ocorrer o despejo de urinóis e bacias pelas janelas dos sobrados, colhendo algum desatento transeunte na rua abaixo.



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Transcrição:

n rieliinucn Inb *3iJ4 - IkhLclim EkbDiuco Inb f3j24 - \QfOtJJOOK ocorrer o despejo de urinóis e bacias pelas janelas dos sobrados, colhendo algum desatento transeunte na rua abaixo. SE 3130 ANO VIII - Eflitor: Sérgio Jacommo SSo Paulo, 23 de janairo ds 20DB ISSN 1877-4388 Essa falia de cuidado e de respeito com os transeuntes, era prática repugnante aos povos mouros, cônscios de suas responsabilidades coletivas, de maneira que as casas passaram a ser construídas cada vez mais próximas das águas correntes, com as janelas dos fundos voltadas para o rio, e a frente para B rua, de forma a facilitar e dispersjso das águas servidas e urinóis, OPINIÃO APP «m área urbana consolidada Ansiza Helena Malnardes Miranda' Histórico sobre APP na legislação brasileira - APP e proteção ciliar em área urbana - função ambiental das margens de corpos hídricos em área de ocupação consolidada-conflito de direitos e garantias constitucionais, 1 - INTRODUÇÃO A aplicação dos limites ambientais trazidos pela alteração do Código Florestal em áreas urbanas, com ocupação consolidada, é hoje um dos grandes desafios do Direito Ambiental, e fonte de discussões diversas. No Brasil, apôs quinhentos anos de ocupação, urbana e rural em áreas de várzeas, há apenas vinte anos temos uma legislação ambiental restritiva. A conciliação dessas circunstâncias fâticas com a preparação para o futuro de nossas cidades é uma tarefa instigante para os órgãos ambientais, juristas, advogados, Ministério Público e Poder Judiciário. Hoje.não mais se discute quanto à aplicação ao não do Código Florestal para as áreas urbanas, sendo inafastâvel sua aplicação. O desafio é outro, se funda na compatibiliza cão do uso do solo urbano, nas áreas urbanas já consolidadas, nos séculos tíe ocupação do território nacional, com a novel legislação, especialmente em face da constante mutação arquitetônica e urbanística de nossas cidades. Este estudo propõe uma avaliação dos diversos dispositivos legais que incidem sobre os espaços descritos pelo artigo segundo do Código Florestal, bem como avalia a aplicação dos limites ambientais determinados pelo dispositivo legal. 2 - HISTÓRICO DE NOSSA OCUPAÇÃO URBANA Segundo a história do urbanismo brasileira, o mesmo originou-se de práticas oriundas dos povos Ibéricos, para os quais a ocupação dos topos de morro, das áreas ciliares e várzeas era uma situação mais do que normal, e determinada segundo os padrões urbanísticos e sanitários da era medieval e moderna. A ocupação dos topos de morro era uma constante naqueles povos, sendo indicada como questão de segurança para os artigos grupamentos urbanos, de forma que todas as cidadelas medievais apresentam fortificações em topo de morro. Nas áreas as margens de rios e lagoas a siluaçâo não difere. A constante busca pela água nas atividades domésticas e agrícolas, sempre levaram os povos a buscarem ocupação em locais onde os recursos hídricos eram fartos e mais facilmente captados. Nos países da Península Ibérica, Portugal e Espanha, onde a cultura moura foi mais difundida, por força dos longos anos de dominação árabe, as queslfles sanitárias se juntaram ás necessidades de captação hídrica Para esses povos a dispersão de esgoto sanitário nas águas correntes era uma prática salutar, em contraposição ás cidades da origem romana e anglo-saxônica, nas quais as ruas possuíam uma única saijeta ao centro, por onde escorriam os efluentes despejados das moradias, tanto pelas portas quanto pelas janelas, quando não era raro hfljuínwm-.tfc.«,tfi*«ffle3jao hdni u orii) [ivuiinm 11 ui JT Dessa forma, as cidades brasileiras, em especial as que receberam maior influência Ibérica em sua colonização, promoveram a ocupação do solo com suas casas construídas às margens dos rios, e de costas para eles. escondendo-o da paisagem, reforçando a Idôla de Insalubrtdade dos mesmos. Somente em algumas cidades brasileiras na Região Norte e naquelas que receberam maior influência anglosaxônica e germânica na sua colonização, se pode verificar a adoção do corpo hídrico como elemento urbanístico, incorporado á paisagem. Porém, mesmo nessas cidades, se venficava a tendência de margear o corpo hídrico com avenidas e ruas em ambas os lados, não conferindo ao mesmo terreno para movimentação das margens (aluviâo e avulsãol, situações normais á movimentação de suas águas e seus efeitos sobre as suas laterais. Aos poucos a impermeabilização do solo, com a implantação de calçamentos e ocupações urbanas, associada ao desmatamento de encostas, passou a produzir sobre as cidades um fluxo anormal de águas, especialmente nos dias de maior pkjviosidade. O solo nà"o mais era suficiente para absorver essas águas, que passaram a correr com mais rapidez sobre o solo pavimentado e impermeabilizado urbano. O resultado óbvio dessa conjunção de fatores é a ocorrência cada vez mais catastrúflca de enchentes, com mortes e elevados danos patrimoniais a quase todas as cidades, independentemente de serem elas serranas ou situadas em planícies. A ocupação do solo sem atendimento a padrões de sustentabilidade ambienta! específicos para a área, e a adoção de padrões urbanísticos gerais, que não promovem a Identificação das particularidades de cada uma das áreas das cidades, associado ao êxodo rural e as pressões habitacionais, leva, cada vez mais, nossas cidades a situações Insustentáveis, deixando a população, a cada ano, sujeita ás intempéries, sem possibilidade de previsão desses efeitos, que se somam em progressão de danos, a cada nova estação de chuvas. Esses fatos ainda não eram tornados no âmbito de seus drásücos efeitos, uma vaz que era comum aos governos da época atribuírem as catástrofes ambientais á ação exclusiva da natureza. Recente parecer da Assessoria Jurídica da FEEMA (FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - Parecer RD n 0-1/2007, oriundo da sua Assessoria Jurídica, da lavra do Dr. RAFAEL LIMA DAUDT d'olivêira, datado de 20 de junho de 2007) assevera, In verbis: 'Pesquisas clirriatológicas desenvolvidas desde 1S60 apontam a triste realidade desta cidade, que enfrenta, sistematicamente, a média de uma catástrofe metereo/ógica por década, cabendo destacar as mais recentes, ocorridas em f 066 (quando apenas 4 horas de temporal causou 100 mortes e milfiares de desabrigados, sendo decretado estado de calamidade pública): 1388(que deixou um saldo de 277 mortos e mais 12 mil desabrigados, sendo decretado estado de calamidade pública e computados 303 casos de leptospirose, com 15 vitimas fatais) e a última em 1996( deixando 59 mortos e 1500 desabrigados). Já em 1989, diante da magnitude do desastre de 1988. destacava-se a questão do uso inadequado do ambiente, especialmente o tropical, onde tem sido regra a falta de sintonia entre a ação entropica e as leis da natureza. Não obstante tal constatação, até os dias atuais busca-se denominar oportunamente esses graves episódios como catástrofes naturais, atenuando-se e responsabilidade do poder público quanto ao insatisfatório planejamento das cidades e ensejando uma percepção coletiva de que nenhuma medida poderia evitar os denos suportados pelas vitimas desses eventos.' Dessa forma, ao afastar a açso do homem como um dos reflexos dessas catástrofes, ditas naturais, as

Bnltíim Elcrrinita Irib I12K - IWI./imi legislações da década de 1960/70 passaram a incentivar a ocupação das várzeas e áreas ciliares, não só no meio urbano corno no meio rural. Projetos óe governo como o PRO-VARZEA, destinavam recursos financeiros para os agricultores abaterem as malas ciliares para uso da agricultura. Nesses projetos uma parcela era destinada para a aquisição de agrotóxicos e outros ínsumos químicos para melhoria doa resultados de produção, o que levou â catastrófica situação de contaminação de nossa flora e fauna fluviais com pesticidas, cujos efeitos estamos longe de conhecer, ante a falta de recursos para pesquisas científicas nesse seior. No maio urbano, inúmeras legislações federais, estaduais e municipais, incentivavam a canalização de rios e, por vezes, atem mesmo o seu eapeamento superior, de maneira que as calhas naturais, a lltulo de contenção de movimentação de margens, passaram a segregar cada vez mais os espaços então disponíveis para a progressão do caminho das águas superficiais, de forma que essas canalizações, hoje. em sua maioria assoreadas, n3o conseguem comportar o fluxo das águas. Um paradoxo no exame dessas atividades se encontra na justificativa destinada, à época, pela legislação para gssas intervenções, indicando que essas obras seriam destinadas a solucionar o problema das enchentes. Hoje vemos que essas intervenções sio um dos fatores que mais colaboram com o fenômeno nos meios urbanos. Os rios capeados com suas margens ocupadas, não possuem área de transbordo para as águas pluviais. Por outro lado, os rios segregados não conseguem suportar a quantidade de águas que findam por correr livres sobre as ruas, impermeabilizadas, acumulando-se nas áreas baixas, e, como conseqüência, provocando mais enchentes, 3 - ÁREAS DE DRENAGEM, FMP e APP - ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE As áreas de drenagem de águas superficiais se dividem em dois campos, as drenagens naturais, chamados corpos hídricos e as drenagens artificiais, construídas pelo homem (galerias da águas pluviais, canais artificiais, drenagens de crista, escadas de drenagens, etc.). É comum confundir-se FMP - Faixa Marginal de Proteção com APP - área de preservação permanente de matas ciliares. As faixas marginais de proteção dizem respeito ao aspecto hidrológico do rio, referindo-se aos espaços que o corpo hídrico necessita para expansão de calha em épocas de cheias acima dos parâmetros históricos de vazão, e espaços de movimentação de margens (aluviões e avulsões) e áreas de transbordo dos rios, que fazem parte da vida do corpo Hídrico. 3.1, Das áreas de drenagem naturais Todos os corpos hídricos são drenagens naturais, calhas estabelecidas pela natureza para o recebimento das águas, quer sejam elas perenes, sazonais ou oriundas do maior Índice de chuvas naquele período. É comum ao homem pensar no corpo hidrico como um elemento estático na natureza, de maneira que desde os mais remotos tempos da humanidade, se busca conter a alteração das margens dos rios. Porém, esquecemos que o rio é um elemento móvel e em permanente mutação na natureza, como o são os vulcões ativos, ilhas e margens de oceano, Esquecemo-nos de antigas aulas de geografia rã qual aprendíamos que os rios mais novos possuem força em suas águas, de maneira que apresentam traçado aproximado de uma linha reta, enquanto os rios mais antigos serpenteiam pelo solo. e a cada ano que passa, suas curvas sso aumentadas. Exemplo disso e a vista do alto do Sio Amazonas e do Rio Xingu, o primeiro forte e jovem, com suas margens respeitadas em razão do seu imenso volume de águas; o segundo velho, tracejando belos contornos sobre as suas váraeas recobertas de vegetação, lual grande serpente negra a corta o verdume de suas margens cobertas pela mata ciliar, e de suas várzeas, :om a floresta amazônica ao fundo, estabelecendo o contraste espetacular visto nas fotos aéreas de Rio Xingu. 