OBSERVATÓRIO DE PÁSSAROS. Parque Vicentina Aranha

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Transcrição:

OBSERVATÓRIO DE PÁSSAROS Parque Vicentina Aranha

OBSERVATÓRIO DE PÁSSAROS Parque Vicentina Aranha Um estudo sobre sua riqueza e o seu potencial para a percepção do ambiente pelos usuários Estudo elaborado por Vagner Luis Camilotti

A diversidade de aves O grupo das aves é um dos mais diversos entre os vertebrados terrestres. A origem deste grupo tem início durante a era Mesozóica (compreendida entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos atrás), mas ainda falta uma clareza sobre a origem exata desse grupo e algumas controvérsias ocorrem. O consenso mais recente é de que o grupo se originou de um grupo de dinossauros terópodes. A associação íntima entre dinossauros e aves surgiu quando da descoberta da ave primitiva Archaeopteryx em 1861 na Alemanha. Essa ave primitiva de 70 cm de comprimento tinha pernas e penas de aves e dentes e cauda de réptil, aparentando nitidamente uma espécie em transição. Os registros atuais apontam um número de aproximadamente de 10.000 espécies no planeta. Destas, 1901 (19%) são encontradas no Brasil, o qual é o segundo em termos de riqueza desse grupo, ficando atrás da Colômbia 1. Das espécies ocorrentes no Brazil, 92% são espécies residentes (passam todas as estações do ano em território brasileiro). No entanto, 8% das espécies são migratórias, as quais passam apenas um período do ano em nosso território, geralmente nas estações da primavera e verão. Dessas, 61% vem do Hemisfério Norte e 39% do Hemisfério Sul. No Brasil a distribuição das espécies é bem desigual ao longo do seu território. A maioria está distribuída na região amazônica (~1300 espécies) e da Mata Atlântica (~1020 espécies). O estado de São Paulo, por exemplo, possui até o momento 813 espécies registradas, correspondendo a aproximadamente 43% das espécies brasileiras. As ameaças para as aves Nem tudo é beleza quando se pensa sobre as aves. Desde o ano de 1500 até o momento já foram extintas no planeta em torno de 190 espécies de aves e cerca de 1300 espécies estão na lista de espécies ameaçadas. Sabe-se, por exemplo, que as ilhas do Hawaii e de Guam tiveram, respectivamente, 30% e 60% de suas aves extintas desde a chegada do homem branco, principalmente pela introdução de espécies exóticas (p.ex., cobras, ratos, mosquitos e gatos). No Brasil é estimado que 193 espécies estão ameaçadas de extinção e dessas 122 ocorrem no bioma da Mata Atlântica. 1 A lista das espécies de aves da Colômbia ainda não foi atualizada. A lista brasileira foi atualizada em 2014. Antes da atualização, o Brasil possuía 1.872 espécies e a Colômbia 1876.

A principal ameaça atualmente para as aves, bem como para todo o conjunto da biodiversidade de um local, é a perda de habitat causada pelas nossas atividades. A transformação de florestas, cerrados, matas de restinga, campos e outros tipos de ecossistemas para a produção agrícola, madeira, aumento das cidades e todos os impactos gerados, como a contaminação de corpos d água pelo lixo e por contaminantes químicos, tem sido a causa da diminuição no tamanho populacional das espécies e levando muitas delas à extinção. No Brasil, para se ter uma ideia, em torno de 90% da Mata Atlântica já foi transformada em outros usos. A Amazônia tem sofrido o mesmo processo e as estimativas dos cientistas não é muito animadora quanto ao futuro dessa que é a maior floresta tropical do mundo e responsável pela maior biodiversidade que existe hoje no planeta. O ecossistema urbano, as aves e o nosso bem-estar As cidades em si podem ser consideradas como um ecossistema. Nelas ocorrem diversas interações entre o meio físico e o biológico que às compõem. Nós, seres humanos, também fazemos parte desse ecossistema e, assim como as outras espécies animais, também somos afetados pelo meio que nos circunda. Os parques urbanos arborizados se tornaram o principal refúgio para muitas espécies da biodiversidade local. Tais ambientes possuem muitos habitats potenciais e oferecem uma oportunidade para se estudar as comunidades de aves e mudanças induzidas pela urbanização para um melhor entendimento das suas relações com o ambiente e manejo dessas áreas verdes. No entanto, a ocorrência das espécies em áreas urbanas vai depender das características dessas áreas, principalmente associadas à estrutura e riqueza de espécies vegetais. Lembrando que no estado de São Paulo ocorrem em torno de 813 espécies, estudos realizados em áreas urbanas da região metropolitana de São Paulo registraram 122 espécies de aves. No parque Vicentina Aranha foram registradas 53 espécies até o momento, um número considerável se temos em mente a pequena área do parque e sua localização no meio de uma zona extremamente urbanizada. Muitas das espécies ocorrem no parque se deve à riqueza de espécies arbóreas nesse, as quais servem como locais de reprodução e de alimentação para as aves. O estudo da biodiversidade em ecossistemas urbanos tem recebido a atenção de cientistas em função da importância desses para a manutenção das

