Chemical characterization and weight loss of c.v. grape bunches Brazil during post-harvest storage.

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Caracterização química e perda de massa de cachos da uva cv. Brasil durante o armazenamento pós-colheita. Francisco J. D. Neto 1 ; Adilson P. Junior¹, Bruna T. F. Vedoato¹; Marlon J. R. da Silva¹; Marco A. Tecchio 1 1 UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho - Fazenda Lageado Portaria I: Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307 Botucatu - SP. fjdominguesneto@hotmail.com, adilson_pimentel@outlook.com, bruvedoato@hotmail.com, marlonjocimar@gmail.com tecchio@fca.unesp.br RESUMO As exigências em qualidade para os produtos hortifrutícolas estão mais evidentes tanto no mercado externo como no interno. Em geral, as uvas apresentam baixa taxa respiratória, pois consiste em frutos não climatéricos, fator que contribui no tempo póscolheita. O objetivo do trabalho foi determinar os atributos químicos e a perda de massa de cachos da videira Brasil durante armazenamento refrigerado na pós-colheita. Foi utilizada a cultivar de uva Brasil no quinto ano de produção, após a colheita os cachos foram embalados em bandejas de isopor, cobertos por filme plástico e armazenados sob refrigeração (5±1ºC e 85-90% de UR) em câmara fria e retirados nos dias de avaliação (dia zero, 4, 8 e 12 dias de armazenamento). O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado com três repetições, sendo os tratamentos representados pelos dias de avaliação. Foi determinado os valores de ph, sólidos solúveis, acidez titulável, relação sólidos solúveis/acidez e a porcentagem de perda de massa. Houve variação nas características químicas dos cachos da uva Brasil durante o período de armazenamento e de acordo com os dados encontrados, conclui-se que estes estavam próprios para consumo até o 12º dia. PALAVRAS-CHAVE: videira, Vitis vinifera, armazenamento refrigerado. ABSTRACT Chemical characterization and weight loss of c.v. grape bunches Brazil during post-harvest storage. The quality requirements for fresh horticultural products are more evident in both the external and the internal market. In general, the grapes have low respiration rate, it consists in non- climacteric fruit contributing factor in the post -harvest time. The objective was to determine the chemical properties and the weight loss of vine Brazil

33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 during cold storage on post-harvest. It was used grapes Brazil in the fifth year of production, post-harvest bunches were packed in styrofoam trays, covered with plastic wrap and stored under refrigeration ( 5 ± 1 C and 85-90 % RH ) in cold storage and removed the evaluation days (day zero, 4, 8 and 12 days of storage ). The statistical design was completely randomized with three replications, and the treatments represented by day trial. It was determined the ph, soluble solids, titratable acidity, soluble solids/acidity and the percentage of weight loss. There was variation in the chemical characteristics of the grape bunches Brazil during the storage period and according to the findings, it is concluded that these were proper for consumption until the 12th day. Keywords: vine, Vitis vinifera, cold storage. INTRODUÇÃO As frutas frescas, dentre estas a uva para mesa, têm aumentado sua participação no comércio nacional e internacional, formando complexos produtivos, num contexto de importantes mudanças socioeconômicas, tais como: a abertura dos mercados e a globalização da economia, significando exigência cada vez maior dos consumidores para com alimentos diversificados e sadios (LEÃO; SOARES, 2000). A cultivar Brasil (Vitis vinífera L.) é uma das mutações coloridas da cultivar Itália (ASSIS et al., 2013). Vem se destacando dentre as principais cultivares de uvas destinadas ao consumo in natura no território nacional. No mercado brasileiro de uvas para mesa, percebe-se uma exigência cada vez maior dos consumidores nacionais por frutas de melhor qualidade, não somente quanto ao aspecto, mas também ao sabor, aroma e consistência (LULU et al., 2005). As exigências em qualidade para os produtos hortifrutícolas estão cada dia mais evidentes tanto no mercado externo como no interno. Em geral as uvas para mesa apresentam baixa taxa respiratória, pois consiste em frutos não climatéricos, fator que contribui no tempo pós-colheita (POMMER, 2003). A perda de massa é uma das principais causas de redução da vida pós-colheita da uva. Quando armazenadas sob condições ambiente as bagas de uva vem a enrugar a casca, deixa-as opacas e túrgidas, causando também o ressecamento do engaço e do pedicelo, fatores que contribuem para um produto impróprio para comercialização (GINSBURG et al., 1978). Como medida de controle das podridões e dos atributos químicos e físicos de cachos de uvas na pós-