1.2. Das Faixas Marginais de Proteção A expressão é determinada pela lei, e Indica a área livre necessária para o transbordo das águas de uma drenagem natural, nos períodos de maior pluviosldade. A FMP, portanto riflo se confunde com e área descrita no Código Florestal, que deve ser mantida com mata ciliar, estas destinadas a proteção dos corpos hídricos; tais como os cllios protegem nossos olhos, as matas ciliares protegem os 'olhos' das águas, seu espalho, sua calha. A FMP somente pode ser Identificada por meio de sua demarcação, com exame aprofundado do corpo hídrico, suas alterações sazonais, seus fluxos normais e expansivos, probabilidade de alteração do desenho de suas margens. Portanto, demarcar a FMP de urn rio, é demarcar a calha menor e a calha maior do corpo hídrico, estabelecidas segundo a média máxima de maior vazfio em determinado tempo, em face de sua vazão mínima nos períodos de estiagem, bem como estabelecer a sua faixa de transbordo excedente e a área de movimentação prevista para o mesmo. 3.3, APP nas margens e entornes de corpos hídricos. A Área de Preservação Permanente -APP, é a nomenclatura indicada pelo Código Florestal para identificar as áreas que devem ser mantidas com cobertura vegetal. A Matureza Jurídicaífa APP -Área de Preservação Permanente, está no próprio Código Florestal, por meio do artigo primeiro, parágrafo segundo, Inciso II, quando dispõe; "II - Área de preservação permanente: éres protegida nos termos dos art, y e 3" desta Lei, coberta ou néo por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, acessibilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo g&nico de fauna e Hora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas." (Grifo nso existente no texto original). As Áreas Preservação Permanente das margens de rios e dos entornes de nascentes, são aquelas compostas pelas matas ciliares, matas protehvas do corpo hídrico, e sã fundamentam na necessidade técnica de manutenção da vegetação destinada a garantir seis aspectos protetivos aos mesmas, quais sejam: 1 - garantir a permeabilidade do solo nas margens, de forma a possibilitar a microdrenagem de águas pluviais, e assim diminuir a contribuição de águas à calha dos rios, reduzindo o volume das cheias; 2 - garantir a permeabilidade do solo nas margens, de forma a possibilitar a microdrenagem de águas pluviais, e abastecimento dos lençóis freáücos, e águas subterrâneas, especialmente nas áreas onde os aqüíferos se comunicam com as águas superficiais; 3 - evitar a erasfio e o desmoronamento das margens, o alargamento da calha e a conseqüente alteração na profundidade do rio, o que pode levar, em casos extremos, a que o corpo hídrico desapareça, pela ação da evaporação de suas águas, que, correndo por largo espelho de pouca profundidade, fica vulnerável â ação do sol 4 - evitar o assoreamento pelo carreamenlo de terras para o leito do rio em referência, bern como para os demais que receberão suas águas por afluência; 5 - garantir o choque das águas com a vegetação das margens, assim propiciando a desinfecçâo de eventuais elementos poluldores, orgânicos, que passam a ter, com o choque, a quebra de suas moléculas, e assim facilitando a despolulcflo das águas. 6 - manter o fluxo de águas para a bacia de referencia, mantendo os níveis hídricos em todo o complexo hidrológico, A supressão vegetal no entorno de nascentes e mlcrodrenagens, leva a diminuição sistemática da vazão dos corpos hídricos riiaioresf.il; J 33 DS 57}

nicn Ir l b «1M - Ul'(l]/í«l«4 - DEMARCAÇÃO DE FAIXA MARGINAL DE PROTEÇÃO A Lei Estadual n" 650 de 11 de janeiro de 1983, do Estado do Rio de Janeiro, criou uma obrigação para a SERLA - Superintendência Estadual de Rios e Lagoas, deferindo-lhe prazo de 06 (seis) meses para a realização da demarcação das faixas marginais de proteção em todo o Estado do Rio de Janeiro (art. 3", parágrafo único), prajtj este que restou prorrogado pela Lei Estadual n" 790 de 19.10.1984, para um ano, a partir da data da promulgação da Lei, e há muito vencidos, não tendo o óígso ambiental cumprido com seu mister. A obrigação é exclusiva da SERLA, não somente porque a legislação estadual assim determina, mas porque foi nesse órgão que o organograma administrativo do Estado aglutinou cs expertos no tema e as memórias documentais necessárias ã implementação do trabalho. Nesse ponto, vale uma pequena digressão, a fim de explicar como os padrões técnicos determinam a realização de uma demarcação Saber os limites da calha de urn rio não é simples. Os cálculos partem das diversas medições pluviomètricas em determinado período de tempo, dez anos, vinte anos, trinta anos. etc. As informações quanto a essas medições se encontram, dentro do Podar Público Estadual, sob a guarda da SERLA, a qual não disponibiliza acesso â pesquisa e consulta desses dados com muita facllidade[3j. A partir desses dados, urna vez delimitado o período de tempo e o trecho examinado, se buscam os valores indicativos da menor e da maior vazão alcançadas pelo referido corpo hídrico naquele período, sendo a partir do ponto de maior cheia que determinará a largura da cairia do rio e de cujos limites se iniciará a demarcação da faixa marginal de proteção. Por exemplo, imaginemos que, para um determinado trecho do rio, o período de tempo pesquisado seja 20 (vinte) anos, sendo a calha cio rio fxada em 3 metros no período da mais severa seca verificada nesses vinte anos, e tenha alcançado a largura de 10 metros na maior enchente verificada naquele ponto, nesse mesmo período de tempo. A expressão matemática representativa desse cálculo será: 10 20 A partir dessa margem, fixada na maior vazão, se iniciará a demarcação da faixa marginal de proteção, a qual, segundo o Cüdigo Florestal, será de, no mínimo, 30 metros para cada margem, medidos, assim, a partir do ponto de maior cheia histórica naquele trecho, nos últimos vinte anos. Dessa forma, se torna patente que o calculo de FMP somente pode ser feito a partir dos dados históricos de vazão, a qual é calculada pelo Estado do Rio de Janeiro, ha décadas, em todos os corpos hídricos do Estado, e asses dados, dentro da estrutura administrativa estadual se enconlram arquivados junto a SERLA. Malflrado a clareza da Lei em determinar que a SERLA realizasse a demarcação das FMP em todo o Estado, e, por obvio, divulgasse esses cálculos, a lei nunca foi cumprida por completo. - Desde a sua criaçso a SERLA se restringe a demarcar a FMP a partir de requerimento do interessado ou da fiscalização, de maneira que a demarcação não é continua, mas secclonada, e guiada pelos Interesses de particulares, e de alguns fiscais. Raros sso os rios do Estado do Rio de Janeiro que se encontram plenamente demarcados, não sendo raros encontrarmos demarcações feitas sem o atendimento â Lei, o que gerou o parecer da Assessoria Jurídica do Estado[4J. A questão, embora complexa, deve ser enfrentada, Não se pode, simplesmente, por meio de duas Portarias administrativas, afastar a aplicação de uma Lei Federal, quanto mais afirmai que não Irá ocorrer a revisão das medições e demarcações, realizadas equivocadamente, e fixadas tora das determinações legais. 5 - HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO SOBRE APP - ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE A preocupação com a contenção das ocupações em faixas marginais de proteção de rios e lagos, até a ultima década do Século XX, era uma preocupação de poucos, e, não obstante a existência de legislação que visava conter a Implantação de construções nas margens dos rios, essas leis eram, simplesmente, a ser desconsideradas pelos Municípios. 5.1. O CÓDIGO DE ÁGUAS Já em 1934 o Código de AguasIS], timidamente, abraçou parte da questão, ao estipular um faixa de 15 metros de largura a cada margem como área non aectificandi. Os objetivos do Código de Águas não eram ambientais, mas administrativos, e determinavam a criação de SERVIDÕES DE TRANSITO para os agentes da administração pública em 10 metros nos terrenos localizados às margens de correntes não navegáveis ou fluluâveis. e faixa de 15 metros, contados a partir do ponto médio de cheias nos terrenos banhados por correntes navegáveis, Como se verifica, o objetivo da criação dessas faixas não edificantes nem de longe possuem o condão de proteção ambiental, mas simplesmente de ação administrativa de limpeza dos corpos hídricos, de ações emergenciais, e sanitárias. Por outro lado, o Código das Águas estabeleceu uma limitação á edificação nesses terrenos, mas não cita a manutenção das inatas ciliares nas mesmas, 5.2. OS CÓDIGOS FLORESTAIS DE 1934 E 1965 Coube ao Código Florestal, Lei n 4.771/65, a disciplina sobre o tema, Desde a primeira legislação sobre o tema (o Código Florestal de 1934} Já se tinha a idéia de conservação perene das florestas protetora e as remanescentes, nomenclatura que restou fixada pelo Código Florestal de 1965 como áreas de preservação permanente. No que tange, especificamente, às matas ciliares, a Lei n" 4.771/65 estipulava metragens de APP bem diferentes das estabelecidas na legislação ambiental atual, sendo a mesma fixada em faixa de 5 metros, para cursos de água de até 10 metros de largura de calha. É de ser ressaltado que essa faixa de 5 metros vigorou até recente alteração, em 1936, passando para 30 metros no menor índice, ou seja, para rios com largura de até 10 metros[6j, 5.3. O CÓDIGO FLORESTAL DE 1965 E A LEI DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO. Por sua vez a Lei 6,766/79, a Lei de Parcelamento do Solo Urbano, que veio a substituir o famoso Decreto-lei n 58, entendeu por bem enfrentar a matéria, estabelecendo como área nso edificante uma faixa de 15 melros de largura ao longo de todos os corpos hídricos que cortassem terrenos a serem loteados ou objeto de condomínios. Ao estabelecer essa faixa como livre de edificações a lei de parcelamento de solo urbano repetia os limites do Código de Águas, e ampliava a faixa estabelecida, então pelo Código Florestal. Não obstante, no período de tempo compreendido entre 1965 e 1979, ou seja, durante 14 (quatorze) anos, a estiputação da largura mínima em cinco metros das talxas marginais de proteção de corpos hídricos, com largura

