Projeto INCLUIR. Enquadramento. O envolvimento na avaliação de tecnologias de saúde

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Transcrição:

Projeto INCLUIR Enquadramento O Infarmed tem mantido contacto e interação com associações de doentes ao longo da última década, seja no desenvolvimento de campanhas de comunicação e envio de materiais, seja no envolvimento das organizações em reuniões temáticas como, por exemplo, na área da farmacovigilância. Pretende-se fortalecer este envolvimento, nomeadamente em áreas como a notificação de efeitos adversos associados à utilização de medicamentos, as roturas de stock, os medicamentos falsificados e a recolha de experiências sobre a utilização de medicamentos ou produtos de saúde. O Infarmed está a desenvolver novas ferramentas que contribuam para estreitar o relacionamento com o cidadão e os doentes, nomeadamente o Projeto INCLUIR e a divulgação de informação através das redes sociais (como o Facebook). O Projeto INCLUIR surgiu da vontade de estruturar o relacionamento do Infarmed com os doentes e as associações de doentes. Tem como objetivos promover uma maior proximidade e regularidade neste relacionamento, - numa lógica de benefício mútuo -; possibilitar que as associações de doentes possam construir posições mais informadas sobre os processos em que o Infarmed intervém. Noutro âmbito, pretende-se iniciar o seu envolvimento no processo de avaliação de tecnologias de saúde e, progressivamente, alargar o seu envolvimento a outros processos do Infarmed. O envolvimento na avaliação de tecnologias de saúde O Projeto INCLUIR foi precedido de um fórum, em 2015, na preparação da implementação do SiNATS - Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde, e de reuniões de discussão com associações de doentes, que visavam identificar como e onde poderia ser integrado este envolvimento, mapear as associações e identificar constrangimentos. A avaliação de tecnologias de saúde é um processo multidisciplinar, que envolve informação sobre os aspetos médicos, económicos, éticos e também sociais que incidem sobre o efeito das tecnologias nos doentes e, em terceiros, no seu dia-a-dia. Pretende contribuir para a formulação de políticas de saúde seguras e eficazes, centradas no doente. O Infarmed pretende, através do Projeto INCLUIR, promover o envolvimento dos doentes e respetivas associações em diferentes fases dos processos de avaliação, nas quais seja relevante consultar os utilizadores das tecnologias, mas também instituir fluxos de informação 1/5

e comunicação regulares. Este envolvimento será estendido a outras áreas de atuação do instituto de forma faseada. Como participar? O primeiro passo para os doentes e associações de doentes que tenham interesse em participar no Projeto INCLUIR é a acreditação, através do preenchimento de um formulário próprio disponível no site do Infarmed. O Infarmed estruturou um conjunto de critérios para o processo de legitimação/acreditação das associações de doentes e doentes interessados em colaborar nos processos do instituto, baseados em requisitos atualmente adotados, a nível internacional, pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), pelo National Institute for Health and Care Excellence (NICE) e pela agência do medicamento norte-americana (FDA - Food and Drug Administration). Critérios para a legitimação de associações de doentes Critérios essenciais para legitimar associações de doentes ou federações de associações para consulta em processos das áreas de competência do Infarmed: 1. Legitimidade As associações de doentes deverão constituir uma organização: Sem fins lucrativos; Com base na sociedade civil; E ter estatutos registados: em Portugal ou ter sede em Portugal; ou, em alternativa noutro país da União Europeia (EU), mas com atividade comprovada em Portugal 2. Missão e objetivos Têm de estar definidos e publicados. Devem estar associados aos interesses dos doentes e relacionados com a atividade do Infarmed. 3. Representatividade As associações têm de representar os interesses e direitos das pessoas com doença, cuidadores, familiares afetados. Sempre que possível, devem ser representativas de várias regiões do País, dados que devem estar publicados. 4. Estrutura 2/5

