combustão. Valores expressos nas mesmas unidades do PCS. Massa específica (density): massa por unidade de volume de um gás. (Kg/m3, Kg/Nm3, lbm/ft3 etc.). Esse é o fator que deve ser setado na unidade eletrônica (CPU) dos dispensers. É fornecido pelas Companhias de gás ou obtido a partir da densidade do gás (depende da composição origem do gás).

Número de Wobbe: é a relação entre o PCS e a raiz quadrada da densidade de um gás. Essa característica expressa a combustibilidade de um gás e assim os detalhes construtivos de um combustor. Usado na implantação de sistemas antecipados de gás natural (propano-ar ou ar propanado), mediante a mistura de ar com propano (GLP) de modo a obter-se o mesmo número de Wobbe do gás natural que vier a ser usado. Faixa de inflamabilidade: proporção, em que uma mistura se torna inflamável, entre um combustível (gás) e um comburente (ar) expressa normalmente em base volumétrica. O gás natural tem uma faixa de inflamabilidade média de 4 a 14% (vol. de gás em relação volume de ar). Temperatura de ignição: temperatura mínima necessária a ignição de uma mistura ar-combustível quando estiver na sua faixa de inflamabilidade. O gás natural tem uma temperatura de ignição de 620ºC.