l Bdclim Elcncniro Inb 1311* - II«1 (1KI«t "de cairia de ato 10 metros, levou a adoção da regra em quase todas as legislações urbanísticas brasileiras, e muitos estados e municípios simplesmente não aplicavam a norma da Lei 6.766/79. mas anotavam em suas leis i edllícias e urbanísticas, o limite de S metros. l t Para agravar a situação, no Estado do Rio de Janeiro, a SERLA somente se Incumbia dos rios navegáveis e nso navegáveis, remetendo os cursos de água. considerados de microdrenagem, à gestão municipal, cuja legislação, não raro, finava os limites em 5 metros[7]. Para alguns doutrinadores, os limites de 15 metros a cada margem, indicados pela Lei 6.786/79 teria vigido apenas ate o ano de 1986. quando promulgada a Lei 7.511/86, que estabeleceu novos limites ambientais. l Interessante trazer â colação que o artigo quarto, inciso II da Lei 6.766/79, ao criar a faixa non aedifícandi de 15 metros ao longo de cada margem dos corpos hídricos, faz ressalva explicita quanto a maiores exigências estabelecidas por legislação especifica. Dessa forma, inquestionável a aplicação da norma desde sua edição, e vigente até o presente momento, afastavel, tfio-somente. em face da aplicação de norma especifica ambiental. É certo que alguns autores sustentam a derrogação do dispositivo da lei de parcelamento do solo urbano (Daniel Roberto Flnk e Márcio Silva Pereira,), parecer esse encampado pela FEEMA[BJ, recentemente, porém a questão merece exame acurado, especialmente em face dos objetos de cada uma das leis, O Prof. Paulo Affonso Leme MachadolJU indica ter havido a ampliação do limites de proteção ambiental criados pela Lei 6.766, em razão da alteração legislativa do Código florestal, Não parece ser o melhor entendimento. Um parâmetro não se confunde com o outro. Embora tratem de limites de ocupação de margens de rios, o artigo segundo do Código Florestal trata da PRESERVAÇÃO de matas ciliares e demais vegetação em APP, ]á a Lei 6.766/79 trata, especificamente, de uso do solo para EDIFICAÇÃO urbana. Os objetos de ambas as leis s3o diversos: um é ambiental o outro urbanístico. Essas duas ciências, embora com estreita correlação no meto das cidades, nso espelham a mesma visão, > A Lei ambiental indica as áreas de interesse ambiental que devam ser protegidas da intervenção humana, preservando-se a vida silvestre e natural nos seus espaços, a preservação dos recursos hídricos, s estabilidade k geológica e o fluxo gânico.. k A Lei urbanística trata de áreas que não podem sofrer, em hipótese alguma, edificação, dentro dos critérios da engenharia civil, sendo a intenção do diploma legal garantir segurança humana na ocupação dos espaços urbanos, evitando o convívio de pessoas em áreas de instabilidade. São critérios de segurança humana na ocupação do solo, associados à critérios de melhoria da paisagem urbana e da saúde coletiva. Ou seja, o Código Florestal trata em preservação das matas ciliares, visando a garantia das funções ambientais dos espaços e vegetação ciliar, conforme já indicado acima; A Lei de Parcelamento do Solo Urbano indica as restrições edllícias nesses espaços, visando a segurança, a saúde social e a harmonia arquitetônica nas ocupações humanas, Esse 6 o entendimento de vários do u tri n adores, como Guilherme José Purvin de Figueiredo[101, citando Fernando Alves Correia, a fim de apresentar a distinção entre o Direito Ambiental e o Direito Urbanístico: "O direito urbanístico nso tem como fim direto B imediato a proteção cio ambiente, mas a fixação de regras jurídicas de uso, ocupação e transformação do território, o que significa que o 'tnobil' ambiental, embora presente, não constitui a idéia condutora da regra jtirtdica,e, ao contrario, as normas juridico-amüienra/s sflo infrin secamente preorcfenadss eos fins de tutela do ambiente Em saguncfo lugar, no que concerne á substancia, hi matérias que constituem o núcleo central do direita do amownle e <jue, de modo algum, se podam confundir com as do direito urbanístico (proteção cia fauna a de flora; prevenção da poluição nas suas diferentes modalidades; a matéria da responsabilidade civil por denos BO ambiente; g mafôría do Hiato ambiental, que da índole criminei, que da índole administrativa; o contencioso do direito ambiental; o direito oiganizakrío do ambienta; a matéria do Direito Internacional Público e Privado do Meio Ambiente". Hoje vários pesquisadores e doutrínadores buscam harmonizar a interpretação de ambos Direitos, especialmente quanto a adoção das regras ambientais em áreas urbanas consolidadas, como ocorre no parecer divulgado pela Assessorla Jurídica (ia FEEMAUU por força da perda da possibilidade de ocorrência da função ambiental do espaço marginal de corpos hídricos e da vegetação ciliar, Nesses casos, porém, ainda que se ateste a completa perda da função ambiental, e ainda que se defenda a n3o aplicação dos limites ambientais, estará em vigor a norma urbanística, que limita a faixa não edificante das margens dos corpos hídricos em 15 metros, na forma do artigo quarto da Lei B.766/79. Inexiste, pois, a colidencta entre os institutos, vez que os objetos de ambas as leis são diversos. Uma determinada área pode não ter a proteção ambiental, e ainda assim sofrer bloqueios para implantação de obras civis de edificação. Dessa forma, há que se sustentar a plena vigência do artigo quarto, III, da Lei 6.766/79, dentro dos parâmetros urbanísticos atuais. 5.4. A LEI ESTADUAL-RJ 650/83 E A PORTARIA SERLA 324/2003 No Estado do Rio de Janeiro a Lei Estadual n 650, de 11 de janeiro de 1983, estabeleceu a Polltica Estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacustres do Estado do Rio de Janeiro, bem como as medidas de preservação dos mananciais hldrieoanzj. A titulo da proteção do corpo hídrico a referida Lei, especificou as medidas de proteção das FMP-Faixa Marginais de Proteção de corpos hídricos. Porém, demonstrando a pouca influencia das exigências ambientais da época, atrelou a Política Estadual o Projeto de Alinhamento de Rio (PAR) e o Projeto de Alinhamento de Orla de Lagoa (PÃO), pelos quais estimulava obras de Interferências nos traçados naturais de rios e de lagoas. Quanto a fundamentação legal para a demarcação da calhas e margens de rio, no Parágrafo único do artigo terceiro, dispõe a referida Lei Estadual sobre os limites da FMP, a saber: "Parágrafo único - a Faixa Marginal de Proteção (FMP), nos (imites da definição contida no artigo 2 da Lei n" 4.771, de f5 üe setembro de 1965, será demarcada pela Superintendência Estadualüe R/os e Lagoas-SERLA, obedecidos os principio contidos no artigo rjo Decretc-Lef nm34, de 16 de junho de 1975, e artigos 2 e 4 da Lei n" 6.938, de 3f de agosto de 1981, na largura mínima estabelecida no artigo 14 do Decreto n 24.643, de W de junho de 1934.' (Grifo não existente no texto original). A atribuição para a demarcação de FMP - faixa Marginal de Proteção dos rios, por força da referida Lei Estadual e do Decreto Estadual n" 2.330 de 08.01.1979, que criou o órgão ambiental, restou deferida à SERLA - Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas, sendo por ela e exercido desde então. Durante muito tempo a SERLA adotou no Estado do Rio de Janeiro as normas estaduais contidas, especificamente, em Decretos estaduais e em suas portarias, olvidando-se das disposições contidas no prúprio tento da Lei Estadual n" 850/83, que textualmente remetia a limitação estabelecida na Lei Federal 4771/65. Dessa forma, a SERLA determinava a FMP para fios de largura até 10 metros em 15 metros, simplesmente desconsiderando a alteração legislativa Implementada ao artigo segundo da Lei 4771/65, que alargou a FMP nos cursos de água menores (até 10 metros de largura) de 5 metros, para 15 e depois de 15 metros para 30 metros, multo embora o texto do artigo terceiro, Parágrafo único da Lei Estadual n 850/83 fizesse menção expressa a adoção dos limites estabelecidos pelo Código Florestal, na demarcação dessas áreas pelo órgão estadual. Após inúmeras cobranças da sociedade civil e do Ministério Publico do Estado do Rio de Janeiro a SERLA hllp J/

Bole l tal Ektoiwo lnb HJÍÍ4 - I0flllfl«l» abandonou a diretriz anterior, adotando os limites determinados pelo Código Florestal, o que fez por meio da Portaria SERLA n" 324 em 25 de agosto de 2003, a qual define a i>ase legai para estabelecimento da largura mínima da FMP e dá outras providencias. A demora na adoção dos critérios legais federais pela SERLA, perdurou de 1986. quando do Código Florestal recebeu a primeira alteração, até o ano de 2003, quando a lei passou a ser efetivamente adotada pelo órgão ambiental. Nesse período um elevado número de processos administrativos tramitaram junto ao órgão estadual, recebendo demarcação de FMP em 15 metros, e em alguns casos, em parâmetros menores, segundo o texto originário do Código Florestal (5 metros), de maneira que, Hoje, a questão deve ser enfrentada. O equivocado posicionamento do órgão ambiental, a SERLA, originou uma verdadeira confusão administrativa junto aos Municípios do Estado do Rio de Janeiro, Por força de demarcações em limites menores do que estabelecidos pela Lei Federal, vários projetos de parcelamento do solo urbano foram aprovados, em razão da apresentação do projeto de demarcação de FMP aprovado pela SERLA, na largura ali determlnada[131. No parecer jurídico que fundamentou a edição da Portaria SERLA n" 324 em 25 de agosto de 2003[14J, decidiu o órgão ambiental por não alterar as Faixas Marginais de Proteção já demarcadas com fulcro no Decreto Estadual, assim justificando o posicionamento: "O Estado do Rio de Janeiro vinha adotando o critério determinado pela Lei Estadual 650 de 11.01.1583, qual seja a largura mínima de 15 metros quando o Ministério Público questionou sua legalidade face só que determina o Código Florestal. A rigor, o Código Florestal - norma geral, suspenderia a eficácia da lei estadual conforme preceitua o 2" do art. 25 da CF/99. Sucede Que o entendimento anterior do Estado era pe/a aplicação cia sua legislação por considerar inapticável o Código Florestal na demarcação de rios, mas sim o Código de.águas. Com efeito, esse diploma legal estabeleceu gue os terrenos reservados (FMP) s3o os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora cto alcance das marés, vão até a distancia de 15 (quinze) metros para a íerra, contados desde o pcnío médio das encnentes ordinárias.. Parece-me, deste modo, que somente a partir da puhlicaçso da portaria SERLA precitada, o novo critério pode ser adotado, sob pena de ferir o princípio da segurança das relações jurídicas" (Dr" Anna Luiza Gayoso P.Paraíso - Procuradora do Estado - Assessora Jurídica Chefe da SEMADUR), Data vânia, não tia como sustentar a fundamentação jurídica apresentada no dito parecer. Não loi a Lei Estadual 650/83 que determinou a FMP dos. rios menores em 15 metros, mas um decreto estadual. A referida Lei Estadual n" 6EO adota, TEXTUALMENTE, os limites determinados pela Lei Federal 4771/65. o Código Florestal, e uma vez alterado este, também esta alterado os padrões que deveriam ser adotados pelo Estado do Rio de Janeiro. Por outro lado, como já dito acima, não já confundir a área non aedificandí estabelecida pelo Código de Águas com a FMP, ato mesmo porque o mesmo se destina às águas navegáveis e nso navegáveis, e náo, especificamente, por exemplo, às pequenas drenagens, como na maioria das situações dos rios com menos de 10 metros de largura de calha. Como bem salientou a FEEMA em seu parecer juridico[ 51. as determinações do Código Florestal são aplicáveis desde a sua edição, e não ficam atrelados â vigência de Portaria Administrativa no âmbito da SERLA. A razso que objetivou o parecer nos pareça mais bem delineado no último parágrafo transcrito, quando a ilustre Procuradora menciona o Principio da Segurança das Relações Jurídicas, uma das garantias do cidadso, constantes do artigo quinto da CR/88, mas sobre esse tema falarei mais a seguir. Por fim, mesmo que a Lei Estadual indicasse os limites da servidão administrativa, criada pelo Código de Águas, fosse o parâmetro a ser adotado pela SERLA para a demarcação da FMP. não seria o limite de 15 metros o único BaleLim Eletrônica ltíbf3??4- LiVOl/lOM indicado, já que o Decreto Federal n" 24.643/34 determina faixa não edificante de 10 (doz) metros para cursos não navegáveis ou flutuâvais, e de 15 (quinze) metros para os cursos navegáveis, não se referido BB microdrenagens. Assim, fixar 15 metros, para toda a qualquer demarcação, também estaria contrária às disposições da legislação aduzida. 