INFLAMAÇÃO PINGUÉCULA



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Transcrição:

CONJUNTIVA A conjuntiva é uma membrana mucosa fina e transparente, que recobre a superfície interna das pálpebras (conjuntiva palpebral) aderindo firmemente ao tarso até atingir os fundo-saco conjuntivais, onde se reflecte (superior e inferior), revestindo depois a superfície escleral anterior (conjuntiva bulbar). Adere à cápsula Tenon, onde se funde com ela, ao nível da inserção esclerocorneana. Permite um movimento livre das pálpebras sobre a superfície ocular A sua função é servir de barreira de defesa, devido à abundância de estruturas linfáticas e à presença de lisozima (substância bactericida). O globo ocular serve de primeira barreira física à invasão de agentes patogénicos, devido às forças de aderência intercelular e à sua capacidade de cicatrização por agressões externas. Tem uma flora saprófita bacteriana (que inibe o alojamento de bactérias potencialmente patogénicas). A substância própria da conjuntiva, formada por tecido conjuntivo laxo, é ricamente vascularizada por ramos das artérias ciliares anteriores e palpebrais. Apresenta numerosos vasos linfáticos, os quais permitem o fácil acesso de células para o tecido inflamado. Os vasos linfáticos da conjuntiva palpebral interna drenam para os gânglios submandibulares, enquanto que os ramos linfáticos da conjuntiva palpebral externa drenam para os gânglios pré-auriculares ipsilaterais. O estroma mais superficial contém abundantes elementos de protecção, entre os quais, macrofagos, mastócitos e numerosos linfáticos, que formam o tecido adenóide associado á mucosa (CALT). Entre as células estratificadas do epitélio, encontram-se numerosas células caliciformes (10% das células basais do epitélio da conjuntiva é constituída por estas glândulas mucosas unicelulares). A sua função é produzir glicoproteínas ou mucina (forma a camada mais interna do filme lacrimal, em relação estreita com o glicocálix das células epiteliais (facilitando a distribuição uniforme e a manutenção da camada aquosa sobre a superfície corneana). No estroma da conjuntiva, localizam-se as glândulas lacrimais acessórias (Krause e Wolfring), responsáveis pela secreção aquosa lacrimal basal. A conjuntiva tarsal é ligeiramente mais grossa do que a conjuntiva bulbar. O fundo saco conjuntival inferior pode explorar-se facilmente, traccionando com facilidade a pálpebra inferior para baixo. 1

O fundo saco conjuntival inferior tem menos vasos sanguíneos do que o fundo saco conjuntival superior, mas tem mais tecido linfático e mais glândulas produtoras muco. O fundo saco conjuntival não se pode ver directamente, sendo necessário uma eversão para se isnpeccionar. Os vasos sanguíneos da conjuntiva tarsal superior derivam das aracadas palpebrais. O limbo esclerocorneano é a zona de transição entre o epitélio conjuntival e o epitélio corneano. 1) INFLAMAÇÃO PINGUÉCULA A pinguécula é uma degenerescência elástica da conjuntiva, elevada, bancoamarelada, amorfa, junto ao limbo, na zona interpalpebral da conjuntiva bulbar, com localização preferencial o lado nasal. Pode ser bilateral. Pode ocorrer simultaneamente no lado nasal e temporal. Ocorre isoladamente ou associada com exposição crónica à luz ultravioleta. A pinguécula pode inflamar-se, acompanhando-se duma hiperémia localizada (pinguéculite). A pingueculite é uma forma específica de episclerite localizada à lesão epibulbar. Os sintomas são: vermelhidão localizada irritação ocular secura ocular sensação corpo estranho Histológicamente, as pinguéculas caracterizam-se por hialização do tecido conjuntivo subepitelial. PATOGENIA: Desconhecida. Parece haver uma relação com o envelhecimento. Deve-se em parte à exposição à radiação ultravioleta. Originam-se a partir dos fibroblastos activados actínicamente, pela sua proliferação e porque segregam grande quantidade de enzimas que degradam a matriz conjuntival. 2

