DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

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Bernardo, Maria Heloisa, O que é dependência química / Maria Heloisa Bernardo 1ª ed., ago Capivari, SP : Editora Nova Consciência. 192 p.

Transcrição:

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

SUMÁRIO 01. Dependência química tem solução? 3 02. Como tratar a dependência química? 8 03. Diferentes tipos de internação para dependentes 13

01 DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM SOLUÇÃO?

Introdução O que é dependência química? Esse mal tem solução? Para buscar entender o que é dependência química, em primeiro lugar, devemos analisar a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, que a classifica como CID-10, definindo-a como um espectro de condições e fenômenos de comportamento, de cognição e também fisiológicos apresentados por uma pessoa que usa de forma constante uma determina substância psicoativa.

Considerando o que é dependência química sob esse prisma, podemos dizer que um dependente químico é aquele que tem necessidade psíquica e física de fazer uso de drogas, como cocaína, crack, maconha ou heroína, entre outras, ou álcool. Os estudos médicos e psiquiátricos buscam identificar o que é dependência química através da predisposição de determinadas pessoas ao risco de apresentar dependência, com o uso e abuso dessas substâncias. Dependência Química Tem Cura? O que é dependência química: conheça os fatores de risco Ao pesquisar o que é dependência química para cada indivíduo, é preciso entender que os fatores de risco podem ser totalmente diferentes, dependendo da personalidade, do ambiente em que está vivendo e do grau de desenvolvimento psíquico em que se encontra uma pessoa. Entre os principais fatores de risco para saber o que é dependência química, podemos destacar: O dependente químico tem necessidade psíquica e física de fazer uso de drogas. 5

Dependência Química Tem Cura? A genética, os problemas psiquiátricos, os transtornos de conduta, a disponibilidade das substâncias e a falta de monitoramento por parte dos pais; O comportamento, a falta de controle dos impulsos, o mau desempenho escolar, a ausência de conhecimento sobre os efeitos das drogas. Para combater o que é dependência química, o usuário ou pessoa que tenha passado por um tratamento, deve buscar, para contrapor, os fatores de proteção, como o controle sobre seus impulsos, o apoio de familiares e amigos, a religião, os estudos e o trabalho. A dependência química deve ser vista como uma doença física e mental. Entender o que é dependência química para um usuário de drogas é entender que a pessoa não consegue manter o controle sobre o uso de qualquer substância psicoativa, levando-a à degradação física e espiritual. A maior parte das pessoas dependentes precisa passar por um sério tratamento, com ajuda especializada, já que não se trata simplesmente de um desvio de caráter, mas sim de um problema de saúde como qualquer outro. O que é dependência química e suas análises Podemos considerar o que é dependência química ao entender que seja um problema orgânico, quando o usuário sente reações químicas no seu metabolismo, como acontece com o álcool e com o fumo que, embora não TENHA EM MENTE 1. Para combater a dependência quimica o usuário deve buscar o apoio de familiares, religião, estudos e o trabalho. 2. Ele precisa entender que não consegue manter o controle sobre o uso de qualquer substância psicoativa. 3. A dependência química não é um desvio de caráter ou personalidade. Deve ser encarada como uma doença a ser tratada. 6

Dependência Química Tem Cura? sendo drogas ilegais, provocam reações que estabelecem a necessidade orgânica dessas substâncias. A dependência química torna-se uma questão de doença mais interna do que externa, muitas vezes causada por dificuldades de relacionamento ou problemas emocionais que levam uma pessoa a buscar paliativo das drogas, sem pensar que está apenas fugindo dos problemas. O problema mais sério na análise de o que é dependência química está na sua progressão. Com o uso contínuo de substâncias psicoativas, o dependente enfrenta situações cada vez mais perigosas para sua saúde física e mental. Portanto, trata-se de uma doença crônica e incurável. É BOM SABER! No tratamento de dependência química o fator mais importante é a prevenção, fazendo com que o paciente tenha consciência de que sua doença não tem cura. Ele aprenderá a manter o controle sobre si mesmo, sabendo que, se não se cuidar, poderá ter uma recaída. Quando uma pessoa se torna dependente, sempre será dependente, mesmo que não esteja usando qualquer tipo de substância química. Para a dependência química não existe qualquer tratamento definitivo: o ex-usuário, tendo oportunidade, voltará a fazer uso da droga em busca das supostas recompensas que ela pode oferecer. Ao mesmo tempo, devemos entender o que é dependência química como doença que pode ser controlada. Um dependente alcoólico, por exemplo, pode criar em si mesmo a consciência de que não pode fazer uso do álcool mesmo de forma recreativa, ou em ambiente social, de festas e encontros, sabendo que poderá viver muito bem sem o álcool e sem todas as consequências que seu retorno às drogas pode causar. 7