6 - ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP e OCUPAÇÃO URBANA CONSOLIDADA Por todo o Histórico apresentado até o presente momento denota-se que a grande dificuldade do operador do Direito a aglutinar a aplicação da legislação ambiental, que a partir de 1966 expandiu para 30 metros de largura os limites mínimos para as faixas marginais de proteção, quando todo o histórico da ocupação urbana no Brasil determinou a ocupação sistemática das áreas topo de morro e áreas de várzea, Inclusive Incentivando as correções de traçado, canalizações e capeamentos de corpos hídricos, Muitas dessas intervenções nos corpos hídricos não somente eram estimuladas pela Lei, como eram realizadas pelo próprio Poder Público, havendo na União e. em alguns estados, como no Rio de Janeiro, em diversas épocas, órgãos específicos para patrocinar 9 efetivar essas Intervenções. Quinhentos anos de ocupação, urbana e rural em áreas de várzeas, contra vinte anos de legislação ambiental restritiva! Uma tarefa insligante para os órgãos ambientais, juristas, advogados, Ministério Público e Poder Judiciário. Como já dito acima, hoje não mais se discute quanto 3 aplicação ao não do Código florestal para as áreas urbanas, sendo Inafastável sua aplicação. O desafio, hoje é outro, como compatibilizar o uso do solo urbano, nas áreas consolidadas, nos séculos de ocupação do território nacional com a novel legislação, especialmente ern face da constante mutação arquitetônica e urbanística de nossas cidades. O artigo segundo do Código Florestal, em seu parágrafo único dispõe que "no caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões mefropolifanas e aglomerações urtianas, observar-se-â o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os principio e limites a que se refere este artigo". A leitura do texto indica que a aplicação dos limites ambientais estabelecidos para o meio urbano, o qual, na forma de piso básico ambiental, deve ser observado pelas legislações estaduais e municipais, segundo o sistema constitucional de fixação da competência legislativa para as matérias ambientais. Dentro das cidades há que se identificar quais são as áreas livres (silvestres), as áreas rurais, e as áreas de ocupação urbana consolidada. Guílnerme José Purvin de Figueiredo assevera em sua obra que o "território municipal pode ser subdividido em zonas urbanas, urbanizais, de expansão urbana e rural. A conceituação de área ou zona urüana sempre foi uma questão tormentosa, sendo conhecida a regra fixada pelo art, 32, 1" do Código Tributário que, para afoitos do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana I/PTU) considera como tal a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência He melhoramentos Indicados em pelo rnenos dois dos incisos seguintes, consfru/dos ou mantidos pelo Poder Público: l-meio fio ou calçamento, com canalização de éguas pluviais; II - abastecimento de apua; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação publica, com ou sem posteamento para distribwçso domiciliar, e l MOuTU) [!J'I/!W li M 51]

bdldliiiif-lqironie0lribn2j4. llvulíjwth ' V - escola primária ou posío ete saüde a-uma distancie máxima Oe 3 ffrflsj quilômetros do imóvel L considerado," \ Prosseguindo no exame legal das áreas de ocupação consolidada, a Resolução CONAMA n" 302/2002, por sua vez, a classifica como aquela que atende a alguns requisitos, quais sejam: t l h "a) definição legal pelo poder público; 6) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-estrutura urbana: 1. malha viária com canalização de águas pluviais; 2. rede de abastecimento de égua; 3. rade de esgoto; 4 - distribuiçso de energia elétrica e iluminação pública; S. recolhimento de resíduos sólidos urbanos, G, tratamento de resíduos sólidos urbanos; e c) densidade demográfica superiora cinco mil habitantes por Km'." Recente posicionamento da ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO, com assento na Assessoria Jurídica da Gerência Rio de Janeiro do IBAMAUH. entende que a aplicação do Código Florestal se dá pela geomorfologia da área, indicando critérios do principio da razoabilklade no exame caso a caso, segundo a melhor solução para o melo ambiente, para as áreas de ocupação consolidada. Indica o Parecer da Advocacia Geral da União, acima referido, em suas conclusões, in verbis: '6.5 Nas áreas urbanas onde a ocupação nío este consolidada é imperativa a obediência aos dispositivos do Código Florestal. Já nas áreas onde a ocupação 6 consolidada, deve-se aplicar o principio da rszoabilidade para ponderar qual é a melhor soluçso para o meto ambiente e para os cidadãos' Alessandra O. Machado, Procurador Chefe do IBAMAiRJ em Parecer da Advocacia Geral da União üe 06,03.2007 - Procuradoria - Geral Federal - Procuradoria Federal Especializada junto ao Ibama, referente ao Processo Administrativo n 02022,000671/2006 - Interessado DIJUR/RJ - Assunto: Aplicação do Art. 2 do Código Florestal em Área Urbana, pág, 32. (Grifo não existente no texto original). No corpo do parecer afirma o IBAMA, que a alteração dos limites ambientais trazidos pela Lei 4771/65, alterados em 11 de janeiro de 1986, não indica a imediata necessidade tíe desfazirnento de todas as obras urbanas implantadas aa longo dos anos nessas áreas, porem, uma vez que seu proprietário pretenda o seu desfazimento. com a demolição das edificações existentes no local, nenhuma outra pode ser construída, devendo a área de APP ser revegetada e entregue à proteção ambiental. Em socorro a essas conclusões, o referido parecer traz em socorro as conclusões da Procuradora Municipal de Porto Alegre, Dr 1 VANESCA BUZELATO PRESTES[17J, in verbis: "Na hipótese da já existir edificação, a moüiiicaçao do projeto (reciclagem de uso ou reforma) deve respeitar o limite da consíruçflo já erigida, não permitindo ampliação para dentro da APP. Já na hipótese de derrubada da edificação pré~e>isteníe para a construção de nova edificação devem ser respeitados os limites previstos pelo Código Florestal atual." Boltlin (.lrumi.cn 11,l, mil - lltojíllk* A afirmação do IBAMA contradiz a conclusão do próprio parecer que dá como Indicação interpretativa do caso concralo a adoção do Principio da Razoabllldade, A questão tática é lógica. Afastada aa circunstâncias de acidente no local, uma construção consolidada somente é desfeita para Implantação de novo projeto no local, de maneira que, a nova Implantação deve ser analisada segundo o principio da razoabllldade em cotejo corn o Interesse ambienta! na área, como reza a conclusão 6.5 do aludido parecer. A adoção dos limites estabelecidos pelo artigo segundo do Código Florestal sem o exame do Principio da Razoabllidade levará a verdadeiros absurdos urbanísticos, especialmente em áreas com ocupação humana urbana anteriores a alteração legislativa do próprio dispositivo citado, qual seja o ano de 1966. Na maioria das cidades, as ocupações tradicionais urbanas se encontram em topos de morro ou várzeas, esses imóveis ficariam impossibilitados da uso diverso, Inclusive de demolição para reforma, sob pena de o proprietário perder o uso de sua propriedade. Ao adotar esse entendimento restritivo, estar-se-ia criando para as cidades um número elevadíssimo de imóveis Inaprovehávels, Impossível de utilização, causando prejuízos aos proprietários, ã segurança das relações jurídicas, impediria a adequação do uso do espaço urbano, sempre necessário em razão do aumento populacional, e, por fim, empurraria a população para ocupar novos espaços, anteriormente livres de urbanização, causando maior Impacto ambiental. A aplicação do Principio da Razoabllidade, no exame da aplicação do Código Florestal em áreas já consolidadas, é «e rendido peta maioria da doutrina, além de jé ter sido acolhido pelos nossos pretorios, Em acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Ji.isilc.aUji], acatou decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5* Região, ao resolver a hipótese pelo principio do poluidor-pagador, ao reconhecer a "impossibilidade tática e jurídica do desfaxonento da obre, cujas conseqüências ambientais e sociais seriam bem piores que as de sua realização'. Mas a conclusão final sobre este ponto depende de mais algumas considerações, 7. DAS NORMAS DE DIREITO AMBIENTAL EM COTEJO COM O USO DO SOLO URBANO Quanto às questões ambientais, propriamente dita, a legislação brasileira se fundamenta em padrões técnicos e científicos para fundamentar a aplicação de limitações ambientais, em especial as áreas a serem preservada s. [19] O artigo segunda do Código Florestal, ao dispor, em seu parágrafo único, que: "no caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitana s e aglomerações urbanas, observa r-se-â o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípio e limites a que se refere este artigo", está indicando, asaim, a necessidade de reconhecimento dos limites fixados para as APP, Inclusive pelas legislações estaduais e municipais. A natureza jurídica do Instituto e a fixação do que seja, EFETIVAMENTE, considerado APP, está no próprio Código Florestal, por melo do An. 1, Inciso II, quando dispõe: "II - Área de preservação permanente: área protegida nos termos dos art. 2 e 3 tjesfa lei, coüerta ou não por vegetação nativa, com e função smb/enfa/ de preseívar os recursos hídricos, a paisagem, acessibilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo penico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o ftem-esíar das popuíaçoes humanas," (Grifo nfio existente no lerto original). Pela leitura do texto legal temos o balizamento primário da questão, de maneira que, a função ambiental é condição, sine qua nau, do reconhecimento da área como APP, mediante a avaliação técnica-ambiental da presença de alguma dessas funçtab no corpo hídrico.

