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Transcrição:

Nº 288 SETEMBRO DE 2004 INFORMAÇÕES FIPE É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DE CONJUNTURA ECONÔMICA DA FUNDAÇÃO ISSN 1234-5678 ÍNDICES IPC de agosto: temporada dos preços administrados... I - 1 PAULO PICCHETTI índice de obras públicas: recuo na projeção da inflação anual... I - 2 DENISE C. CYRILLO metodologia de apuração dos custos do transporte rodoviário de carga... I - 4 MARIA LUCIA RANGEL FILARDO, MARCELO ALVES DE CARVALHO CONSELHO CURADOR Maria Cristina Cacciamali (Presidente) Carlos Antonio Luque Carlos Roberto Azzoni Elizabeth M. M. Q. Farina Hélio Nogueira da Cruz Simão Davi Silber André Franco Montoro Filho DIRETORIA séries estatísticas... I - 6 DIRETOR PRESIDENTE José Paulo Z. Chahad Índice de Preços ao Consumidor Índice de Preços de Obras Públicas Indicador de Movimentação Econômica - IMEC-FIPE Índice Nac. do Custo de Mão-de-Obra de Montagem e Manutenção Industriais Índice Nacional de Custos do Transporte Rodoviário de Carga DIRETOR DE PESQUISA Antonio Evaldo Comune DIRETOR DE CURSOS Antonio Carlos Coelho Campino PÓS-GRADUAÇÃO Simão davi Silber SECRETARIA EXECUTIVA Domingos Pimentel Bortoletto COORDENAÇÃO DE PUBLICAÇÕES - SUPERVISÃO EDITORIAL E PRODUÇÃO Eny Elza Ceotto EDITOR CHEFE Heron. C. E. do Carmo CONSELHO EDITORIAL Ivo Torres Lenina Pomeranz Luiz Martins Lopes José Paulo Z. Chahad Maria Cristina Cacciamali Maria Helena Pallares Zockun Simão Davi Silber AS IDÉIAS E OPINIÕES EXPOSTAS NOS ARTIGOS SÃO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DOS AUTORES, NÃO REFLETINDO A OPINIÃO DA FIPE ASSISTENTES Maria de Jesus Soares Luis Dias Pereira PROGRAMAÇÃO VISUAL E COMPOSIÇÃO Sandra Vilas Boas

índices PAULO PICCHETTI (*) IPC de agosto: temporada dos preços administrados O IPC-FIPE fechou a quarta quadrissemana de agosto com uma variação de 0,99%, um número expressivo levando-se em conta o fato de ser o maior número mensal do ano para o índice, apontando para uma taxa anualizada superior a 12%. Entretanto, a análise desse resultado revela que essa elevação resultou, em larga medida, do aumento de preços administrados, em particular das tarifas de energia elétrica e telefonia, e dos reajustes dos contratos dos planos de saúde. O gráfico abaixo permite a comparação da evolução ao longo das quadrissemanas do IPC e de seu subgrupo de preços administrados: Podemos ver claramente que o início do segundo semestre de cada ano apresenta um pico de variação dos preços administrados que, por sua vez, traz a taxa do IPC como um todo para cima. Portanto, esse aumento de agosto era largamente previsto, ainda que não em sua plenitude. A previsão da FIPE no início do mês era de uma taxa de 0,8%. Entretanto, um outro fator claramente sazonal trouxe esse número para cima no fechamento do mês. Para alguns itens de alimentação in natura, a situação de preços desfavorável que prevalecia um ano antes resultou em uma redução da área plantada. Enquanto esse fator isoladamente já seria suficiente para reduzir a oferta no corrente ano e pressionar os preços, o inverno atipicamente rigoroso criou problemas adicionais de oferta que, por sua vez, se transformaram em elevações de preços ao longo de toda a cadeia de comercialização. Três itens foram particularmante afetados: tomate, cebola e batata. No caso do tomate, por exemplo, os aumentos de preços para os produtores chegaram a mais de 100% ao longo do mês de agosto, sendo que para os consumidores finais a FIPE chegou a captar variações acima de 50% ao longo de agosto. Outras aberturas do índice, como o núcleo e o coeficiente de difusão, apontaram claramente essa concentração de aumentos em um número pequeno