Medições testiculares



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Transcrição:

INCT: Informação Genético-Sanitária da Pecuária Brasileira SÉRIE TÉCNICA: GENÉTICA Publicado on line em www.animal.unb.br em 19/10/2010 Medições testiculares Rui Falcão 1, Carolina Lucci 1, Concepta McManus 2,3, Helder Louvandini 2,4, Luiza Seixas 2, Cristiano Barros de Melo 1,2 1 Universidade de Brasília, Brasília, DF. 2 CNPq / INCT / Informação Genético Sanitária da Pecuária Brasileira, Universidade de Brasília (UnB) / Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG. 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS. 4 Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), Piracicaba, SP. O tamanho testicular pode ser mensurado em animal vivo e utilizado como ferramenta de seleção para melhorar o desempenho reprodutivo de ambos os sexos. Estudos têm demonstrado a existência de correlações entre medidas testiculares, características seminais, idade à puberdade e desenvolvimento corporal. 1

Circunferência escrotal (CE) Usa fita métrica metálica na região mediana dos testículos Largura (LARG) Usa paquímetro medindo região mediana de cada testículo no sentido latero-medial. Os dois testículos podem não ser iguais, assim tem que medir cada um separadamente. 2

3

Comprimento (COMP) Usa paquímetro para medir os testículos, excluindo a cauda dos epidídimos no sentido dorso-ventral. Medido no ponto de maior dimensão, envolvendo as duas gônadas e a pele. Volume testicular (VOL) FIELDS et al. (1979): em que r = raio calculado a partir da largura (LARG/2), h = comprimento ou altura, e P (Pi) = 3,14. Volume expresso em cm 3 e representa os dois testículos. 4

Prolato esferóide (BAILEY et al., 1998): VOL = 2 x [4/3 x Π x (LARG/2)²x (COMP/2)] Toelle & Robson (1985): VTT = [(LARG 2 / 2) x COMP] Deslocamento de água (KRAUSE, 1993): Coloca os testículos em um béquer graduado contendo um volume de água conhecido e calculou-se o VOLR pelo volume de água deslocado pelos testículos Forma dos testículos Razão entre a sua largura e o comprimento (razão LARG/COMP) de acordo com BAILEY et al. (1996). Escala 1 a 0,5 1: LARG = COMP <1 : LARG < COMP. razão 1 < 0,5 = longo; razão 2 de 0,51 a 0,625 = longo/moderado; razão 3 de 0,626 a 0,750 = longo/oval; razão 4 de 0,751 a 0,875 = oval/esférico; e razão 5 > 0,875 = esférico. 5

Coleta de Sêmen Eletroejaculação A sonda retal de eletroejaculação (SRE) foi desenvolvida em 1930, sendo aplicada inicialmente na área veterinária para a retirada de ejaculado. Consiste no uso de um aparelho, chamado eletroejaculador. O aparelho consiste de um eletrodo cilíndrico com ponta arredondada. O eletrodo é lubrificado e introduzido no ânus do animal gentilmente, conduzindo-se para frente e para trás por vezes com movimentos rotatórios, com o intento de massagear previamente o esfíncter anal. O aparelho ainda desligado pode ser utilizado para conduzir uma massagem retal, massageando na direção da próstata com movimento lento e ritmado. Após a massagem prévia com o aparelho ainda desligado o eletrodo é introduzido completamente; é então que se conduzem os estímulos elétricos, por volta de doze volts não excedendo vinte volts de intensidade em intervalos de três a cinco segundos. 6

Monta Natural Fonte: http://www.agropecuariagrumarim.com.br/?route=home/page/diaadia_2 7

Usando uma fêmea receptiva ou até mesmo manequin, onde o veterinário, na hora da monta, faz o redirecionamento peniano para uma vagina artificial para coleta do sêmen. Vagina Artificial Contém válvula para encher com água morna 8

Características seminais VOLUME - o volume total do esperma ejaculado representa a somatória das secreções das glândulas anexas do trato genital masculino, como o líquido seminal vesicular (maior porção do ejaculado), líquido prostático, das glândulas de Cowper, Littré, fluido epididimário, testicular e das ampolas. 9

ASPECTO: o esperma possui aspecto gelatinoso, de cor branca opalescente, homogêneo e se liqüefaz à temperatura ambiente em menos de 60 minutos. Sua aparência pode ser menos opaca se a concentração de espermatozóides for muito baixa, ou de cor castanha quando células vermelhas do sangue estiverem presentes. Se originalmente fluido, denota pobreza de espermatozóides, enquanto o esperma espesso, que não se liqüefaz rapidamente é, muitas vezes, anormal. Cremoso-marmóreo: representa mais de 1 (um) milhão de spz/ml; Leitoso: de 500 mu a 1 (um) milhão de spz/ml; Opaco, leite/aquoso: de 200 m' a 500 mu spz/ml; Aquoso-translúcido: menos de 200 mu spz/ml. ph: determinado pelas secreções da próstata (ácida) e vesícula seminal (básica). 0 ph do sêmen no touro pode variar de 6,4 a 7,8. 10