llakiun l líoonlco bife»j1h - Como dito no Inicio deste pareoer.-as Áreas Preservação Permanente compostas pelas matas ciliares, se fundameniam na necessidade técnica de manutenção da vegetação destinada a garantir os aspectos técnicos e ambientais, proleeh/os dos corpos hídricas, quais sejam: 1 - garantir a permeabilidade do solo nas margens, de (orma a possibilitar a microdrenagem de águas pluviais, H assim diminuir a contribuição de águas a calha dos rios, reduzindo o volume das cheias; 2 - garantir a permeabilidade do solo nas margens, de forma a possibilitar a microdranagem de águas pluviais, e abastecimento dos lençóis freáticos, e águas subterrâneas, especialmenle nas áreas onde os aqüíferos se comunicam com as águas superficiais; 3 - evitar a erosão e o desmoronamento das margens, o alargamento da calha e a conseqüente alteração na profundidade do rio, o que pode levar, ern casos extremos, a que o corpo hídrico desapareça, pela ação da evaporação de suas águas, que, comendo por largo espelho de pouca profundidade, fica vulnerável â ação do sol; 4 - evitar o assoreamento pelo carreamento de ferras para o leito do rio em referência, bem como para os demais que receberão suas águas por afluência; 5 - garantir o choque das éguas com a vegetação das margens, assim propiciando a desinfecçâo de eventuais elementos poluidores, orgânicos, que passam a ter, com o choque, a quebra de suas moléculas, e assim fácil liando a de s poluição das águas; 6 manler o fluxo de águas para a bacia de referencia, mantendo os níveis hídricos em todo o complexo liidrológlco. A supressão vegetal no enlorno de nascentes e microdrenagens leva á diminuição sistemática da vazão dos corpos hídricos maiores; Com base nessas circunstancias de ordem técnica, alguns doutrinadores sustentam que a aplicação dos rígidos limitas do Art. 2 do Código Florestal em áreas urbanas deve passar pelo exame da EFETIVA FUNÇÃO AMBIENTAL da área naquele ponto. Essa é a posição recentemente adotada pela FEEUA/RJígOJ. No item V do referido parecer, ao examinar a exigência de afastamento de projeto Imobiliário em avenida da cidade de Niterói, que ladeia curso hídrico há muitos anos canalizado, sustenta a FEEMA a não aplicação do Código Florestal em FMP/APP que tenha perdido a sua função ecológica, assim Indicando: "Wo caso, oüserva-se que se trata de curso d'água canalizado, cujas margens já /oram objeto de intervenção antrópicahâ muitos anos, por obras efetuadas pelo próprio poder público, no processo de urbanização da região. Ficou caracterizada a perda da função ecológica de ambas as margens do mencionado curso d'água, que inclusive contemplam duas vias públicas pavimentadas, nsomaisse verificando a permeabilidade, tampouco a existência ou possibilidade de crescimento de qualquer vegetação que pudesse contribuir para a proteção do recurso hídrico, dapaisagem, da Biodiversidade, o fluxo gênico da flora ou fauna, ou mesmo para atenuar a erosão da terra. Não obstante tudo o que foi dito sobre 3 importância da aplicaçso do Código Florestal nas áreas urbanas, registrou-se que a imposição da obrigação ao proprietário se justificaria na medida em que fosse possível resguardar as imprescindíveis funções ambientais exercidas pe/as áreas de preservação permanente. NSo se trata de admitir a interpretação quanto á não incidência do Cúüigo Florestal nas áreas urbanas, mas de se confrontar a sua aplicabilidade, no caso concieto, a luz dos princípios constitucionais aplicáveis à hipótese." Hoje vários pesquisadores e doutrinadores buscam afastar a Incidência irrestrita das regras ambientais em áreas urbanas consolidadas, conto ocorre no parecer divulgado pala Assessoria Jurídica da FEEMA, por força da perda da possibilidade de ocorrência da função ambiental e eventual implantação da vegetação ciliar na área degradada. Em parecer recente, ELSON RONEY SERVILHA, EMILIA RUTKOWSKI, GRAZJELLA CRISTINA OEMANTOVA e RAFAEL COSTA FREIRIA 2J]. asseveram a necessidade de destmaçac urbanística e soclo-amblental para as APP quando nfio mala se verifica em suas úreas a função ecológica, sob pena de exigir o Poder Público a manutenção desses limites sem nenhum ganho efetivo ambiental, muito menos social. A tendência nacional em aproximar-se o Direito Ambiental das disposições Urbanísticas, e do uso racional dos espaços protegidos, visando a harmonização dos seus usos, á uma realidade, especialmente apus a promulgação do Estatuto das Cidades. Essa parece ser uma diretriz recentemente acenada, inclusive peto CCNAMA, com a edição da Resolução 369 de 259.03.2006, que regulamenta o uso da APP - Áreas de Preservação Permanente em meto urbano, nos casos de utilidade pública e interesse social. Essa direção é confirmada por vários doutrinadores, como os que foram citados pelos doutrinadores ELSON RDNEY SERVILHA, EMILIA ROTKOW5KI, GRAZIELLA CRISTINA DEMANTOVA e RAFAEL COSRTA FREIRIA 12?], a saber "Este recente regulamentação trai, de certa forma, indicativos no sentido da aproximação das previsões da legislação ambiental no tocante às APP com a realidade factual tio espaço urbano. Neste sentido, Frisctiernbruder(2001,p,60-61) afirma que na elaboração de políticas protetoras dos recursos naturais deve-se '(...) resgatar a dimensão propriamente natural do ambiente, sem que deixe considerar os aspectos e implicações dos processos sociais e das atividades das populações humanas sobre esse, ao contrário, procurando precisar as relações complexas e aspectos relativamente independentes das dinâmicas envolvidas'. Em consonância com tais afirmações RutKowsKi (1999, p. 133-134) defende a necessidade de se "(...) compreender o espaço nso só como o meio ecológico mas também como o locus onde ocorrem as relações sociais de ordem cultural, política e econômica". Tais relações, de acordo com a autora, são '(...) um conjunto de inter-relaçoes entie o ambiente flsico-quimico-geolõgico e o meio biótico, organizadores üo desenho natural Oa paisagem ditadas pelas ações antrúpicas, circunscrevendo, em seus limites, as drenagens naturais ô/ou antropizadas pelas ações, neste caso, do saneamento" (p. 133). ela acrescenta que esse espaço é um "(...) espaço territorial de conformação dinâmica, cujos limites $3o estabelecidos peles relações ambientais de sustentabilidadg de ordens ecológica e social", (p. 134)" Prosseguem os eminentes doutrinadores, em suas conclusões, que: 'Dentro desse contexto as APP não podem ser consideradas como ecossistemas intocáveis, J6 que estão inseridas em um espaço social, criado originalmente peta natureza e transformado continuamente pelas relações sociais. Porem, as metragens definidas pela lei para a proteção das APP urbanas Insistem em considerar os limites do sistema biológico da APP como entidades fixas, Inseridas em um contexto não dinâmico, o que não é real em áreas urbanas. Nestas a dinâmica da paisagem 6 movida peles rslaçses sociais que devem sar consideradas na elsboraçso de políticas e planos de preservação e recuperação já que influenciam constantemente a saúde e o funcionamento do sistema biológico das APP, Em conclusão, somente será APP, ex vi legis, as áreas marginais de corpo hídricos que atendam sua função ambiental, devendo, obrigatoriamente, serem analisadas em colejo com ambos os dispositivos da mesma Lei (Art. i'. 2, Inciso II e Art. 2 ). sob pena de, além de criar exigência extrema ao titular do direito de propriedade, esta será amblentalmente inócua e sem propósito ambiental, configurando-se, como nas palavras de ELSON RONEY SERVILHA, EMÍLIA RUTKOWSKI, GRAZIELLA CRISTINA DEMANTOVA e RAFAEL COSRTA FREIRIA, subscritores do parecer divulgado na Revista de Direito Ambiental, já citado: 'A APP urbana caminha para compor-se como uma paisagem neutra!, com uma estrutura neutra, ou seja, sujeita a ume preservação /to/jse/vaffio &t>u recuperação sem serventia para o nomem, nem para a flora e pare a fauna." (Grifo nso existente no texto original). 3ii1 n JJJ [J

LlfirarKO Inb H1JU -11V» l «1118 B - DAS NORMAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO RELATIVAS AO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO No exame administrativo de projetos de parcelamento do solo urbano, tanto o Direito Administrativo e os princípios constitucionais que o regem não deixam margem para toda s qualquer llberalidade ao Município, ao revés, ImpCe ao administrador o uso escorreito, e dentro dos parâmetros da Lei, na edição dos atos administrativos. Segundo o An. 37 da Constituição da República a validade dos atos administrativos está ligada em primeiro lugar a LEGALIDADE do ato. Neste ponto valendo Indicar os ditames legais para o licenciamento de projetos de construção em cotejo com a regularização do uso sustentável do solo urbano. Especificamente quanto aos requerimentos de projetos de construções e de parcelamento de solo urbano, a Administração Pública exerce controle e fiscalização sobre os muníclpes. Segundo José Afonso da Si!va[Z3] esse controle se dá por melo de um sistema de INSTRUMENTOS DE CONTROLE URBANÍSTICO, os quais poderiam ser explicados como"... iodos aqueles atos e medidas destinados e verificar a observância das normas s planos urbanísticos pelos seus destinatários, privados especialmente". O eminente doutrinador prossegue indicando que esses instrumentos são aplicados em trás momentos, a saber in verbis: "a) antes (3a atuação do interessado, que é o mais importante, dtto controle prévio, que se realiza pela aprovação de planos e projetos, pelas autorizações e pelas licenças; b) durante a atuação do interessado, dito controle concomitante, que se efetiva pelas inspeções, comunicações e físcalizaç&o; c) finalmente, depois da atuação do interessado, o que se d6 pelo controle sucessivo ou 'a posteriori; mediante ato de vistoria, de conclusão de obra ou 'habite-se'." DIREITO URBANÍSTICO BRASILEIRO, José Afonso da Silva, ed. Malheiros, 2 a edição. Pag. 3B5. A legislação edillcia e urbanística de um município se compõe de duas classes de normas, quais sejam, as normas definidoras de controle técnlco-funcíonal das construções, que integram os códigos de edificações e normas de posturas, e normas definidoras do controle urbanístico da atividade construtiva, que integram as leis municipais de parcelamento do solo e zoneamento urbano. Contudo todas essas normas devem apresentar compatibilidade com as normas gerais brasileiras, a Constituição da República, a Constituição do Estado, o Código Civil, e demais legislação Infraconstitucional federal. Além do mais devem atender ã Lei Orgânica Municipal e a Lei do Plano Diretor. Segundo Virgílio Testa, citado