Vivendo Além dos Padrões de Vida: INFLUÊNCIAS SOCIAIS

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Transcrição:

Vivendo Além dos Padrões de Vida: INFLUÊNCIAS SOCIAIS Novembro 2015

INTRODUÇÃO Quatro em cada dez entrevistados fazem controle financeiro ruim, ou não fazem controle algum O estudo Além dos padrões de Vida Influência dos Meios Sociais, conduzido pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz, busca compreender o impacto das influências sociais na vida dos consumidores que vivem fora do padrão de vida, e portanto extrapolam o orçamento mensal. A pesquisa foi feita com consumidores internautas que admitiram viver fora do padrão de vida. A definição deste conceito considera dois critérios: primeiro, ter fechado as contas do mês no zero a zero nos últimos seis meses, sem sobra de dinheiro, ou não ter conseguido fechar as contas do mês, ficando no vermelho; segundo, para aqueles que ficaram no vermelho, o motivo de não ter conseguido fechar as contas do mês não considerou perda de emprego, problema de saúde ou falecimento na família.

INFLUÊNCIAS DOS MEIOS SOCIAIS NO CONSUMO Metade dos entrevistados acredita ter padrão de vida semelhante ao de familiares, vizinhos e amigos próximos O estudo do SPC Brasil sugere que a ideia que o consumidor internauta faz do próprio padrão de vida depende, em grande parte, do modo como ele percebe os outros à sua volta. O padrão de vida não diz respeito apenas à renda familiar, propriamente dita, e sim à expressão do estilo de vida como um todo: os lugares que o consumidor frequenta, as roupas que veste, o local onde mora, o carro que dirige, suas escolhas na hora de mobiliar a casa, os serviços pelos quais pode pagar... Todos esses detalhes, em conjunto, constituem a imagem do padrão de vida, tanto para si mesmo quanto para amigos e familiares. Assim, a maior parte da amostra acredita que seu padrão de vida é semelhante ao de pessoas próximas. 51% acreditam ser igual ao de seus familiares enquanto 22% consideram melhor/muito melhor e 29% garantem que é pior/muito pior. A proporção dos que acreditam em padrão de vida semelhante é praticamente a mesma no que diz respeito aos vizinhos (52%), amigos próximos (55%) e colegas de trabalho (58%). 3

Já entre os que consideram a própria condição melhor/muito melhor, a maior proporção de entrevistados surge quando a comparação é feita com os vizinhos (30%). Ao mesmo tempo, a comparação mais desfavorável é com familiares: neste caso, 29% dos respondentes afirmam que seu padrão de vida é pior/muito pior. PADRÃO DE VIDA EM RELAÇÃO AS PESSOAS PRÓXIMAS EM RELAÇÃO AOS... - RU MUITO MELHOR MELHOR IGUAL PIOR MUITO PIOR Vizinhos 4% 26% 52% 18% 1% Colegas de trabalho 3% 16% 58% 20% 3% Amigos próximos 3% 16% 55% 25% 2% Familiares 2% 20% 51% 23% 6% É interessante observar que boa parte das pessoas ouvidas admite reparar em vários itens pertencentes a familiares e amigos, o que sugere que esta é também uma forma de autoavaliação: ao identificar aspectos materiais da vida dos outros, o entrevistado acaba comparando e percebendo a própria condição em que se encontra. A pesquisa mostra que 42% da amostra admitem reparar no modelo do carro de familiares e amigos, sempre ou de vez em quando sobretudo entre os mais jovens (54%). O mesmo ocorre com a forma como familiares e amigos se vestem (42%, aumentando para 52% entre as mulheres e 58% entre os mais jovens) e o apartamento/casa onde moram (46%, novamente aumentando para 51% entre as mulheres e 54% entre os mais jovens). Em contrapartida, os itens que menos chamam a atenção dos entrevistados, em relação aos familiares e amigos, são as marcas de modelos de TV (54% nunca reparam); e o fato de possuírem TV por assinatura (51% nunca reparam) ou internet rápida (51% nunca reparam). BOA PARTE DAS PESSOAS OUVIDAS REPARA MESMO QUE DE VEZ EM QUANDO EM ITENS PERTENCENTES A FAMILIARES E AMIGOS 46% 42% 42% Apartamento/casa onde moram Forma como se vestem Modelo do carro 4