espécies que neles ocorrem, bem como para melhorar as condições do ambiente para elas. Não somente com esse objetivo, a melhoria das condições urbanas em vista da biodiversidade acaba melhorando a qualidade de vida as pessoas que vivem nas cidades. Estudos científicos tem apontado como que as áreas verdes melhoram a saúde física e mental das pessoas, demonstrando que as que vivem próximas às áreas verdes tendem a ser mais felizes do que as que não possuem acesso a tais locais. Essa experiência pode ser feita conosco mesmo, bastando para isso observarmos nosso ânimo depois de dar uma volta pelo parque ou mesmo a necessidade psicológica que nos move até ele. A observação de aves (Birdwatching) A observação de aves também tem um efeito benéfico para a saúde mental. Sair para observar aves tira as pessoas da rotina semanal e as afasta das preocupações diárias. Para se ter uma idéia, essa atividade chega a ter em torno de 70 milhões de pessoas praticantes nos Estados Unidos e tem se desenvolvido bastante no Brasil nos últimos anos. É uma distração saudável, além de exercitar nosso cérebro com novos conhecimentos e estudos, ajudando na prevenção de doenças como a de Alzheimer. Além de fazer novos amigos nos grupos de observação, a prática também implica em caminhadas por um período considerável, ajudando a melhorar a saúde física. Com o tempo de prática, tu te sentirás motivado a querer conhecer novos ambientes para observar espécies diferentes, levando a conhecer lugares diferentes mesmo dentro da própria cidade. Esses apontamentos refletem a importância que a biodiversidade tem para o nosso bem-estar e como os investimentos para esses fins acabam tendo enormes resultados positivos para nós também. Conservar a natureza é um meio para nos mantermos saudáveis também. Além de beneficiar a nossa saúde, as aves em ambiente urbano podem ter um papel fundamental na conscientização e sensibilização ambiental da população. Poucas são as pessoas que percebem a existência de um grande número de espécies de vertebrados silvestres na área urbana. Através da observação das aves (birdwatching, em inglês), é possível desenvolver essa percepção do ambiente e levar as pessoas a perceberem a necessidade de também atuarem na conservação das espécies e, principalmente, dos espaços verdes e a ampliação no número desses. Dessa forma, este guia de espécies de aves que tens à mão busca ser um veículo de ligação entre o observador e as espécies que ocorrem no Parque

Vicentina Aranha. Ele é apenas o primeiro passo para uma nova relação entre os usuários do parque e os benefícios que esse tem a oferecer aos que o frequentam, benefícios muitas vezes que passam despercebidos pelos que nele adentram. Que a observação das aves te proporcione uma experiência nova, diferente e prazerosa com o mundo natural e que seja apenas a porta de entrada para perceberes a diversidade de espécies de plantas, invertebrados e outros organismos que o rodeiam, mesmo dentro de um grande centro urbano. Que essa percepção te faças querer colaborar com a conservação da biodiversidade local, regional e global, uma vez que o nosso bem-estar, como apontando acima, também depende de um planeta saudável, o que nada mais é que o reflexo de uma natureza conservada. Vagner Luis Camilotti

Considerações técnicas na elaboração do guia A listagem das espécies de aves foi realizada ao longo dos anos de 2012 e 2013 nas dependências do Parque Vicentina Aranha. As espécies foram identificadas através de visualizações diretas dos indivíduos e também por meio de suas vocalizações. O número de espécies identificadas não é exaustivo, podendo ainda novas espécies virem a ser identificadas com o passar do tempo. Em função da área do parque não ser suficiente para manter populações mínimais viáveis das espécies e ao fato desse ser um ponto de abrigo temporário ou fortuito para certas espécies, algumas das aqui listadas poderão não ser avistadas frequentemente.

Índice FAMÍLIA TROCHILIDAE FAMÍLIA STRIGIDAE FAMÍLIA FALCONIDAE FAMÍLIA PSITTACIDAE FAMÍLIA FURNARIIDAE FAMÍLIA RHYNCHOCYCLIDAE FAMÍLIA TYRANNIDAE FAMÍLIA VIREONIDAE FAMÍLA HIRUNDINIDAE FAMÍLIA TROGLODYTIDAE FAMÍLIA TURDIDAE FAMÍLIA MIMIDAE FAMÍLIA PASSERELIDAE FAMÍLIA PARULIDAE FAMÍLIA THRAUPIDAE FAMÍLIA FRINGILLIDAE FAMÍLIA PASSERIDAE FAMÍLIA ESTRILDIDAE FAMÍLIA CATHARTIDAE FAMÍLIA COLUMBIDAE FAMÍLIA APODIDAE FAMÍLIA PICIDAE 11 12 13 14 16 17 18 23 23 24 25 26 26 27 27 32 33 33 34 34 36 37

