Relator Nº do Documento Augusto De Carvalho rp /09.0tbmcn.p1

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Transcrição:

ECLI:PT:TRP:2013:1319.09.0TBMCN.P1 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trp:2013:1319.09.0tbmcn.p1 Relator Nº do Documento Augusto De Carvalho rp201301141319/09.0tbmcn.p1 Apenso Data do Acordão 14/01/2013 Data de decisão sumária Votação unanimidade Tribunal de recurso Processo de recurso Data Recurso Referência de processo de recurso Nivel de acesso Público Meio Processual Decisão Apelação confirmada a decisão Indicações eventuais Área Temática 5ª Secção. Referencias Internacionais Jurisprudência Nacional Legislação Comunitária Legislação Estrangeira Descritores contrato de arrendamento rural; notificação judicial avulsa; denúncia de contrato; título executivo; Sumário: I - O disposto no artº 101º, n. 1 do RAU não é aplicável ao contrato de arrendamento rural. II - A notificação judicial avulsa com que o senhorio denunciou tal contrato de arrendamento não constitui título executivo. III - Findo o prazo de denúncia, se o arrendatário não entregar os imóveis arrendados, o senhorio terá que pedir o despejo em acção judicial. Decisão Integral: Apelação nº 1319/09.0TBMCN.P1 Acordam no Tribunal da Relação do Porto B e C intentaram acção executiva para entrega de coisa certa contra D, pedindo a entrega de dois prédios objecto de contrato de arrendamento rural, celebrado em 1 de Outubro de 1989 e denunciado, por notificação judicial avulsa, datada de 27 de Setembro de 2008. Página 1 / 5

A fundamentar aquele pedido, alegam que os referidos prédios se encontram arrendados à executada, por contrato escrito de arrendamento rural, datado de 1 de Outubro de 1989. Todavia, por notificação judicial avulsa, datada de 27 de Setembro de 2008, foi a executada notificada do seguinte: o contrato de arrendamento rural não se renova no ano agrícola de 2009/2010, pretendendo os notificantes denunciar tal contrato para o termo do ano agrícola de 2009/2010, para os próprios requerentes trabalharem e explorarem directamente, nos termos do artigo 20º do DL 385/88, de 25 de Outubro. E, consequentemente, deve, no de 2009, entregar livre de pessoas, coisas e bens os prédios arrendados e melhor identificados. Ou seja, o prazo já acabou no dia 29 de Setembro do corrente ano e o certo é que os imóveis ainda não foram entregues pela ora executada aos ora exequentes. A Solicitadora de Execução requereu a prolação de despacho liminar, indicando, para o efeito, o artigo 812º-D, alínea e), do C.P.C. Foi, então, proferido despacho, no qual se indeferiu liminarmente o requerimento executivo por manifesta falta de título executivo, nos termos do disposto no artigo 812º-E, nº 1, alínea a), do C.P.C. Inconformados, os exequentes recorreram para esta Relação, formulando, em síntese, as seguintes conclusões: 1.O presente recurso tem por base a decisão que indefere liminarmente o requerimento executivo por manifesta falta de título executivo, nos termos do disposto no artigo 812º E nº 1, alínea a) do C.P.C., e absolve a executada da instância. 2.Divergem os Recorrentes, e desde já, do despacho que supra citaram no que ao prazo se reporta. 3.Os contratos de arrendamento rural podem ser celebrados pelo prazo de: dez anos para uma empresa ou agricultor empresário; sete anos para o agricultor autónomo pessoa singular que de forma permanente utiliza a sua força de trabalho e do seu agregado familiar para o trabalho agrícola, sem recurso ou com recuso excepcional a trabalho assalariado. 4.Sem margem para qualquer dúvida, estamos perante um contrato de arrendamento rural para agricultor autónomo, logo o prazo é de sete anos apesar do contrato referir um ano, nos termos legais o mesmo passa a ser de sete. 5.Incorrectamente, o Tribunal a quo qualifica o presente contrato de arrendamento rural, como sendo de uma empresa ou agricultor empresário, uma vez que, refere expressamente o artigo 5º nº 1, do Decreto-Lei 385/88, e, continuando, no que à denúncia se refere, diz, expressamente, que as renovações são de 5 anos. 6.Quanto às renovações são de cinco e três anos, na certeza, porém, de que, no caso em concreto, atendendo à data em que o mesmo foi outorgado e ao vertido no artigo 18º, nº 1, alínea b), última parte, as renovações são anuais. 7.Estamos sim perante um contrato de arrendamento rural de agricultor autónomo outorgado por um prazo mínimo de sete anos, sendo que a denúncia do mesmo contrato é de um ano. 8.O Tribunal a quo entende que a notificação judicial avulsa não é titulo que se enquadre no elenco da supra referida norma. 9.Os Recorrentes denunciaram o contrato de arrendamento rural, nos termos do art. 18º da lei do arrendamento rural, devendo, em consequência, a actual arrendatária entregá-lo livre de pessoas, Página 2 / 5

