RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

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Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 8.7.2016 COM(2016) 449 final RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO referente à aplicação do Regulamento (CE) n.º 453/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as estatísticas trimestrais relativas aos empregos vagos na Comunidade PT PT

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO referente à aplicação do Regulamento (CE) n.º 453/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as estatísticas trimestrais relativas aos empregos vagos na Comunidade 1. INTRODUÇÃO As estatísticas sobre as vagas de emprego dão informações sobre o número de postos de trabalho por preencher num determinado momento. Correspondem à parte da procura de mão de obra que não é satisfeita pela oferta e, por conseguinte, fornecem informações essenciais sobre a dimensão e a estrutura dos desequilíbrios no mercado de trabalho. O Regulamento (CE) n.º 453/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2008, sobre as estatísticas trimestrais relativas aos empregos vagos na Comunidade 1 define o enquadramento para a produção, a transmissão e a avaliação dessas estatísticas trimestrais. O artigo 10.º deste regulamento obriga a Comissão a apresentar ao Parlamento Europeu e ao Conselho um relatório sobre a aplicação do Regulamento até 24 de junho de 2010 e, em seguida, de três em três anos. O relatório deve avaliar a qualidade das estatísticas apresentadas pelos Estados-Membros, bem como dos agregados europeus, e identificar potenciais áreas a melhorar. Este é o terceiro relatório apresentado pela Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho 2. Baseia-se na experiência adquirida com a apresentação de dados trimestrais e na documentação fornecida pelos Estados-Membros nos seus relatórios de qualidade anuais. O ponto 2 do presente relatório apresenta os progressos realizados nos últimos três anos em matéria de aplicação do Regulamento n.º 453/2008. O ponto 3 analisa a qualidade das estatísticas sobre as vagas de emprego, enquanto o ponto 4 incide sobre os agregados europeus. Por último, o ponto 5 apresenta conclusões e sugere formas de concretizar melhor as expectativas dos utilizadores no futuro. 2. EXECUÇÃO 2.1. Quadro jurídico Para complementar o quadro geral estabelecido pelo Regulamento n.º 453/2008, a Comissão adotou dois regulamentos de execução: o Regulamento (CE) n.º 1062/2008 da Comissão 3, que define os procedimentos de ajustamento sazonal a aplicar a partir do primeiro trimestre de 2014, a estrutura e o conteúdo dos relatórios de qualidade anuais que os Estados-Membros são obrigados a fornecer à Comissão, e as datas em que estes relatórios devem ser enviados; 1 2 3 JO L 145 de 4.6.2008, p. 234. Ver relatório anterior COM(2013) 571 de 6 de agosto de 2013. Regulamento (CE) n.º 1062/2008 da Comissão, de 28 de outubro de 2008, que aplica o Regulamento (CE) n.º 453/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as estatísticas trimestrais relativas aos empregos vagos na Comunidade, no que respeita aos procedimentos de ajustamento sazonal e aos relatórios de qualidade (JO L 285 de 29.10.2008, p. 3). PT 2 PT

o Regulamento (CE) n.º 19/2009 da Comissão 4, que define o termo «emprego vago», estabelece prazos para o envio de dados e especifica os períodos a abranger pela primeira série de dados fornecidos. Por último, os países que realizam estudos de viabilidade e os temas abrangidos por esses estudos constam do anexo a este ato jurídico. A legislação acima referida prevê que todos os Estados-Membros comecem a entregar séries cronológicas sobre o número de ofertas de emprego e o número de postos ocupados a partir do primeiro trimestre de 2010. Devem fazê-lo, o mais tardar, 70 dias após o final do trimestre. Além disso, os Estados-Membros cujo número de trabalhadores seja superior a 3 % do total da UE devem transmitir os seus dados no prazo de 45 dias após o final de cada trimestre. Os Estados-Membros devem apresentar dados quantitativos relativos às vagas e aos postos ocupados relativamente a todas as unidades empresariais e a todas as secções da Nomenclatura Estatística das Atividades Económicas, NACE Rev. 2 5. Todavia, no que respeita às pequenas empresas (definidas como unidades com menos de dez trabalhadores) e às secções O a S da NACE 6 (cujas principais atividades são a administração pública, os serviços de saúde e a