GRAM POSITIVOS Aeróbios : - catalase positivos : Staphylococcus Micrococcus ( Micrococcus, Kocuris e Kytococcus) Alloiococcus - catalase negativos : Streptococcus Enterococcus Anaeróbios Família : Micrococcaceae Género: Streptococcus Características gerais: Cocos gram + em cadeia ou em pares Capsulados, não esporulados e imóveis Anaeróbios facultativos Catalase A diferenciação das espécies dentro deste género faz-se com base em 3 critérios distintos: Propriedades serológicas composição antigénica da parede - classificação de Rebecca Lancefield (A-K, K-U) Características culturais colónias e hemólise (β- hemolíticos, α- hemolíticos ou γ- hemolíticos) Características bioquímicas 1
Espécies: Streptococus pyogenes: Cocos gram+ esféricos em cadeias longas ou aos pares Anaeróbios facultativos Catalase Crescem em meios de cultura agar-sangue, após 24h de incubação Colónias brancas β- hemolíticos Crescimento é inibido em meios de cultura ricos em glicose (fermentam hidratos de carbono leva acumulação de acido lácticotóxico) Apresentam antigénio do grupo A dímero de N-acetilglicosamina e ramnose Mecanismos de patogenicidade: Cápsula - ácido hialurónico antigenicamente indistinta das células do hospedeiro, antifagocitária Parede( proteínas, carbohidratos, peptideoglicano) Acido lipoteicóico e proteína F- adesão as células epiteliais (fibronectina) Proteína M - adesão - internalização (juntamente com proteína F) do agente - imp. infecções persistentes e invasão de tecidos profundos - Antifagocitária, degrada factor C3b do sistema complemento (factor H) - Só as estirpes que a contem são virulentas - reacções antigénio-anticorpo cruzadas contra células do hospedeiro M-like proteínas ligam-se imunoglobulinas M e G e α2-macroglobulina (inibidor da protease) actividade antifagocítica. 2
Exotoxinas pirogénicas: Toxinas pirogénicas superantigénicas (Spes): - produzidas pelas estirpes lisogénicas - SpeA, SpeB, SpeC, SpeD, labéis ao calor - Interactuam com macrófagos e linfócitos T helper, levando a produção de citocinas ( IL-1,2,6 ; TNF α e INF-γ) - síndrome do choque tóxico estreptocócico, erupções cutâneas da escarlatina. Estreptolisina S -oxigeno-estável e não imunogénica - Provoca a lise de eritrócitos, plaquetas e leucócitos - Estimula o esvaziamento do conteúdo lisossómico dos macrófagos após ser fagocitada provocando a morte destas células. - È a responsável pela β- hemólise Estreptolisina O - oxigeno-lábil - Provoca a lise de eritrócitos, plaquetas e leucócitos - Formação de anticorpos anti- estreptolisina O (ASO) pesquisado para avaliar infecção recente por agentes do grupo A de Lancefield - É irreversivelmente inibida pelo colesterol na pele (doentes com infecções cutâneas não desenvolvem anticorpos ASO) Estreptoquinase (A e B) Clivam o plasminogénio em plasmina que degrada o fibrinogénio e a fibrina, e dissolve os coágulos sanguíneos facilitando a dispersão do microorganismo. Anticorpos anti- estreptocínase Estreptodornases ou desoxirribonucleases (DNases A a D) - Degradação do DNA presente no pus - Redução da viscosidade dos abcessos e facilita a dispersão do microorganismo. - Anticorpos anti-dnase B marcadores de infecção cutânea por S. pyogenes Peptidase C5a degradação do factor C5a. Antifagocítico 3
Hialuronidase destrói o tecido conjuntivo Epidemiologia: - Maior reservatório é a mucosa oral-nasal humana - Colonização é transitória - regulada pela capacidade do hospedeiro de produzir anticorpos anti-proteína M e da presença de outros agentes α hemolíticos e não hemolíticos (bacteriocininas) - Mecanismo pelo qual atravessa a mucosa é desconhecido - Um dos agentes mais agressivos Doenças S. pyogenes : Superficiais e limitadas: Faringite e amigdalite Inflamação da pele (impetigo) Erisipelas, celulite, fascite necrosante Sistémicas : Pneumonia, bacteremia, febre puerperal Doenças devido as toxinas: Escarlatina Síndrome do choque tóxico Doenças pos-estreptocócicas: (devido a resposta imunológica) Glomeronefrite aguda Febre reumática Streptococcus agalactiae Cocos gram +, cadeias longas Anaeróbios facultativos Catalase Crescem em meios ricos nuricionalmente Β- hemolíticos ou não hemolíticos 4