FAMÍLIA TROCHILIDAE Beija-flor-tesoura Eupetomena macroura 18 cm Um dos maiores e um dos mais territorialistas das espécies de beija-flores. A principal característica dessa espécie é a cauda furcada, que chega até 2/3 do seu tamanho total. Alimenta-se de pequenos artrópodes e de néctar. Beija-flor-de-peito-azul Amazilia lactea Outra espécie bastante comum em ambientes urbanos. Do mento ao peito apresenta uma cor azul brilhante que passa a violeta. O abdômen é verde-azulado com uma faixa branca mediana bem delimitada. A base da mandíbula é alaranjada. Alimenta-se de pequenos artrópodes e de néctar. 11 11

Besourinho-de-bico-vermelho Chlorostilbon lucidus 8 cm Uma das espécies mais comuns de beija-flor. A característica típica dessa espécie é o bico vermelho com a ponta preta. O verde brilhante do dorso contrasta com o azul escuro da cauda. A fêmea apresenta uma linha curva branca atrás dos olhos e a garganta, peito e ponta da cauda esbranquiçadas. Alimenta-se de pequenos artrópodes e de néctar. FAMÍLIA STRIGIDAE Corujinha-do-mato Megascops choliba 20-22 cm Espécie pequena de coruja facilmente encontrada em áreas urbanas. Muito frequentemente vista caçando insetos junto aos postes de iluminação. Apresenta duas fases de coloração: uma ferrugínea e outra cinza. O peito apresenta finas estrias pretas que aparentam pequenas cruzes. Aves noturnas são mais facilmente identificáveis pela sua vocalização. Alimenta-se principalmente de artrópodes. Menos frequentemente caça pequenos vertebrados, como camundongos e rãs. 12

FAMÍLIA FALCONIDAE Caracará Caracara plancus 55-60 cm É uma espécie característica de ambientes abertos e frequentemente encontrada em ambientes urbanos. O topo da cabeça e o abdômen são negros; o dorso e o peito barrados. O penacho na cabeça e o bico dão a ela um formato típico da espécie, sendo o que mais facilita sua distinção das outras espécies, principalmente do carrapateiro. Alimenta-se de vertebrados, artrópodes e carniça. Carrapateiro Milvago chimachima 40 cm O mais conhecido dos gaviões do país. Tem seu nome popular pelo seu comportamento de pousar sobre o gado para se alimentar de carrapatos. Espécie comum em áreas abertas de todo o país, frequentemente encontrada em ambientes urbanos. Como características principais se destacam a linha negra contínua aos olhos e o ventre branco-amarelado. Em voo, apresenta faixas brancas na ponta das asas, similar ao caracará. Alimenta-se de vertebrados, artrópodes e carniça. 13 13

FAMÍLIA PSITTACIDAE Foto: Rafael Ignacio da Silva Periquitão-maracanã Psittacara leucophthalmus 30 cm Espécie encontrada em todo o Brasil e em algumas cidades mais arborizadas do país. De coloração verde, possui manchas vermelhas no pescoço e região do encontro. A região perioftálmica é nua e branca e a íris vermelha. Em voo, apresenta coloração amarela embaixo das asas. Alimenta-se de frutos e sementes. Tuim Forpus xanthopterygius 11 cm Foto: Rafael Ignacio da Silva É a menor espécie da família Psittacidae. Forma bandos compostos de casais. A fêmea é totalmente verde, o que a diferencia do macho, que possui azul nas asas e na porção final do dorso. A cauda é curta. Já foi observado nidificando em casas de João-de-barro abandonadas. Alimenta-se de frutos, sementes e brotos. 14

Periquito-rico Brotogeris tirica 25 cm Comumente observada formando bandos em parques urbanos na região sudeste. Possui a cauda longa, diferente do tuim. Totalmente verde, apenas com as rêmiges e retrizes centrais azuladas pouco perceptíveis. O bico marcadamente claro. Alimenta-se de frutos, sementes e néctar. Maitaca-verde Pionus maximiliani 27-30 cm Vive em casais ou em pequenos bandos. Em voo, pode ser identificada pelo jeito característica de voar, levantando as asas abaixo do nível do corpo. A cauda é curta, o peito apresenta uma cor violácea opaca e com um leve escamado. A característica principal é a região sub-caudal vermelha. Alimenta-se de frutos e sementes. 15 15

FAMÍLIA FURNARIIDAE Arredio-pálido Cranioleuca pallida 13-15 cm Foto: João Sérgio Barros Vive no alto das árvores aos casais. De coloração marrom com um ferrugíneo-vermelho na região do encontro e no vértice (topo da cabeça). Realiza manobras acrobáticas para forragear. Alimenta-se de pequenos artrópodes. João-de-barro Furnarius rufus Foto: Vagner Luis Camilotti Talvez o furnarídeo mais conhecido no Brasil. A característica mais notável da espécie é seu ninho construído de barro e material vegetal. Geralmente encontrado aos casais, cantando em dueto. Vai ao solo para forragear e coletar material para o ninho. Coloração basicamente parda a marrom com a cauda num tom mais escuro que o corpo. Alimenta-se basicamente de artrópodes. 16