por José Afonso da Silva[241: "A IBÍ urbanística prevê, como algures dissemos, o controle sobre a atividade edillcia da parte da autoridade municipal em duas fomias: uma que tem em mira as conslruções isoladas e se propõe a assegurar-lhes a plena correspondências às exigências higiênicas estéticas e de incolumidade pública e de idoneidade è função, a que cada qual se destina (controle técnico - estético), e outra que se propõe realizar, no desenvolvimento das construções, a plena correspondência dosedifícios aos ditames do plano regulador e determina ordem nas obras, capaz de fazer com que a zona de assentamento nasça, engrandeça ou se transforme de modo racional e em perteita harmonia com a evolução dos serviços públicos em cada zona (controle urbanístico)." Os requerimentos de autorizações e licenças para a construção possuem urn trâmite próprio que se inicia pelo protocolo do requerimento acompanhado do projeto que se pretende aprovar e prova da titularidade da área. l A tramitação do procedimento administrativo pressupõe o exame das questões lécnico-funcionais, estéticas e de l urbanismo, quando são apresentadas as exigências de adequação à Lei pelo Poder Público, e somente apôs, " verificada a conformidade do projeto ou plano com as exigências legais, poderá e deverá ser outorgada a l autorização ou a licença para a edificação. t Como se pode venficar não se trata de discricionahedade administrativa a outorga de licença ou de autorização sflo ATOS VINCULADOS da Administração Pública, atreladas à Lei e à alguns princípios. Como bem explanou Bohlira Eltnoni» [nt> 13114-1U/01/MKB MÁRCIA WALQUlRIA BATISTA DOS SANTOS[251, in verbis. "As licenças são informadas por alguns principio gerais: ia) NECESSIDADE - é obrigado requerê-la nos termos que o exercício da atividade a exija, no sentido de ser indispensável, valendo dizer que a Administração não poderá dispensá-la ou substitui-la por outra exigência; (ti) CARÁTER VINCULADO - que se manifesta no momento da outorga, em que a construção demonstra estar em total acordo com as exigências legois. (c) TRANSMISSIBILIDADE - fnwismissso automática aos herdeiros e em caso da alienação; (<3) AUTONOMIA - pelo que impede 6 Administração discutir a propriedade dos terrenos para os quais se so//c/ía a licença; e fé) DEFtNITWIDADE - deníro rfo prazo de vigência que determina a lei e sem embargo da possibilidade de invalidação e de revogação em certas circunstancias." Dessa forma, 6 Inegável que a Administração Pública, no controle das construções e parcelamentos do solo, age SOB CARÁTER VINCULADO ás normas edlllclas e urbanísticas. E as licenças de construções possuem caráter DEFINITIVO, ou seja, dentro da 'vigência que determina a lei e sem embargo da possibilidade de Invalidação e de revogação em certas circunstândast^í. Dessa forma, uma vez aprovada a ocupação do solo, e deferido o alvará definitivo de ocupação, vulgarmente conhecido como 'habite-se', n9o mais poderá determinar o Poder Público a demolição daquela obra, bem como restou fixado ao titular da propriedade, o direito de ocupação da área, segundo o projeto Implantado. B - DO DIREITO INTERTEMPORAL - DAS GARANTIAS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Além da ocupação consolidada no espaço urbano, e da perda da função ambiental da faixa marginal do corpo hídrico, no trecho do corpo hídrico a ser analisado, em concreto, se toma obrigatório ao operador do Direito entabular uma terceira análise, qual seja a aplicação da lei ao tempo da ocupação, ou seja o exame do Direito Intertemporal, em cotejo com as determinações constitucionais. 8.1. Do Ato Jurídico Perfeito Como já visto acima, as licenças administrativas que deferem a ocupação do solo urbano, uma vez plenas e completas, gerem direito para o titular do Imóvel, e somente por limitação legal podem ser afastadas. Dessa forma, se ao tempo que em se deu a ocupação do solo urbano, a mesma ocorreu legalmente, em face da Lei vigente a época dos fatos, a legalidade dessa ocupação se entende por hígída. alô jurídico perfeito, sendo o seu titular acobertado por garantia constitucional Inslta no An. 5" Inciso XXXVI da CR/38. Segundo Alexandre de MoraesEU, citando Celso Bastos: "O ato jurídico perfeito: ' aquele que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários a sua formação, debaixo da lei velha. Isto não quer dizer, por si só, que e/e encerre em seu bojo um direito adquirido. Do que está o seu beneficiário imunizado é de oscilações de forma aportadas pela lei nova.'" Assim, a licença de ocupação do solo urbano, sob a égide de lei velha, se toma ato jurídico perfeito, e deve ser respeitada, também quando do exame da aplicação de limitações urbanísticas e ambientais. Não se trata de direito adquirido, como bem salientado acima, mas de ato jurídico que terá força da formula interprelatlva legal. As limitações urbanísticas e ambientais são atos legais, por óbvio, mas não podemos, em face do artigo segunda do Código Florestal, levar às áreas urbanas com ocupações consolidadas, que nüo se prestam à sua função ambiental, a Insegurança de não mais poder o titular da propriedade fazer o uso do Imóvel autorizado, há multo, extirpando ou diminuindo o valor da propriedade, e, em não raras hipóteses, tomando o imóvel totalmente Inútil ao uso urbano, classificando todos os seus limitei como área não edificante.

Ifeltlim EtlKinlco Inbtt!» - WOM Unhlim Ukmmioi lnb«3!2t. ItWIQOIH O Direito Ambiental não é soberano, por si sú, embora hoje, sob os drásticos efeitos da hecatombe planetária experimentada pela humanidade, face ás alterações climáticas, poucos ainda se insurjam quanto a sua Importância. No entanto, nossas cidades, como dlssertado no início deste parecer, se formaram mediante a ocupação prioritária em áreas hoje classificadas como de preservação permanente. Além da garantia constitucional do ato jurídico perfeito, outros princípios constitucionais são normalmente lembrados pela doutrina, na análise do tema. 8.2. Do Princípio da Proporcionalidade O)á referido parecer da FEEMAI281 fundamenta que. em sendo constatada que a ocupaçso urbana da área, já consolidada.e uma vez determinada por parecer técnico a perda de sua função ambiental, exigir-se do proprietário do imóvel atenda aos limites de afastamento impostos pelo Art, 2" do Código Florestal, estar-se-ia indicando, alem da violação ao Principio da Razoabilidade e ã Garantia pétrea do Ato Jurídico Perfeito, também Indicaria violação ao Principio da Proporcionalidade, e da proteção da confiança legítima e da Igualdade. Quanto a esse principio, informa o parecer da Assessoria Jurídica da FEEMA: "Soo o prisma do principio da proporcionalidade, diz-se que um ato passa no teste do subprinclpio da adequação quando 6 apto a promover afins/idadepara a qual foi criado. Se, no plano abstrato, uma norma não se prestsra promovera fina/idade para a qual foi criada, ela será inconstitucional por violação ao principio da proporcionalidade, mais especificamente do subprinclpio da adequação. Setelocorrer num caso concreto, tal norma náo poderá incidir naquela situação especifica, também por violação ao principio da proporcionalidade, ) sem prejuízo de sua aplicação a outras situações em que não se manifestar a referida inconstítuciona/iüade. Dizse, enfio, que a norma é constitucional ern abstrato, mas inconstitucional em concreto. Ê que sua ap/icaçso a 9 determinada situação especifica revela-se inconstitucional, por contrarias a vontade da Constituição." Parecer já referido, pág. 21/22 h É certo que o Principio da Proporcionalidade indica referencial no exame do caso concreto e a aplicação ou não * do dispositivo legal. Não obstante, as conclusões do parecer quanto á inconstitucionalidade concreta da norma s n8o parecem aplicáveis na hipótese. ^ Não se indica exame da constitucionalidade do texto da lei, ainda que em concreto, rnas da incidência, ou não, do dispositivo ao caso concreto, balizado pelo exame legal., A Incidência das limitações ambientais trazidas pelo Art. 2 do Código Florestal somente podem ser feitos em ' cotejo com as indicações do Art. 1, 2, inciso II, do mesmo diploma, de maneira que, afastada a função ambiental da margem do corpo hídrico, no trecho em analise, afastar-se-ia a aplicação das disposições ' ambientais. t Por outro lado, ainda no exame da incidência do Princípio da Proporcionalidade, nas hipóteses em testilha, resta ) bem Invocado pela FEEMAI29]. a proteção da garantia legitima e da Igualdade, especialmente quando, no âmbito da hipótese concreta analisada, houver outras ocupações consolidadas em áreas de preservação permanente. Essa ocupação lindelra não pode ser afastada no exame técnico da função ambiental da área marginal, no trecho urbano sob exame, devendo-se levar em conta o trecho do rio, a jusante a montante do imóvel em análise, as, ocupações humanas e as intervenções antrõpicas tais que impeçam o pleno exercício ou eficácia da função ambiental da FMP, l Nesses casos, havendo a ocupação da FMP pelos imóveis lindeiros da propriedade referida, estando o corpo t hídrico com intervenções humanas, tais como canalizações e/ou capeamentos, quando as margens do mesmo estiverem totalmente Impermeabilizadas, por exemplo, não seria justo ou proporcional, exigir-se, somente daquele 1 proprietário, atendesse ás limitações ambientais, posto que toda a área não estaria classificada como área de preservação permanente na forma do Art. 1, 2, Inciso II do Código Florestal. 