Classificados segundo 3 critérios serológicos: Antigénio do grupo B de Lancefield ( N-acetilglicosamina, ramnose e galactose) Polissacarídeos capsulares específicos ( Ia, Ia/c, Ib/c, II, IIc, III e VIII) Proteína C Serótipos Ia, III e V estão associados a colonização e doença, inibindo a fagocitose mediada pelo sistema complemento Epidemiologia: - Colonizadores tracto gastrointestinal superior e tracto genitourinário - Assintomáticos nos adultos mas potencialmente devastadores nas crianças - Recém- nascidos são muito susceptíveis Doenças causadas por S. Grupo B: Pneumonia Bacteremia sem foco detectável Endocardite Meningite Grávidas: bacteriúria sintomática ou assintomática, endometrite, amniotite, meningite, pielonefrite, parto pré-termo e inf. Pós-parto Recém-nascido: pneumonia, bacteremia, e meningite(sequelas neurológicas) Streptococcus dos grupos C, F e G Oportunistas pele, nariz, garganta, vagina e trato GI Streptococcus anginosus ( inclui S. anginosus. S. costellatus e S. intermedius) grupos A, C, F, G de Lancefield, 2 dias de incubação, colónias pequenas e com β- hemólise limitada formação de abcessos 5
Streptococcus dysgalactiae grupos C e G, colónias grandes com larga zona de β- hemólise faringite (glomerulonefrite, mas nunca provoca febre reumática) Streptococcus bovis inicialmente colocado no grupo D de Lancefield (β- hemólise). Maioria α- hemolíticos e foram reclassificados streptococcus viridans. Bacteremia e doença maligna do colón. Streptococcus viridans: - α- hemolíticos e não hemolíticos - mais frequentes na pop. da boca, faringe, tubo digestivo e urogenital. - Divididos em grupos ( S. anginosus,s. mitis,s. mutans,s. salivarius e S. bovis) Doenças: cárie dentária Infecções intra-abdominais Endocardite bacteriana sub-aguda Streptococcus pneumoniae: - Diplococos Gram+ laceolados - Pertencem ao grupo S. mitis - Anaeróbios facultativos - Colónias Encapsulados, grandes, redondas e mucosas - Colónias não encapsuladas pequenas e planas - α-hemolíticos em agar sangue em aerobiose (pneumolisina que degrada a hemoglobina, produto verde) - β- hemolíticos em anaerobiose - degradam hidratos de carbono em acido láctico ( tóxico) - acumulação progressiva de peróxido de hidrogénio inibe o crescimento das colónias e por isso não crescem em agar chocolate (são catalase -) 6
Mecanismos de patogenicidade: cápsula proeminente acido teicóico ( polissacarídeo C) é rico em colina importante para autólise, mediada pela amidase de agentes no centro da colónia, e reage com proteína C reactiva- sinal de doença inflamatória aguda. Colonização e migração: Proteínas de adesão Protease IgA secretora- impede que a bactéria seja excretada com muco Pneumolisina destroi as células ciliadas Destruição tecidular: Ácido teicóico e fragmentos de peptídeoglicano- activação da via alternativa do sist. Complemento (C5a) Pneumolisina activação da via clássica do sitema complemento ( C3a e C5a) Peróxido de hidrogénio Fosforilcolina (internalização) Epidemiologia: - Isola-se frequentemente na nasofaringe e orofaringe de indivíduos saudáveis - Doenças mais frequentes em crianças e idosos - Frequentemente associado a doença vírica prévia ou outras como DPOC, alcoolismo. I. cardíaca, diabetes ou IRC Doenças: Pneumonia lobar Sinusite Otite média Meningite Bacteremia endocardite septicemia 7