FAMÍLIA RHYNCHOCYCLIDAE Teque-teque Todirostrum poliocephalum 8-9 cm É a menor espécie do gênero Todirostrum. Vive em casais no alto das árvores, sendo mais ouvido do que visto. A principal característica dessa espécie é o contraste entre o cinza-azulado da cabeça com o amarelo do loro. O dorso é de um verde-oliva com duas faixas amareladas nas asas. O ventre apresenta um amarelo bem notável. Alimenta-se de artrópodes. Tororó Poecilotriccus plumbeiceps 9-10 cm Espécie de difícil visualização, mas facilmente reconhecida pela sua vocalização onomatopéica. Vive no meio de ramagens e vegetação de capoeira baixa. Possui um capuz e uma mancha auricular, ambos com uma cor acanelada. O dorso é oliva e o ventre esbranquiçado. Alimenta-se de artrópodes. 17 17

FAMÍLIA TYRANNIDAE Guaracava-de-barriga-amarela Elaenia flavogaster 15 cm O gênero Elaenia é um desafio aos observadores iniciantes pela extrema semelhança entre as espécies. A forma mais confiável de diferenciá-las é através da vocalização. Possui um topete que eriça em determinadas situações, sem o aspecto despenteado de E. cristata (não observada no Parque Vicentina Aranha). Em suas asas podem ser visualizadas duas faixas brancas. Possui anel perioftálmico branco com uma pequena área branca entre o olho e o bico. Alimenta-se de frutos e artrópodes. Alegrinho Serpophaga subcristata 11 cm Espécie de hábito solitário, vive no alto das árvores podendo chegar nos estratos mais baixos. Possui o peito cinza contrastando com o ventre amarelo. Apresenta um topete dividido ao meio mantido ereto praticamente o tempo todo. Nas asas, apresenta duas faixas brancas bem nítidas. Alimenta-se de artrópodes. 18

Risadinha Camptostoma obsoletum 9,5 cm Foto: Fernando Faria Encontrado em cidades, nos parques e bairros mais arborizados. Vive em casais no alto das árvores, podendo, eventualmente, pousar nos galhos mais baixos. Seu nome popular vem do seu canto - uma sequência descendente de assobios curtos, os quais lembram uma risada. A cabeça é mais acinzentada que o dorso, o qual varia de um tom esverdeado (penas novas logo após a troca entre janeiro e março) a um mais acinzentado (penas mais velhas). Possui uma faixa branca superciliar. O ventre tende a ser esbranquiçado com um leve amarelo no peito. O bico é alaranjado com a ponta preta. Eriça as penas do alto da cabeça formando um semi-topete. Destacam-se as duas faixas amarronzadas em ambas as asas, as quais podem ficar amareladas a cinzas com o desgaste das penas. Alimenta-se de pequenos artrópodes. 19 19

Bem-te-vi Pitangus sulphuratus 20,5-25 cm Considerada a ave mais comum do país e bem adaptado ao meio urbano. Canto onomatopéico com as sílabas bem-te-vi que dá o nome popular à espécie. Muito parecido com o Bem-te-vi-debico-chato ou Nei-nei (Megarynchus pitangua), o qual possui um bico mais comprido, grosso e chato. Em determinadas situações eriça um topete amarelo. Encontrado em áreas abertas, bordas de mata, jardins e áreas urbanas e na vegetação ao redor de corpos d água. Alimenta-se basicamente de artrópodes, frutos, pequenos vertebrados e ovos de outros pássaros. Suiriri-cavalheiro ou bem-te-vi-do-gado Machetornis rixosa 20 cm Foto: Rafael Ignacio da Silva A principal característica dessa espécie é andar no solo e ser encontrada sobre animais de grande porte (gado, cavalo), onde busca por suas presas - geralmente pequenos artrópodes que são espantados pelos animais. Possui uma coloração parda, cabeça cinza e ventre amarelado. Encontrado frequentemente em áreas abertas e pastagens. Em áreas urbanas, é frequente o avistamento em praças e parques. Alimenta-se preferencialmente de artrópodes. 20

Bem-te-vi-rajado Myiodynastes maculatus Espécie migratória que pode ser observada no Parque Vicentina Aranha entre a primavera e o verão. Vive em casais no alto das árvores e tem o hábito de vocalizar frequentemente ao longo do dia, o que ajuda na sua observação. De coloração escura, tamanho similar ao do bem-te-vi, possui o ventre rajado, faixa superciliar branca e outra que se prolonga ao bico. Alimenta-se de frutos e artrópodes Neinei ou bem-te-vi-de-bico-chato Megarynchus pitangua 23 cm Foto: Fábio A. F. Jacomassa Diferencia-se do Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) pelo bico mais grosso e achatado lateralmente. Possui um canto onomatopéico, neinei, que lhe dá um dos seus nomes populares. Espécie migratória, geralmente é encontrada em casais no alto das árvores, aparecendo no estado de São Paulo durante a primavera e o verão. Encontrado em florestas, áreas abertas e em áreas urbanas, principalmente em parques bem arborizados. Alimenta-se preferencialmente de artrópodes. 21 21