REPARA NOS ITENS DOS FAMILIARES ITEM - RU SIM, SEMPRE REPARA SIM, REPARA DE VEZ EM QUANDO SIM, REPARA RARAMENTE NÃO, NUNCA REPARA NISSO O modelo do carro 20% 22% 25% 33% A forma como se vestem 21% 21% 31% 27% O tipo de apartamento/casa 19% 27% 27% 27% A marca do celular 17% 23% 25% 36% Se possuem internet rápida 13% 14% 22% 51% Se possuem TV a cabo 11% 15% 24% 51% Marcas e modelos de TV 8% 14% 25% 54% Quando um familiar ou amigo compra um carro novo, 30% dos entrevistados garantem ficar com vontade de comprar, sendo que percentuais expressivos também são observados quando a pergunta diz respeito a um celular novo (37%) e a uma roupa nova (35%). Por outro lado, nem todos os itens chamam a mesma atenção: a maior parte dos respondentes garante ficar indiferente a alguns itens e serviços adquiridos por familiares e amigos, como um móvel chique (72%), assinatura de TV paga com muitos canais (70%) ou assinatura de internet rápida (67%). A fim de mensurar o impacto e a influência que as novas aquisições de outras pessoas exercem sobre o consumidor, o estudo preparou três simulações. O objetivo era saber se os entrevistados também se sentiam estimulados a consumir, avaliando suas reações diante de um comportamento de consumo exibido por familiares e amigos. 5

Na primeira simulação, perguntou-se: você compraria um smartphone para seu filho, se ele chegasse em casa e dissesse que todos os colegas têm e ele possui um antigo? 46% dos entrevistados acreditam que a compra não é justificável. Em contrapartida, praticamente quatro em cada dez pessoas (39%) comprariam o aparelho, seja porque dariam um jeito de comprar logo (10%), ou com a condição de juntar o dinheiro primeiro (29%). Na segunda simulação, perguntados sobre um amigo que, mesmo sem poder pagar, comprasse um terno mais caro que os demais disponíveis no mercado, com o argumento de que seria importante para obter status no trabalho, 78% dos entrevistados seriam contra, e apenas 9% concordariam. Finalmente, na terceira simulação os respondentes foram perguntados se sairiam com os colegas de trabalho após o expediente, mesmo com o orçamento apertado: 30% admitem que sim, dentre esses, 19% nem pensam no orçamento, querem aproveitar o momento, e 11% que vão porque ficam preocupados no que os outros vão pensar, e depois dão um jeito para fechar o orçamento. Os resultados das simulações sugerem que os consumidores entrevistados são impactados pelo comportamento de consumo de outras pessoas, em diferentes níveis. Observa-se que parte dos entrevistados se sente intimidada quando não pode acompanhar o ritmo de amigos ou colegas de trabalho: admitir que não pode realizar uma atividade de lazer por que o orçamento está apertado equivale, de certo modo, a um fracasso pessoal. Do mesmo modo, o argumento do filho para convencer os pais a comprarem o smartphone funciona por que os consumidores internautas parecem se sentir pessoalmente atingidos, como se deixar de realizar a compra fosse a prova de que se encontram em posição inferior às outras famílias, financeiramente. Afinal, todos os outros têm. 6