Os membros votantes e membros dos órgãos sociais devem ser, na sua maioria (51%), pessoas com doença ou cuidadores ou os seus representantes legais, outras pessoas afetadas ou associações; 5. Consulta pública As opiniões e decisões da associação devem estar publicadas e ser facilmente acessíveis a todos os membros, através de email ou outras vias. As decisões devem ser representativas e refletir a opinião dos membros. 6. Transparência e conflitos de interesses As fontes de financiamento devem ser divulgadas anualmente. Membros votantes e de órgãos sociais não podem trabalhar para empresas na área do medicamento e dispositivos médicos ou ser seus consultores; Financiamento total anual deve ser publicado, seja público ou privado; Cada fonte de financiamento deve ter detalhada a que percentagem do orçamento da organização corresponde; Descrição da percentagem a que corresponde o financiamento das empresas farmacêuticas ou de dispositivos médicos: o Sempre que o financiamento superar os 20% por determinada empresa, terão que existir, pelo menos, mais duas empresas financiadoras; o O valor atribuído pelas empresas não poderá equivaler a mais de 50% do orçamento da associação. Assinatura de uma declaração específica por ação desenvolvida, com critérios detalhados e adequados ao processo de consulta em causa. 7. Disponibilidade As associações devem comprometer-se com disponibilidades específicas (exigidas para cada projeto). A ausência a mais do que duas reuniões consecutivas poderá implicar o contacto com outras associações. Haverá sempre um associado de contacto direto designado pela associação. Critérios para a legitimação de doentes O recrutamento de cidadãos representantes de doentes é realizado em função de cada processo/ação a desenvolver para: Receber comentários sobre medicamentos, dispositivos médicos e medicamentos biossimilares que ainda aguardam aprovação ou que já se encontram no mercado; 3/5

Receber informação sobre questões regulamentares durante o desenvolvimento do medicamento e pós-autorização de introdução no mercado. Os representantes dos doentes serão selecionados com base num conjunto de fatores. Para ser elegível para o processo/ação, o candidato deve ser um cidadão em situação legal em Portugal, com mais de 16 anos de idade e que demonstre os seguintes requisitos: a. Experiência pessoal com a doença, como doente ou como cuidador informal (em caso de impossibilidade dos doentes); b. Capacidade de ser objetivo enquanto representante das preocupações de outros doentes; c. Disponibilidade para participar em reuniões e comunicar as suas opiniões; d. Conhecimento sobre opções de tratamento para a doença e facilidade de pesquisa nessas áreas; e. Nenhum conflito de interesses, financeiro ou ético (direto ou do doente representado, como por exemplo, interesse financeiro em empresas que podem ser afetadas pelas decisões do Infarmed). Adicionalmente, outros critérios de elegibilidade poderão ser identificados, de acordo com a natureza de cada ação a desenvolver e do tipo de contributo necessário. De acordo com cada processo/ação, poderão ser exigidos outros critérios, bem como o preenchimento de declarações de conflito de interesses, e recolhida informação mais complexa e abrangente. Após entrega do formulário de inscrição, serão selecionados os candidatos mais adequados ao projeto e será feita uma pequena entrevista para confirmação. Cronograma O Projeto INCLUIR faz parte do Plano Estratégico 2016-2018 do INFARMED e a respetiva implementação encontra-se planeada de acordo com o seguinte alinhamento: 4/5

Ação Semana 1. Aprovação em Conselho Diretivo Até 20/10/2017 2. Consulta pública interna e externa Até 10/11/2017 3. Avaliação dos contributos e aprovação da versão final Até 20/11/2017 4. Divulgação dos formulários para doentes e associações de doentes Até 30/11/2017 5. Resposta dos doentes e associações de doentes Até 10/01/2018 6. Identificação das associações de doentes que cumprem os critérios 7. Reuniões com envolvimentos de doentes e associações de doentes Até 10/02/2018 Reunião Plenária CATS: 23/11/2017 Fórum do cidadão: 15/03/2018 Oportunamente serão divulgados outras iniciativas, nomeadamente na área da formação na capacitação com envolvimento de organizações internacionais. Os comentários e contributos das associações de doentes/doentes poderão ser remetidos para o Infarmed, através do e-mail: associacoes.doentes@infarmed.pt. 5/5