Diagnostico Laboratorial: Colheita do produto: zaragatoa, secreções brônquicas, hemocultura, LCR, urina e sangue para titulação de anticorpos Exame macroscópico: produto purulento Exame microscópico: cocos gram+ aos pares ou em cadeias Exame cultural: mt exigentes agar-sangue, 3 a 5% CO2, 35ºC Aspecto das colónias e hemólise Aglutinação com anti-soros específicos Lancefield Provas bioquímicas: Streptococcus pyogenes do grupo A: Colónias β-hemolíticas Aglutinação com anti-soro A Teste de susceptibilidade a bacitracina ( qq halo) Só deve ser efectuado em colónias de Streptococcus com βhemólise. Streptococcus que apresentam α ou γ hemólise podem ser inibidos pela bacitracina. Há estirpes de Streptococcus β hemólitico do grupo A que são resistentes à bacitracina. Streptococcus agalactiae do grupo B: Colónias β-hemolíticas Aglutina com anti-soro B Teste CAMP+ (Cristie, Atkins, Munchh-Petersen) - Streptococus do grupo B produzem proteína termoestável- factor CAMP que aumenta a β- hemólise dos Staphylococcus aureus que produzem esfingomielinase C que se liga a eritrócitos. Estes na presença de factor CAMP sofrem hemólise. Hidrólise do hipurato ( hipurato+nihidrina) 8
Streptococcus pneumoniae Colónias α-hemolíticas Sem aglutinação com anti-soros especéficos Sensíveis à Optoquina ( halo > 15mm) Lise em presença de sais biliares (deoxicolato de sódio) o resultado é positivo se houver lise completa das colónias e seu desaparecimento em +/- 30 min. Limitação: se for utilizado gelose sangue, aparece uma zona pronunciada de hemólise em volta da gota de reagente que não deve ser confundida com lise bacteriana. Susceptibilidade aos antimicrobianos: Maioria sensíveis à Penicilina Resistência à eritromicina é frequente S. pneumoniae resistência às penicilinas por altertação das PBP baixo nível e alto nível, cefalosporinas de 3ªgeração, vancomicina Género: Enterococcus Características gerais: - Cocos gram + aos pares ou em pequenas cadeias - Anaeróbios facultativos - Antigénio do grupo D de Lancefield - Nutritivamente exigentes (gelose sangue) - aa, vit.b e glicose. Após 24 horas de incubação colónias brancas não hemolíticas ou α-hemolíticas. - Suportam condições agressivas, crescendo na presença de Na+ 6.5% e sais biliares 40% - Há pelo menos 12 espécies - E. faecalis mais frequente (85-90%) e E. faecium (5-10%), E. gallinarum e E. casseliflavus 9
Mecanismos de patogenicidade: São parasitas que não possuem factores de virulência específicos nem produzem toxina virulenta potente. Proteínas de adesão que permitem a ligação do agente às células intestinais e da vagina Secreção: citolisina bacteriocinina que inibe o crescimento de outras bactérias gram + (facilita a colonização) e possui actividade hemolítica Feromona quimioactrativa de neutrófilos Gelatinase- hidroliza colagénio, gelatina, hemoglobina Resistência aos antibióticos : (plasmídeo) aminoglicosídeos, β-lactamases e vancomicina Epidemiologia: - Habitante do tubo digestivo, vagina e cavidade oral - Transmitidos de pessoa a pessoa pelas mãos do pessoal hospitalar - Frequente na UCI- seleccionado por terapia antimicrobiana- infecção nosocomial - Grupos de risco - cateteres venosos ou urinários e tratamento com grande espectro de antibióticos Doenças: Infecção urinária Peritonites bacteremia Endocardites septicemia Provas bioquímicas: teste da bílis esculina fermentam a esculina 10
Resistência aos antimicrobianos: Intrínseca - as penicilinas e aminoglicosídeos têm efeito bacterioestático e não bacteriocida Resistência aos aminoglicosídeos - redução do uptake - se sensível a altas doses é possível sinergismo com inibidores da síntese da parede ( aminoglicosídeos + penicilina ou vancomicina Novos antimicrobianos : linezolide 11