educação), o Regulamento prevê que os Estados-Membros com dificuldades em apresentar dados realizem estudos de viabilidade. A Dinamarca, a Espanha, a França, a Itália, Malta e a Áustria realizaram estudos de viabilidade. Na sequência dos resultados desses estudos, a Espanha e a Áustria passaram imediatamente a abranger toda a economia. A Dinamarca começou a compilar dados sobre as pequenas empresas, mas não alargou a cobertura das estatísticas relativas aos empregos vagos às secções O a S da NACE (a seguir, «setor público»). Malta alargou a cobertura das referidas estatísticas ao setor público, mas não às pequenas empresas. Em França e Itália, nem as pequenas empresas nem o setor público estão abrangidos. 2.2. Evolução observada desde o último relatório Desde o segundo relatório apresentado ao Parlamento Europeu e ao Conselho em 2013, a Comissão examinou a possibilidade de rever a legislação em vigor com vista a melhorar a cobertura das estatísticas sobre as vagas de emprego. Os Estados-Membros desenvolveram a recolha e a transmissão de dados estatísticos relativos às ofertas de emprego, e o Eurostat começou a publicar boletins trimestrais sobre esta matéria. Estes aspetos são abordados com maior pormenor nos pontos seguintes. 2.2.1. Revisão da legislação Baseando-se nos estudos de viabilidade, a Comissão examinou a possibilidade de apresentar uma nova proposta legislativa para alargar a cobertura dos dados sobre as ofertas de emprego nos países que não incluem o setor público e/ou as pequenas empresas. Concluiu-se que essa revisão deve ter lugar no contexto mais vasto da revisão da legislação da UE em matéria de 4 5 6 Regulamento (CE) n.º 19/2009 da Comissão, de 13 de janeiro de 2009, que aplica o Regulamento (CE) n.º 453/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as estatísticas trimestrais relativas aos empregos vagos na Comunidade no que respeita à definição de emprego vago, às datas de referência da recolha de dados, às especificações da transmissão de dados e aos estudos de viabilidade (JO L 9 de 14.1.2009, p. 3). Regulamento (CE) n.º 1893/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de dezembro de 2006, que estabelece a nomenclatura estatística das atividades económicas NACE Revisão 2 e que altera o Regulamento (CEE) n.º 3037/90 do Conselho, assim como certos regulamentos CE relativos a domínios estatísticos específicos (JO L 393 de 30.12.2006, p. 1). Administração pública e defesa; segurança social obrigatória (secção O), educação (secção P), saúde humana e ação social (secção Q), atividades artísticas, de espetáculos e recreativas (secção R) e outras atividades de serviços, tais como atividades de organizações associativas, reparação de computadores e de bens de uso pessoal e doméstico e outras atividades de serviços pessoais (secção S). PT 3 PT

estatísticas das empresas (futuro regulamento-quadro relativo à integração das estatísticas das empresas). 2.2.2. Dados não corrigidos de sazonalidade. Nos termos do artigo 1.º do Regulamento (CE) n.º 1062/2008 da Comissão, os Estados- Membros deveriam começar a transmitir dados dessazonalizados quando tivessem fornecido dados relativos a 16 períodos ao abrigo do Regulamento n.º 453/2008. Sendo o primeiro trimestre (Q) 2010Q1, era obrigatório apresentar dados dessazonalizados a partir de junho de 2014, quando fossem apresentados os dados relativos ao trimestre de referência 2014Q1. É obrigatório fornecer dados dessazonalizados sobre as ofertas de emprego e os postos ocupados, pelo menos, para as seguintes secções individuais/agregadas da NACE: B-E, F, G- I, J, K, L, M-N, O-Q e R-S. Os Estados-Membros que não identificaram qualquer sazonalidade nas suas séries foram convidados a enviar a mesma série duas vezes, devendo o Eurostat verificar a ausência de sazonalidade nestes casos. Todos os Estados-Membros, com exceção da Bélgica, da Finlândia e da Suécia, fornecem atualmente dados dessazonalizados sobre as ofertas de emprego e os postos ocupados. A Suécia fornece dados dessazonalizados sobre as ofertas de emprego, mas não sobre os postos ocupados. A Bélgica e a Finlândia não forneceram dados corrigidos de sazonalidade, uma vez que as alterações introduzidas nas metodologias nacionais adotadas para as estatísticas sobre as vagas de emprego resultaram numa quebra das séries cronológicas. A Bélgica poderá fornecer dados dessazonalizados a partir de junho de 2016 (trimestre de referência 2016Q1) e a Finlândia a partir de junho de 2017 (trimestre de referência 2017Q1). A Suécia comprometeu-se a fornecer os dados dessazonalizados em falta em junho de 2016. No que respeita aos países da EFTA, a Islândia, a Noruega e a Suíça não disponibilizaram dados dessazonalizados, ao passo que o Liechtenstein está isento do Regulamento n.