Pregão Presencial n. 003/2017 - Unemat Processo n. 0136357/2017 RECURSO ADMINISTRATIVO Recorrente: Panificadora e Restaurante Martins LTDA-ME, CNPJ 09.074.426/0001-64 Recorrida: C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39 DECISÃO RELATÓRIO. No pregão eletrônico da licitação ao norte citada, com abertura de propostas realizada no dia 11 de maio de 2016, às 14:46:19 horas a empresa Panificadora e Restaurante Martins LTDA- ME, CNPJ 09.074.426/0001-64, manifestou a intenção de recorrer da decisão do pregoeiro que HABILITOU a proposta e da empresa C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39, conforme manifestação em ata. No dia 11 de maio de 2017 a recorrente apresentou suas razões de recurso contra habilitação da empresa C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39. Houve oferecimento de contrarrazões pela recorrida, no dia 28 de outubro de 2016. É o sucinto relatório. DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO A empresa Panificadora e Restaurante Martins LTDA-ME, CNPJ 09.074.426/0001-64 impetrou, na data de 15/05/2017, recurso contra a decisão que declarou como vencedora do certame acima a empresa C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39, fazendo-o dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, após manifestar sua intenção de apresentar recurso junto a ata. O grande jurista Marçal Justen Filho já discorreu sobre a matéria. Em princípio, todas as decisões administrativas comportam recurso, ressalvadas as hipóteses de: a) ter precluído o direito de o interessado interpor recurso por razões temporais ( decurso de prazo) (...) JUSTEN Filho, Marçal Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 16a. Ed., pg 1191) Site: www.unemat.br / E-mail: licitacao@unemat.br 1/05
Desta forma, temos que o presente recurso é tempestivo, por ter sido apresentado dentro do prazo legal e da forma consoante o que preceitua o edital e a legislação em vigor. Passaremos, assim, a analisar os argumentos apresentados. FUNDAMENTOS E DECISÃO. Ab initio cabe destacar que a administração pública segue os princípios estampados no art. 37 da Carta Magna e por simetria os princípios do art. 3º da lei de licitações. Cumpre, ainda, consignar que a interpretação das normas disciplinadoras da licitação dever ser sempre a favor da ampliação da disputa entre os interessados desde que não comprometam o interesse da Administração Pública, a finalidade e a segurança da contratação. A recorrente padece de razão em suas afirmativas, senão vejamos: A empresa Panificadora e Restaurante Martins LTDA-ME, CNPJ 09.074.426/0001-64 impetrou Recurso Administrativo contra decisão que declarou a empresa C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39 vencedora do certame por haver apresentado o menor lance, pelos fatos em síntese. Argumenta que a proposta da empresa C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39 deveria ter sido desclassificada da licitação, pois, segundo seus argumentos, a mesma apresentou documentos divergentes anexos ao site, conforme item 12.2 falta índices, divergência na qualificação econômica, cadastro incompleto no Siag, Empresa se auto credenciou, falta declarações, Conforme item 12.2.1, habilitação jurídica item 12.3 e solicita que seja desclassificada do certame. Acerca do questionamento dos documentos apresentados, temos que não há razão nas referidas manifestações. Os documentos atenderam as exigências do edital o que se presume de boa fé, visto que os mesmos foram apresentados atendendo ao edital. É cediço que a exigência que consta no edital, está ali inserida a título Site: www.unemat.br / E-mail: licitacao@unemat.br 2/05
aferir e garantir a melhor contratação, dando à Administração Publica maior segurança na efetivação da mesma. Insta salientar, que todo o processo deve estar condicionado nos princípios básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade e probidade administrativa. Concomitantemente, aplica-se os preceitos da Lei nº 8.666/93 e suas alterações, principalmente no que concerne aos seus princípios moralizadores. O excelente doutrinador Celso Antonio Bandeira de Mello, em seu livro Curso de Direito Administrativo, no capitulo a que se refere ao Poder de Polícia, explana em um curto subtítulo sobre o que vem a ser a Legalidade Estrita, conforme segue: o particular quando pretende manter uma relação com a Administração Pública, o mesmo tem que se submeter a sua vontade, assim, a Administração Pública dita as regras para que possam manter uma relação jurídica, com uma espécie de contrato de adesão, caso queira manter uma relação jurídica com esta, tenha que se submeter às condições impostas. Além do mais o erro deve ser contundente para que seja afastada a respectiva proposta. No mesmo sentido, alicerçados por Marçal Justen Filho: Não basta comprovar a existência do defeito. É imperioso verificar se a gravidade do vício é suficientemente séria, especialmente em face da dimensão do interesse sob tutela do Estado. Admite-se, afinal, a aplicação do princípio de que o rigor extremo na interpretação da lei e do edital pode conduzir a extrema injustiça ou ao comprometimento da satisfação das funções atribuídas ao Estado (in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 12.ed., São Paulo: Dialética, 2008, p. 597) A Jurisprudência do STF contempla idêntica orientação: Se a irregularidade praticada pela licitante vencedora, que não atendeu a formalidade prevista no edital licitatório, não lhe trouxe vantagem nem implicou prejuízo para os demais participantes, bem Site: www.unemat.br / E-mail: licitacao@unemat.br 3/05
como se o vício apontado não interferiu no julgamento objetivo das propostas, não se vislumbrando ofensa aos demais princípios exigíveis na atuação da Administração Pública, correta é a adjudicação do objeto da licitação à licitante que ofereceu a proposta mais vantajosa, em prestígio do interesse público, escopo da atividade administrativa. (RO em MS no. 23.714-1/DF, rel Min. Sepúlveda Pertence) Assim, a empresa RECORRIDA atendeu ao exigido do edital quanto a apresentação da proposta e documentação de habilitação. Sendo assim, da contida análise dos autos, mormente as alegações trazidas pela empresa recorrente julgo totalmente IMPROCEDENTE O RECURSO ADMINISTRATIVO apresentado pela empresa Panificadora e Restaurante Martins LTDA-ME, CNPJ 09.074.426/0001-64, ora recorrente. CONCLUSÃO Por todo o exposto e por ser tempestivo CONHEÇO o presente recurso, respondo ao pedido da licitante nos termos anteriores e no mérito NEGO-LHE provimento na sua totalidade, mantendo-se CLASSIFICADA e HABILITADA a empresa C.R Bufe e Eventos LTDA-ME, CNPJ 21.682.114/0001-39, conforme decisão emitida na sessão de licitação que declarou classificada e habilitada, motivo pelo qual, com fundamento no art. 109, 4º, da Lei n. 8.666/1993 e art. 112, inciso IV, do Decreto Estadual n. 7.217/2006, remeto os autos à autoridade superior para decisão. Cáceres/MT, 22 de maio de 2017. Samuel Longo Pregoeiro Oficial / UNEMAT Site: www.unemat.br / E-mail: licitacao@unemat.br 4/05
De Acordo: Reitero os fundamentos acima. Comunique-se a empresa recorrente e recorrida desta decisão, que deverá ser disponibilizada, assim como a decisão do Pregoeiro, nos termos do edital, no mesmo link onde foi disponibilizado o edital. Determino o prosseguimento do Pregão Eletrônico nº 003/2017 Unemat, com a prática dos atos necessários. Cáceres/MT, 22 de maio de 2017. Ariel Lopes Torres Representante do comprador Site: www.unemat.br / E-mail: licitacao@unemat.br 5/05