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Transcrição:

Direcção Regional de Educação do Centro Agrupamento de Escolas de Abraveses O formador residente: Fernandes 2009 / 2010 1

As línguas são infinitas e a infância finita. No percurso conducente a falantes de uma língua, as crianças não podem limitar-se a memorizar, têm que mergulhar no desconhecido linguístico e operar generalizações para o mundo infinito das frases jamais proferidas. (Pinker (1994) in Desenvolvimento da Linguagem, Inês Sim Sim) 2

Porquê o PNEP? Os resultados de todos os projectos internacionais em que Portugal participou (Reading Literacy IEA, 1992; Programme for International Student Assessment (Pisa 2000; 2003),nos estudos nacionais (A Literacia em Portugal, 1995), das provas nacionais de aferição (2000 a 2005), dos exames nacionais do 9º ano (2005) evidenciam a necessidade, premente, de tomar medidas urgentes que melhorem os desempenhos dos alunos em competências referentes ao domínio da língua materna. 3

Face a este contexto, foi criado o PNEP que tem como objectivo central melhorar os níveis de compreensão de leitura e de expressão oral e escrita em todas as escolas do 1º ciclo, num período entre quatro a oito anos, através da modificação das práticas docentes do ensino da língua. Em síntese, 0 PNEP pretende melhorar o desempenho dos alunos no uso oral e escrito da língua portuguesa, levando a um maior sucesso na aprendizagem em todas as áreas, consequência do carácter transdisciplinar da língua materna. Sessão de apresentação PNEP 4

Objectivos do PNEP Debater temas referentes aos domínios da linguagem oral, leitura, e escrita, com vista à actualização e aprofundamento dos conhecimentos científicos e metodológicos dos formandos, no que respeita ao ensino do português no 1º ciclo; Promover novas aprendizagens e uma reflexão sobre outras já adquiridas, integrando-as na filosofia desta formação; Referenciar práticas e experiências adquiridas na formação, apresentando-as aos colegas como propostas de trabalho sobre cada um dos temas abordados; 5

Objectivos do PNEP (cont.) Promover a troca de experiências e práticas entre os formandos, interligando-as com as novas práticas, enriquecendo desta forma todo o processo de formação; Melhorar os níveis de compreensão de leitura e de expressão oral e escrita dos alunos do 1º ciclo; Modificar algumas práticas pedagógicas, com vista ao sucesso do ensino e aprendizagem do português; 6

Os dois pilares que suportam os objectivos Actualização e aprofundamento de conhecimentos científicos e metodológicos dos formandos. Acompanhamento das suas práticas docentes em contexto de sala de aula. 7

A aula de Português apresenta-se como espaço que utiliza simultaneamente a língua como veículo transmissor de conhecimentos e como objecto de estudo. Para reflectir. O aluno não é tábua rasa A alegria da descoberta Relação significante / significado Para mudar é preciso conhecer as vantagens 8

A verdadeira questão curricular é: Ensinamos para quê? Philippe Perrenoud define competência como um saber em uso isto é, um saber que se traduz na capacidade efectiva da utilização de conhecimentos. Somos competentes quando perante uma situação somos capazes de mobilizar diversos conhecimentos prévios, seleccioná-los e integrá-los adequadamente. 9

As competências substituem aquilo que na prática docente trabalhamos como objectivos? Um objectivo é aquilo que pretendemos que um aluno aprenda numa dada situação de ensino e aprendizagem, face a um determinado conteúdo ou conhecimento. (Por ex: tenho como objectivo que os meus alunos enumerem as capitais europeias). Uma competência é, no fundo, o objectivo último dos vários objectivos que para ela contribuem. Em vez de pensarmos o que queremos que os nossos alunos aprendam temos que pensar o para quê? (Por ex: para que os meus alunos sejam capazes de localizar as capitais europeias num mapa e estabelecer relações entre elas) 10