º 453/2008. O Eurostat está em contacto com o Serviço de Estatísticas da EFTA. 2.2.3. Boletins informativos Em junho de 2014, o Eurostat começou a publicar um boletim trimestral sobre as taxas das ofertas de emprego. Esta nova publicação dá maior relevo às estatísticas sobre as vagas de emprego e foi bem recebida pelos utilizadores. Todavia, alguns utilizadores, incluindo o Banco Central Europeu, declararam que é necessário que os quatro Estados-Membros que ainda não abrangem toda a economia (Dinamarca, França, Itália e Malta) passem a fazê-lo. Também solicitaram que os dados quantitativos e as taxas das ofertas de emprego fossem publicados para todos os Estados-Membros, a área do euro e a União Europeia. A situação melhorou no que diz respeito às restrições de publicação dos números de ofertas de emprego. A Irlanda permitiu que estes números fossem publicados a partir do trimestre de referência 2014Q4. No entanto, a França e a Itália ainda não divulgaram estes números, devido à cobertura parcial da economia, o que impede a publicação de totais europeus. 3. QUALIDADE A qualidade é avaliada com base nos seis atributos definidos no Regulamento (CE) n.º 1062/2008 da Comissão, a saber: pertinência, precisão, atualidade e pontualidade, coerência, comparabilidade e acessibilidade e clareza. 3.1. Pertinência A recolha de estatísticas sobre as vagas de emprego é muito pertinente, na medida em que são as únicas estatísticas que medem a procura de mão de obra não satisfeita. PT 4 PT

A Comissão (Direção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Inclusão e a Direção- Geral dos Assuntos Sociais e Económicos) e o Banco Central Europeu utilizam os dados trimestrais relativos às vagas de emprego para acompanhar os desenvolvimentos registados, a curto prazo, no ciclo empresarial e no mercado de trabalho. A taxa de vagas de emprego é um dos Principais Indicadores Económicos Europeus (PIEE) 7, que constituem por sua vez a principal fonte de informação da análise e do acompanhamento da evolução conjuntural da economia na União Europeia, na área do euro e nos Estados-Membros. As estatísticas sobre as vagas de emprego também são utilizadas nas análises estruturais baseadas nos indicadores que são realizadas no contexto da estratégia Europa 2020 a favor de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo 8. Foi incluído um indicador baseado nas estatísticas sobre as vagas de emprego no Quadro de Avaliação Conjunta, que é o painel de avaliação utilizado para monitorizar os progressos alcançados em matéria de emprego no âmbito da estratégia Europa 2020. O indicador baseado nas estatísticas sobre as vagas de emprego também é utilizado no quadro do Observatório de Desempenho do Emprego, que aponta os principais desafios no mercado de trabalho com base em variáveis do Quadro de Avaliação Conjunta. Estas estatísticas seriam muito mais eficazes se fossem superadas as lacunas existentes em termos de cobertura das secções O a S da NACE e das pequenas empresas. 3.2. Precisão Enquanto indicador de precisão, os Estados-Membros calculam os coeficientes de variação do número de ofertas de emprego (sem ajustamento sazonal), tendo em conta as características dos seus programas de amostragem nacionais. O coeficiente de variação exprime o erropadrão em percentagem da quantidade estimada. Fornece uma medida da variabilidade do número estimado de ofertas de emprego. De acordo com as informações fornecidas nos relatórios de qualidade para o ano de referência 2014, os coeficientes de variação do número total de ofertas de emprego foram inferiores a dez por cento na maioria dos Estados- Membros, exceto na Bélgica, Bulgária, Chipre, Finlândia, França, Letónia e Espanha (pelo menos, num dos quatro inquéritos trimestrais realizados) 9. A dimensão da amostra e a taxa de resposta afetam significativamente a precisão das estimativas. De acordo com os relatórios de qualidade, a dimensão da amostra variou de cerca de 1 300 empresas em Malta e 3 000 em Chipre até 75 000 na Alemanha (no inquérito realizado no quarto trimestre) e 100 000 na Polónia. A taxa de resposta teve uma variação de 17 % na Alemanha (para o inquérito levado a cabo no quarto trimestre) e 42 % na Croácia