EDUCAÇÃO SEXUAL: UMA ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE UBERABA

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Transcrição:

EDUCAÇÃO SEXUAL: UMA ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE UBERABA Gabriela Marcomini de Lima 1, Ricardo Baratella 2 1 PIDIB:CAPES / UNIUBE / Universidade de Uberaba, gabriela.lima@uniube.br; 2 PIDIB: CAPES / UNIUBE / Universidade de Uberaba, gestor.cienciasbiologicas@uniube.br Linha de trabalho: Espaços formativos, memórias e narrativas Resumo A discussão sobre a Educação sexual não é recente em nosso país e ancoramos neste trabalho, a análise dos conhecimentos de estudantes acerca do tema orientação sexual. Participaram desta pesquisa, 535 estudantes da Educação básica, de diferentes faixas etárias, matriculados em instituições públicas do município de Uberaba. Foram coletados dados sobre prevenção de DSTs e as principais fontes de informação dos estudantes. Constatou-se que 90,1% dos entrevistados evidenciaram as Escolas como principais mediadoras de informações, esclarecendo dúvidas, proporcionando momentos de reflexões e de debates. Portanto, torna-se relevante trabalhar nas Escolas, a Educação sexual, em todos os níveis de ensino. Palavras-chave: orientação sexual, educação básica. Contexto do relato Para o ser humano, as relações sexuais, muito além do caráter instintivo, são praticadas na busca pelo prazer e conotam relação afetiva entre os seres humanos, estando a sexualidade, sob este ponto de vista, fortemente condicionada por fatores psicológicos e sociais. (VITIELLO, 1998). A busca pela compreensão da dimensão da sexualidade iniciou-se nos primórdios da humanidade, com os primeiros hominídeos, que descobriram no sexo uma forma de obter prazer, o que levou a mudanças no comportamento e organização social. (VITIELLO, 1998; MERCADANTE, 2004). Sigmund Freud foi pioneiro ao propor uma teoria que explicasse a sexualidade infantil, fato que causou um choque na sociedade em que vivia. Para o autor, a sexualidade permeia a vida humana desde o nascimento até a morte e até na atualidade, existe uma resistência consciente ou inconsciente em aceitar que a criança é um ser sexuado, o que pode

prejudicar a aquisição de informações importantes sobre a vida sexual, já que muitas vezes elas são poupadas de uma orientação adequada. A discussão sobre a inclusão do tema sexualidade nas escolas de Educação básica iniciou-se na década de 20, no entanto, apenas na década de 80, com o crescente aumento do número de gravidez entre adolescentes e portadores do vírus HIV, é que o tema passou a ser mais amplamente discutido (MEC/SEF, 1997). Atualmente, a orientação sexual aparece nos currículos escolares como um tema transversal; no Ensino Fundamental II e Segundo Segmento da Educação de Jovens e adultos, alguns livros didáticos tratam superficialmente o tema no oitavo ano (antiga 7ª série) e 2º período, respectivamente. Com o advento dos avanços tecnológicos, o ambiente escolar não é a única fonte de informação dos estudantes. A sexualidade está diariamente sendo retratada nas novelas, livros, revistas e sítios da internet. As doenças sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos são temas muito discutidos pela mídia. No atual contexto social, o papel dos educadores e dos pais torna-se fundamental na orientação sobre a veracidade das informações que são adquiridas pelos jovens. Para auxiliar o trabalho docente na informação dos estudantes, o Subprojeto Interdisciplinar do PIBID/UNIUBE vem desenvolvendo alguns trabalhos de orientação sexual com alunos do Ensino Fundamental e EJA, em uma Escola Municipal de Uberaba. A proposta é que os trabalhos sejam intensificados para atender um maior número de alunos. Diante desses contextos, o objetivo do presente trabalho foi fazer uma análise dos conhecimentos de estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental, 2º e 3º períodos do Segundo Segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), acerca do tema orientação sexual, visando propor uma atuação do Subprojeto Interdisciplinar PIBID/UNIUBE, que atendesse as reais necessidades dos alunos, auxiliando, desta forma, o trabalho docente. Participaram da pesquisa 535 estudantes, de instituições públicas de ensino do município de Uberaba, MG. Detalhamento das Atividades Nesta pesquisa, de caráter exploratório, foram entrevistados 535 estudantes da Educação básica, matriculados em instituições públicas do município de Uberaba. Os