65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 colheita, se destaca o armazenamento refrigerado em condições apropriadas de temperatura (0 C a 2 C) e umidade relativa (90% a 95) (NETTO et al., 1993; CAMILI et al., 2007). A refrigeração é uma etapa importante para a manutenção da qualidade das uvas pois vem a reduzir a perda de água e a taxa respiratória do fruto, prolongando seu armazenamento. Diante do exposto, objetivou com este trabalho, determinar os atributos químicos e a perda de massa de cachos da videira Brasil durante armazenamento refrigerado na pós-colheita. MATERIAL E MÉTODOS A uva utilizada no experimento foi proveniente da propriedade Pinhalzinho localizada no município de Pilar do Sul/SP, com altitude de aproximadamente 689 metros, 23º48 S e 47º42 O. A temperatura média anual é de 14ºC e precipitação média de 1475 mm por ano. Foi utilizada a cultivar de uva Brasil, enxertada no porta-enxerto 420-A, plantada no espaçamento de 4x2 m, no sistema de pérgula. A colheita foi realizada em vinhedo no quinto ano de produção, com ciclo fenológico de aproximadamente 160 dias. Após a colheita, os cachos foram colocados em caixas de isopor e transportados para o laboratório de pós-colheita de frutas e hortaliças, pertencente ao Departamento de Horticultura, da Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP - Campus de Botucatu/SP, onde o experimento foi realizado. Os cachos foram embalados em bandejas de isopor, cobertos por filme plástico e armazenados sob refrigeração a 5±1ºC e 85-90% de UR em câmara fria e retirados nos dias de avaliação (dia zero, 4, 8 e 12 dias de armazenamento). O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado com três repetições, sendo os tratamentos representados pelos dias de avaliação. Foram realizadas avaliações de ph, sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), relação SS/AT ( Ratio ) de acordo com a metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2008) e a porcentagem de perda de massa, através da pesagem dos cachos nos dias de avaliação e calculado através da fórmula: % perda de massa fresca = 100 (PA x 100/PI). Onde: PI = peso inicial (dia zero); PA = peso no dia de avaliação. Os dados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão polinomial. RESULTADOS E DISCUSSÃO

96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 De acordo com a figura 1 o valor do ph da polpa da uva foi alterado com o tempo de armazenamento, apresentando o maior valor (3,48) aos 6 dias. Pinto et al., (2008) encontraram para manga Tommy Atkins o maior valor de ph (4,48) aos 32 dias de armazenamento. Os valores de sólidos reduziram até o 8º dia de armazenamento, apresentando nesse dia 12,80º Brix. A partir desse dia, houve aumento nos valores, o qual apresentou 13,80º Brix aos 12 dias de armazenamento (Figura 2). Lulu et al. (2005) afirmaram não haver redução do teor de sólidos solúveis em uva Romana armazenada por 36 dias em refrigeração (3ºC). Benkhemar et al, (1989) ao analisarem o conteúdo de sólidos solúveis em seis cultivares de uva durante a conservação, observaram um ligeiro decréscimo na taxa, porém descrevem ainda que esta diminuição é compensada pelo metabolismo dos ácidos orgânicos notadamente ácido málico e ácido pirúvico, que são transformados em açúcares, o que mantém, numa primeira instância a taxa de açúcar constante, caindo posteriormente. Quanto à acidez titulável, o modelo de regressão quadrático foi significativo para expressar a variação dos dados obtidos, em que ocorreu uma diminuição da acidez titulável, observa-se na figura 3 uma tendência de redução no valor da acidez da polpa da uva com os dias de armazenamento, passando de 0,75% de ácido tartárico no dia da colheita para 0,58% aos 12 dias de armazenamento. Segundo Champagnol (1984), entre os fatores que determinam a redução da acidez do mosto, estão a diluição dos ácidos orgânicos na sua utilização no processo respiratório e a migração de bases, que neutralizam os ácidos e que produzem um aumento de ph e consequentemente a redução da acidez total. Os ácidos orgânicos são consumidos no metabolismo do fruto durante o armazenamento para a sua manutenção (CHITARRA; CHITARRA, 2005), o que pode justificar esse comportamento nesse experimento. A relação sólidos solúveis/acidez titulável ( Ratio ) aumentou conforme aumentou os dias de armazenamento, apresentando aos 12 dias de armazenamento o valor de 24,00 (Figura 4). Essa maior relação se deu pelo aumento do teor de sólidos solúveis (Figura 2) e redução da acidez (Figura 3) nesse dia de avaliação. A composição química do fruto pode ter seus valores elevados devido à desidratação natural ou a perda de umidade (CHITARRA; CHITARRA, 2005). O Ratio está relacionado ao flavor do fruto, quanto maior é, o sabor é mais agradável (CHITARRA; CHITARRRA, 2005). A perda de massa tem sido observada em uva durante o armazenamento (LULU et al., 2005) e, esta, pode ser devido à desidratação (GORGATTI NETO, 1993). A

