ÍNDICE. Conclusão. 8 Reflexão... 9 Bibliografia.. 10

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Transcrição:

ÍNDICE Índice. 1 Enquadramento dos Cuidados Paliativos... 2 Definição de Cuidados Paliativos na área Psicossocial 2 Programa Nacional de Cuidados Paliativos 3 As três componentes essenciais dos Cuidados Paliativos.. 3 Os Cuidados Paliativos.. 4 As causas do sofrimento.. 4 Hierarquia das necessidades em Cuidados Paliativos. 4 Boa prática em Cuidados Paliativos. 5 Considerações éticas em Cuidados Paliativos versus Psicologia Social.. 5 Na óptica da Psicologia Social em Cuidados Paliativos... 5 Eutanásia.. 6 A controvérsia da Eutanásia.. 6 Indicadores prováveis de necessidades espirituais.. 7 Morte e o luto.7 Fases do luto. 7 Técnicas de intervenção....... 7 Necessidades religiosas e psicossociais. 8 Parâmetros éticos e filosóficos nos cuidados paliativos... 8 Conclusão. 8 Reflexão.... 9 Bibliografia.. 10 1

ENQUADRAMENTO DOS CUIDADOS PALIATIVOS Nos últimos anos, de acordo com o Programa Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), temos assistido ao envelhecimento demográfico da população portuguesa, ao aumento da incidência de cancro, SIDA, doenças neurológicas degenerativas, insuficiência de órgãos e outras doenças para as quais a cura não é possível, mas não podemos continuar a ser indiferentes ao não há mais nada a fazer. Pois, estas doenças acarretam bastante sofrimento aos doentes e suas famílias. Tratase de um problema que necessita de urgente intervenção médica e social, é um importante problema de saúde pública. Definição de Cuidados Paliativos na área Psico-social Como sendo, o conjunto de acções interdisciplinares promovidas por uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde direccionada para o alivio do sofrimento físico, emocional, espiritual e psico-social de doentes com prognóstico reservado e suas famílias, acometidos por condições ou doenças em estado irreversível O termo paliativo deriva do étimo latino pallium, que significa manto, nos cuidados paliativos os sintomas são encobertos com tratamentos cuja finalidade consiste em promover o conforto, de forma a que o doente se possa adaptar à sua morte. Cuidados Paliativos são cuidados activos e totais aos pacientes com doenças que constituam risco de vida, e suas famílias, realizados por uma equipa multidisciplinar, no momento em que a doença do paciente já não responde aos tratamentos curativos ou que prolongam a vida. (Twycross, 2003:16) 2

Programa Nacional de Cuidados Paliativos Despacho Ministerial 15-06-2004 Embora esteja naturalmente implícita na Rede Nacional de Cuidados Continuados a prestação de acções paliativas, não está prevista, a prestação diferenciada de cuidados paliativos a doentes em fase avançada de doença incurável com grande sofrimento. A prática de cuidados paliativos requer organização própria e abordagem específica, prestada por equipas técnicas preparadas para o efeito. Urge, portanto, colmatar esta carência. Tanto mais que o envelhecimento da população, o aumento da incidência do cancro e a emergência da SIDA tornam os doentes que carecem de cuidados paliativos num problema de enorme impacto social e importância crescente em termos de saúde pública. As três componentes essenciais dos Cuidados Paliativos Os cuidados paliativos estendem-se para além dos sintomas físicos, eles procuram integrar os aspectos físicos, psicológicos e espirituais do tratamento, existe uma frase do Corão que penso que transmite a essência: Assim possas estar envolto em ternura, meu irmão, como se estivesses abrigado num manto Curar às vezes, aliviar muito frequentemente, confortar sempre e cuidar até o último momento. Relativamente ao Trabalho em Equipa apresentamos um quadro de Ajemian, 1994. Numa altura em que se fala cada vez mais nas questões éticas relacionadas com a vida humana é bom saber que ainda há quem tenha as ideias no lugar, e saber que há tantos profissionais, médicos, enfermeiros e outros que se dedicam a " estar ao lado dos doentes que sofrem para lhes poder aliviar as dores físicas e emocionais"! 3

Os cuidados Paliativos: -se mais ao doente do que à doença; -se mais com a reconciliação do que com a cura. Não pode morrer curado, mas pode morrer reconciliado Frimmer, D. 2000) Morrer reconciliado significa ser capaz de dizer «Gosto muito de ti, Perdoa-me, Eu perdoo-te, Obrigado, Adeus» (LePoivedin, S. citado por Twycross, 2003) Causas do sofrimento As causas de sofrimento podem ser a dor, sintomas físicos, problemas espirituais, factores culturais, sintomas psicológicos, dificuldades sociais, apresentamos o quadro adaptado de Woodruff, 2004. Constituindo o sofrimento total do paciente. Hierarquia das necessidades em cuidados paliativos Segundo Maslow, Necessidade de Superação e Auto-realização Necessidade de Respeito e Auto-estima Necessidade de Receber Afecto (apesar da doença) Necessidade de Segurança e Protecção (medos) Necessidades fisiológicas ou sobrevivência (sintomas) Reforçar e promover a dignidade do doente. 4

