Controle de oídio em moranga-híbrida.
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1 1 OLIVEIRA, V.R.; GIANASI, L.; MASCARENHAS, M.H.T.; PIRES, N.M.; FILHO, J.A.A.; VIANA, M.C.M.; LARA, J.F.R. Controle de oídio em moranga híbrida. Horticultura Brasileira, v. 20, n.2, julho,2002. Suplemento2. Controle de oídio em moranga-híbrida. Valter R. Oliveira 1 ; Leonardo Gianasi 1 ; Maria Helena T. Mascarenhas 1 ; Nádja de M. Pires 1 ; João Augusto A. Filho 2 ; Maria Celuta M. Viana 1 ; José Francisco R. Lara 1 1 EPAMIG - CTCO - FESR, C. Postal 295, Sete Lagoas - MG; 2 EMATER-MG, C. Postal 288, Sete Lagoas - MG. vroliva@net.em.com.br RESUMO Na cultura da moranga-híbrida, o oídio, causado pelo fungo Sphaerotheca fuliginea é a doença foliar mais comum, que em algumas épocas do ano, requer a utilização intensiva de fungicidas para garantir a produção. Além de elevar os custos de produção da cultura, tal prática tem impactos social e ambiental significativos. Deste modo, medidas de controle que fundamentem-se em produtos menos tóxicos ou inócuos ao homem e ao meio ambiente tornam-se relevantes. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência do bicarbonato de sódio, vinagre de vinho tinto, leite de vaca in natura e extrato pirolenhoso, isoladamente ou em mistura, no controle de oídio em moranga-híbrida, híbrido Takayama. Foram avaliados, em condições de campo, no município de Prudente de Morais, MG, 16 tratamentos, sendo uma testemunha (aplicação de água); três doses de bicarbonato de sódio (100, 200 e 400 g/hl); três de vinagre de vinho tinto (100, 200 e 400 ml/hl); três misturas de ambos os produtos (50+50, e g+ml/hl); três doses de leite de vaca (2.500, e ml/hl); um tratamento com extrato pirolenhoso - Biopirol (200 ml/hl); um com Enxofre (160 g/hl); e um com Fenarimol (2,4 ml/hl). A freqüência de aplicação foi de sete dias, a exceção do Fenarimol, que foi de 14 dias. As pulverizações foram iniciadas imediatamente após o completo desenvolvimento da primeira folha verdadeira, tendo sido feitas 14 aplicações durante o ciclo da cultura. Nos tratamentos com Enxofre e Fenarimol, a incidência do oídio ocorreu a partir do 43 o dia após a semeadura e o progresso da doença se deu numa intensidade muito baixa até o 83 o dia. Para os demais tratamentos, a incidência de doença ocorreu a partir do 33 o dia após a semeadura e o progresso da doença se deu numa intensidade bem menor para os tratamentos com leite de vaca a ml/hl e ml/hl e bicarbonato de sódio a 400 g/hl. Maior produtividade de frutos ocorreu no tratamento com Enxofre (19,85 t/ha), que não diferiu estatisticamente (Tukey, P<0,05) dos tratamentos com leite e bicarbonato de sódio a 400 g/hl, todos com produtividades
2 2 superiores a 16 t/ha. Os resultados indicam que o leite de vaca in natura e o bicarbonato de sódio são substâncias com potencial para o controle de oídio em moranga híbrida. Palavras-chave: Cucurbita maxima x C. moschata, Sphaerotheca fuliginea, incidência, severidade. ABSTRACT Powdery mildew control on hybrid squash. An experiment was carried out under field conditions at the EPAMIG/CTCO/FESR, Prudente de Morais, Minas Gerais state, Brazil, with the objective of evaluating the efficiency of sodium bicarbonate, vinegar, cow milk and Biopirol, alone or in combination, for the control of powdery mildew (Sphaerotheca fuliginea) on hybrid squash, using Takayama hybrid. The treatments consisted of one