TURBILHÃO (TURB): (em escala de 0 a 5) é o movimento em forma de ondas observado em uma gota de sêmen, sendo que a intensidade do movimento é resultante da motilidade, vigor e concentração espermática. A classificação varia de zero (ausência de turbilhão) a cinco (acentuado movimento de massa). MOTILIDADE INDIVIDUAL PROGRESSIVA (MOT): a motilidade espermática é a mais importante medição individual da qualidade seminal e pode ser fator compensador em homens com contagem espermática baixa. A motilidade sofre influência de vários fatores, entre eles, a viscosidade, a temperatura e as radiações eletromagnéticas (raios-x, luz ultra-violeta e a própria luz visível). Após longos períodos de abstinência (superior a 30 dias), há um aumento significativo de espermatozóides imóveis. A motilidade é um fator necessário para a fertilidade, porém, não é suficiente para indicar capacidade de fertilização. É avaliada de duas maneiras: a quantidade de esperma com motilidade como porcentagem do total e a qualidade do movimento espermático de progressão em linha reta, isto é, rapidez e a capacidade do espermatozóide de produzir em linha reta. VIGOR (VIG): Intensidade de movimentação do espermatozóide - Escala 0 a 5. é a força do movimento que influencia a velocidade que os espermatozóides se movimentam, sendo classificado de zero (ausência de movimento progressivo dos espermatozóides) a cinco (movimento vigoroso e veloz dos espermatozóides, geralmente progressivo). CONCENTRAÇÃO : espermatozóides por ml. Nos zebuínos a concentração normal é de 200 mil a 1,2 milhões de spz/ml através do eletroejaculador e 800 mil a 1,2 milhões de spz/ml na vagina artificial. 11

MORFOLOGIA: Porcentagem de espermatozóides vivos e mortos O conhecimento da porcentagem de espermatozóides vivos e mortos no ejaculado serve para assegurar a avaliação da motilidade (células vivas) e para se estimar a taxa de diluição no caso da conservação do sêmen. As porcentagens de vivos e mortos são determinadas através de coloração de uma amostra do sêmen. As colorações mais comumente utilizadas são de eosina-nigrosina, e fastgreen. O corante utilizado difunde-se na célula morta enquanto a viva permanece incolor. A lâmina é examinada sob imersão, onde são contadas, no mínimo, 200 células. Total de defeitos menores, maiores e totais Os tipos morfológicos considerados mais característicos na prática laboratorial são: normais, ectasias, microcefálico, macrocefálico, bicaudais, bicéfalos, fusiformes, mistos; disformes, piriformes. Formas fusiformes e ectasia aparecem com maior freqüência nos casos de alterações da temperatura escrotal (varicocele, hidrocele, entre outras). Dois procedimentos são recomendados para esta avaliação, o primeiro é análise convencional: segundo a OMS, a análise morfológica pelo critério convencional, é considerada normal, quando são encontrados pelo menos 30% de espermatozóides normais. Porém, de acordo com a classificação de Sérgio Piva, é necessário encontrar acima de 70% de formas normais para considerar a amostra com morfologia normal e quando encontrados acima de 30% de formas anormais, não importando a forma anormal predominante, a amostra é considerada teratospérmica. A presença de grandes números de células imaturas, amorfas e afiladas é atribuída a função testicular alterada. Classificação das alterações espermáticas 12