Boa prática em cuidados paliativos visa ter em conta os parâmetros legais, éticos, psicossociais e étnicos. O ideal é tratar e cuidar simultaneamente. O Plano Nacional de Cuidados Paliativos define como objectivo a melhor qualidade de vida possível aos doentes e sua família, mediante o alívio dos sintomas, o apoio psicológico, espiritual e emocional. Os cuidados paliativos é algo que deve começar muito antes da fase agonizante e se deve prolongar até ao luto. Segundo Chechinov, 2007, atitudes, comportamento, compaixão e diálogo é algo que se deve ter para com o doente. Considerações éticas em Cuidados Paliativos versus Psicologia Social Na prática, existem três dicotomias que devem ser aplicadas de forma equilibrada: benefícios, estes devem ser suspensos e proporcionar conforto na morte. necessidade do doente em relação á sociedade. Na óptica da Psicologia Social em Cuidados Paliativos Citando Silva, (2003), os Cuidados Paliativos baseiam-se no reconhecimento do facto que o paciente incurável ou em fase terminal não é um resíduo biológico para quem nada mais pode ser feito, mas uma pessoa e como tal capaz, até ao momento final, de relacionamento, tornar a vida uma experiência de crescimento e plenitude. Centram-se na importância da pessoa ainda que doente, vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da VIDA e que deve ser vivida intensamente até ao fim. 5

A pessoa ser humano Modelo centralizado na pessoa: Personalizado; Avaliação global e holística; Respeito pela dignidade da pessoa; Promover a autonomia e funcionalidade; Família como parceira; Trabalho de equipa multidisciplinar e interdisciplinar; Estratégias adoptadas individualmente. Eutanásia Pode ser definida como «Boa Morte» ou morte sem sofrimento, porém, é utilizada como sinonimo de um «acto misericordioso». Em oposição, há a distanásia, que simboliza a «Má Morte». A distanásia (do grego «dis», mal, algo mal feito, e «thánatos», morte) é etimologicamente o contrário da eutanásia. Consiste em atrasar o mais possível o momento da morte usando todos os meios, proporcionados ou não, ainda que não haja esperança alguma de cura, e ainda que isso signifique infligir ao moribundo sofrimentos adicionais e que, obviamente, não conseguirão afastar a inevitável morte, mas apenas atrasá-la umas horas ou uns dias em condições deploráveis para o enfermo. A distanásia também é chamada «intensificação terapêutica», ainda que seja mais correcto denominá-la de «obstinação terapêutica». Uma intervenção deliberada, realizada com a intenção expressa de pôr termo á vida para aliviar o sofrimento incontrolável. (Stroebe, W.; Stroebe, M. - 1987) A Controvérsia da Eutanásia Tema envolto em polémica e sujeito a posições divergentes, levou a que o termo eutanásia se tenha tornado sinónimo de morte provocada, ao contrário, de morte natural. A sociedade pluralista, orientada segundo pragmáticas, leva á discussão a partir de posições que se excluem mutuamente não conduzindo ao consenso que cada sociedade pretende alcançar. O argumento fundamental a favor da eutanásia é o direito que a pessoa tem á autodeterminação. O contra-argumento é o de que a autonomia não se torna extensiva ao direito ao suicídio/eutanásia medicamente assistidos. 6

Indicadores Prováveis de Necessidades Espirituais os outros;, amargura e irreconciliação consigo e com poço sem fundo. (Speck, P. 1984) Morte e o Luto acidente de percurso ou um castigo divino. todo. perdas da pessoa, do grau de relação com quem morreu e do tipo de morte. O luto passa por várias fases: choque, negação, raiva, depressão aceitação. Técnicas de Intervenção: Entrevista Individual Entrevista Colectiva Acompanhamento aos locais familiares Falar com as pessoas sobre o Assunto 7

Necessidades Religiosas e Psicossociais Modéstia; Directivas antecipadas/«não ressuscitar»; Medicação; Transfusões de sangue; Doação de órgãos; Autópsia; Cadáver; Crença na vida após a morte. Parâmetros Éticos e Filosóficos nos Cuidados Paliativos Os Cuidados Paliativos não têm por objectivo antecipar ou adiar a morte; Indivíduos moribundos possuem valores próprios que devem ser respeitados; Deve-se respeitar o direito do paciente à autonomia e controle; A relação entre profissionais de saúde e pacientes deve estruturar-se na integridade e verdade, associadas à sensibilidade e compaixão; Koseki, Bruera (1996) Deve-se permitir aos pacientes que estão a morrer viver os seus últimos dias de acordo com os seus valores, crenças e personalidades. Conclusão Em cuidados paliativos a finalidade do tratamento consiste no alívio do sofrimento e não na morte do doente. Em circunstâncias extremas é admissível que se assuma um risco maior, é evidente que as medidas que possuem um risco menos elevado são normalmente as utilizadas. Ocasionalmente, pode ser necessário e aceitável colocar o doente inconsciente, continua a ser inaceitável causar deliberadamente a sua morte (eutanásia). Os cuidados paliativos e a eutanásia são filosofias que se excluem mutuamente. 8

Reflexão Tu és importante por seres quem és, até ao último momento da tua vida, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, não só para ajudar-te a partir em paz, assim como também, para viver até ao dia da nossa separação (Dame Cicely Saunders 1984) a finitude deve ser também lembrada quando se lida, cuida ou trata de um idoso. A vida mesmo sem doenças, carece de cuidados, é importante o envolvimento do cuidador nesta abordagem paliativa para proporcionar dignidade e a manutenção da auto-estima. Arnaldo Pineschi Ninguém há que tenha domínio sobre o vento, para o reter; assim também ninguém tem poder sobre o dia da sua morte. (Eclesiastes 8:8 Bíblia) Ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo (Salmos 23:4 Bíblia) É incrível a maneira como a vida se tece e como estamos todos tão ligados. São estas pequenas/grandes coisas que mudam o nosso olhar e transformam o mundo. Tudo o que é belo é um ser perfeito que a si mesmo se ilumina. A vida não deve ser um romance que nos é dado, mas um romance que nós próprios construímos. Estamos próximos do despertar quando sonhamos que sonhamos 9