coisas e bens. 10.Não o fizeram no termo do prazo para o qual foram notificados, bem como não se opuseram à denúncia nos 60 dias subsequentes à notificação da mesma. 11.A lei do arrendamento rural não é clara quanto ao afirmar se a notificação judicial avulsa para denúncia do contrato é suficiente para instaurar acção executiva 12.Mas são vários os acórdãos que dão uma resposta positiva à questão colocada vertem a opinião de a denúncia do contrato de arrendamento rural, mediante comunicação escrita prevista no artigo 18º da Lei do Arrendamento Rural, sem oposição procedente, ou sendo esta inadmissível, constitui titulo executivo abrangido pelo artigo 46º do C.P.C. 13.executada / denunciada não se opôs à denúncia, pelo que, tacitamente aceitou-a. 14.A lei do arrendamento urbano, neste aspecto é clara ao dar expressamente resposta positiva a tal questão. 15.O Artigo 45º do Código de Processo Civil estipula que, toda a execução tem que ter por base um título executivo pelo qual se afere os limites e o fim da acção executiva. 16.O artigo 46º do mesmo diploma legal refere na alínea d) que é ainda título executivo aquele que, por disposição especial, lhe seja atribuída força executiva. 17.O efeito pretendido com a denuncia é a não renovação do contrato de arrendamento e a correspondente obrigação de restituição do prédio o arrendatário não propôs a acção a que alude o artigo 19 n.º 1, tendo por fim obstar á não renovação do contrato, parece-nos, salvo devido respeito por melhor opinião, o mesmo extingue-se na data do termo do prazo, ficando os arrendatários obrigados a desocupa-lo, sendo a sua permanência ilícita. 18.A oposição à denúncia, neste caso, teria de ser sempre por via judicial, o que não aconteceu. Não foram apresentadas contra-alegações. Colhidos os vistos legais, cumpre decidir. Os factos provados com interesse para a decisão do recurso são os seguintes: 1.Do contrato, que as partes apelidaram Arrendamento Rural, consta: Outorgantes Primeiros: Herdeiros de E e F, residentes que foram em,, concelho de Marco de Canaveses, aqui representados por G e H, emigrantes no Brasil; Segundos: I e mulher J, residentes no, freguesia, do referido concelho de Marco de Canaveses. Os primeiros outorgantes declaram arrendar, na referida qualidade, o Cerrado constante de campos de cultura, tapados e lameiro, existentes no, freguesia, concelho de Marco de Canaveses pelo Prazo de um ano, mediante a renda anual de 50.000$00 (cinquenta mil escudos), a pagar no mês de Outubro de 1990. O presente contrato será renovado ou não, conforme for a vontade das partes. Os segundos outorgantes declaram aceitar o presente contrato, nos termos referidos. Marco de Canaveses, 01 de Outubro de 1989. 2.Em 24-09-2008, deu entrada, neste tribunal, um pedido de notificação judicial avulsa de B e C, contra D, relativo a contrato de arrendamento. 3.Nesse mesmo dia foi proferido despacho a ordenar a notificação requerida. 4.De acordo com essa notificação judicial avulsa a entrega deveria ser efectuada no dia de (dia 29 de Setembro) no ano de 2009. São apenas as questões suscitadas pelos recorrentes e sumariadas nas respectivas conclusões Página 3 / 5