8.3.Do Principio da Razoabilidade Em complemento, tendo em vista a Indicação do S ü[2 i quanto à aplicação do Principio da Ftazoabllldade&lj, ao examinar da legalidade das ocupações consolidadas em áreas de preservação permanente, faz-se mister enfrentar o exame de seus requisitos. Pelo Principio da Razoabilidade se entende o exercício da Administração Pública em adotar uma das possibilidades legais Indicadas para determinado ato. Dessa forma, aplicar-se-á, segundo a fundamentação da administração, a solução mais adequada à lógica, Porém, o Principio da Razoabilidade é subprinclpio da Legalidade, de maneira que somente pode ser utilizado pela Administração Pública dentro dos limites de DISCRICIORIEDADE, e não contra a LEI. Assim, informa CELSO ANTÔNIO 8ANDEIF1A DE MELLO[3ZJ: "27. Descende também do princípio da legalidade o principio da razoabilidade. Com efeito, nos casos em que a Administração dispõe de certa liberdade para eleger o comportamento cabível diante do caso concreto, islo 6, quando lhe cabe exercitar certa discrição administrativa, evidentemente tal liberdade nío lhe foi concedida pela lei para agir desarrazoadamente, de maneira Ilógica, incongruente, NSo se poderia supor que a lei encampa, avaliza previamente, condutas Insensatas, nem caberia admitir que a finalidade legal se cumpre quando a Administração adota medida discrepante do razoável. Para sufragar este entendimento ter-se-ia que atribuir estultice à própria lei na qual se haja apoiado a conduta administrativa, o que se incompatib/lizaria com principio de boa hermenêutica. É claro, pois, que um ato administrativo afrontoso à razoabilidade não é apenas censurável perante a Ciência da Administração, É também invalido, pois nào se poderia considerá-lo confrontado pela finalidade da lei. Por ser invalido é cabível sua fulminaçso pelo Poder Judiciário a requerimento dos interessados. Nào haverá nisto invasão do 'mérito' do ato, isto ê, do campo da discricionariedade administrativa, pois discrição é margem de liberdade para atender o sentido da lei a em seu sentido nso se consideram abrigadas intetecçoes induvidosamente dasarrazoadas, ao menos quando comportar outro entendimento," (Grifo não existente no texto original). Dessa forma, a aplicação do Principio da Razoabílidade no exame das ocupações consolidadas em APP - área de preservação permanente, em sendo subprincíplo do Princípio da Legalidade, fica adstrita aos atos praticados na forma da lei, não podendo o argumento ser elencado para atos e situações praticados CONTRA A LEI. Para o enfrentamento jurídico das ocupações consolidadas em APP nos meios urbanos, deve-se, pois, buscar fundamento na Lei e na hermenêutica furldlca, por melo de uma Interpretação sistemática e teleológica do ordenamento jurídico pátrio. O Direito Pátrio é eminentemente de cunha concreto, positivo, de maneira que os princípios que o fundamentam devem ser respaldados pelo ordenamento positivado pela Constituição e pele Legislação Infraconstltucional. O cerne da questão se encontra, pois, cindido em dois pontos básicos, que devem harmonizar os ditames do Direito Ambiental e do Direito Urbanístico. Dessa forma, as limitações ambientais trazidas para as áreas descritas no artigo segundo do Código Florestal, somente podem ser aplicadas quando presentes as circunstâncias descritas no artigo primeiro, qual seja, a possibilidade de vir a área a exercer sun função ambiental. Uma vez caracterizada, tecnicamente, a total Impossibilidade de utilização da área para as funções ambientais, restará não Incidente o dispositivo ambiental, pelo que dever-se-á aplicar as limitações urbanísticas e servidões administrativas, estas descritas no Código das águas, e aquelas no artigo quarto da Lei 6.766/79, A exigência de aplicação dos limites ambientais para áreas urbanas consolidadas que já perderam sua função

a Bílm» Elinni» Int «IM t ambiental, cujos custos sociais de implantação serão mais gravosos que benéficos, com resultados pffios ao meio ambtente/eslarâ Indicada a aplicação do Principio da Razoabllkfade. 9 - DA NOVA CONSTRUÇÃO M APP URBANAS CONSOLIDADA POR DEMOLIÇÃO DE PRÉDIO ANTIGO O afeito óbvio do aumento populacional no meio urbano levou as grandes cidadãs brasileiras a sistemática ' demolição de antigas casas e chácaras, dando lugar a prédios, condomínios fechados, e até mesmo os, chamados'esplgões'. i A vertical ização do meio urbano, nas grandes cidades brasileiras, foi uma experiência traumática para aqueles centros urbanos nas décadas da 1960 a 1990, e é uma realidade hoje experimentada pelas cidades de pequeno e médio porte em todo o Brasil, A experiência advinda da verticalizaçao das grandes cidades, serve hoje á fundamentar políticas urbanísticas mais humanizadas e deve servir para indicar uma forma de uso racional da propriedade urbana. Não obstante, a vertical izaçao não deve ser encarada como um eleito danoso às cidades, pois ela impede que centras urbanos avancem sobre área naturais, ainda Intocadas, centralizando a pressão antropica em áreas já degradadas. Não obstante, somente trará benefícios se garantidos os critérios de racionalização dos percentuais de ocupação do solo, critérios de fixação de tamanhos de lotes, de forma a conter a sanha do lucro financeiro sobre a qualidade da vida urbana s do meio ambiente urbano sustentável, com a destinaçso de moradias e edificações humanizadas. Dessa forma, é comum no dia a dia dos municípios e dos Ministérios Públicos Estaduais se deparar com novos projetos de parcelamento de solo urbano, em lotes com antigas construções que são adquiridas para o fim de demolição e de implantação de habitação coletiva, quer por condomínio de casas, quer por edifícios de apartamentos ou lojas comerciais, quer por shopping centers. Multas dessas antigas construções obtiveram, segundo a legislação da época, licença de construção em áreas t que hoje se encontram dentro dos limites ambientais definidos pelo artigo segundo do Código Florestal. A imposição ou não desses limites é a questão jurídica a ser enfrentada. f) Em primeira análise, por tudo que Já foi exposto, nas hipóteses de demolição de prédio com ocupação t) consolidada para construção de nova edificação, deve-se perqulrtr quanto a aplicação do Código Florestal para a referida área, i), Havendo a Impossibilidade técnica de a propriedade exercer as funções ambientais descritas no artigo primeiro, " parágrafo segundo, lei 4.771/65, pelas inúmeras intervenções antróplcas existentes no trecho, como por exemplo, u canalização do como hídrico, impermeabilização do solo, total capeamento e enterramento do corpo hídrico, ocupação urbana dos imóveis líndeiros em limites inferiores, poderá estar afastada a efetiva possibilidade de a j área exercer sua função ambiental. ' A não aplicação dos limites do Código Florestal ê situação excepciona 11 ssima, de maneira que regras legais e jurídicas devem ser balizadas para esse fim. > Afastada a aplicação do Código Florestal da 1965, restará ainda avaliar quanto a aplicação das leis urbanísticas, na forma do exame do direito intertemporal, Dessa forma, imprescindível verlficar-se a data de aprovação do projelo no referido imóvel, para então fixar-se os limites urbanísticos para as ocupações, a saber: 1 - Acaso tenha sido o mesmo aprovado sob a égide da Lei n" 6.766/79 restará indicada a necessidade de manutenção da faixa não edificante de 15 metros: 2 - Acaso aprovado anteriormente a Lei de Parcelamento do Solo Urbano, ainda penderá a servidão administrativa constante do Código de Águas, como área não edificante. Dessa forma, deverão ser mantidos 10 Bíhuro Flcirniío InBUJH. 10/0] nom metros para os cursos d'água não navegáveis e 15 metros para os cursos d'agua navegáveis; 3 - Acaso a ocupação seja anterior a 10 de Junho de 1934, data da promulgação do Decreto n" 24.643, o Código de Águas, Indicará a limitação a pesquisa da lei aplicável á época. Por outro lado, ante a excepciona lidada da hipótese, a nova construção a ser erigida no imóvel, mesmo nessas situações, não poderá se estender alem dai paredes e colunas da construção velha a ser demolida, mantendo a mesma Impermeabilização do solo na área, e os limites da mesma ocupação, não se permitindo estender a obra nova por limites além daquelas que originalmente ocupavam dentro da área no/) seclificanüi estabelecida pata Lei de Parcelamento do Solo Urbano. Este não é o entendimento de vários doutrlnadores, que entendem que, uma voz demolida a construção, a área de APP deverá ser restltulda ao melo ambiente. Assim esposa o parecer emanado pelo IBAMA/RIO. respaldando seu entendimento na palestra apresentada pela Dr* VANESCA BUZEUATQ PRESTES[3_23, ín verbis: "Na hipótese tis já existir edificação, a modificação do projeto (reciclagem da uso ou reforma) deve respeitar o limite da construção jé erigida, não permitindo ampliaçso para dentro de APP. Já na hipótese tíe derrubada da edificação pré-existente para construção de nova edificação devem sar respeitados os limites previstos pelo Código Florestal atual." (Grifo r\6o existente no texto original). Pelas razões já expostas, a segunda parte da expressão, não se afigura correta. A Indicação, pura e simples, da demolição, não encontra assento junto ás garantias e princípios constitucionais e mesmo junto a lei ambiental. Em caso de demolição de obra velha, em área urbana há muito consolidada, não se pode afastar a necessidade de avaliação da permanência da possibilidade de exercer a propriedade sua função ambiental, na forma do artigo primeiro, parágrafo segundo, Inciso II do Código Florestal, bem como não se pode olvidar da validade dos atos jurídicos perfeitos, ainda mais nas hipóteses onde o Imóvel será totalmente comprometido pela limitação a m btental, Imagine-se uma antiga moradia, em lote com 40 metros de largura por 50 metros de extensão, com frente para uma avenida e fundos para um rio com calha menor que 10 metros, canalizado em ambas as margens pelo Poder Público e ocupado em toda a extensão da rua e do rio por inúmeras moradias, construídas nos mesmos limites. Imagine-se qua esse imóvel possua uma bela casa em quase ruínas construída a 5 netras do rio, construção essa datada de 1932, além de algumas edlculas e casa de caseiro, no mesmo alinhamento de fundo, possuindo um pequeno jardim defronte para a rua, que ocupa somente uma pequena área de S metros de largura. Ao se pretender demolir essas construções nada mais se poderia construir no lote segundo esse entendimento. Ao aplicar-se a FMP de 30 metros do rio, e o afastamento de 5 metros da rua, sobraria ao infeliz proprietário uma faixa aproveitável de 5 metros de largura, com extensão de 50 metros, na qual nada poderia ser construído. Por outro lado, dever-se-á analisar qual o valor ambienta l dessa [imitação, especialmente se o rio se encontra com as margens muradas e Impermeabilizadas? É razoável desconsiderar todas as relações jurídicas que, durante 80 anos, orbitarem em tomo daquela propriedade? A simples Imposição abstrata de que demolida a construção deva se retomar a APP ao reflorestamento nflo serve para o enfrentamento de todas as questões práticas enfrentadas diuturnamente em nossas cidades. É necessária a adoção de critérios legais ejurldlcos no enfrentamento concreto dessas questões, o que se propõe no presente estudo. CONCLUSÃO Ao final da presente argumentação, se conclui: 1 - As disposições ambientais do Código Florestal se aplicam, Irrestrita mente, a todas as áreas urbanas livres, sem construção, ou seja, não consolidadas; 2 - Nas áreas urbanas com ocupação antrópíca consolidada, as limitações ambientais, constantes do artigo segundo do Código Florestal somente serão afastadas na t hipóteses seguintes; 011'!