de itens, o que revela um fato fundamental em termos de tendência: o índice deve experimentar uma desaceleração substancial na medida em que os reajustes de tarifas públicas devem se dissipar já ao longo de setembro, e a oferta de produtos agrícolas tende a se regularizar com o fim do inverno rigoroso. Alguns analistas interpretaram a elevação dos preços na abertura de bens não-comercializáveis como um indicador preocupante do aumento da demanda no mercado interno. O próprio IPC da FIPE fechou agosto com uma variação de 0,98%. O diagnóstico se dá no sentido desse grupo incluir os bens de consumo nãoduráveis, que chegaram tardiamente nas estatísticas I - 1

de elevação de produção, mostrando que a recuperação da economia já poderia ser considerada mais homogênea, no sentido de não ser tão dependente do mercado externo. Em que pese um aumento efetivo do poder de compra dos assalariados nos últimos meses, é importante notar que esse aumento se dá no sentido muito mais de recompor perdas do passado do que de criar ganhos substantivos que resultem em pressões inflacionárias. Pelo exposto acima, fica claro que a pressão dos preços no grupo de não-comercializáveis deve ser identificada muito mais com uma questão de oferta. Nos próximos meses, a grande dúvida fica por conta da política do governo com relação aos preços dos combustíveis. Na ausência de um reajuste até o final do ano, o cenário de inflação mais provável é o de estabilidade em torno de uma taxa mensal entre 0,4% e 0,5%. (*) Coordenador do IPC-FIPE e Professor da FEA-USP. DENISE CAVALLINI CYRILLO (*) índice de obras públicas: recuo na projeção da inflação anual Em agosto, o índice de terraplenagem volta a ser a exceção dentro da tendência observada nos índices de obras públicas acompanhados pela FIPE. Enquanto os demais apresentaram reajustes menores do que os calculados no mês passado, o TER (0,51%) mais do que compensou a queda de julho ( 0,19%). Contudo, foi o IGE o que apresentou o maior aumento em agosto: 0,6% (Tabela 1). Dentre as obras de edificações, a FIPE também acompanha a evolução de índices de preços médios da construção de escolas (ES), fóruns (FO), delegacias (DE) e centros de saúde (CS). Os reajustes calculados para essas obras foram: 0,27% (FO), 0,64% (DE), 1,56% (CS) e 1,18% (ES). Insumos O exame da Tabela 1 mostra que foram os equipamentos que pressionaram os índices no mês em foco. Em particular, aqueles utilizados nas obras de pavimentação e de edificações gerais registraram aumento superior a 2%. Os materiais também contribuíram para a variação calculada para o IGE e SGPMO, com reajustes superiores a 1%, ao passo que para as obras pesadas a ligeira queda observada nos preços médios desses insumos amenizaram os aumentos da média geral do TER e do PAV. As outras duas categorias de insumos, serviços e mão-de-obra, também atuaram no sentido de amenizar as pressões inflacionárias no setor de obras públicas. Os salários estão praticamente estagnados e os serviços sofreram deflação de 0,66% e 0,71%, IGE e SGPMO, respectivamente. tabela 1 índices de preços de obras públicas variação mensal (%) agosto de 2004 Índices IGE TER PAV SGPMO Geral 0,60 0,51 0,00 0,41 Materiais 1,20-0,21-0,30 1,19 Equipamentos 2,16 1,02 2,21 - Serviços -0,66 - - -0,71 Mão-de-Obra 0,03-0,06-0,04 0,03 Fonte: Banco de dados SIPOP/fipe. Obs.: IGE - Índice Geral de Edificações; TER - Índice de Obras de Terraplenagem; PAV - Índice de Obras de Pavimentação; SGPMO Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão-de-obra. I - 2