control (water); three doses of sodium bicarbonate (100, 200 and 400 g/hl); three doses of vinegar (100, 200 and 400 ml/hl); three combinations of both products (50+50, and g+ml/hl); three doses of cow milk (2.500, and ml/hl); one treatment with Biopirol (200 ml/hl); one with sulfur (160 g/hl); and one with Fenarimol (2,4 ml/hl). The aplication interval was seven days, with the exception of Fenarimol that was 14 days. Desease severity was rated at ten days intervals, beginning 16 days after sowing. Fruit yield was also evaluated. The treatments with sulfur, Fenarimol, cow milk (5000 and ml/hl) and sodium bicarbonate (400 g/hl) provided the most efficient control of powdery mildew and exhibiting the highest yield (> 16 t/ha). The results indicate that cow milk and sodium bicarbonate have a potential for powdery mildew control. Keywords: Cucurbita maxima x C. moschata, Sphaerotheca fuliginea, incidence, severity. A moranga-híbrida foi introduzida no Brasil por volta de 1970 e difundiu-se rapidamente, principalmente na região sudeste. É uma hortaliça de grande aceitação no mercado de Minas Gerais, tendo sido uma das hortaliças que mais cresceram em número de produtores, área plantada e produção no período de 1974 a Assim como nas demais cucurbitáceas cultivadas e selvagens, na moranga-híbrida o oídio é a doença foliar mais comum, que em algumas épocas do ano, requer a utilização intensiva de fungicidas para garantir a produção. Duas espécies do agente causal são de maior importância: Sphaerotheca fuliginea e Erysiphe cichoracearum, embora trabalhos têm relatado apenas a ocorrência de S. fuliginea em cucurbitáceas (Kurozawa & Pavan, 1997). Estima-se que anualmente sejam utilizadas cerca de 34 t de defensivos nesta cultura em Minas Gerais, com média de 14 kg/ha, que além de elevar os custos de produção da cultura, apresenta impactos social e ambiental ainda maiores. No aspecto social, o uso indiscriminado de agrotóxicos pode causar a contaminação do aplicador, que o faz muitas
3 3 vezes sem a devida proteção, bem como deixar resíduos nos frutos, quando os períodos de carência são ignorados. Sob o aspecto ambiental, além da possibilidade da contaminação de lençóis freáticos, tem-se o problema do destino final das embalagens. Deste modo, medidas de controle que fundamentem-se em produtos menos tóxicos ou inócuos ao homem e ao meio ambiente tornam-se relevantes. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência do bicarbonato de sódio, vinagre de vinho tinto, leite de vaca in natura e extrato pirolenhoso, isoladamente ou em mistura, no controle de oídio em moranga-híbrida. MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliados, em condições de campo, no município de Prudente de Morais, MG, 16 tratamentos: uma testemunha (aplicação de água); três doses de bicarbonato de sódio (100, 200 e 400 g/hl); três doses de vinagre de vinho tinto (100, 200 e 400 ml/hl); três misturas de ambos os produtos (50+50; e g+ml/hl); três doses de leite de vaca in natura (2.500, e ml/hl); um tratamento com extrato pirolenhoso - Biopirol (200 ml/hl); um com Enxofre (160 g/hl); e um com Fenarimol (2,4 ml/hl). A freqüência de pulverização foi de sete dias, a exceção do Fenarimol, que foi 14 dias. As pulverizações foram iniciadas imediatamente após o completo desenvolvimento da primeira folha verdadeira, tendo sido feitas 14 aplicações durante todo o ciclo da cultura. Os fungicidas Enxofre e