Suiriri Tyrannus melancholicus 21-22 cm Outra espécie migratória que aparece por aqui entre a primavera o verão. Facilmente encontrada em cidades pousadas, no alto das árvores e fios, os quais ele utiliza como poleiro para capturar insetos em voo. O peito e o dorso são cinza, contrastando com o ventre de amarelo vivo. Possui um topete avermelhado, que só aparece quando o eriça em suas disputas territoriais. Tesourinha Tyrannus savana 40 cm Espécie migratória e é encontrada no Parque Vicentina Aranha nos meses de primavera e verão. Umas das espécies mais chamativas em função de sua cauda bifurcada, que lhe dá o nome popular. A cauda é maior no macho. Possui no píleo penas amarelas escondidas na maior parte do tempo. Alimenta-se de artrópodes que captura em voo. 22

FAMÍLIA VIREONIDAE Juruviara-boreal Vireo olivaceus 13 cm Foto: Robson Czaban Espécie migratória que chega à região SE nos meses da primavera e verão. Vive no estrato médio e alto das árvores, vocalizando praticamente todo o dia, sendo mais ouvido do que visto. O topo da cabeça é cinza, contrastando com a ampla sobrancelha branca e a linha ocular negra. O tamanho do bico é grande. O dorso é oliva e o ventre esbranquiçado. Alimenta-se de artrópodes. Foto: Rafael Ignacio da Silva FAMÍLA HIRUNDINIDAE Andorinha-pequena-de-casa Pygochelidon cyanoleuca 10 cm O nome popular já indica a presença frequente dessa pequena andorinha no dia a dia das cidades. Durante suas acrobacias caçam pequenos insetos voadores. Seu dorso é azul-metálico, que pode parecer preto dependendo da luz incidente. As partes superiores e inferiores das asas e da cauda são negras, indo, nessa última, até a altura da cloaca, o que a distingue de outra andorinha de mesmo tamanho, a andorinha-desobre-branco (Tachycineta leucorrhoa), cuja face inferior da cauda é toda branca (espécie não observada no parque Vicentina Aranha até então). 23 23

Andorinha-doméstica-grande Progne chalybea 18-20 cm Foto: Amauri Silva Vive em grandes bandos, deslocandose para o norte do país na primavera. O dorso é negro-azulado, garganta e peito cinzas, passando a uma coloração esbranquiçada no ventre. A fêmea apresenta um dorso mais pardo. Alimenta-se de insetos capturados em voo. FAmÍLiA troglodytidae Corruíra Troglodytes musculus 10 cm Foto: Fernando Faria Espécie muito comum em áreas abertas e semi-abertas, frequentemente encontrada nos jardins das casas. Pode ser observada em casal ou sozinha, geralmente pulando pelo solo ou a pouca altura na vegetação. Inconfundível pelo seu tamanho e coloração castanha. Alimenta-se de pequenos artrópodes 24

FAMÍLIA TURDIDAE Sabiá-barranco ou sabiá-branco Turdus leucomelas 25 cm Espécie semi-florestal, que evita o interior de matas. Encontrado em casais ou solitário em áreas mais arborizadas e sombreadas. Frequentemente encontrado no solo procurando alimentos (artrópodes, frutos, minhocas). Possui bico negro, asas em um tom ferrugíneo, que contrastam com a cabeça pardo-olivácea; garganta esbranquiçada com estrias pardacentas. Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris 25 cm Foto: Rafael Ignacio da Silva Facilmente identificável pelo seu ventre com coloração ferrugínea-laranja. Encontrado em matas, quintais e em parques urbanos bem arborizados. Vai ao solo frequentemente em busca de alimentos (artrópodes, frutos, minhocas), comportamento comum dos sabiás. 25 25

FAMÍLIA MIMIDAE Sabiá-do-campo Mimus saturninus 25 cm Foto: Fernando Faria Apesar de o nome comum ser sabiá, não pertence à família desses. É encontrada em grupos familiares, pousada em arbustos e no chão. Abre e fecha as asas frequentemente quando pousada ( lampejo das asas ). Conhecida como uma excelente imitadora da vocalização de outras espécies. Na cabeça é notável a ampla sobrancelha branca. O dorso cinzento apresenta um leve estriado e nas asas é possível se observar estreitas faixas brancas. O ventre é branco-amarelado, muitas vezes mais escuro, devido ao contato com a terra. A cauda é comprida com as pontas das penas branca. Alimenta-se de frutos e sementes. 26 Foto: Cláudio Timm FAMÍLIA PASSERELIDAE Tico-tico Zonotrichia capensis 15 cm Espécie de ampla distribuição, é encontrada em qualquer área aberta, geralmente em casais. Pode ser observado alimentando filhotes de vira-bosta (Molothrus bonariensis), o qual parasita ninhos, principalmente de tico-tico, deixando que este cuide de seus filhotes. As características principais dessa espécie são o topete estriado e o colar ferrugíneo. Utiliza vegetação mais arbustiva, indo frequentemente ao solo em busca de alimentos (sementes e invertebrados).