Um em cada quatro admite comprar coisas, sem poder, para agradar aos outros 25% 12% 11% Compram coisas mesmo sem poder, só para agradar as pessoas Compram mais do que podem pagar porque têm uma reputação/ imagem a zelar Compram pensando mais no que vão achar deles do que no próprio prazer/ satisfação O consumo realizado para agradar ou impressionar os outros também foi observado na pesquisa: 66% dos respondentes ficam felizes ao receber elogios por algo novo que compraram, ainda que ocasionalmente, aumentando para 75% entre as mulheres. 25% compram coisas mesmo sem poder, só para agradar as pessoas, ainda que ocasionalmente, sobretudo entre aqueles com idade entre 25 e 34 anos (35%), enquanto 12% compram mais do que podem pagar porque têm uma reputação/imagem a zelar e 11% compram pensando mais no que vão achar deles do que no próprio prazer/satisfação. CONSUMO PARA AGRADAR OU IMPRESSIONAR OS OUTROS FRASES - RU FAZ ISSO SEMPRE FAZ ISSO DE VEZ EM QUANDO NUNCA FAZ ESSE TIPO DE COISA NÃO SEI/ PREFIRO NÃO RESPONDER Fico feliz ao receber um elogio por algo novo que comprei (roupa, sapato, relógio, celular, etc) 23% 43% 32% 7% Compro as coisas mesmo sem poder só para agradar as pessoas 2% 23% 73% 2% Compro mais do que posso pagar porque tenho uma reputação/ imagem a zelar Compro pensando mais no que vão achar de mim, do que no meu próprio prazer/satisfação 2% 10% 86% 3% 1% 10% 86% 3% 7

Problemas pessoais e familiares também parecem afetar os padrões de consumo O estudo apresentou aos entrevistados uma série de frases afirmativas que ajudam a explicar a situação de quem vive fora do padrão de vida. 59% deles, por exemplo, concordam com a seguinte colocação: sinto necessidade de conquistar, adquirir coisas novas e mudar de vida, principalmente entre os mais jovens (75%). 24% precisam de uma vida glamorosa, gostam de uma vida confortável, aumentando para 37% entre os mais jovens, enquanto 12% dizem gostar de impressionar as pessoas, mostrar que estão bem na foto (aumentando para 15% entre as mulheres, contra 8% entre os homens). Por outro lado, problemas pessoais e familiares também parecem afetar os padrões de consumo dos respondentes: 18% estão passando por um momento difícil da vida e acabaram adotando um estilo de vida além do que podiam, e 11% concordam com a seguinte frase: me divorciei/ terminei/ saí de um relacionamento estável, e com isto tive que assumir mais despesas na minha casa; de modo semelhante, 5% perderam um ente/pessoa da família que era responsável pelas contas da casa e ainda estão readequando os gastos da família, por isso não conseguem manter o padrão de vida atual. 8

BACKGROUND FAMILIAR 37% não tiveram nenhuma educação financeira por parte dos pais Quatro em cada dez pessoas ouvidas vêm de famílias com pais financeiramente equilibrados A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz procurou compreender o histórico familiar dos entrevistados para saber de que forma o comportamento dos pais poderia influenciar no estilo de vida daqueles que vivem fora do padrão e o modo como lidariam com o próprio orçamento pessoal, no futuro. Somente 44% dos entrevistados que vivem fora do padrão de vida afirmam vir de famílias com pais financeiramente equilibrados, enquanto outros 36% dizem que os pais eram econômicos, aumentando para 47% entre os mais velhos. Menos de um em cada dez entrevistados menciona pais gastadores (9%) e descontrolados financeiramente (7%). Praticamente quatro em cada dez respondentes (37%) dizem que não tiveram nenhuma educação financeira por parte dos pais, sobretudo entre os homens (43%) e os mais velhos (49%), e outros 29% afirmam que tiveram, mas de forma esporádica. Ainda que os entrevistados quisessem muito ganhar algo, 42% garantem que os pais só compravam se houvesse uma ocasião especial, principalmente na Classe A/B (46%, contra 37% na Classe C). 9

Ao falar sobre seu comportamento atual, a maior parte dos entrevistados se considera financeiramente equilibrada (50%), enquanto 34% se dizem gastadores ou descontrolados financeiramente. Vale destacar que entre os que se veem como descontrolados financeiramente é maior a proporção dos que afirmam vir de famílias com pais descontrolados financeiramente também (23%, contra 9% entre os que garantem ter tido pais financeiramente equilibrados). Além disso, 47% dos filhos de pais gastadores se consideram gastadores ou financeiramente desequilibrados. Finalmente, a pesquisa indica que a frequência dos que se consideram financeiramente equilibrados é menor entre os respondentes que não tiveram acesso à educação financeira em casa: 39%, contra 64% no caso das famílias que sempre ensinaram os filhos sobre o valor do dinheiro e a importância de poupar. Os resultados sugerem que a educação financeira dentro de casa pode, de algum modo, vir a ser influência positiva na vida dos consumidores. Ainda que muitos entrevistados garantam ter tido pais financeiramente equilibrados, boa parte admite que não teve acesso a nenhuma educação financeira (37%). Vale lembrar que essas pessoas, hoje, vivem fora do padrão adequado ao seu orçamento. Além disso, entre os respondentes que não falavam sobre dinheiro e hábitos financeiros saudáveis, é mais difícil encontrar o perfil dos financeiramente equilibrados, o que pode sugerir uma relação positiva entre a educação e comportamento financeiro positivo no futuro. A educação financeira dentro de casa pode, de algum modo, vir a ser influência positiva na vida dos consumidores 10