os dois únicos países com uma taxa inferior a 50 % (pelo menos, para um trimestre) até 99 % na Roménia. As estimativas revistas são particularmente relevantes para os utilizadores e representam um elemento de precisão importante. A situação é diferente nas duas publicações sobre as taxas das vagas de emprego. As estimativas flash das taxas agregadas de empregos vagos da área do euro e da UE-28, publicadas em T+50 dias, são suscetíveis de revisão em T+78 dias, aquando da publicação das 7 8 9 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre as estatísticas da zona euro «Rumo a melhores metodologias para as estatísticas e os indicadores da zona euro», COM(2002) 661. Comunicação da Comissão «Europa 2020 Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo», COM(2010) 2020. Ver metadados das estatísticas sobre as vagas de emprego: http://ec.europa.eu/eurostat/cache/metadata/en/jvs_esms.htm PT 5 PT

estimativas finais. Embora os dados flash não abrangessem todos os países, as revisões não ultrapassaram 0,1 p.p. para a área do euro e os agregados UE-28. Além disso, as estimativas publicadas em T+78 dias para a área do euro e a UE-28 poderiam ser revistas na publicação seguinte. Na prática, não foi necessário rever as estimativas em mais de 0,1 p.p., salvo num boletim informativo 10, em que a Alemanha teve de rever significativamente os seus dados. As taxas de ofertas de emprego da Alemanha foram revistas devido à utilização de um novo método de extrapolação. 3.3. Atualidade e pontualidade O prazo de apresentação das estatísticas sobre as vagas de emprego foi, de um modo geral, satisfatório: 27 Estados-Membros apresentaram os seus dados em tempo útil, embora a Grécia tenha registado um ligeiro atraso (2 a 3 dias). No entanto, em alguns casos, foram identificados alguns problemas de qualidade quando o primeiro conjunto de dados foi fornecido, o que impediu o Eurostat de realizar novos progressos no sentido de uma publicação final atempada das referidas estatísticas. 3.4. Coerência A coerência das ofertas de emprego não pode ser controlada diretamente, dado não existir outra fonte harmonizada de recolha de dados a nível europeu que meça a não satisfação da procura de mão de obra no mercado de trabalho. Embora em muitos países sejam contabilizadas as ofertas de emprego comunicadas aos serviços públicos de emprego, a utilização destes valores para verificar a coerência das estatísticas sobre os empregos vagos é problemática, uma vez que a sua cobertura é muito insuficiente e que se baseiam em definições nacionais. O número de postos ocupados, uma variável que faz parte do denominador da taxa de vagas de emprego, pode ser comparado com informações de outras fontes, em especial o número de pessoas empregadas comunicado no Inquérito às Forças de Trabalho. As comparações e avaliações subsequentes de eventuais diferenças têm de ter em conta os diferentes conceitos e inquéritos das várias fontes. A diferença entre o número de empregados do Inquérito às Forças de Trabalho e o número de postos ocupados fornecido nas estatísticas sobre as vagas de emprego oscila, de um modo geral, entre cerca de -20 % e 20 %. O forte desvio negativo (abaixo de -40 %) medido no caso do Luxemburgo pode ser explicado pelo impacto significativo do trabalho transfronteiriço, que cria grandes discrepâncias entre o conceito de mercado de trabalho utilizado para o Inquérito às Forças de Trabalho e o conceito nacional (que inclui os postos providos por não residentes) utilizado para as estatísticas sobre as vagas de emprego. Verificou-se um desvio positivo superior a 30 % nos casos da Hungria e da Roménia. De acordo com o relatório de qualidade de 2014 fornecido pela Hungria, esse desvio pode ser explicado pelo facto de as estatísticas sobre as vagas de emprego não abrangerem empresas com menos de 5 trabalhadores, ao passo que o Inquérito às Forças de Trabalho sobrestima os pequenos setores (p. ex., a secção B da NACE) e o setor público em geral. A Roménia explicou que o Inquérito às Forças de Trabalho abrange as Forças Armadas e o setor informal, ao passo que as estatísticas sobre as vagas de emprego não incluem pessoas com contratos de trabalho suspensos temporariamente (p. ex., em licença de maternidade, licença parental, licença por doença ou licença sem vencimento, ou ausentes por outros motivos). No que diz respeito à comparabilidade, uma característica importante é a data de referência de recolha das estimativas sobre as vagas de emprego num determinado trimestre. Nos termos do 10 Ver boletim do Eurostat n.º 54/2016, de 18 de março de 2016. PT 6 PT

artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 19/2009, privilegia-se a recolha de dados numa base contínua ou em várias datas ao longo do trimestre. Não é este ainda o caso na maioria dos Estados-Membros. Por conseguinte, recomenda-se a estes Estados que avancem para a recolha de informação em várias datas, para garantir que as estimativas são inteiramente representativas do trimestre no seu conjunto. Por último, o principal desafio no que diz respeito à comparabilidade é que todos os Estados- Membros abranjam toda a economia nos seus inquéritos sobre as vagas de emprego, ou seja, que incluam as pequenas empresas e as secções O a S da NACE. Tal como referido nos pontos 2.2 e 2.3 supra, quatro países estão ainda muito aquém deste objetivo. 3.5. Acessibilidade e clareza As estatísticas sobre as vagas de emprego são divulgadas através dos canais habituais do Eurostat, nomeadamente a base de dados em linha e as páginas dedicadas «Statistics Explained» no sítio Web do Eurostat 11. Este sítio Web fornece informações atualizadas sobre a taxa de vagas de emprego tanto nos agregados europeus como nos diversos países, incluindo gráficos sobre a evolução ao longo do tempo. Os relatórios de qualidade anuais fornecidos pelos Estados-Membros permitiram ao Eurostat atualizar os metadados fornecidos aos utilizadores. Por conseguinte, os dados sobre a taxa de ofertas de emprego respeitam as boas normas em matéria de acessibilidade e clareza. 4. AGREGADOS EUROPEUS A taxa agregada de vagas de emprego é publicada, mas o número agregado de vagas não, porque as pequenas empresas e o setor público se encontram apenas parcialmente cobertos. Esta é também a razão pela qual a França e a Itália não permitiram que o número de vagas fosse publicado até à data. Estudos de qualidade realizados em alguns países, que abrangem toda a economia, como os estudos que comparam a taxa de vagas de emprego das pequenas empresas com a taxa das grandes empresas, demonstram que a taxa de vagas de emprego das empresas de maior dimensão é geralmente menor do que nas pequenas empresas. Tal pode significar que as taxas das ofertas de emprego da UE e da área do euro estão atualmente ligeiramente subestimadas. Não obstante esta lacuna, a qualidade dos agregados europeus pode ser considerada satisfatória. Os ajustamentos sazonais deverão proporcionar uma visão mais clara das mudanças reais nos dados da UE. O Eurostat publicará dados corrigidos da sazonalidade para os agregados europeus no segundo semestre de 2016. Em geral, os agregados europeus foram objeto de alterações menores, como referido no ponto 3.2 sobre a precisão. 5. CONCLUSÕES Registaram-se progressos consideráveis nos últimos três anos no que diz respeito à aplicação da legislação relativa às estatísticas sobre as vagas de emprego e à recolha de estatísticas 11 Ver artigos no sítio Web do Eurostat: http://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php/job_vacancy_statistics e http://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php/job_vacancy_and_unemployment_rates_-_beveridge_curve PT 7 PT

fiáveis neste domínio. Em especial, a maioria dos Estados-Membros começou a fornecer dados dessazonalizados, publicados regularmente pelo Eurostat. O Eurostat tenciona publicar dados corrigidos da sazonalidade para os agregados europeus no segundo semestre de 2016. As estatísticas sobre as vagas de emprego foram transmitidas atempadamente e os agregados europeus foram publicados de acordo com o calendário previsto, embora possam ainda ser alcançadas melhorias na rapidez dos dados fornecidos nos próximos anos. Em geral, os agregados europeus publicados tanto no nas estimativas flash como nas estimativas finais foram sujeitos a pequenas revisões. O Eurostat começou a publicar um boletim trimestral sobre as taxas de ofertas de emprego, que confere maior importância às estatísticas sobre as vagas de emprego e que foi bem recebido pelos utilizadores destas estatísticas. No entanto, uma cobertura incompleta continua a ser o principal motivo da não utilização de estatísticas sobre as vagas de emprego de uma forma mais ampla. É vital que os Estados- Membros garantam uma cobertura total do setor público e das pequenas empresas nas suas estimativas trimestrais. Uma melhor cobertura permitiria também a publicação do número de vagas de emprego para os agregados europeus. PT 8 PT