FAMÍLIA PARULIDAE Mariquita Setophaga pitiayumi 10 cm Facilmente reconhecida pelo tamanho minúsculo e o amarelo vivo em seu ventre. A área ao redor dos olhos é negra, como uma máscara. Encontrada no alto da copa das árvores, podendo descer até pequenos arbustos. Alimenta-se de pequenos invertebrados (aranhas, lagartas) obtidos nas ramagens das árvores e flores, muitas vezes capturados em voo. FAMÍLIA THRAUPIDAE Cambacica Coereba flaveola 10 cm Foto: Bjorn-Einar Nielsen Espécie bem conhecida. É frequentemente vista visitando bebedouros para beija-flores. Na procura por alimento é capaz de realizar manobras acrobáticas, pendurando-se de cabeça para baixo. Seu bico é curvo e pontiagudo. A sobrancelha branca é notável em sua cabeça negra. A garganta cinza contrasta com o ventre amarelado. Alimenta-se de artrópodes e néctar. 27

Trinca-ferro-verdadeiro Saltator similis 19 cm Espécie admirada pelo seu canto. Vive em casais ou solitária no sub-bosque ou estrato médio das árvores. Notável sobrancelha e garganta branca, demarcada por duas linhas negras em cada lado. O bico é grosso e curto. O dorso e as faixas nas asas são de cor oliva. O ventre é cinza com tons acanelados. Alimenta-se de sementes, frutos e folhas. Saíra-de-chapéu-preto Nemosia pileata 12 cm Foto: Pedro Lima Espécie pouco conspícua em ambientes urbanos, observada uma vez no parque Vicentina Aranha. Na cabeça negra do macho se destaca o amarelo da esclera e o negro da íris, e o loro branco. O bico do macho é cinza na base com a ponta escura. Da nuca ao dorso a coloração é cinza-azulada. A garganta é branco-amarelada e o ventre é esbranquiçado. A fêmea não apresenta o negro na cabeça, o bico é amarelado, o dorso é mais claro e o ventre pode apresentar um tom amarronzado. Alimenta-se de frutos e artrópodes. 28

Saí-canário Thlypopsis sordida 13 cm Vive em casais no alto das árvores e em arbustos. O macho se destaca da fêmea pelo amarelo mais intenso (ferrugíneo no topo da cabeça) na cabeça e o dorso cinza-oliváceo. O peito apresenta uma coloração amarela clara, ficando mais esbranquiçado em direção ao ventre. Alimenta-se de frutos e artrópodes. Sanhaçu-cinzento Tangara sayaca 18 cm Foto: Bjorn-Einar Nielsen Espécie muito comum e uma das mais abundantes em cidades, vivendo geralmente em casais no alto das copas das árvores. Sua coloração, em geral, é azulada com tons esverdeados e o ventre mais claro. Nas asas, o azul é mais intenso. Os imaturos diferenciam-se dos adultos por possuírem coloração esverdeada. A alimentação contempla frutos, flores, folhas e artrópodes. 29

Foto: Leonardo de Oliveira Casadei Sanhaçu-do-coqueiro Tangara palmarum 17 cm Da sua associação com diversas espécies de palmeiras (onde pousa e/ou nidifica) deriva seu nome comum. Coloração cinza-olivácea quase que uniforme em todo o corpo, sendo mais claro no ventre. Apresenta uma área mais escura na asa, resultado das pontas mais escuras das penas. Quando em voo é possível se observar uma faixa amarelada no meio das penas longas das asas. Alimenta-se de frutos e artrópodes Saíra-amarela Tangara cayana 13-15 cm Foto: Joao Sérgio Barros A espécie de saíra mais comum em áreas abertas, parques e jardins de casas. Vive em casais nos diferentes estratos da vegetação e não é encontrada no interior de matas. É fácil identificar o macho pela máscara negra que se estende pelo ventre. A cabeça e o restante do corpo são amarelo-dourado, contrastando com as asas em verde brilhante com faixas negras. Alimenta-se de frutos e artrópodes. 30

Sanhaçu-papa-laranja Pipraeidea bonariensis 18 cm Foto: Cláudio Timm Uma das espécies com a coloração mais chamativa. A cabeça é violácea, contrastando com o loro negro em forma de máscara. O dorso é negro e as asas violáceas. O peito e a face ventral da cauda são alaranjados, coloração que fica mais amarelada no ventre. Já as fêmeas não apresentam as colorações do macho, sendo pardo-erverdeadas no dorso e o ventre amarelo-escuro. Alimentam-se basicamente de frutos. Canário-da-terra-verdadeiro Sicalis flaveola 18 cm Foto: Bjorn-Einar Nielsen Outra ave admirada pelo canto e extinta em certas regiões do interior de São Paulo, devido à captura predatória. Geralmente observado em casais. Coloração chamativa em amarelo-ouro. O dorso é oliva com estrias negras. A fronte no período reprodutivo apresenta uma coloração alaranjada. As asas e a cauda são negras com rebordes amarelos. A fêmea e o jovem são distintos do macho, apresentando o dorso pardo estriado de negro e o ventre esbranquiçado com o peito e os flancos estriados. Alimenta-se de sementes. 31