É l> -i! f lavam IHb.?!<. l M.-.,,,, ISlilunniu Inl (] 124-1<1'(IU2I10«2 ) - quando da aplicação das hipóteses constantes na RESOLUÇÃO CONAMA 369/2006, para as situações de necessidade pública ou utilidade social, e segundo seus restritos termos; 2 2 - quando nflo houver a possibilidade da área em exercer sua função ambiental, na forma do artigo primeiro, paráarafo segundo, Inciso II do Código Floreslal, assim definida por melo de avaliação técnica ambiental; 3 - Na hipótese de afastamento da aplicação do Código Florestal, para as áreas com ocupação urbana consolidada, resta a aplicação da limitação urbanística do artigo quarto da Lei 6,766/79, que determina a manutençflo de uma faixa non eedfficandl de 15 metros nas margens de qualquer córrego, riacho ou rio, Independentemente da largura de sua calha. 4 - Nas hipóteses de demolição de prédio com ocupação consolidada para construção de nova edificação, devese perquirlr, primeiramente quanto a apllcaçso do Código Florestal para a referida área, na forma da possibilidade de a propriedade exercer as funções ambientais descritas no artigo primeiro, parágrafo segundo, inciso II da Lei 4771/65, 5 - Afastada a aplicação do Código Florestal de 1965, restará ainda avaliar qjanio a aplicação das leis f urbanísticas e limitações legais administrativas, em exame intertemporal, respeitada a garantia constitucional que determina o respeito ao ato jurídico perfeito, aos Princípios Constitucionais da Legalidade, da Proporcionalidade e r da Razoa bilidade. ' Dessa forma, imprescindível verificar-se a data de aprovação do projeto no referido imóvel, para aplicar a lei no L tempo, de maneira que: f 5.1 - Acaso tenha sido o mesmo aprovado sob a égide cta Lei n 6.766/79 restará indicada a necessidade de manutenção da faixa não edificante de 15 metros; l 5,2 -Acaso aprovado anteriormente a Lei de Parcelamento do Solo Urbano, 1979, ainda penderá a servidão t administrativa constante do Código de Águas, corno área nso edificante. Dessa forma, deverão ser mantidos 1 0 metros para os cursos d 'água não navegáveis e 15 metros para os cursos o"água navegáveis; i 5, 3 -Acaso a ocupação seja anterior a 10 fle junho de 1934, data da promulgação do Decreto n 24. 643, o Código de Águas, indicará a limitação a pesquisa da lei aplicável á época. 6 - Na hipótese do ilem 5, acima, a aplicação da lei velha, por situação excepciona l Issima, se dará nos estritos limites da edificação então existente, não se permitindo estender a obra nova por limites alam daquelas que originalmente ocupavam dentro da APP e/ou da área non aedificandi estabelecida pela Lei de Parcelamento do Soto Urbano. Teresópolis, 12 de outubro de 2007. Notas *Anaaa Helena Malhardes Miranda ê titulai da 1 a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Teresópolis (Mal. 1678), Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. [1] Alguns rios do Pantanal que sofreram açso de garimpo, tiveram suas margens desmaiadas. A erosão provocada levou ao alargamento da calha. Impedindo do fluxo das águas. As águas espraiadas nessas calhas passaram a sofrer com a aç5o do sol, e no trecho em questão, nos períodos de seca, se observa a quase morte do rio. [2J Um dos graves problemas do RIoSSo Francisco doje ô a diminuição de vazso de suas águas, por sistemas de drenagem para irrigação agrícola, e pelo desmatamento de águas de suas mlcrobacias. [310 que por si só já atenta contra o Principio da Informação - por esse principio se indica a necessidade de tomar-se pública todas as informações cientificas e ambientais a cargo do Poder Público. A Informação ambiental n6o tem o fim exclusivo da formar a opinião pública, mas de formar a consciência ambiental conferindo ao seu destinatário final - o povo - direito de conhecer e opinar sobre os tema*, "As informações ambientais recebidas pelos órgãos públicos devam sar transmllidan t sociedade civil, excotuindo-so * matérias que «nvolvam comprovadamente segredo Industrial ou do Estado* (ex. centrifuga nuclear brasileira). 'A Informação ambiental deve ser transmitida sistemática manta, e não só nos chamados acidentes ambientais, (...) A não Informação de eventos significativamente danosos ao meio ambiente por parte dos Estados merece ser considerada crime i: üei nacional" Paulo Affonso Leme Machado. 4] Dr 1 Anna Luiza Gayoso P. Paraíso - Procuradora do Estado - Assessora Jurídica Chefe da SEMADUR - parecer que fundamentou a PORTARIA SERLA n 324 em 25 de agosto de 2003 15] Decreto n"24,643, de w Oe junho de 1934 [61 Lei n" 7,511/86, Lei 7.803/80, Medida Provisória n 1.956 de 26.05.2000 (reeditada por três vezes), Medida Provisória 20.80 de 27.12.200 (reeditada seis vezes) e Medida Provisória 2.166, a qual vem sendo reeditada ata a presente data. I7J como ocorre em Teresópolis/RJ (81FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - Parecer RD n 04/2007, oriundo da sua Assessoria Jurídica, da lavra do Dr. RAFAEL LIMA DAUDT d'olive(ra. datado de 20 de junho de 2007 [91 MACHADO, PAULO AFFONSO LEME. D/rafo ambiental Brasileiro. Eu. Malheiros n 01 Guilherme José Purvin de Figueiredo; 'A propriedade no Direito Ambienta/"-ADCOAS. 1BAP E APRODAS - ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE DIREITO AMBIENTAL DO BRASIL; capitulo 7 - Direito Ambiental Imobiliário, Item 3.7/3.10 1111 FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Melo Ambiente - Parecer RD n 04/2007, oriundo da sua Assessoria Jurídica, da lavra do Dr. RAFAEL LIMA DAUDT d'oliveira, datado de 20 de (unho de 2007 M 21 Lei Estadual n 650/53, art, 1 ; "O Poder Executivo estabelecerá a Política Estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacusires do Estado do Rio de Janeiro, bem como a preservação dos mananciais hidricos, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação.' [13] Ha em Teresópolis demarcações de FMP feitas com 15 metros e algumas com 6 metros, essas últimas aprovadas, após vinte anos de tramitação do processo administrativo junto á SERLA, quando já em vigor a novel legislaçfio. [14] Dr Anna Luiza Gayoso P.Paraíso - Procuradora do Estado - Assessora Jurídica Chefe da SEMADUR - parecer que fundamentou a PORTARIA SERLA n 324 em 25 de agosto de 2003 15] parecer já citado [161 Alessandra Q, Mactiado, Procurador Chefe do IBAMA/RJ em Parecer da Advocacia Geral da União de 06.08,2007 - Procuradoria - Geral Federal - Procuradoria Federal Especializada Junto ao Ibama, referente ao Processo Administrativo n 02022.000671/2006 - Interessado DIJUR/RJ - Assunto: Aplicação do Art. 2 do Código Florestal em Área Urbana, pag. 32 nf») [JUíIHJl 13 U MJ

i,., ' i.,.,.,. ;, ' " ul/lvh..j PRESTES, VaneskaBuzelalo- Conferência apresentada no 1 r Congresso Internacional Oe Melo Ambiente - "A RESOLUÇÃO CONAMA n 363/2006 NA PERPECTIVA DO DIREITO INTERTEMPQRAL A Hipótese <ís Regularização Fundiária Sustentável. [1 ] STJ- Recurso Especial n" 480. 188 -SE, referente a Implantação de rodovia em região de dunas, náo precedida de EIA/RIMA Ujj] Dessa forma, desde 1 990, o Vocabulário Básico da Meio Ambiente, da FEEMA, indica como prggervacso "a tentativa de manter em sua condição presente, áreas da superfície da terra ainda n6o afetadas pela atuação humana e proteger do nsco de extinção aquelas espécies ou recursos ainda não destruídos pelo homem. " I2Q1 Pareceria citado QU ÊLSON RONEY SERVILHA, EMILIA RUTKOWSKI. GRAZIELLA CRISTINA DEMANTOVA e RAFAEL COSTA FREiRIA, publicado na Revista de Direito Ambiental, n 46 -abril/junho de 2007 -'Edilora Revistados Tríbunais-pâg. 67/113 [221 parecer lã citado [23] SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro, Sáo Pauto: Ed, Malheiros. 2 a edição página 365 [24] Obra já citada, pâg. 387 25] MÁRCIA WALQUÍRIA BATISTA DOS SANTOS : O Direilo de Construir e Limitações á Propriedade, i publicada na obra Curso de Direito Administrativo Econômico, Ed. Malheiros, Vol. II, pág. 664/665 [26i autora e obra já citadas [271 Moraes, Alexandre de. DIREITO CONSTITUCIONAL, 21" Edição - Editora Atlas g ] parecer já citado [29] parecer já citado [30] Julgado já citado [J1] decisão já citada 1321 MELLO, Celso Antônio Bandeira de - Curso de Direito Administrativo - Ed. Maltteiros - 5" Edição [33] PRESTES, Vaneska Buzelato - Procuradora do Município de Porto Alegre, em Conferência apresentada no 11 Congresso Internacional simultâneo ao 12 Congresso Nacional de Meio Ambiente, realizado em São Paulo neste ano de 2007 - "A RESOLUÇÃO CONAMA n 369/2006 NA PERPECTIVA DO DIREITO INTERTEMPORAL A Hipótese da Regularização Fundiária Sustentável REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Livros: ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Júris. 6' edição 2002. Bokliin! lumuiica Mb I3O4 - HKIL.'Z»B BENJAMIM, Antônio Herman V. O Principio do poluidor-pagador e a reparação do aano ambiental. Dano ambiental: prevençso.reparacbo, repressso, Coordenador Antônio Herman V.Benjamln. São Pauto: Revista dos Tribunais, 1993 DERANI, CRISTIANE - Direito Ambientai Econômico - São Paulo. Max Llmonad, 19B7 FARIA, Gulmar T. Estrella. Dano Ambiental - problemas de causalidade. Responsabilidade Objetiva de Particulares e Emp/vsas. Porto Alegre: UFGRS, 1994. Plano de exposição Ípôs-Graduacao-Meslrado em Direito) - Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1994. FINK, Daniel Roberto Flnk e outros. Aspectos Jurídicos do Licenciamento Ambiental- Ed Forense Universitária - 3* edição 2004. FIORILLO, CELSO ANTÔNIO PACHECO. Curso tfe Direito Ambienta! Brasileiro. Ed. Saraiva FREITAS, VLADIMIR PASSOS DE. A Constituição Federal e a Efetividade das Normas Ambientais. Ed. Revistas dos Tribunais LIMA, Frederico Henrique Vlegas de, O Direito de Superfície Como Instrumento de PlantticaçSo UrDana. Ed. Renovar-2005 MACHADO, PAULO AFFONSO LEME. Direito ambiental Brasileiro. Ed. Malheiros. MACHADO, PAULO AFFONSO LEME. Recursos Hídricos - Direito Brasileiro e Internacional. Ed, Malheiros. MAZZILLJ, HUGO NIGRI. O Inquérito Civil, Editora Saraiva. MEIRELLES, HELY LOPES. Direito Municipal Brasileiro. Ed. Malfieiros MORAES, Alexandre de. DIREITO CONSTITUCIONAL, 21" Edição- Editora Aflas MELLO, Celso Antônio Bandeira de -Curso de Direilo Administrativo-Ed. Maíheiros-5' Edição MUKAt, TOSHIO, Direito Ambiental Sistematizado, Ed. Forense universitária. MUSETTÍ, Rodrigo Andreotfi. Da Proteção Jurídico Ambiental dos Recursos Hídricos. Ed. De Direito- 2001 SANTOS, Mareia Walquíria Batista dos. O Direito de Construir e Limitações â Propriedade, publicada na obra Curso de Direito Administrativo Econômico, Ed.Malheiros, Vol, II, pág. 664/665 SILVA, José Afonso da. Direito AmDiental Constitucional, São Paulo: Mslfielros, 2000. SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro, SSo Paulo: Ed, Malheiros, 2" edição página 386 Revista de Direito Ambiental- Coordenação Antônio Herman Benjamin e Edis Milaré - Ed. Revista dos Tribunais Pareceres: ' Dr* Anna Luiza Gayoso P.Paraíso - Procuradora do Estado - Assessora Jurídica Chefe da SEMADUR - parecer que fundamentou a PORTARIA SERLA n" 324 em 25 de agoslo de 2003 Guilherme José Purvln de Figueiredo: 'A propriedade no Direito Ambientei'- ADCOAS, IBAP E APRODAB - ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE DIREITO AMBIENTAL DO BRASIL; capitulo 7 - Direito Ambientei hnp (/ i, bí.wuejjm litnil (ZJ rf zjhu/inobi 15.DS fl

Uai»ii Eümaltn tn\i*'l/4- Imobiliário,Item 3.7/3.10 * FEEMA- Fundaçflo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente- Parecer RD n* 04/2007, oriundo da sua Aaseasoria Jurídica, da lavra do Dr, RAFAEL LIMA DAUDT d'oliveira, datado de 20 de junho de 2007 * AleasandroQ. Machado. Procurador Chefe do ibama/rjem Parecer da Advocacia Geral da União de 06.08.2007 Procuradoria - Geral Federal - Procuradoria Federal Especializada junto ao Ibama, referente ao Processo Administrativo n 02022,000671/2008 - Interessado DIJUR/RJ - Assunto: Aplicação do Art. 2" do Código Florestal em Área Urbana, pâg. 32 ' PRESTES, Vaneska Buzelato - Procuradora do Município de Porto Alegre, em Conferência apresentada no 1 r Congresso Internacional simultâneo ao )2 Congresso Nacional de Meio Ambiente, realizado em São Pauto. neste ano de 2007 - "A RESOLUÇÃO CONAMA n 369/2006 NA PERPECTIVA 00 DIREITO INTEHTEMPORAL t A Hipótasa da Regularização Fundiária Sustentável. n ^,<t l»"»».i,ib «, br/bt/beíjm hiril (33,if JS) zulumi > O! S1\