CONCLUSÃO A maioria dos entrevistados acredita que seu padrão de vida é igual ao de familiares (51%), vizinhos (52%), amigos próximos (55%) e colegas de trabalho (58%). Esse é um dado importante, pois a pesquisa sugere que observar aspectos da condição material do outro é uma forma de avaliar a própria situação: 42% da amostra admitem reparar no modelo do carro de familiares e amigos, sempre ou de vez em quando, e boa parte repara, ainda que ocasionalmente, no modo como os outros se vestem (42%) e no apartamento/casa onde moram (46%). O consumo opera em algumas pessoas como uma ferramenta de autoafirmação Além disso, quando um familiar ou amigo compra um carro novo, 30% dos respondentes também ficam com vontade de comprar um. Comportamento semelhante ocorre quando se trata de um celular novo (37%) ou de uma roupa nova (35%) O estudo também sugere que o consumo opera em algumas pessoas como uma ferramenta de autoafirmação, já que 66% dos respondentes ficam felizes ao receber elogios por algo novo que compraram, ainda que ocasionalmente, aumentando para 75% entre as mulheres. Ao lado disso, um em cada quatro respondentes (25%) admite comprar coisas mesmo sem poder para agradar às pessoas, ainda que ocasionalmente, enquanto 12% compram mais do que podem pagar porque têm uma reputação/imagem a zelar e 11% compram pensando mais no que vão achar deles do que no próprio prazer/satisfação. 11

Por fim, o estudo parece indicar que a ausência de educação financeira e os maus hábitos relativos ao uso do dinheiro podem, de algum modo, impactar a vida dos consumidores. Entre os respondentes que hoje se consideram financeiramente descontrolados, é maior a proporção dos que garantem vir de famílias com pais descontrolados financeiramente: 23%, contra 9% entre os que tiveram pais financeiramente equilibrados. Além disso, 64% dos que se consideram financeiramente equilibrados são oriundos de famílias que sempre ensinaram os filhos sobre o valor do dinheiro e a importância de poupar. Ao mesmo tempo, o percentual do perfil financeiramente equilibrado cai para 39% entre os que não tiveram acesso à educação financeira. De qualquer modo, José Vignoli ressalta que é possível viver melhor, sem o estresse e as preocupações que geralmente acompanham um estilo de vida impensado, do ponto de vista financeiro. Extrapolar os limites do próprio orçamento, seja para agradar a si mesmo, seja para provar algo diante dos outros e manter um padrão de vida incompatível com a renda familiar, não é recomendável sob nenhuma circunstância. Para o educador financeiro do SPC Brasil, independente das escolhas de cada um, o estilo de vida mais adequado é sempre aquele que cabe no bolso. A ausência de educação financeira e os maus hábitos relativos ao uso do dinheiro podem impactar a vida dos consumidores 12

METODOLOGIA Público alvo: Internautas das 27 capitais brasileiras, com mais de 18 anos, de ambos os sexos, com renda maior que 2 salários mínimos, que vivem fora do padrão de vida. Método de coleta: Internet. De forma aleatória (sem cota para sexo, idade ou classe social). Tamanho amostral da pesquisa: 623 casos, margem de erro geral de 4,0 p.p para um intervalo de confiança de 95%. Data de coleta dos dados: 03 a 06 de agosto de 2015. Aleatoriedade: A aleatoriedade na coleta de dados foi fundamental para traçar o perfil sócio demográfico dos internautas pesquisados. 13