Normas para cuidado e manejo de animais de laboratório -roedores- utilizados para fins científicos no Biotério de experimentação animal da Universidade Federal de São Paulo, Campus de Diadema, Unidade José de Filippi. Comissão Responsável pelo Biotério da Unidade José di Filippi Coordenador: Profa Dra Suzete Maria Cerutti Vice-coordenador: Profa Dra Mônica Marques Telles Docentes: Profa Dra Luciana Caperuto Profa Dra Fabíola Paula Lopes Profa Dra Carla Máximo Prado Profa Dra Sabrina Epiphanio Responsável Técnico: Juciara Lima 2013
CAPITULO I- Do Biotério e das Normas Artigo 1. O Biotério de Experimentação Animal da Unidade José de Filippi, Unifesp Diadema, foi criado com o objetivo de fornecer aos pesquisadores condições técnicas e de infraestrutura necessárias para a manutenção de roedores. Portanto, o biotério é um cenário de experimentação e/ou manutenção de animais, onde se espera que o procedimento seja ético, isso é, sejam garantidas as condições adequadas para o bem estar e de vida dos animais. Parágrafo Único: De acordo com a Diretriz Brasileira de Prática para cuidado e utilização de Animais para fins científicos e didáticos (DBPA) de 14 de Agosto de 2012, (Edital MCTI, nº1) (1), Biotério de Experimentação é considerado local que recebe animais criados no biotério de produção e abriga, por um período superior a 12 horas, animais em experimentação. É geralmente, associado ao laboratório de pesquisa. Artigo 2. Esta normalização tem como objetivo orientar e padronizar o funcionamento do biotério de experimentação animal e a utilização de roedores destinados a em experimentação animal, garantindo que estes recebam os cuidados adequados. O bom gerenciamento das condições de manutenção permite aos animais desenvolver-se em perfeito estado de saúde. Artigo 3- Estas normas estão baseadas em diretrizes nacionais e internacionalmente adotadas e divulgadas pelo International Guiding Principles for Biomedical Involving Animals (CIOMS) (2), International Council for Laboratory Animal Science (ICLAS) (3), American Association of Laboratory Animal Science (AALAS) (4), Canadian Association of Laboratory Animal Science (CALAS), Centre d'information sur les Animaux de Laboratoire (CIAL), Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), Diretriz Brasileira de Prática para cuidado e utilização de Animais para fins científicos e didáticos e na lei 11794 (5). Capitulo II. Das Atividades Desenvolvidas no Biotério Artigo 4- As atividades desenvolvidas compreendem a manutenção de linhagens heterogêneas (outbread) de ratos e de camundongos, a realização de pequenas cirurgias e eutanásia de animais. Parágrafo único. A manutenção de linhagens isogênicas (inbread) ou animais geneticamente modificados poderá ser realizada desde que atenda as normas e condições estabelecidas pelo COBEA e regulamentada pelo CONSEA. Capitulo III- Das Instalações.
Artigo 5. O Biotério, localizado na unidade José de Filippi, prédio de Pesquisa 1- Sala 23, compreendendo uma área total de aproximadamente 50 m2 dividida em 4 salas internas, a saber: (i) uma para manutenção de ratos Wistar; (ii) uma sala para manutenção de Camundongos (iii) uma área para processamento de todos os equipamentos e materiais utilizados na manutenção dos animais; estoque de ração e maravalha e materiais em geral para lavagem e higienização de bebedouros, gaiolas (iv) uma antecâmara, que garante o isolamento das salas de manutenção e onde será possível a paramentação dos usuários. Parágrafo único: A experimentação animal ou procedimentos cirúrgicos e de eutanásia dos animais deve ocorrer em salas externas ao biotério e seguir normas apropriadas para cada procedimento (6,7). Capitulo III. Do Acesso ao Biotério de Roedores. Artigo 6. É expressamente proibido ao usuário entrar no Biotério de Roedores sem autorização. Atualmente o acesso ao Biotério é realizado com chaves que estão sobresponsabilidade dos docentes pesquisadores usuários. A partir da instalação da do controle de acesso eletrônico o controle será realizado por senha que possibilitará o acesso, que será enviada ao responsável pela comissão. Esta senha será de uso do experimentador e dos integrantes do seu laboratório. Parágrafo 1. : As salas de experimentação animal, que poderão ser utilizadas pelos usuários do biotério de roedores, tem seu acesso controlado e deve ser realizado de agendamento prévio que seguirá normas especificas. Parágrafo 2. Os alunos que iniciarão seus experimentos devem ter treinamento prévio de manuseio e técnicas experimentais que utilizarão para desenvolvimento de seus projetos. Artigo 7. Para entrada nas dependências do biotério os usuários devem estar devidamente paramentados, com avental, touca, cobrindo a cabeça e os cabelos, luvas e pro-pés por cima dos sapatos. Ao entrar na antecâmara deverá realizar assepsia das mãos: com álcool 70%. Parágrafo único. Quando julgar necessário, quer seja por especificações da pesquisa ou por alterações do ambiente e/ou contaminação do mesmo ou dos animais, a coordenação poderá solicitar cuidados adicionais como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Artigo 8. O uso das dependências do Biotério será autorizado somente para pesquisas aprovadas pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UNIFESP (8).