De acordo com a Tabela 2, pode-se observar as variações ocorridas em agosto e os acumulados no ano e em 2003. Em termos da variação mensal destacam-se a indústria metalúrgica e mecânica, 3,19% e 2,35%, respectivamente, as quais acumulam uma inflação significativa em 2004: 25,02% e 13,13%, segundo e quarto lugares na lista de setores hierarquizados por essa variável. tabela 2 índices de obras públicas por setor: variação mensal e acumulada no ano e em 2003 IGE TER PAV SETORES DE ATIVIDADES ago/04 jul/04 Acum 2004 Acum 2003 ago/04 ago/04 01- Extração Mineral 02- Produtos de Origem Vegetal 03- Indústria de Minerais Não-Metálicos 04- Indústria Metalúrgica 05- Indústria Mecânica 06- Indústria Material Elétrico/Comunicações 07- Material de Transporte 08- Indústria de Madeira 09- Indústria da Borracha 10- Indústria Química 11- Indústria de Produtos Plásticos 12- Indústria Têxtil 13- Serviços 14- Transporte de carga em geral (frete) 1,17 4,12 7,83 8,37 1,02-2,45 1,44 4,35 0,06 0,13 0,69 2,07 7,99 0,00-0,06 3,19 5,19 25,02 14,41 2,35 0,00 13,13 15,57 0,81 2,51-0,13 0,05 25,43 3,88 1,74 0,12 12,12 14,23 1,96 1,88 0,82 1,68 8,67 12,18-0,20 0,43 11,83 17,83 0,45 0,64-0,51 1,34 8,40 4,42-0,29-0,39 1,54 1,34 14,78 4,02 0,00 11,25 11,25 17,65-0,37 1,15 4,80 12,54 0,00 0,00 1,87 11,04 Fonte: idem Tabela 1. O setor que acumula a maior inflação no corrente ano é o de material elétrico e de comunicações, fortemente influenciado pelo comportamento do mercado do cobre, enquanto o setor de metalúrgica foi o preço do aço no mercado mundial talvez o segmento principal responsável pela inflação nesse setor. Projeção do Ano Os acumulados desde o início do Plano Real, no ano e de 12 meses estão apresentados na Tabela 3. As variações não negativas observadas em agosto para os índices de obras públicas não pressionaram a inflação anual, que para a maioria dos índices recuou em até 2,52 p.p (SGPMO). Isto se deve ao fato de que a variação de agosto do corrente ano foi inferior à variação de agosto de 2003. gráfico 1 índices de obras públicas: projeção da inflação anual (dez/03 a ago/04) tabela 3 variação mensal e número-índice do preço de obras públicas base: mar/94 = 100, acumulado de 12 meses e no ano Meses IGE TER PAV SGPMO No Gráfico 1, pode-se visualizar o recuo dos índices em relação ao acumulado até julho. Ago/03 1,98 1,97 0,20 2,74 Ago/04 0,60 0,51 0,00 0,41 Mar/94 Ago/04 287,09 294,36 383,09 308,03 Set/03 Ago/04 109,25 109,61 108,16 108,35 Jan/04 Ago/04 108,59 108,98 107,92 107,78 (*) Professora da FEA-USP. Fonte: idem Tabela 1. I - 3

MARIA LÚCIA RANGEL FILARDO (*) MARCELO ALVES DE CARVALHO (**) metodologia de apuração dos custos do transporte rodoviário de carga A Fipe acompanha mensalmente os custos do transporte rodoviário de Carga Lotação e de Carga Fracionada para várias classes de percurso. INCTF R : acompanha os custos envolvidos na transferência (percurso rodoviário) da Carga Fracionada. A carga é denominada Lotação quando a mercadoria é suficiente para lotar um caminhão; neste caso a transportadora encaminha um veículo até o depósito do embarcador, realiza a operação de carregamento e transfere a carga diretamente ao seu destino. Já a chamada Carga Fracionada é aquela que é coletada no depósito do embarcador, levada a um terminal da empresa transportadora e somente depois é transferida ao seu destino. Isto acontece porque as transportadoras visam racionalizar suas operações, minimizando a ociosidade existente pelo fato de cada cliente em particular não despachar carga suficiente para lotar um caminhão. INCTF: acompanha a soma dos custos envolvidos na coleta ou entrega e na transferência da Carga Fracionada. Os números-índices acima referem-se às classes mais freqüentes de percurso (distâncias médias), que são: INCTL e INCTF R : percurso de 751 a 800 km; INCTF OU : percurso de 31 a 40 km; INCTF: percurso