128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 porcentagem de perda de massa apresentou um aumento progressivo durante o período de armazenamento, apresentando aos 12 dias uma perda de 0,40% (Figura 5). CONCLUSÕES Houve variação nas características químicas dos cachos da uva Brasil durante o período de armazenamento e de acordo com os dados encontrados, conclui-se que estes estavam próprios para consumo até o 12º dia. REFERÊNCIAS ASSIS, A.M. de; ROBERTO, S.R.; YAMAMOTO, L.Y. Haruna Uma nova mutação somática natural da videira Itália. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 35, n.1, p. 325-328, 2013. BENKHEMAR, O.; EL MNIAI, H.; BOUBEKRI, C.; LAHLOU, H.; TANTAOUIELAKARI, A. La conservation frigorifique de six variétés de raisin de table cultivées au Maroc, por la méthode des sachets générateurs. Bulletin de OIV, Paris, n. 695-696, p. 5-19, 1989. CAMILI, E.C.; BENATO, E.A.; PASCHOLATI, S.F.; CIA, P. Avaliação de quitosana, aplicada em pós colheita, na proteção de uva Itália contra Botrytis cinerea. Summa Phytopathologica, v.33, p.215 221, 2007. CHAMPAGNOL, F. Élements de physiologie de la vigne et de viticulture generale. Montpellier: DEHAN, 1984. 351p. CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 2005. 785 p. GINSBURG, L.; COMBRINK, J.C.M.; TRUTER, A.B. Long and short term storage of table grapes. Int. J. Refrigeration, Paris, v. 1, n. 3, p. 137-142, 1978. GORGATTI NETO, A.; GAVET, J.P.; BLEINROTH, E.W.; MATALLO, M.; GARCIA, E.; GARCIA, A.E.; ARDITO, E.F. G.; GORDIN, M. Uva para exportação: procedimentos de colheita e pós-colheita. Brasilia: Maara-SDR: EMBRAPA - SPI: Frupex, 1993. 40p. (Frupex. Publicacoes Tecnicas, 2). INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físicos e químicos para análise de alimentos. 4. ed. 1 ed. Digital. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 1020 p.

159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 LEÃO, P.C.S.; SOARES, J.M. A viticultura no semi-árido brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2000. 368 p. 100. LULU, J.; CASTRO, J.V.; PEDRO JÚNIOR, M. J. Efeito do microclima na qualidade da uva para mesa Romana (A1105) cultivada sob cobertura plástica. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 27, n. 3, p. 422-425, 2005. NETTO, A.G.; GAYET, J.P.; BLEINROTH, E.W.; MATALLO, M.; GARCIA, E.; ARDITO, E.F.G.; BORDIN, M. Uvas para exportação: procedimento de colheita e pós-colheita. Série Publicações Técnicas FRUPEX, 2, Brasília DF, 40p. 1993. POMMER, C.V. Ed. Uva: tecnologia de produção, pós-colheita, mercado/editado por C.V. Pommer. Livro. Porto Alegre, Editora Cinco Continentes, p. 778, 2003. 172 173 174 175 176 Figura 1. Resultados médios do ph da polpa da uva Brasil em diferentes dias de avaliação após a colheita. Botucatu, SP, 2014. (Results medios of ph of the grape pulp in Brazil different day evaluation after one harvest. Botucatu, SP, 2014).

177 178 179 180 181 Figura 2. Resultados médios do teor de sólidos solúveis (ºBrix) da polpa da uva Brasil em diferentes dias de avaliação após a colheita. Botucatu, SP, 2014. (Results medios of soluble solids of the grape pulp in Brazil different day evaluation after one harvest. Botucatu, SP, 2014). 182 183 184 185 186 187 Figura 3. Resultados médios da acidez titulável da polpa da uva Brasil em diferentes dias de avaliação após a colheita. Botucatu, SP, 2014. (Results medios of titratable acidity of the grape pulp in Brazil different day evaluation after one harvest. Botucatu, SP, 2014).

188 189 190 191 192 193 Figura 4. Resultados médios da relação sólidos solúveis/acidez Ratio da polpa da uva Brasil em diferentes dias de avaliação após a colheita. Botucatu, SP, 2014. (Results medios of soluble solids/acidity of the grape pulp in Brazil different day evaluation after one harvest. Botucatu, SP, 2014). 194 195 196 197 198 Figura 5. Resultados médios da porcentagem de perda de massa de cachos da uva Brasil em diferentes dias de avaliação após a colheita. Botucatu, SP, 2014. (Results medios of percentage of weight loss of the grape pulp in Brazil different day evaluation after one harvest. Botucatu, SP, 2014).