As alterações observadas podem ter diversas etiologias, de acordo com a estrutura e forma de apresentação. Primárias: de origem intra-gonadal, causadas por falhas na espermatogênese. São alterações que os espermatozóides sofrem durante a espermatogênese e são indicativos de processos patológicos. Anormalidades secundárias: alterações de origem extra-gonadal, geradas durante a maturação e transporte no epidídimo. São originadas no epidídimo, após as células terem completado a transição de espermatócito secundário para célula espermática, portanto, ocorrem após a formação dos espermatozóides. Anormalidades terciárias: alterações ocorridas depois da ejaculação, geradas mais freqüentemente durante a manipulação do sêmen. Este tipo de defeito é originado durante a manipulação e processamento do ejaculado devido ao manuseio inadequado. A influência na capacidade fecundante do ejaculado depende do tipo e da localização do defeito e da freqüência das alterações, podendo resultar na redução do potencial de fertilidade da amostra. O choque térmico durante a coleta e diluição é uma das causas mais comuns de formação de cauda dobrada ou enrolada. Este problema é resolvido mantendo-se todo material aquecido durante o processamento e diluição do ejaculado. INTEGRIDADE DA MEMBRANA A integridade da membrana plasmática é um requisito essencial para o metabolismo e a função espermática. A integridade da membrana espermática pode ser avaliada com a coloração eosina-nigrosina ou com uso de corantes fluorescentes. A avaliação se baseia na capacidade de membranas intactas impedirem ou não a entrada de determinados corantes nos compartimentos internos dos espermatozóides, permitindo, assim, separar as células com membrana íntegra. A viabilidade espermática, determinada com eosina-nigrosina, com os corantes fluorescentes Hoechst 13

33258 ou diacetato de carboxifluoresceína, não foi correlacionada com a fertilidade in vivo. Veja as Recomendações do Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA, 1998) para cada espécie. Referências Selecionadas ALVES, J.M.; MCMANUS, C.; LUCCI, C.M.; CARNEIRO, H.C.R.; DALLAGO, B.S.; GONZÁLEZ CADAVID, V.; MARSIAJ, P. A. P.; LOUVANDINI, H. Estação de nascimento e puberdade em cordeiros Santa Inês. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p.958-966, 2006. BAILEY, T.L.; HUDSON, R.S.; POWE, T.A. et al. Caliper and ultrasonographic measurements of bovine testicles and mathematical formula for determining testicular volume and weight in vivo. Theriogenology, v.49, p.581-594, 1998. BAILEY, T.L.; MONKE, D.; HUDSON, R.S. et al. Testicular shape and its relationship to sperm production in mature Holstein bulls. Theriogenology, v. 46, n.3, p.881-887, 1996. BARBOSA, R. T., MACHADO, R. et al; A importância do exame andrológico em bovinos; Circular Técnica 41; São Carlos (SP); Dezembro, 2005. BITTENCOURT, R.F.; RIBEIRO FILHO, A.L.; ALMEIDA, A.K. et al. Avaliação de carneiros da raça Santa Inês baseando-se na circunferência escrotal. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.27, n.2, p.195-197, 2003. BRAUN, W.F.; THOMPSON, J.M.; ROSS, C.V. Ram scrotal circumference measurements. Theriogenology, v.13, p. 220-229, 1980. COLÉGIO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL - CBRA. Manual para exame e avaliação de sêmen animal. 2.ed. Belo Horizonte: 1998. 49p. FIELDS, M.J., BURNS, W.C., WARNICK, A.C. 1979. Age, season and breed effects on testicular volume and semen traits in young beef bulls. J. Anim. Sci., 48(6):1299-1304. 14

KRAUSE, D. Sistema reprodutor masculino. In: DIRKSEN, G.; GRÜNDER, H.D.; STÖBER, M. (Ed.). Rosenberger: exame clínico dos bovinos. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. p. 242-268. LOUVANDINI, H. et al., Características biométricas testiculares em carneiros santa inês submetidos a diferentes regimes de suplementação protéica e tratamentos anti-helmínticos Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 3, p. 638-647, jul./set. 2008 MARTINS, Rodrigo Duarte et al. Avaliação da sazonalidade reprodutiva de carneiros Santa Inês criados no Distrito Federal. R. Bras. Zootec. [online]. 2003, vol.32, n.6, suppl.1 [cited 2010-10-01], pp. 1594-1603. PACHECO, A.; MADELLA-OLIVEIRA, A.F.; QUIRINO, C.R. Biometria e formas dos testículos em cordeiros da raça Santa Inês explorados em regime de manejo intensivo. Revista Brasileira de Ciencias Agrárias, Vol. 5, Núm. 1, 2010, pp. 123-128 TOELLE, V.D.; ROBISON, O.W. Estimates of genetic correlations between testicular measurements and female reproductive traits in cattle. Journal of Animal Science, v.60, n.1, p.89-100, 1985. UNANIAN, M.M.; SILVA, A.E.D.F.; MCMANUS, C. and CARDOSO, E.P. Características biométricas testiculares para avaliação de touros zebuínos da raça Nelore. R. Bras. Zootec. [online]. 2000, vol.29, n.1 [cited 2010-10-01], pp. 136-144. WHEATON J.E.; GODFREY R.W. Plasma LH, FSH, testosterone, and age at puberty in ram lambs actively immunized against an inhibin a-subunit peptide. Theriogenology, v. 6 0, p.933-941, 2003. 15