Artigo 9. Pesquisadores e demais usuários são responsáveis pelo bem estar dos animais utilizados. Será de sua competência garantir que o número de animais utilizados seja devidamente justificado ao CEUA Artigo 10. Pesquisadores e demais usuários são responsáveis pelos materiais necessários para a paramentação e nos procedimentos experimentais (salas anexas ao biotério) como luvas, seringas, gazes, anestésicos, etc. Em hipótese alguma, deverão utilizar o material destinado exclusivamente a manutenção do biotério. Artigo 11. As estantes devem ser mantidas pelos docentes que a utilizam. Os custos de manutenção e aquisição de filtros das estantes devem ser previstos nos projetos de pesquisa. A troca dos filtros será de responsabilidade dos usuários. Parágrafo único. Os procedimentos de manutenção e troca devem ser autorizados pela comissão. Capitulo IV. Dos Funcionários Artigo 12. É obrigatório aos funcionários do biotério a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI). Ao entrar no biotério para as suas atividades de rotina este deverá colocar os propés, por cima do sapato; a touca, que deve cobrir toda a cabeça e cabelos; máscara cobrindo boca e nariz e vestir o avental do próprio Biotério. Poderá passar álcool sobre as luvas. Artigo 13. São responsáveis pelas trocas dos animais, realizadas três vezes por semana. O funcionário envolvido deverá seguir os procedimentos descritos no artigo 12. Capitulo V. Do uso do Biotério Artigo 14. Os fatores ambientais como temperatura, umidade, ventilação, luz, ruído, odores e interação social, são controlados, respeitadas as necessidades de cada espécie. Artigo 15. Semestralmente os docentes devem encaminhar em formulário próprio do biotério uma previsão de utilização do biotério e do número de animais. Artigo 16. Comunicar com antecedência mínima de 15 dias a acomodação de animais de qualquer espécie no Biotério. Animais não previstos somente serão aceitos mediante consulta à coordenação do biotério, que deliberará sobre condições de espaço e possibilidade de alojamento. Parágrafo único. O transporte dos animais do Centro de Desenvolvimento de Modelos Experimentais (CEDEME) ou de outros biotérios credenciados pelo Conselho Nacional de Controle em Experimentação Animal (CONCEA) é de responsabilidade
dos docentes e deve ser realizado de forma higiênica e confortável ao animal evitando o estresse e respeitando o número máximo de animais por gaiola de acordo com a espécie. Artigo 17. A identificação do animal, quando necessário, deverá ser feita através de métodos indolores. Métodos temporários deverão ser aplicados através de tintas não tóxicas. Se for necessário a utilização de métodos permanentes (tatuagem, brincos, código através de perfuração na orelha) deve-se respeitar as especificidades de cada espécie. Artigo 18. Todas as caixas devem estar devidamente identificadas. As seguintes informações são consideradas essenciais para animais em experimentação: (i) número da gaiola; (ii) espécie e linhagem; (iii) procedência; (iv) número, sexo e data de nascimento dos animais; (v) identificação do experimento; (vi) identificação do pesquisador; (vii) início do experimento; (vii) final previsto; (viii) restrições ou tratamentos especiais. Artigo 19. É de encargo dos docentes responsáveis pela pesquisa realizada no biotério o fornecimento de ração e a maravalha aos animais a serem alojados no setor durante o período. Artigo 20. É vetada a retirada de qualquer material do Biotério sem autorização da coordenação e/ou comissão. Artigo 21 É vetado a retirada de animais em experimentação do Biotério para manutenção nos laboratórios. Artigo 22: As salas, o fluxo e as bancadas deverão ser mantidos rigorosamente limpos, devendo ser limpos antes e após cada procedimento. O fluxo laminar e as bancadas devem ser limpos com álcool 70% antes e após sua utilização. Caso ocorra contaminação com microrganismos nestas áreas, a limpeza deve ser realizada com solução de formol a 5% ou hipoclorito de sódio a 10% e o técnico responsável, os coordenadores do biotério e o docente responsável pelo projeto devem ser comunicados IMEDIATAMENTE. Artigo 23. Em caso de ausência prolongada do funcionário do biotério, por problemas internos ou contrato com prestadora de serviços, a manutenção dos animais (limpeza das gaiolas e da área, bem como alimentação) será de responsabilidade de cada grupo de pesquisa usuário, devendo para isto ser designado um responsável por grupo. Parágrafo único: Em feriados prolongados, são feitos rodízios entre os técnicos responsáveis pela manutenção do biotério, em acordo com chefia imediatamente superior e estes, que garantirão as trocas e demais cuidados necessários aos animais experimentais como hidratação e alimentação.