Saí-andorinha Tersina viridis 14 cm Na região sudeste é encontrada no primeiro semestre do ano. Vive em casais e pousa com frequência no alto das árvores preferindo galhos secos e bem expostos, onde fica pousada por um longo tempo. O macho é de cor azul escuro no dorso, peito e flancos. A fronte, loro, garganta, as penas primárias das asas e a causa são negras. O ventre é branco. A fêmea, por outro lado, é verde com a frente, periocular e garganta brancas. O ventre é esbranquiçado ondeado de verde. Alimenta-se de frutos e artrópodes. FAMÍLIA FRINGILLIDAE Fim-fim ou vivi Euphonia chlorotica 9-10 cm Foto: Matuzalém Miguel Espécie com ampla distribuição, facilmente identificada pelo canto, uma chamada forte dissilábica vi-vi, bibi ou fi-fi. O canto pode ser confundido com um dos chamados do risadinha (C. obsoletum), o qual também faz um fi-fi. No macho, a fronte, peito e ventre são amarelo-ouro. Capuz, garganta e dorso em negro-violáceo. A cauda apresenta faixas brancas na face ventral. A fêmea é verde-olivácea, possui a fronte amarelada e o ventre esbranquiçado. Alimenta-se de frutos 32

FAMÍLIA PASSERIDAE Pardal Passer domesticus 13-15 cm Foto: Bjorn-Einar Nielsen Espécie exótica oriunda do Oriente Médio. Foi introduzida intencionalmente no Brasil por volta de 1903 com autorização do então prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, tendo então se disseminado pelo país. O píleo e o uropígio são cinza, possui um colar na nuca castanho e o dorso é estriado de castanho e preto. O macho possui a garganta e o peito (como um babeiro) negros. Apresenta uma faixa alar e o ventre esbranquiçado. A fêmea não apresenta o negro na garganta e peito e as cores castanhas. Alimenta-se de sementes e artrópodes, aproveitando também migalhas de alimentos humanos. Foto: João Sergio FAMÍLIA ESTRILDIDAE Bico-de-lacre Estrilda astrild 10 cm Espécie exótica, oriunda do sul da África, que vive em pequenos bandos (em média de seis indivíduos. Chegou ao Brasil através de navios negreiros durante o reinado de D. Pedro I como espécie de estimação. Foi reintroduzida no país durante a segunda metade do século XIX e, devido à sua reduzida capacidade de voo, é possível que sua ocorrência hoje em todo o país se deva ao transporte intencional pelas pessoas.). Em áreas urbanas é encontrada em áreas abertas com gramíneas altas. Macho e fêmea são parecidos, com leves diferenças no crisso e coberteiras inferiores da cauda negras no macho e pardo-escuro na fêmea. Nos jovens imaturos é notado o bico negro e uma comissura labial branca reluzente, não possuindo a ondulação e o vermelho intenso da plumagem adulta. Alimenta-se de gramíneas, curiosamente mantendo a preferência para as gramíneas africanas cultivadas no país para alimentação do gado. 33

FAMÍLIA CATHARTIDAE Urubu-de-cabeça-preta Coragyps atratus 53-60 cm Foto: Cláudio Timm Esta espécie pode ser vista eventualmente em cidades pousadas no alto de prédios ou em árvores altas. É mais facilmente observável em áreas de periferia onde existam lixões e terrenos abandonados. Para diferenciá-la das outras duas espécies de urubus de coloração negra quando estiver em voo, deve-se observar o formato das asas. As duas asas dessa espécie fazem uma linha horizontal, enquanto nas outras duas espécies as asas formam algo como um V. Além disso, o urubu-de-cabeça-preta apresenta uma mancha branca na ponta ventral de cada asa. Alimenta-se basicamente de animais mortos. FAMÍLIA COLUMBIDAE Rolinha-roxa Columbina talpacoti 15 cm Muito comum em áreas urbanas. O macho tem coloração marrom-avermelhada no corpo, contrastando com o cinza-azulado da cabeça. A fêmea é toda parda. Possuem manchas pretas nas penas das asas. Encontrada principalmente no solo ou pousada em galhos e fios. Alimenta-se de sementes e frutos. 34

Pombo-doméstico Columba livia 32-40 cm Foto: Rafael Ignacio da Silva Espécie originária da Europa, foi trazida ao Brasil no século XVI pela colonização portuguesa, proliferando-se por todo o país. Extremamente comum em centros urbanos. Apresenta vários padrões de cores. Alimenta-se de restos de alimentos, sementes e frutos. Pombão ou asa-branca Patagioenas picazuro 35 cm Foto: Luiz Ribenboim Uma das maiores pombas brasileiras. Quando em voo, pode ser identificada pela faixa em meia lua branca no dorso das asas. A cabeça e o peito apresentam uma cor marrom-vinho e as penas do pescoço apresentam um padrão escamoso. A vocalização é de fácil memorização, o que ajuda na sua identificação. Alimenta-se de sementes e frutos. 35