de 31 a 40 km para a coleta ou entrega e percurso de 751 a 800 km para a transferência. Daí o custo ser maior para se transportar Carga Fracionada, pois dependendo do destino da carga, além de ser coletada no embarcador e levada à transportadora, poderá ser manuseada mais vezes nos terminais da transportadora ao longo do percurso. Divulgamos mensalmente quatro números-índices: um para Carga Lotação (INCTL) e três para Carga Fracionada (INCTF, INCTF R e INCTF OU ). Além das distâncias médias, divulgamos númerosíndices para distâncias muito curtas, curtas, longas e muito longas. Os custos do transporte referem-se aos custos de uma empresa virtual, que foram obtidos por meio do cálculo de uma média dos custos das empresas do setor. Essa empresa virtual é uma empresa média representativa do setor. INCTL: acompanha os custos envolvidos no transporte de Carga Lotação. INCTF OU : acompanha os custos envolvidos na coleta ou entrega (operação urbana) da Carga Fracionada. Existe uma planilha de custos para cada tipo de operação onde constam todos os custos da empresa virtual, que são agrupados segundo uma fórmula que fornece o custo total. A fórmula é a seguinte: I - 4

CUSTO TOTAL = CUSTO PESO + CUSTO VALOR + GRIS + IMPOSTOS Essas fórmulas valem sempre, cabendo apenas algumas ressalvas: IMPOSTOS = porcentual referente ao PIS e ao Cofins aplicado sobre o custo peso; GRIS = custo referente ao gerenciamento de risco, que é obtido por meio de um porcentual aplicado sobre o valor da tonelada da mercadoria transportada; CUSTO VALOR = custos referentes à retenção ou transferências de perdas incorridas no transporte da mercadoria, que é obtido por meio de um porcentual aplicado sobre o valor da tonelada da mercadoria transportada. CUSTO PESO = A + B.X + C. É o custo relacionado ao peso da mercadoria, onde: A = [ ( CF / H ). T CD ] / CAP. É o custo do tempo gasto para carregar, descarregar e esperar carga; 1 no transporte de carga lotação não cabe a aplicação da variável c, pois a carga não passa pelos terminais da empresa e as despesas indiretas são chamadas apenas de despesas administrativas; 2 na operação urbana, os custos referentes a impostos, gerenciamento de riscos, custo valor e despesas indiretas já estão computados nos custos de transferência; portanto, não entram na fórmula. Evolução dos INCTs Com o intuito de compararmos a evolução dos quatro INCTs, e pelo fato desses índices terem suas bases em diferentes momentos no tempo, fixamos o mês de outubro de 2003 como base igual a 100 para todos os índices. O comportamento das séries pode ser observado no gráfico a seguir: evolução dos INCTs - base: out/03=100 B = { [ CF / ( H. V ) ] + CV } / CAP. É o custo relacionado à transferência da mercadoria que deve ser multiplicado por X, que é a distância percorrida; C = c. ( DAT / TEXP ). São as despesas indiretas da transportadora (despesas administrativas e de terminais). onde: CF = custo fixo (R$); H = número de horas trabalhadas por mês (h); T CD = tempo gasto para carregar, descarregar e esperar carga (h); CAP = capacidade média de carga efetiva (t); V = velocidade média do veículo (km/h); CV = custo variável (R$/km); DAT = despesas administrativas e de terminais (R$); TEXP = tonelagem expedida (t); c = coeficiente do uso de terminais. Embora o período de comparação seja curto, já é possível verificar um pequeno descolamento entre os índices. Isso acontece porque os diversos itens de custo têm peso diferenciado nas planilhas. Grandes aumentos em itens que pertençam ao grupo dos custos variáveis, por exemplo, têm um impacto maior no INCTL do que nos demais índices. Vale notar que a curva em azul, que descreve o comportamento dos custos do transporte de Carga Lotação, descolou-se das demais curvas no mês de junho de 2004, mês em que se verificou um aumento de 9,35% no preço do óleo diesel. (*) Pesquisadora da Fipe e professora da FEA-USP. (**) Pesquisador da Fipe. I - 5