entrevistados responderam à um questionário composto por 11 questões de múltipla escolha que visavam, obter informações sobre a vida sexual dos alunos e o conhecimento dos estudantes acerca de transmissão e prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Foi explorado no questionário a idade e sexo dos alunos e questões como: a idade da primeira relação; o uso de preservativo e formas de obtenção de informações sobre as DSTs. Além de perguntas pessoais, o questionário também contou com questões sobre o conhecimento específico a respeito de DST, entre elas: o significado da sigla DST; identificação de grupos de risco de contração de DST; o reconhecimento de doenças que são sexualmente transmissíveis; formas de prevenção e de transmissão do vírus HIV. Cada questão foi analisada individualmente e gráficos foram construídos, visando analisar o conhecimento dos estudantes a respeito das prevenção e transmissão de DSTs. A Tabela 1 descreve as perguntas que foram direcionadas aos alunos no questionário. Tabela 1 - Perguntas que foram direcionadas aos alunos no questionário. PERGUNTAS PRESENTES NO QUESTIONÁRIO Idade Gênero Se já praticou relação sexual Com que idade teve a primeira relação sexual Se o preservativo foi utilizado na primeira relação sexual Que doenças identificam como sexualmente transmissíveis Qual a relação do uso de anticoncepcional oral e a transmissão/contaminação de AIDS Formas de evitar a contaminação pelo vírus HIV Se a AIDS pode ser adquirida em piscinas Como o entrevistado obtém informação sobre DST Quais as chances que o entrevistado acredita ter de contrair uma DST

Análise e Discussão do Relato Dos 535 sujeitos entrevistados, a maioria é do sexo feminino, correspondendo a 54,8% do total. A idade variou dos 14 anos à maiores que 20 anos, sendo que a maior parte dos entrevistados estão na faixa dos 14 aos 16 anos, conforme o gráfico 1. Gráfico 1: Idade dos entrevistados (em porcentagem). Quando questionados se já praticaram relação sexual ao menos uma vez, 3,92% dos indivíduos optaram por não responder; 31,03% negaram e 65,05% dos entrevistados afirmaram ter tido relação sexual, sendo que destes, 37,9% a praticaram pela primeira vez aos 14 anos de idade e cerca de 23% não usou preservativo. A idade de início das atividades sexuais dos entrevistados encontra-se no gráfico 2.

Gráfico 2: Idade da primeira relação sexual. Em uma das questões da entrevista, foi solicitado aos estudantes que marcassem as doenças que eles identificavam como sexualmente transmissíveis. A AIDS foi identificada pela maioria dos entrevistados como uma DST, seguida da gonorreia e sífilis, conforme pode ser observado no Gráfico 3. Gráfico 3: Reconhecimento das doenças como sexualmente transmissíveis.

A respeito da AIDS, algumas questões específicas foram inseridas no questionário tais como a relação do uso de anticoncepcional oral e a transmissão de AIDS; se a AIDS pode ser adquirida em piscinas e as formas de evitar uma contaminação pelo vírus HIV. Com relação ao uso de anticoncepcional oral, a maioria dos entrevistados reconhece que o medicamento não previne uma DST e afirmam a necessidade do uso de preservativo. No entanto, cerca de 36,1% dos entrevistados disseram não haver necessidade do uso de camisinha quando se ingere anticoncepcional oral. Quando o assunto é transmissão do vírus da AIDS em piscinas, 65% dos sujeitos reconhecem que não é possível este tipo de transmissão; 23% acreditam que a transmissão é possível e 12% responderam que podemos pegar AIDS em piscinas apenas se a água não for tratada. Os resultados da questão sobre as formas de prevenção de uma contaminação pelo vírus HIV mostram dados preocupantes, pois apesar de grande parte dos sujeitos reconhecerem corretamente alguns métodos de prevenção, uma quantidade considerável acredita que tomar vacina e ingerir medicamentos são formas de prevenir contra AIDS. Tais resultados podem ser visualizados no Gráfico 4. Gráfico 4: Formas de evitar uma contaminação pelo vírus HIV.

Sobre a opinião dos entrevistados quanto à possibilidade de contrair uma DST, grande parte acredita ser impossível (55,5%) ou quase impossível (29,2%). Quanto aos meios de obtenção de informação sobre DSTs, 90,1% dos entrevistados disseram que a Escola é o principal veículo de informação. O restante dos meios utilizados para obter informações encontra-se no Gráfico 5. Gráfico 5: Veículos de obtenção de informação sobre DSTs, segundo os entrevistados. Considerações A análise dos resultados mostra que apesar da quantidade de veículos disponíveis para informações sobre o que são as DSTs, como contraí-las e a forma de preveni-las, ainda há muito o que ser discutido, pois percebe-se que muitas doenças ainda são reconhecidas por poucos como sexualmente transmissíveis. Além disso, ainda existe um equívoco entre os estudantes sobre as formas de contaminação e prevenção dessas doenças, apesar da grande maioria considerar ser impossível contrair uma DST. Levando em consideração que os jovens estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo, é imprescindível que os equívocos sejam corrigidos e mais informações sejam esclarecidas.

Como constatado na entrevista, a Escola é a principal fonte de informação dos estudantes sobre o assunto e neste aspecto, é interessante que projetos como o PIBID possam estar atuando de forma interdisciplinar, buscando atrair a atenção dos jovens para esta temática. Referências Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 126p. MERCADANTE, Clarinda. Evolução e Sexualidade: o que nos fez humanos. São Paulo: Moderna, 2004. 87 p. VITIELLO, Nélson. Um breve histórico do estudo da sexualidade humana. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo, v. 55, nov. 1998.