Artigo 24 Os animais devem ser separados por espécie e sexo. Fêmeas com crias também devem ser mantidas em estante separada. Artigo 25. Nenhum animal poderá ser trazido ao Biotério de Experimentação Animal sem autorização prévia da coordenação do biotério Capitulo VI. Descarte de Materiais e dos Animais Artigo 26. Animais que não serão mais utilizados nos experimentos devem sofrer o procedimento de eutanásia, ser acondicionados em sacos plásticos brancos devidamente identificados e congelados em freezer até serem enviados para incineração juntamente com os resíduos biológicos da unidade, conforme descrito nas diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material biológico (9), e manual da comissão de resíduos, UNIFESP Diadema (10). Parágrafo 1º. É expressamente proibido o descarte de animais mortos de qualquer espécie, órgãos ou tecidos no lixo do Biotério. O descarte é de responsabilidade do docente ou do aluno responsável pela pesquisa. Artigo 27. A maravalha e jornais sujos devem ser colocados em sacos plásticos brancos devidamente identificados e enviados para a coleta juntamente com os resíduos biológicos da unidade. Artigo 28 Em caso de lixo contaminado com vírus ou bactérias patogênicas, este devem ser autoclavado, para então ser acondicionados em sacos plásticos brancos, devidamente identificados como risco biológico e descartados. O descarte é de responsabilidade do docente ou do aluno responsável pela pesquisa. Capitulo VII- Área de Higienização e Manutenção Artigo 29- A higienização e limpeza do biotério é de responsabilidade dos funcionários Artigo 30. A limpeza do piso das salas deverá ser realizada diariamente por varredura e semanalmente por lavagem com água contendo sabão bactericida sem cheiro pelos funcionários do Biotério. Uma vez por mês deverá ser realizada a limpeza também das paredes e das estantes, de acordo com as exigências e normas estabelecidas pela comissão. Artigo 31. A troca das caixas, bebedouros e o fornecimento de ração são realizados três vezes por semana.
Artigo 32. As caixas e bebedouros utilizados para manutenção dos animais experimentais devem ser lavados com uma solução de hipoclorito de sódio a 10%, seguida pela lavagem com sabão bactericida sem cheiro e enxague com água. Artigo 33 A lavagem dos bebedouros deve ser realizada com auxílio de um cepilho. Os bicos dos bebedouros deverão permanecer de molho em água contendo hipoclorito de sódio a 10% por 30 a 60 min e autoclavados. Artigo 34. A secagem do material será realizada em local adequado e determinado pela comissão. Artigo 35. Os bebedouros limpos deverão ser completados com água filtrada. Artigo 36. É expressamente proibido acender luzes no período do escuro, comer, beber, fumar, falar ao celular, utilizar cosméticos com odor forte e falar alto nas dependências do biotério. Artigo 37. Está disponível na antecâmara de entrada do Biotério de Experimentação um livro para anotações de possíveis ocorrências neste local, bem como estão disponíveis uma pasta com a legislação, vigente no País, para uso de animais e os procedimentos operacionais padrão da seção de experimentação. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Artigo 38. Em caso de acidente que comprometa a saúde, deve-se providenciar o chamado da SAMU 192 ou do Corpo de Bombeiros 193, para encaminhamento da vítima ao Hospital Artigo 39 A utilização do biotério ou de seus animais implica na aceitação das regras deste regulamento. A não observação de qualquer um dos itens acima e/ou a detecção de qualquer conduta e/ou método considerado inadequado, ilegal, imoral, ofensivo e/ou antiético por parte do usuário será passível de punições como advertência, consequente proibição de uso biotério, Artigo 40. Em caso de danificação de equipamentos e materiais do Biotério, fica(m) o(s) autor(es) sujeito(s) ao ressarcimento do valor do bem danificado. Artigo 41. Esta disponível no biotério (antecâmara) um caderno de registro de ocorrências para anotações, bem como uma pasta com este regimento e as demais legislações que regulamentam o uso de animais experimentais no país. Artigo 42. Os casos omissos neste regimento deverão ser avaliados por esta Comissão e aprovados em reunião ordinária
Artigo 43. Este documento entra em vigor quando aprovado na congregação do instituto do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da. Referências (1) http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/341442/consulta_publica agosto2 http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/313178/resolucoes_normativas.html (2) http://cioms.ch/publications/guidelines/1985_texts_of_guidelines.htm (3) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/nbk25397/ (4) (http://www.aaalac.org/about/ag_guide_3rd_ed.pdf (5) LEI Nº 11.794.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm (6) http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6638-8-maio-1979-366514- publicacaooriginal-1-pl.html (7) COBEA http://www.cobea.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=102&itemid=119 (8) http://www.unifesp.br/reitoria/orgaos/comites/etica/ceua.php http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/313144/leis.html (9)http://www.unifesp.br/reitoria/residuos/legislacao/arquivos/diretrizes_contencao_material_bi ologico.pdf (10) http://comissaounifespdiadema.webnode.com/manual-pratico-de-orientação