ÍNDICES séries estatísticas Índice Geral ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - julho de 1994 = 100 Alimentação Habitação Transportes Geral Industr. Semi Elaborado In Natura Geral Aluguel Geral Veículo Próprio Transp. Coletivo Despesas Pessoais Vestuário Saúde Educação Jul/04 246.4513 205.6878 173.4642 224.0921 222.0834 342.0340 646.4842 321.1429 277.2328 398.5249 202.2258 109.4757 307.4001 343.2790 Ago 248.8911 207.8681 173.8805 222.3666 236.6077 348.1222 647.5186 324.5149 281.7794 398.5249 201.3158 109.6071 309.2753 343.6909 Geral ÍNDICES DE PREÇOS DE OBRAS PÚBLICAS - março de 1994 = 100 Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Gerais Mat. Constr. Mão-de- Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão-de- Obra Equip. Geral Mat. Constr. Jul/04 285.391 265.421 332.021 258.620 383.068 429.888 324.571 232.685 292.858 398.627 322.979 236.837 306.785 Ago 287.094 268.617 332.110 264.198 383.085 428.613 324.436 237.825 294.358 397.798 322.800 239.253 308.037 Mão-de- Obra Equip. Predom. M. O. INDICADOR DE MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICA - IMEC-FIPE - MÉDIA 1994 = 100 (*) Pedágio Ônibus Metrô Ônibus Aeroporto Combustíveis Energia Consultas IMEC MÊS Comercial Urbanos Intermunicipal Congonhas Gasolina/Álcool Elétrica SCPC/Telecheque e Passeio (1) (2) (3) (4) (5) e Óleo Diesel (6) (7) (8) Ago/03 137.71 52.73 111.33 89.43 304.68 95.06 133.20 245.65 139.83 Set 137.84 52.71 110.12 85.68 303.19 94.72 134.37 242.64 138.78 Out 137.93 52.82 109.67 88.37 316.96 95.57 135.50 247.17 141.19 Nov(**) 137.37 53.42 109.04 87.72 318.15 95.13 137.60 244.67 141.03 Fonte: (1) Autoban, (2) São Paulo Transportes; (3)Metrô; (4) Socicam; (5) Infraero; (6) Petrobrás; (7) EPTE; (8) Associação Comercial de São Paulo. (*) Houve retificação da série do Imec em decorrência de mudança nos pesos de ponderação das variáveis. (**) Dados provisórios. ABEMI - ÍNDICE NACIONAL DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DE MONTAGEM E MANUTENÇÃO INDUSTRIAIS - DEZ 90 = 100 Jan/04 Fev Mar Abr Maio Jun Jul Mão-de-Obra Direta 9158192.328 9217720.578 9205737.541 9206658.115 9380663.953 9404115.613 9469004.011 Mão-de-Obra Indireta 7252725.377 7255626.467 7265784.344 7265784.344 7370411.639 7430111.973 7433827.029 Mão-de-Obra Total 8222242.281 8258420.147 8255116.779 8255116.779 8392977.229 8432424.222 8468683.646 Taxa de Variação Anual 1.1288 1.1320 1.1297 1.1189 1.0861 1.0844 1.0810 Taxa de Variação Acumulada no Ano 1.0066 1.0110 1.0106 1.0106 1.0275 1.0323 1.0368 INCTF FIPE/NTC Jun/94 = 100, INCTF R FIPE/NTC Mar/00 = 100 e INCTL FIPE/NTC Out/03 = 100 Mês Distâncias Muito Curtas (50 km) Curtas (400 km) Médias (800 km)* Longas (2.400 km) Muito Longas (6.000 km) INCTF INCTF R INCTL Jul/04 269.67 145.43 109.34 265.71 151.75 109.08 265.72 156.67 108.99 270.87 166.41 108.67 277.57 173.25 108.44 Ago 273.42 147.49 110.62 268.97 153.60 110.13 268.76 158.44 109.96 273.48 167.99 109.53 279.62 174.50 109.24 Set 280.58 152.04 112.81 275.42 157.84 111.76 275.07 1692.57 111.37 279.57 171.95 110.69 285.03 177.99 110.29 *Convenciona-se considerar o índice referente às distâncias médias como o INCTF, INCTF R e INCTL do mês. Mês INCTF ou FIPE/NTC Mar/00 = 100 Distâncias Curtas (1 a 10 km) Médias (31 a 40 km)* Longas (81 a 90 km) Jul/04 145.24 151.74 157.13 Ago 147.20 153.63 159.00 Set 147.28 153.68 159.03 *Convenciona-se considerar o índice referente às distâncias médias como o INCTF ou do mês. I - 6