2) INFLAMAÇÃO DO PTERIGIUM É uma proliferação conjuntival carnosa, que passa o limbo esclero-corneano, invadindo a córnea. Localiza-se predominantemente na conjuntiva nasal justa límbica. Tem tendência a crescer, podendo provocar um astigmatismo e diminuição da acuidade visual. 3) CONJUNTIVITES Conjuntivite significa inflamação da mucosa conjuntival. O termo inclui um enorme polimorfismo clínico e etiológico. Isto acontece porque a correlação entre o quadro clínico e a etiologia é muito variável para cada caso individual, e porque, em muitos casos, a etiologia é difícil de precisar. A variabilidade clínica pode ser classificada segundo vários critérios: - aguda, subaguda e crónica (segundo o modo de apresentação e a sua evolução no tempo). - conj serosas, mucosas, purulentas e pseduomembranosas (segundo a natureza da exsudação secreção). - conj foliculares, papilares, flictenulares, papilar gigante (segundo as alterações estruturais da própria mucosa, ou seja, pela reacção tecidual). - conj alérgicas, bacterianas, víricas, inespecificas (segundo o agente microbiano responsável pela inflamação). - blefaroconjuntivite, queratoconjuntivite (segundo afectam ao mesmo tempo, as estruturas oculares da vizinhança). FISIOPATOLOGIA GERAL Agente causal Provoca vasodilatação dos vasos sanguíneos (hiperémia) e dano endotelial (aumento da permeabilidade vascular), Com consequente: 1) extravasamento de fluidos e células para o espaço extravascular (edema) 2) a libertação de mediadores e catabolitos da inflamação estimulam as terminações sensoriaisdas fibras nervosas, dando a sintomtologia tipo conjuntivite (hipersecreção). Por sua vez, a irritação vai levar a que as glândulas conjuntivais aumentem a sua actividade, quer das glândulas lacrimais, quer das globet cells, produtoras de muco (segundo predominam um ou outro mecanismo, variam as características da secreção conjuntival - aquosa (lágrimas) 3

- serosa (exsudação) - mucosa (mucina) - purulenta (macrofagos) - pseudomembranosa (fibrina) A perpetuação da inflamação leva a que a resposta tecidual origine alterações morfológicas: - papilas - folículos - flicténula - granulomas Todas as manifestações clínicas têm em comum o desenvolvimento e a libertação de mediadores celulares e humorais, em resposta a diversas agressões. A resposta inflamatória da conjuntiva é pois uma reacção inespecífica ás agressões da conjuntiva. A inflamação da conjuntiva é a inflamação da camada mucosa. QUADRO CLÍNICO SINTOMAS: - a 1ª manifestação é um desconforto ocular (sensação corpo estranho, picadas, calor) - dor e fotofobia (quando existe afecção concomitante do epitélio corneano) - diminuição da acuidade visual (por lacrimejo e acumulação de secreções conjuntivais) SINAIS - hiperémia (constante) - edema - hipersecreção - alteração morfológica tecidual CONJUNTIVITES AGUDAS CLASSIFICAÇÃO INFECCIOSAS virais bacterianas protozoários fúngicas 4

NÃO INFECCIOSAS ALÉRGICAS - atópica - contacto - febre feno - por Ag bacterianos - conj papilar gigante * MECÂNICAS - entropion - ectropion - corpos estranhos - lentes contacto * QUIMICAS * RADIAÇÃO A conjuntivite pode levar á cegueira, por atingimento da córnea. CLASSIFICAÇÃO: 1) INFECCIOSAS As conjuntivites víricas ou bacterianas podem subclassificar-se em ligeiras ou graves, em função de dois factores: a virulência do agente infeccioso e a imunidade do hospedeiro. As conjuntivites a fungos são raras, mas graves e de evolução tórpida, afectando frequentemente a córnea. A conjuntivite a parasitas produzem conjuntivites com características similares às fúngicas, no que se refere ao diagnóstico, à gravidade e ao prognóstico. A ) CONJUNTIVITES BACTERIANAS A conjuntivite bacteriana quase sempre se deve a infecção bacteriana CONJUNTIVITE BACTERIANA LIGEIRA As principais causas são: S.aureus, S. pneumoniae, Hemofilus influenza e Moraxella. Podem ter um início agudo, uni ou bilateral. Edema palpebral mínimo. Secreção mucopurulenta moderada. Sem adenopatia preauricular Hiperémia conjuntival ligeira Sem alterações corneanas. Sem manifestações sistémicas. 5

Os sintomas podem desaparecer em 7-14 dias, inclusive sem tratamento. Sem sequelas permanentes. CONJUNTIVITES BACTERIANAS GRAVES As causas são: S. aureus, S. pneumoniae, N.gonorreia, N. meningitidis e Hemofilus influenza. Início agudo Uni ou bilateral Edema palpebral intenso. Secreção purulenta abundante Hiperémia intensa conjuntiva bulbar Adenopatia préauricular Formação de membranas O período de incubação varia entre poucos dias e 3 dias. A conjuntivite purulenta hiperaguda é uma doença de rápida evolução (a causa mais frequente é a N. Gonorreia) A N.meningitidis pode causar uma conjuntivite hiperaguda, com infecção respiratória alta. A evolução da inflamação é fulminante (A queratite por N. gonorreia evolui para perfuração corneana, na ausência de tratamento). A N.meningitidis pode provocar meningococémia, meningite e morte. O H.influenza pode acompanhar-se de febre, celulite pré-sepatl e orbitaria. B) CONJUNTIVITES VIRAIS CONJUNTIVITE POR ADENOVÍRUS CLÍNICA CONJUNTIVITE FOLICULAR AGUDA - causada por adenovírus (1,2,3, e 4 ) - uni ou bilateral - hiperémia conjuntival, queratite - autolimitada FEBRE FARINGO-CONJUNTIVAL - febre, cefaleias, conjuntivite e faringite - uni ou bilateral QUERATOCONJUNTIVITE EPIDÉMICA - serotipos 5, 19, 37 - faringite e rinite 6