que o tribunal de recurso tem de apreciar artigos 684º, nº 3 e 685º-A, nº 1, do C.P.C. A única questão que interessa decidir consiste em saber se, denunciado o contrato de arrendamento rural e, no termo do prazo, o arrendatário não entregar o prédio arrendado, o senhorio poderá reavê-lo em execução, apresentando como título executivo a comunicação escrita a que se refere o artigo 18º do DL 385/88, de 25 de Outubro. I. O artigo 101º, nº 1, do R.A.U., que os apelantes invocam, estabelece que «o contrato celebrado nos termos do artigo 98º, em conjunto com a certidão de notificação judicial avulsa requerida pelo senhorio, nos termos do artigo 100º, constitui título executivo para efeitos de despejo do local arrendado». Por força desta disposição legal, o contrato de duração limitada celebrado nos termos do artigo 98º, em conjunto com a certidão da notificação judicial avulsa requerida pelo senhorio, nos termos do artigo 100º, constitui título executivo artigos 45º e 46º, alínea d), do C.P.C., para efeitos de se instaurar execução ordinária para entrega de coisa certa. Na decisão recorrida, entendeu-se que, estando-se no âmbito de um contrato de arrendamento rural, são aplicáveis as regras do diploma que prevê o arrendamento rural e não as destinadas ao arrendamento urbano, como é o caso do citado artigo 101º do R.A.U. Não se pode deixar de concordar com tal entendimento. A denúncia do contrato de arrendamento rural propriamente dito ou na modalidade de arrendamento ao agricultor autónomo encontra-se regulada no artigo 18º do DL 385/88, aí se estabelecendo que «o senhorio deve avisar também o arrendatário pela forma referida na alínea anterior, com a antecedência mínima de dezoito meses, relativamente ao termo do prazo ou da sua renovação, ou de um ano, se se tratar de arrendamento a agricultor autónomo». Ou seja, o senhorio, querendo denunciar o contrato de arrendamento rural, tem de recorrer, previamente à fase pré-contenciosa de comunicação escrita ao arrendatário com a correspondente antecedência legal. Nos contratos de arrendamento rural, «o senhorio, querendo denunciar o contrato terá de fazê-lo antes de intentar qualquer acção em que, com base na denúncia, pretenda obter o despejo e terá de fazê-lo numa fase pré-contenciosa, através de uma comunicação escrita (judicial ou extrajudicial) que chegue às mãos do arrendatário com a antecedência mínima de dezoito meses, sendo aquele empresário agrícola, ou de doze meses, sendo ele agricultor autónomo, relativamente ao termo do prazo ou da sua renovação, sob pena de ser julgado parte ilegítima na acção que propuser para obter o despejo com base na denúncia». Acórdão da Relação de Coimbra, de 7.3.1984, CJ, Ano IX, Tomo II, pág. 36. A referida comunicação escrita a fazer pelo senhorio pode ser uma simples carta ou a notificação judicial avulsa. Não é admitido o aviso verbal. Neste sentido, Aragão Seia, Arrendamento Rural, Coimbra, 1989, pág. 70. No caso concreto, tratando-se, como se nos afigura, de um arrendamento a agricultor autónomo, o contrato é outorgado por um prazo mínimo de sete anos, entendendo-se renovado por períodos sucessivos de um ano. Para ser denunciado, o senhorio deve avisar o arrendatário, mediante comunicação escrita, com a antecedência mínima de um ano. Os senhorios/apelantes cumpriam, assim, a referida fase pré-contenciosa de comunicação escrita à arrendatária/apelada, utilizando a notificação judicial avulsa, com a antecedência de um ano prevista no citado artigo 18º, nº 1, alínea b), do DL 385/88. Acontece que, no termo de tal prazo mínimo de um ano, a executada/arrendatária não entregou os Página 4 / 5

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) prédios arrendados aos senhorios e, como se referiu, estes instauraram a presente execução, apresentando como título executivo a notificação judicial avulsa com que denunciaram o contrato de arrendamento. Os apelantes fundamentaram tal percurso processual no artigo 101º, nº 1, do R.A.U., que, como também já se disse, não é aplicável ao arrendamento rural e, por tal motivo, o contrato celebrado, em conjunto com a certidão de notificação judicial avulsa requerida pelo senhorio, não constitui título executivo para efeitos de despejo do local arrendado. Em sede contrato de arrendamento rural, findo o prazo da denúncia, se o arrendatário não entregar os imóveis arrendados, o senhorio terá de pedir o despejo em acção a propor, nos termos do artigo 35º do DL 385/88, de 25 de Outubro. Aqui chegados, impõe-se, assim, a conclusão de que, denunciado o contrato de arrendamento rural e, no termo do prazo, se o arrendatário não entregar o prédio arrendado, o senhorio não poderá reavê-lo em execução, apresentando como título executivo a comunicação escrita a que se refere o artigo 18º daquele diploma legal. Por tudo o referido, considera-se acertada a decisão que indeferiu liminarmente o requerimento executivo por manifesta falta de título executivo, nos termos do disposto no artigo 812º-E, nº 1, alínea a), do C.P.C. Improcedem, pois, as conclusões das alegações e o recurso dos exequentes. Decisão: Pelos fundamentos expostos, acordam os Juízes desta secção cível em julgar improcedente a apelação e, consequentemente, confirmar a decisão recorrida. Custas pelos apelantes. Porto, 14.1.2013 António Augusto de Carvalho Anabela Figueiredo Luna de Carvalho Rui António Correia Moura Página 5 / 5