ANALISTA JUDICIÁRIO = ÁREA JUDICIÁRIA TRT 20ª REGIÃO FCC 2016 DA PROVA DE DIREITO CIVIL = PROFESSOR: LAURO ESCOBAR = www.pontodosconcursos.com.br 1
ANALISTA JUDICIÁRIO = ÁREA JUDICIÁRIA (FCC TRT/20ª Região/SE Analista Judiciário 2016) Maria trabalhou durante o tempo previsto, em legislação pertinente, para pedir sua aposentação. Não obstante, optou por continuar trabalhando, deixando de formular pedido de concessão do benefício. Caso lei nova altere as regras para a aposentação, Maria (A) poderá alegar direito adquirido ao benefício, mas este se regerá pela lei nova, a qual tem efeito imediato. (B) poderá alegar direito adquirido ao benefício, que será regido pela lei revogada. (C) será atingida pela lei nova, pois possui mera expectativa de direito ao benefício. (D) será atingida pela lei nova, pois possui mera faculdade jurídica de requerer o benefício. (E) poderá alegar direito adquirido ao benefício, mas este se regerá pela lei nova, a qual tem efeito retroativo. Prevê o art. 5, XXXVI, CF/88 que A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Nesse mesmo sentido é o teor do art. 6, LINDB. Complementa o 2, deste último dispositivo que consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição préestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Assim, direito adquirido é o que já se integrou ao patrimônio e à personalidade de seu titular, podendo ser exercido a qualquer momento. Assim, como Maria cumpriu todos os requisitos para a aposentadoria, ainda que lei superveniente altere as regras sobre o tema, isso não a afetará, uma vez que no momento em que cumpriu os requisitos legais, tal direito se transformou em direito adquirido, pois era um direito exercitável e exigível à vontade do seu titular e já tinha sido incorporado ao seu patrimônio, para ser exercido quando conviesse. Gabarito: B. www.pontodosconcursos.com.br 2
(FCC TRT/20ª Região/SE Analista Judiciário 2016) X e Y, maiores e capazes, mantêm relação contratual e estipularam que, no caso de uma das partes se acidentar, o prazo prescricional, para a pretensão de reparação civil, seria ampliado de três para cinco anos. Passados dois anos, as partes aditaram o contrato para o fim de renunciarem antecipadamente ao prazo de prescrição. Ocorrido o acidente, a vítima aguardou quatro anos para então ajuizar ação de reparação civil. A pretensão (A) não está prescrita, porque o Código Civil admite a renúncia antecipada à prescrição, desde que feita de maneira expressa. (B) está prescrita, porque os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordos das partes, nem pode ocorrer renúncia antecipada à prescrição, devendo a parte a quem aproveita alegá-la em preliminar de contestação, sob pena de preclusão. (C) não está prescrita, porque os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes. (D) está prescrita, porque os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes, nem pode ocorrer renúncia antecipada à prescrição, podendo a parte a quem aproveita alegá-la em qualquer grau de jurisdição. (E) está prescrita, porque os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes, nem pode ocorrer renúncia antecipada à prescrição, devendo a parte a quem aproveita alegá-la até a sentença, sob pena de preclusão. De fato, o prazo prescricional para reparação civil é de três anos (art. 206, 3, V, CC). Trata-se de norma de ordem pública, não podendo ser alterada pelas partes, nem admite a sua renúncia antecipada. Se a parte ingressou com a ação quatro anos após o fato, a pretensão estará prescrita. Art. 191, CC: A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar (...). Art. 192, CC: Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. Gabarito: D. (FCC TRT/20ª Região/SE Analista Judiciário 2016) Carlos vendeu um cavalo a Cláudio, por R$ 1.000,00. Antes da entrega, porém, o cavalo faleceu de causas naturais, sem que Carlos tenha tido culpa. Com a morte do cavalo, sem culpa de Carlos, a obrigação (A) resolve-se para ambas as partes, tendo Carlos direito a perdas e danos. (B) resolve-se para Carlos, devendo Cláudio pagar o preço, de R$ 1.000,00, porém não perdas e danos. www.pontodosconcursos.com.br 3
(C) não se resolve para nenhuma das partes, devendo Carlos entregar cavalo de características semelhantes a Cláudio, enquanto este deverá pagar o preço, de R$ 1.000,00. (D) resolve-se para ambas as partes, tendo Cláudio direito a perdas e danos. (E) resolve-se para ambas as partes, sem direito a perdas e danos. A questão trata de uma obrigação de dar coisa certa (um cavalo), sendo que a coisa se perdeu (morte do cavalo) antes da tradição (entrega) sem que tenha havido culpa do devedor. Assim, resolve-se (extingue-se) a obrigação para ambas as partes, que voltam à situação primitiva. Se o vendedor já recebeu o preço da coisa que pereceu, deve devolvê-lo com correção monetária (o prejuízo é só do vendedor Carlos). Art. 234, CC: Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes (...). Gabarito: E. (FCC TRT/20ª Região/SE Analista Judiciário 2016) Gabriel, pessoa menor de 16 anos, lançou pedras no veículo de Rogério, causando-lhe danos materiais. No momento do ato ilícito, Gabriel estava sob a autoridade e companhia de seu pai, Arnaldo. Rogério ajuizou ação contra Arnaldo, que (A) responde objetivamente pelo ato de Gabriel e não tem direito de regresso contra o filho, que é pessoa absolutamente incapaz. (B) responde subjetivamente pelo ato de Gabriel e tem direito de regresso contra o filho, que é pessoa relativamente incapaz. (C) não responde pelo ato de Gabriel, tendo em vista que a responsabilidade civil é pessoal e intransferível. (D) responde objetivamente pelo ato de Gabriel e tem direito de regresso contra o filho, que deverá ressarci-lo quando atingir a maioridade civil. (E) responde subjetivamente pelo ato de Gabriel e não tem direito de regresso contra o filho, que é pessoa absolutamente incapaz. No caso concreto o pai de Gabriel (Arnaldo) é o responsável principal pelos atos ilícitos praticados, pois o filho estava sob sua autoridade e companhia. Art. 928, CC: O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. No caso Arnaldo (pai de Gabriel) tinha a obrigação e meios suficientes para ser responsabilizado. Tal responsabilidade é de natureza objetiva. Art. 932, I, CC: São também responsáveis pela reparação civil: I. os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia (...). Art. 933, CC: As www.pontodosconcursos.com.br 4
pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Finalizando, o pai não terá ação de regresso contra o filho. Art. 934, CC: Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Gabarito: A. (FCC TRT/20ª Região/SE Analista Judiciário 2016) Considere as proposições abaixo, acerca do penhor, da hipoteca e da anticrese: I. As garantias reais estabelecidas por quem não é dono tornam-se eficazes, desde o registro, com a propriedade superveniente. II. A coisa comum a dois ou mais proprietários pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos. III. Em regra, o pagamento de uma ou mais prestações da dívida importa exoneração correspondente da garantia. IV. A dívida garantida por penhor, hipoteca ou anticrese considera-se vencida se o devedor cair em insolvência ou falir. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e IV. (B) III e IV. (C) I e III. (D) II e IV. (E) III. Item I, correto. Art. 1.420, CC: Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 1 A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. Item II, incorreto. Art. 1420, 2, CC: A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. Item III, incorreto. Art. 1.421, CC: O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. www.pontodosconcursos.com.br 5
Item IV, correto. Art. 1.425, CC: A dívida considera-se vencida: II. se o devedor cair em insolvência ou falir. Gabarito: A (itens I e IV corretos). www.pontodosconcursos.com.br 6