- secreção serosa uni ou bilateral - queratite subepitelial -hemorragias conjuntivais -frequente a formação de membranas e pseudomembranas -afecta a córnea (erosões epiteliais ponteadas) EVOLUÇÃO Período de incubação de 8 dias, com período de contágio durante 14 dias. ESTADIOS TARDIOS Infiltrados subepiteliais e granulosidade subepitelial. COMPLICAÇÕES - Macroulceração epitelial - formação membranas ou pseudomembranas - secura ocular -opacidades subepitelais (diminuem a acuidade visual em 25% dos casos) A via habitual de transmissão é por contacto pessoa a pessoa, ou por instrumentos oftálmicos contaminados. CONJUNTIVITE POR HERPES SIMPLES Pode ser uma primoinfecção ou uma infecção recidivante. Acompanha-se ou não de vesículas palpebrais ou queratite epitelial (1/3 dos caso). Unilateral em 80% dos casos Pode associar-se a faringite ou rinite. Adenopatia pré-auricular Secreção conjuntival serosa Pode ocorrer dermatoblefaroqueratite ulcerativa Autolimitada. Desaparece em 2-3 semanas A luz ultravioleta pode desencadear os sintomas. CONJUNTIVITE HEMORRÁGICA AGUDA EPIDÉMICA Quemose, hiperémia conjuntival e cconjuntivite folicular Hemorragias subconjuntivais, sobretudo nas conjuntivas tarsais superiores. Adenopatia pré-auricular Início unilateral Período de incubação curto (18-30 horas) Evolução espontânea em 3-5 dias, sem sequelas Evolução muito rápida e a curta duração fazem o diagnóstico diferencial com a conjuntivite adenovírica. VÍRUS EPSTEIN-BARR ( Mononucleose infecciosa) Febre, faringite, poliartrite, miosite e linfadenopatia generalizada. 7

Conjuntivite folicular ou membranosa Autolimitada. Raras vezes provoca cicatrização conjuntival. MOLUSCUM CONTAGIOSO 2) NÃO INFECCIOSAS C ) CONJUNTIVITES ALÉRGICAS São importantes pela sua frequência, cronicidade e clínica. São provocadas por um mecanismo de hipersensibilidade mediado pelo Ig E. CLASSIFICAÇÃO - CONJ. ALÉRGICA - QUERATOCONJ. VERNAL - QUERATOCONJ. ATÓPICA - QUERATOCONJ. PAPILAR GIGANTE CONJUNTIVITE ALÉRGICA Também chamada conj. sazonal e perene (variante, com sintomas menos graves) - queixas nasais e faríngeas - prurido, sensação queimadura, exsudação aquosa. - associação com rinite crónica - alergenos (pó, acaros, penas aves) QUERATOCONJUNTIVITE ATÓPICA Alt. das superficies oculares no contexto duma dermatite atópica. -pode levar à cegueira. - associação com eczema e asma. CLÍNICA eczema pálpebra blefarite conjuntiva cicatrizada (fibrose subepitelial, encurtamento fundo-saco, simbléfaro) CÓRNEA- queratite ponteada superficial 8

- queratopatia grave - neovascularização, adelgaçamento recidivante evolução sazonal ETIOLOGIA - pólen CONJUNTIVITE VERNAL Ou Primaveril Bilateral, climas quentes, Primavera-Verão IDADE - antes dos 10 anos idade EVOLUÇÃO - extingue-se com o tempo (duração de 4-10 anos). CLÍNICA - Prurido - fotofobia - lacrimejo - secreção mucosa FORMAS CLÍNICAS 1) FORMA PALPEBRAL - é a mais frequente com a cronicidade, a fibrose subepitelial toma a forma de linha de ARLT S (cicatriz branca paralela ao rebordo palpebral). 2) FORMA LÍMBICA - vegetação bosselada, de aspecto gelatinoso ao redor córnea. Manchas TRANTAS - são colecções focais de células epiteliais degeneradas. 3) FORMA MISTA CÓRNEA - as conjuntivites vernais acompanham-se de complicações corneanas (espessamento gelatinoso, grãos TRANTAS, pannus). HISTOLOGIA - papilomatose, com invaginação profunda do epitélio conjuntival no córion sub-jacente ETIOLOGIA - CONTROVERSA (Indicados factores físicos, como a luz e alt. endócrinas). 9