Fenarimol são produtos registrados no Ministério da Agricultura para o controle de oídio em cucurbitáceas e foram utilizados como padrões para comparação. O delineamento experimental foi blocos ao acaso e utilizou-se quatro repetições. Cada parcela foi composta por oito plantas do híbrido Takayama, espaçadas de 3 x 1,5 m. A eficiência dos produtos foi avaliada com base na severidade da doença e na produtividade de frutos comerciais (> 1 kg). A severidade da doença foi determinada a cada 10 dias em todas as folhas de duas plantas da parcela, seguindo a escala diagramática de AZEVEDO (1997). As avaliações foram iniciadas imediatamente após o completo desenvolvimento da primeira folha verdadeira. Os dados de produtividade foram submetidos à análise de variância e teste de média. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os produtos Enxofre e Fenarimol foram os mais eficientes em relação a severidade de doenças (Tabela 1). Nesses tratamentos houve incidência de oídio a partir do 43 o dia após a semeadura e o progresso da doença se deu numa intensidade muito baixa até o 83 o dia. Para os demais tratamentos, incluindo a testemunha, houve incidência de doença a partir do 33 o dia após a semeadura e a severidade de doença permaneceu baixa até o 73 o dia,
4 4 destacando-se os tratamentos com leite de vaca a e ml/hl e bicarbonato de sódio a 400 g/hl. Maior produtividade de frutos comerciais ocorreu no tratamento com Enxofre, que não diferiu estatisticamente (Tukey, P<0,05) dos tratamentos com leite a ml/hl, leite a ml/hl, leite a ml/hl e bicarbonato de sódio a Tabela 1. Severidade de oídio em diferentes épocas e produtividade de frutos comerciais (> 1 kg) em moranga-híbrida. Prudente de Morais, EPAMIG/CTCO/FESR, Tratamento 1/ Severidade de doença (%) em diferentes épocas de avaliação (dias após a semeadura) Produtividade de frutos (t/ha) 2/ Testemunha (água) 0,7 3,0 5,2 7,4 31,6 75, ,5 bc BS (100 g/hl) 0,1 0,7 2,2 4,6 30,8 76, ,5 abc BS (200 g/hl) 0,1 0,4 2,0 2,2 24,7 70, ,5 c BS (400 g/hl) 0,1 0,3 1,1 1,8 15,3 67, ,1 abc V (100 g/hl) 0,1 1,2 3,7 10,6 34,2 72, ,4 bc V (200 g/hl) 0,3 1,2 2,1 4,7 26,7 73, ,2 abc V (400 g/hl) 0,1 1,0 2,4 6,2 25,6 66, ,2 abc BS (50+50 g+ml/hl) 0,1 0,4 2,0 4,6 27,6 75, ,4 c BS ( g+ml/hl) 0,1 0,7 1,2 4,0 29,0 74, ,5 bc BS ( g+ml/hl) 0,1 1,0 2,8 3,6 25,9 73, ,6 abc Enxofre (160 g/hl) 0 0,1 0,1 0,2 2,4 47, ,9 a Fenarimol (2,4 ml/hl) 0 0,1 0,1 0,2 3,4 52, ,7 abc Leite (2.500 ml/hl) 0,1 0,1 0,3 2,5 26,2 71, ,9 abc Leite (5.000 ml/hl) 0,1 0,2 0,5 1,7 7,7 50, ,8 ab Leite ( ml/hl) 0,1 0,2 0,6 1,7 15,6 65, ,7 ab Ext. pirol. (200 ml/hl) 0,1 0,8 1,4 3,7 27,9 70, ,5 abc DMS 4,9 CV (%) 12,4 1/ BS = bicarbonato de sódio; V = vinagre de vinho tinto; Ext. Pirol. = extrato pirolenhoso. 2/ Colheita realizada 130 dias após a semeadura. Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si (Tukey, P<0,05). 400 g/hl, todos com produtividades superiores a 16 t/ha (Tabela 1). Em conclusão, os resultados indicam que o leite de vaca in natura e o bicarbonato de sódio são substâncias com potencial para o controle de oídio em moranga-híbrida. LITERATURA CITADA AZEVEDO, L.A.S. Manual de quantificação de doenças de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres, p. KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças das Cucurbitáceas. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.). Manual de
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