02 COMO TRATAR A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Internação para dependentes: qual é o melhor caminho? Alguns psicólogos defendem que a internação numa clínica de dependência química pode não ser o melhor atendimento aos usuários e dependentes de drogas, inclusive se baseando nos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. Contudo, em muitos casos, a internação do dependente tem mostrado eficácia no tratamento contra as drogas.

Dependência Química Tem Cura? Uma análise completa de cada dependente poderá esclarecer melhor o médico sobre o caminho a ser tomado. Assim, por exemplo, as situações em que um dependente químico deva ser internado de forma involuntária numa clínica de dependência química se torna bem delimitada, como no caso de um usuário que chegou a um estado que possa ser considerado psicose. Diante disso, como a maior parte dos dependentes de drogas não chegaram a esse estágio, a internação involuntária e a compulsória não se apresentam como as melhores soluções para seu tratamento. A maior preocupação com a dependência química, normalmente, fica por conta dos familiares e a dúvida sempre é intensa: o usuário deve ser internado numa clínica de dependência química ou seu caso poderá ser tratado de outra maneira? Além dessa dúvida, existe uma outra para acompanhar: qual é o momento certo para a internação? 10

Dependência Química Tem Cura? Como podemos ver, não é uma situação que deva ser resolvida por leigos, por pessoas que não tenham conhecimento médico e psiquiátrico suficiente para definir se o usuário deve ou não ser internado numa clínica de dependência química. A melhor solução é procurar ajuda médica, levando o usuário a uma consulta que poderá definir em que estágio ele se encontra, como está sua mente e seu organismo e, só assim, buscar o tratamento mais adequado para o seu caso. Dúvidas a respeito dos tipos de internação 1. Que tipos de problemas um dependente químico pode apresentar para justificar sua internação? O usuário dependente de drogas deverá contar com a ajuda de um psiquiatra, que encontrará a melhor solução para o tratamento Para ser encaminhado a um centro de reabilitação, o dependente deve apresentar riscos de morte ou ainda estar colocando em risco a vida de outras pessoas, mostrando-se necessário um tratamento médico e uso de medicação continuada, depois de haver fracassado em outras tentativas de abstinência, de estar em conflito 11

com a família e em virtude de não ter uma rede de apoio social. 2. A quem cabe a decisão pela internação? Na maior parte dos casos, a decisão pela internação é da família ou do próprio paciente, sempre devendo ser feita com orientação de um profissional especialista em dependência química. O dependente deve ser consultado e orientado. Em situações que o dependente está extremamente intoxicado, não entendendo e não aceitando qualquer tipo de ajuda, a família é quem deve decidir pela internação compulsória, assumindo todas as responsabilidades pelo tratamento. 3. Quando deve ser tomada a decisão pela internação involuntária? A internação involuntária só deve ser decidida depois de várias tentativas de tratamento sem sucesso e quando o dependente se nega a aceitar outras formas de ajuda, apresentando complicações clínicas, uso compulsivo de drogas, perdas materiais, problemas legais, complicações psíquicas e apresentar riscos à própria saúde ou à vida. Dependência Química Tem Cura? 12

03 DIFERENTES TIPOS DE INTERNAÇÃO PARA DEPENDENTES

A internação é, na maioria das vezes, a melhor solução de tratamento para a dependência química. Mas como você já pode notar, este tema não é tão simples assim. Para esclarecer um pouco mais quem está vivendo o drama de um usuário de drogas na família, vamos entender melhor os três tipos de internação existentes. São eles: internação voluntária; internação involuntária; e internação compulsória.

