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Transcrição:

Bolm. Zool., Univ. S. Paulo 6 : 47-51, 1983 CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola (IBBMA), Departamento de Zoologia, Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" (UNESP), Campus de Botucatu, São Paulo. (Recebido em 02.11.1979) RESUMO Neste trabalho descrevemos uma nova espécie de aranha Salticidae do Brasil, Tulpius gauchus n. sp., assim como é completada a descrição do gênero Tulpius Peckham & Peckham, 1896. ABSTRACT A new species of Brazilian Salticid (Spider) is described, Tulpius gauchus, n. sp., and the description of the genus Tulpius Peckham & Peckham, 1896 is completed. Ao estudarmos Salticidae pertencentes à coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, encontramos macho e fêmea de espécie inédita, do Brasil, de Tulpius Peckham & Peckham, 1896, gênero monotípico, cuja espécie-tipo, Tulpius hilarus Peckham & Peckham, 1896, ocorre na Guatemala. Julgamos desejável redescrever o gênero, embora não tenhamos visto a espécie típica, porque foi ele apena^ definido por caracteres comparativos. Tulpius Peckham & Peckham Tulpius Peckham & Peckham, 1896: 87; Simon, 1903: 632; Petrunkevitch, 1911: 714; Roewer, 1954: 1229. Espécie-tipo: Tulpius hilarus Peckham & Peckham, 1896, por designação original. Cefalotórax pouco mais longo que largo, levemente estreitado para trás e para diante, de dorso quase plano e declive torácico acentuado. Ápices dos olhos anteriores em linha pouco recurva, os médios bem maiores que os laterais. Olhos da fila II muito mais próximos dos laterais anteriores que dos posteriores. Quadrângulo subparalelo, pouco mais

4 8 M. J. Bauab Viana & B. A. M. Sares Tulpius gauchus, sp. n. (Figs. 1-9) Pig, 1 Tulpius gauchus, sp. n.: 0., vista dorsal. Fig. 2 Tulpius gauchus, sp. n.: O, cefalotórax (vista lateral). Fig. 3 Tulpius gauchus, sp. n.: ô, quelíceras, lábio, lâminas maxilares e esterno. Fjg. 4 Tulpius gauchus, sp. n.: C5, palpo (vista retrolateral externa). Fig. 5 Tulpius gauchus, sp. n.: O, palpo (vista retrolateral interna). Fjg. 6 Tulpius gauchus, sp. n.: (3, palpo (vista ventral). Fjg. 7 Tulpius gauchus, sp. n.: Q, quelíceras, lábio e lâminas maxilares. Fig. 8 Tulpius gauchus, sp. n.: ç>, epígino. Fjg. g Tulpius gauchus, sp. n.:, condutos e espermatecas.

Contribuição ao estudo dos Salticidae 49 largo atrás que adiante e mais estreito que o cefalotórax. Clípeo estreitíssimo, com densa fimbria de pelos brancos em toda a sua extensão. Quelíceras curtas e robustas, sulco ungueal carenado e escavado, m argem superior com forte dente de base larga e extremidade romba, a inferior com forte dente pontiagudo angular; garra a partir do terço bar silar bruscamente estreitada, de modo que se apresenta com dois nódulos. Lâminas maxilares longas e obtusas. Lábio mais longo que largo. Esterno mais longo que largo, estreitado-arredondado adiante e atrás, adiante largamente truncado e mais estreito que a base do lábio. Pernas I muito mais longas e mais robustas que as demais, de fêmur clavado, patela e tíbia mais ou menos do mesmo comprimento, tíbias com 3-3 espinhos inferiores, metatarsos bem mais estreitos que as tíbias, com 2-2 espinhos inferiores. Abdômen estreito, mais elevado adiante, recobrindo a porção basilar do cefalotórax, atrás acuminado. Etimologia. Gauchus é adjetivo masculino latinizado do português gaucho = do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Macho. Medidas em mm: comprimento total 4,9; cefalotórax comprimento 2,3, largura 1,8, altura 1,2; comprimento da área ocular 1,2, largura da área ocular I 1,4, largura da área ocular III 1,6. 1,2 largura da área ocular I 1,4, largura da área ocular III 1,6. Razões sugeridas por PROSZYNSKI: a) 1,2 (ccmprimentto da área ocular) ----- ------ = o,52 2.3 (comprimento do cefalotórax) b) 1,4 (largura da área ocular I) 1,6 (largura da área ocular III) = 0,93 c) 1,2 (comprimento da área ocular) --------------- _ = o,85 1.4 (largura da área ocular I) Pernas I: fêmur 1,5, patela 1,0, tíbia 1,1, metatarso 0,8, tarso 0,5. Pernas II: fêmur 1,0, patela 0,5, tíbia 0,5, m etatarso 0,6, tarso 0,4. Pernas III: fêmur 1,2, patela 0,5, tíbia 0,6, m etatarso 0,5, tarso 0,5. Pernas IV: fêmur 1,4, patela 0,6, tíbia 0,8, m etatarso 0,6, tarso 0,4. Cefalotórax mais longo que largo, estreitado adiante e atrás. Quadrângulo paralelo, quase plano, com acentuado declive torácico, mais estreito que o cefalotórax. Olhos anteriores em fila pouco recurva, os médios bem maiores que os laterais, os da fila II minúsculos e muito mais próximos dos latetrais anteriores que dos posteriores. Cefalotórax de um lado e de outro com uma faixa de pelos brancos dirigidos para diante desde a base dos olhos laterais anteriores e interrompida no meio da depressão torácica. Clípeo estreitíssimo, com densa franja de pelos brancos. Quelíceras curtas e robustas, verticais, sulco ungueal carenado e escavado, margem superior com forte dente de base larga e