LABORATÓRIO - aumento Ig. E lacrimal (e não a Ig. A). CONJUNTIVITE PAPILAR GIGANTE Causada por corpos estranhos em superfícies oculares (o mais frequente é a lente de contacto). PATOGENIA - traumatismos repetidos da conjuntiva tarsal. - material antigénico cobrindo a lente contacto. CLÍNICA - papilas na pálpebra superior (gigantes - maiores do que 1 mm diâmetro). - micropannus e queratite ponteada são achados característicos. CAUSA - O AG em causa não corresponde ao material da lente, mas mais aos depósitos que se observam na face anterior da lente. CONJUNTIVITE POR ALERGIA MICROBIANA Papel da hipersensibilidade tipo IV. PATOGENIA O alergeno responsável na conjuntivite não é o agente microbiano ele mesmo, mas as toxinas secretadas por eles. ETIOLOGIA - estafilococos, estreptococos, bacilo Koch (conj. flictenular). - cândidas D ) CONJUNTIVITES MICÓTICAS ( ou fúngicas) Rara. Placas brancas e elevadas sobre a conjuntiva palpebral. Conjuntivite folicular e ulcerativa TIPOS: Conjuntivite por cândida, esporotricose, rinosporidose conjuntival e coccidiodomicose. 10

A esporotricose conjuntival inicia-se como um nódulo amarelado, mole, que ulcera e forma granulomas. Secreção purulenta. Adenopatia regional. Cicatrização conjuntival. A rinosporidiose conjuntival apresenta-se com lacrimejo, olho vermelho, fotofobia, secreção conjuntival e ectropion. As lesões são pequenas, vascularizadas e que sangram com facilidade. A cocciodiodomicose pode ter manifestações conjuntivais agudas e crónicas. Conjuntivite folicular aguda e crónica. Autolimitada.Flicténulas límbicas e bulbares. Sem cicatrização e granulomas conjuntivais. E) CONJUNTIVTES PARASITÁRIAS ONCOCERCOSE Ou cegueira dos rios Conjuntivite crónica precoce, com edema palpebral, hiperémia conjuntival ligeira, quemose e inflamação na região límbica. Lesão cutânea, com exantema eritematoso-papular, com prurido intenso e pele de leopardo. Queratite, uveite granulomatosa, corioretinite e neurite óptica. Evolução da queratite para opacidades do estroma, queratite esclerosante, pannus fibrovascular e cegueira. Patogenia picada da mosca negra Simulium, com transmissão das microfilárias. LOIASE Quemose, com hiperemia conjuntival associada. As filarias migram pelos tecidos subcutâneos Patogenia- infecção por picada de mosca do género Chrysops. 3) DISQUERATOSE È um termo que abrange uma variedade de alterações patológicas no epitélio conjuntival e córnea. Apresenta-se clinicamente como uma placa esbranquiçada na superfície do globo ocular (leucoplaquia). 11

4) PAPILOMATA Surge na conjuntiva, como uma lesão pedunculada, rosada e de superfície irregular. Ocorre acima dos 40 anos de idade Quando ocorre no limbo esclerocorneano, pode irradiar para a córnea, ficando firmemente aderente. 5) DOENÇA BOWEN ou CARCINOMA IN SITU É um carcinoma, com extensão lateral no epitélio, sem invasão do tecido subjacente. Ocorre em idosos. Lesão vascular, elevada, cinzento-avermelhada, acompanhada de sinais inflamatórios. 6) CARCINOMA CÉLULAS ESCAMAOSAS (EPITELIOMA) DA CONJUNTIVA Raro. Mais comum na região límbica e na zona interpalpebral Inicia-se como nódulo pequeno, acinzentado. Desenvolvem-se vasos largos nutritivos. 7) HEMANGIOMA CONJUNTIVA É uma proliferação focal dos vasos sanguíneos, delimitada por células endoteliais normais. Vasos nutritivos. 8) HIPERPLASIA LINFOIDE BENIGNA DA CONJUNTIVA Crescimento lento e difusão do tumor, envolvendo a conjuntiva bulbar e fundosaco conjuntival. A conjuntiva não afectada é normal. 9) MELANOMA MALIGNO DA CONJUNTIVA Pode surgir espontaneamente dum nevus pré-existente ou duma área de melanose pré-cancerosa. Sem predilecção sexual. Mais frequente entre os 40 e os 60 anos de idade. Localização na região límbica e invasão da córnea. 12