Dependência Química Tem Cura? 1. Internação voluntária na clínica de dependência química Dentre os tipos de internação, a voluntária é a ideal. O usuário que concorda em receber ajuda profissional, se oferece para ser internado numa clínica de dependência química. Nesse tipo de internação, o dependente solicita sua entrada, assinando um documento com uma declaração, onde consente com a opção pelo regime de internação voluntária. Mesmo tendo o consentimento, esse modelo de internação precisa ter a autorização de um médico, devidamente registrado no CRM Conselho Regional de Medicina. A internação voluntária na clínica de dependência química é um dos mais importantes passos para um tratamento eficaz, uma vez que o próprio dependente está reconhecendo a necessidade de se tratar, mostrando-se disposto a colaborar e, assim, tendo mais possibilidades de recuperação. 15

Dependência Química Tem Cura? 2. Internação involuntária na clínica de dependência química A internação involuntária na clínica de dependência química somente deve ser indicada para um dependente que precisa de tratamento, mas que não concorda com ele. Essa internação deve ser feita pelo pedido de familiares ou de amigos. O pedido da internação involuntária deve ser feito para a clínica de dependência química e, da mesma forma como na voluntária, deve ter autorização de um médico psiquiatra que, nesse caso, deve ser da própria clínica. Depois de autorizada, a internação involuntária deve ser informada ao Ministério Público, apresentando os motivos, uma vez que o dependente pode alegar que está sendo mantido em cárcere privado. Na internação involuntária só vai ocorrer a alta quando houver solicitação escrita por parte dos responsáveis, devendo também ser comunicada ao Ministério Público. É BOM SABER! Esse tipo de internação só deve ser indicado para pessoas dependentes que, em razão do seu grau de dependência, se mostram impossibilitados de se decidir pelo tratamento. Quando um dependente perde o controle de sua vida, provocando danos à própria saúde, prejudicando sua vida pessoal, familiar e profissional, não deixando alternativas, cabe a uma pessoa que se preocupa com ela pedir a internação. 16

Dependência Química Tem Cura? 3. Internação compulsória na clínica de dependência química A mais problemática e delicada das internações é a compulsória. Nesse caso, não é necessário ter autorização do paciente ou da família para internar um dependente numa clínica de dependência química. A determinação deve ser feita por um juiz, com base no pedido feito por um médico psiquiatra quando este percebe a total incapacidade do paciente de manter controle sobre seu estado físico e mental. O modelo de internação compulsória está previsto na legislação, não devendo ter a participação de policiais e sim de médicos e enfermeiros especializados, no caso de resistência por parte do dependente. Para tomar a decisão pela internação compulsória numa clínica de dependência química, o juiz deve se basear em laudos de médicos especialistas, analisando ainda o próprio dependente, as condições de segurança da clínica, dos profissionais e dos outros internados. Somente um juiz determinará, de acordo com a legislação, a internação compulsória, após um pedido feito pelo psiquiatra. 17

Dependência Química Tem Cura? Conclusão Em qualquer caso de internação, havendo qualquer tipo de problema mais grave, como acidentes ou falecimento, a clínica de dependência química deve avisar os familiares no prazo de 24 horas. Devemos entender que a dependência química é um caso de doença crônica, que não possui cura efetiva, havendo a necessidade de ser monitorada durante toda a vida do dependente. Uma clínica de dependência química pode ajudar a interromper o vício, fazendo com que o dependente possa retornar à sua vida normal, mas ele continua sendo um dependente para o resto da vida. O grande problema da dependência química é que o usuário, de forma frequente, apresenta diversos problemas associados ao uso de drogas. Por isso é de suma importância que os transtornos causados tenham a devida atenção, uma vez que, no caso de não tratamento, ele poderá novamente voltar ao uso e, em razão da recaída, tornar-se um usuário obsessivo. O maior problema apresentado pela dependência química está no quadro depressivo apresentado pelos usuários, situação em que, se não houver um tratamento adequado, ele poderá ser levado ao suicídio. 18

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