Aprender a Ler 11

Aprender a Ler Sessão de apresentação PNEP 12

Para reflectir Vamos Ler? De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em que odrem etãso as Lteras de uma plravaa, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Sohw de bloa. Sessão de apresentação PNEP 13

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO 4 NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3M N15TO! NO PR1NC1P1O P4R3C14 MU1NTO COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 4 NO554 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R D3 P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3M F1C4R B3M ORGULHO5O5 D155O! A5 SU45 C4P4C1D4D35 M3R3C3M! P4R4BÉN5! Sessão de apresentação PNEP 14

Competências a desenvolver no 1º Ciclo Compreensão do Oral Expressão do Oral Leitura Expressão Escrita Conhecimento Explícito da Língua Sessão de apresentação PNEP 15

Temáticas a abordar na formação do PNEP O desenvolvimento da Linguagem Oral( Compreensão do Oral e expressão do Oral ) O Conhecimento da Língua: Consciência Fonológica O Ensino da Leitura: Decifração O Ensino da Leitura: Compreensão de textos O Ensino da Leitura: Literatura para a Infância O Ensino da Leitura: Avaliação O Ensino da Escrita: Dimensões Gráfica e Ortográfica (Inclui abordagem ao novo acordo ortográfico) O Ensino da Escrita: Dimensão textual O Ensino da Escrita: Avaliação Oficina de Escrita O conhecimento explícito da Língua Oficina de conhecimento explicito da Língua: Avaliação da formação Sessão de apresentação PNEP 16

Esquema síntese da Formação PNEP 17

Estrutura da formação Resumo de horas da Formação Oficinas temáticas: 2h 30m x 12 sessões 30 h Sessões tutoriais (na sala de cada formando): 35 h 25h na sala de aula + 10 de apoio individual 35 h Sessões Plenárias Regionais: 6 h 6 h Total de horas da Formação 71 h 18

Frequência / Avaliação da Formação Cada formando deverá estar presente em pelo menos 2/3 da formação. A avaliação da formação será realizada através da apreciação de um portefólio construído durante a formação. No final daformação, e após avaliação, será atribuído um Diploma de Formação em Ensino do Português no 1º ciclo, convertível em ECTS, capitalizáveis em formação pós-graduada, num total de 8.2 créditos 19

Avaliação Global Oficinas temáticas Assiduidade (12,5%) - Participação (12,5%) 25% Sessões Tutoriais Criatividade 15 % - Qualidade dos materiais 15% 30% Portefólio 30% Encontro Regional - Participação (7,5%) / Reflexão(7,5%) 15% TOTAL 100% 20

A Introdução (breve) Contextualização a escola e a turma com enfoque na área do Português. B Actividades realizadas Breve Reflexão sobre cada sessão temática. Referencia à preparação, descrição e reflexão sobre cada sessão tutorial com possíveis exemplos de materiais. C Considerações finais 21

Representatividade das situações ensino aprendizagem Indicadores de qualidade do portefólio Qualidade da reflexão produzida Apresentação e organização 22

Tabela de Classificações Avaliação Quantitativa Avaliação Qualitativa Créditos 1 a 4,9 Insuficiente 0 5,0 a 6,4 Regular 100% (8,2) 6,5 a 7,9 Bom 100% (8,2) 8,0 a 8,9 Muito Bom 100% (8,2) 9,0 a 10,0 Excelente 100% (8,2) 23

Bom trabalho! Aparelhei o barco da ilusão E reforcei a fé de marinheiro. Era longe o meu sonho, e traiçoeiro O mar... (Só nos é concedida Esta vida Que temos; E é nela que é preciso Procurar O velho paraíso Que perdemos). Prestes, larguei a vela E disse adeus ao cais, à paz tolhida. Desmedida, A revolta imensidão Transforma dia a dia a embarcação Numa errante e alada sepultura... Mas corto as ondas sem desanimar. Em qualquer aventura, O que importa é partir, não é chegar. Miguel Torga em A viagem 24