Pomba-de-bando ou Avoante Zenaida auriculata 20-25 cm Costuma ser uma ave gregária, podendo formar bando de milhares de indivíduos. Nos ambientes urbanos, tendem a formar bandos menores ou então ser avistada em casais. Possui o dorso pardo, cabeça com duas faixas negras laterais, e manchas negras nas asas. Um meio para diferenciá-la das demais é o tamanho - de porte médio - entre as pombas. Alimenta-se de frutos e sementes. FAMÍLIA APODIDAE Andorinhão-do-temporal Chaetura meridionalis Popularmente confundido com andorinhas, mas nem à família delas pertence. Possui uma coloração parda-escura e cauda curta. As asas, em voo, formam uma meia lua. Formam bandos e passam a maior parte do tempo em voo. Em cidades, podem se abrigar durante a noite e também nidificar em chaminés. Alimentam-se de insetos que capturam em voo. 36

FAMÍLIA PICIDAE Pica-pau-de-cabeça-amarela Celeus flavescens 25-27 cm Fácil de ser identificado pela sua cabeça amarela, bem como o proeminente topete. O dorso é preto barrado de branco, enquanto o ventre é totalmente preto. O macho diferencia-se da fêmea por apresentar uma faixa malar avermelhada. Encontrado em áreas urbanas bem arborizadas. Alimenta-se de artrópodes e frutos. Pica-pau-de-banda-branca Dryocopus lineatus 33-35 cm Observado geralmente solitário, podendo ser encontrado em casais. Possui uma faixa branca que se estende desde do bico às laterais do peito. Topete grande e vermelho. O dorso, asas e a parte superior do peito são pretos, enquanto a região do abdômen é barrada de preto. Apresenta uma mácula escapular branca. O macho tem a testa e a faixa malar vermelha e a fêmea preta. A garganta branca em ambos é manchada com estrias pretas. Alimenta-se de artrópodes. 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Argel-de-Oliveira, M. M., 1996. Subsídios para a atuação de biólogos em Educação Ambiental. O uso de aves urbanas em educação ambiental. Mundo da Saúde, 20(8): 263-270. Andrade, M. A. 1997. Aves silvestres: Minas Gerais. Littera Maciel, Belo Horizonte, Brasil, 176pp. BirdLife International, 2014. Spotlight on threatened birds. http://www.birdlife.org/datazone/sowb/spotthreatbirds. Acesso em: 25/02/2014. Centro de Estudos Ornitológicos, 2014. A observação de aves: esporte, lazer, ciência e arte. Disponível em http://www.ceo.org.br/. Acesso em: 25/02/2014. Develey, P.F., Endrigo, E. 2004. Guia de campo: aves da Grande São Paulo. Aves e Fotos Editora, 298p. Favreto, M.A. 2009. Sobre a origem das aves (Theropoda: Aves). Atualidades Ornitológicas On-line, n.150 Julho/Agosto. Gavareski, C.A., 1976. Relation of park size and vegetation to urban bird population en Seattle, Washington. Condor, 78: 375-382. Marini, M.A., Garcia, F.I. 2005. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, 1(1): 95-102. Matarazzo-Neuberger, W.M., 1995. Comunidade de aves de cinco parques e praças da Grande São Paulo. Ararajuba, 3: 13-19. Sick, H. 1997. Ornitologia brasileira: uma introdução. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro. Kaufman, K., Kaufman, K. 2014. Birding For Your Health: Discover how birdwatching can do wonders for your physical and mental well-being. Disponível em: http://www.birdsandblooms.com/birding/birding-basics/birding -health/. Acesso em 26/02/2014. Wikiaves - http://www.wikiaves.com.br/

Agradecimentos Este projeto não teria resultado neste guia das espécies se não ocorresse a contribuição voluntariosa dos fotógrafos (ornitólogos ou apenas amantes da observação de aves) de todo o país com suas fotos magníficas da avifauna brasileira. Muitos colaboraram com seu trabalho, mas como foi necessário escolhermos uma única foto para representar cada espécie, alguns não tiveram aqui seu trabalho exposto. De qualquer maneira, a boa vontade desses foi encorajadora para que este projeto se concretizasse, resultando no que hoje tens à mão. Eis abaixo a lista de fotógrafos colaboradores. Um muito obrigado a todos. Amauri Lima Bjorn-Einar Nielsen Cláudio Timm Fábio André Facco Jacomassa Felipe Oliveira Passos Fernando Faria Hamilton Filho João Sérgio Barros Jan Van den Bosch Jocelim Costa Júlio Silveira Leonardo de Oliveira Casadei Luiz Ribenboim Marco Facre Mariana de Castro Matusalem Miguel Pedro J.R. Albuquerque Pedro Lima Rafael Martos Martins Rafael Ignácio da Silva Robson Czaban Thiago Angeli Vânia Silva Whaldener Endo Jan Van den Bosch

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