50 M. J. Bauab Viana & B. A. M. Sares exttremidade romba, a inferior com forte dente angular pontiagudo, garra robusta, com dois nítidos nódulos laterais resultantes de seu estreitamento abrupto no terço basilar. Lâminas maxilares longas e obtusas. Lábio mais longo que largo. Esterno mais longo que largo, estreitado-arredondado, largamente truncado adiante e mais estreito que a base do lábio. Palpos curtos e robustos, de fêmur curto e escavado internamente, patela e tíbia quase do mesmo comprimento, esta com longos pelos brancos e pequenina apófise retrolateral externa levemente curva para dentro; bulbo ovóide, dilatado para a base, recobrindo internam ente a tíbia; estilo terminal e curto; tarso com pelos brancos densamente distribuídos, especialmente na extremidade, onde os pelos marginais são mais curtos. Pernas I muito mais robustas e longas que as demais (I-IV-II-III), de fêmur clavado, patela e tíbia quase iguais, tíbia com 3-3 espinhos inferiores, metatarso muito mais estreito que a tíbia, com 2-2 espinhos inferiores. As outras pernas possuem apenas poucos espinhos esparsos. Abdômen mais longo que largo, estreitado para trás, mais alto adiante, onde recobre a porção basal do cefalotórax; fiandeiras quase terminais. Colorido geral castanho-escuro, quadrângulo avermelhado, olhos em manchas negras; lâminas maxilares e lábio castanho-escuros; quelíceras, esterno, palpos e pernas I castanhas, a extremidade do tarso amarela; as demais pernas amarelas, com m anchas castanhas. Abdômen castanho-escuro, com áreas mais claras e com faixas de pelos brancos de um lado e de outro; ventre e fiandeiras castanho-escuras. Fêmea. Medidas em mm: comprimento total 5,1; cefalotórax comprimento 2,2, largura 1,6, altura 1,0; comprimento da área ocular 1,2, largura da área ocular I 1,4, largura da área ocular III 1,5. Razões sugeridas por PROSZYNSKI: a) 1,2 (comprimento da área ocular) ---------------------------------------------- ---- 0,54 2,2 (comprimento do cefalotórax b) 1,4 (largura da área ocular I) ---------------------------------------------- --- 0,93 1,5 (largura da área ocular III) c) 1,2 (comprimento da área ocular) ------------------------------------------- = 0,85 1,4 (largura da área ocular I) Pernas I: fêmur 1,4; patela 0,8; tíbia 0,9; metatarso 0,7; tarso 0,4. Pernas II: fêmur 0,9; patela 0,4; tíbia 0,5; metatarso 0,5; tarso 0,4. Pernas III: fêmur 1,0; patela 0,5; tíbia 0,4; metatarso 0,6; tarso 0,4. Pernas IV: fêmur 1,1; patela 0,6; tíbia 0,8; m etatarso 0,6; tarso 0,5. Semelhante ao macho, de quelíceras normais, a margem inferior com pequenino dente e a superior com dois minúsculos dentes. Epígino, condutos e espermatecas como nas figuras 8-9. Cefalotórax de bordas e declividade torácica recobertos de pelos brancos. Pernas II, m e IV amarelas, com poucas manchas castanhas. Palpos amarelos. Dorso do abdômen castanho-escuro, com um a faixa mediana longitudinal mais

Contribuição ao estudo dos Salticidae 51 clara formada pela sucessão de uma série de quatro manchas de pelos brancos, unidas, e, em sequência à mais posterior das manchas, com quatro pares de m anchas transversas, até o ápice; fiandeiras castanhas, cinéreas na base, com largo anel cinéreo-escuro. Distingue-se facilmente da única outra espécie por ter, no palpo do macho, a apófise de tíbia menor e curva para dentro, e o bulbo não dividido na porção apical; em T. hilarus Peckham & Peckham, 1896, a referida apófise é maior e reta e o bulbo, dividido. Material. BRASIL. Rio Grande do Sul: Montenegro, ô, n.o 6225, holótipo, ll-vui-1977 A. Lise, 9, n.o 5514, parátipo, 29-IV-1977 A. Lise, ô, n.o 5502, 12-V-1977 A. Lise; Farroupilha, ri, n.o 8290, 29-XI-1978 H. Bischoff, 2 9Ç>, n.o 6030, 30-VI-1977 E. H. Buckup (Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul). REFERÊNCIAS CAMBRIDGE, F. O. P. 1897-1905 Biologia Centrali-A m ericana, Arach. 2: 1-610, pis. 1-54. PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G. 1896 Spiders of the Family Attidae from Central America and Mexico. Occas. Papers Nat. Hist. Soc. Wisconsin 3: 1-101, pis. 1-7. PETRUNKEVITCH, A. 1911 A synonymic index-catalcgue of the spiders of North, Central and South America with adjacent Islands, Greenland, Bermuda, West Indies, Tierra dei Fuego, Galapagos, etc. Buli. Amer. Mus. Nat. Hist. 29: 1-809. ROEWER, C. Fr. 1954 Katalog der Araneae. Institut Royal de Sciences Naturelles de Belgique. Bruxelles. 1016 pp. SIMON, E. 1897-1903 Histoire N aturelle des Araignées. 2: 1-1080.