SEJA COMO FOR X NO ENTANTO: REFORMULAÇÃO = CONTRA- ARGUMENTAÇÃO? Daniel Mazzaro Vilar de Almeida

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Transcrição:

SEJA COMO FOR X NO ENTANTO: REFORMULAÇÃO = CONTRA- ARGUMENTAÇÃO? Daniel Mazzaro Vilar de Almeida (doutorando em Linguística do Texto e do Discurso - UFMG) INTRODUÇÃO o Almeida (2011): seja como for e sea como fuere são MD? o Teste de sinônimo: expressões ou ideias de contra-argumentação o Resultado da pesquisa: marcadores reformulativos de distanciamento (MARTÍN ZORRAQUINO & PORTOLÉS, 1999; GARCÉS, 2008 e 2009; DEL SAIZ RUBIO, 2009) 1

São semelhantes seja como for e no entanto? São diferentes? Em que medida? 1) Discutir, brevemente, o que entendemos por MD e reformuladores na pesquisa 2) Mostrar o porquê de incluir seja como for no grupo dos reformuladores de distanciamento. 3) Tomar dois exemplos de Almeida (2011) em que apareça a expressão estudada e substituir pelo MD prototípico da contra-argumentação, no entanto, para vislumbrar o que muda ou mantém na interpretação desses artigos de opinião. DEFINIÇÃO DE MARCADORES DISCURSIVOS Conectores/MD são uma classe de expressões linguísticas que reagrupa, além de certas conjunções de coordenação (mas, portanto, então etc.), certas conjunções e locuções conjuntivas de subordinação (porque, como, com efeito, em consequência etc.), grupos nominais ou preposicionais (apesar disso etc.), advérbios e locuções adverbiais (no entanto etc.) e algumas estruturas que possuem certo esvaziamento semântico, como parece acontecer com seja como for e sea como fuere. 2

Essas expressões linguísticas possuem a função de contribuir para o estabelecimento de uma relação coesiva com, pelo menos, o enunciado que as precede no discurso. Tal relação coesiva pode se referir a mais de um enunciado anterior, inclusive pode afetar toda a porção de discurso precedente. Ao ligar unidades de diferentes níveis (palavras, proposições, conjuntos de proposições, grandes porções de texto), os MD guiam, de acordo com suas diferentes propriedades morfossintáticas, semânticas e pragmáticas, as inferências que se realizam no momento da comunicação. Por outro lado, algumas relações só existem entre diferentes segmentos textuais graças à presença desses elementos conectivos explícitos. SEJA COMO FOR É UM MD? [1] Um deserto de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente. Seja como for, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, parece mais do que nunca disposto a ocupar esse deserto por conta própria. Algumas características dos MD: invariabilidade léxica e gramatical; não podem ser focalizados em estruturas separadas; não podem ser resposta de interrogativas parciais; não podem receber especificadores e modificadores; não podem ser negados. 3

QUAL É O IMPACTO DE SEJA COMO FOR NA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO? A REFORMULAÇÃO E OS CONECTORES REFORMULATIVOS A reformulação é um processo semântico-pragmático de se fazer uma retrointerpretação do segmento que se encontra anterior a um marcador discursivo de duas formas possíveis: parafrástica, quando há uma equivalência semântica entre os dois segmentos (antes e depois do conector), ou não-parafrástica, quando a nova reformulação supõe uma mudança de perspectiva enunciativa ao mesmo tempo em que estabelece uma subordinação hierárquica do segmento de referência a respeito do segmento reformulado. TIPOS DE REFORMULAÇÃO E SEUS CONECTORES EXPLICAÇÃO: Pretende-se explicar o que foi dito em uma formulação prévia (ou seja). RETIFICAÇÃO: Assinala-se que o segmento de referência não se considera suficientemente adequado ou que não é apropriado, por isso se modifica pelo segmento reformulado ou é substituído por uma nova formulação (quer dizer). RECAPITULAÇÃO: Engloba-se em um último segmento as características mais relevantes ou representativas do que se expressou nos segmentos anteriores (em suma). 4

RECONSIDERAÇÃO: Supõe-se uma volta aos segmentos precedentes e a formulação de um novo ponto de vista que pode estar na mesma direção que todos ou de um dos segmentos prévios, ou pode ser um ponto de vista que reúne tanto os elementos concordantes como os discordantes, ou até mesmo um ponto de vista contrário ao anterior (no final das contas). SEPARAÇÃO: Dá-se lugar a uma revisão do que foi dito no segmento de referência, que implica a perda parcial ou total de pertinência do que foi expresso previamente (em todo caso). A CONTRA-ARGUMENTAÇÃO A contra-argumentação é uma relação na qual o segundo argumento cancela as conclusões ou as expectativas que poderiam ser obtidas do primeiro argumento, ou substitui, elimina ou corrige o primeiro argumento, superpondo-se a ele. Indicar contraste e contradição (ao contrário) Introduzir conclusões contrárias às esperadas de um primeiro segmento (no entanto, entretanto) 5

[1] UM DESERTO de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente. Seja como for, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria. X Um deserto de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente p O Brasil não deve ser visto como um deserto de homens e ideias Y O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria q O Brasil pode ser (ou é ou deve ser) visto como um deserto de homens e ideias [1] UM DESERTO de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente. Seja como for, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria. De nada serve evocar que o Brasil não deve ser visto como um deserto de homens e ideias, já que seja como for o Brasil pode ser (ou é ou deve ser) visto como um deserto de homens e ideias. X Um deserto de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente p O Brasil não deve ser visto como um deserto de homens e ideias Y O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria q O Brasil pode ser (ou é ou deve ser) visto como um deserto de homens e ideias 6

[1 ] UM DESERTO de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente. No entanto, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria. X Um deserto de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente p Essa visão não é boa em vários âmbitos econômicos e políticos Y O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria q O Brasil, esse deserto, pode ser ocupado [1 ] UM DESERTO de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente. No entanto, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria. Evocar que o Brasil é visto como um deserto de homens e ideias, mesmo injustamente, não impede, no entanto, (de afirmar) que o ministro esteja disposto a ocupá-lo. X Um deserto de homens e ideias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás injustamente p Essa visão não é boa em vários âmbitos econômicos e políticos Y O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira deserto por conta própria q O Brasil, esse deserto, pode ser ocupado 7

O Modelo de Análise Modular, desenvolvido por Eddy Roulet e sua equipe na Universidade de Genebra propõe que os conectores sejam analisados a partir da organização relacional do discurso, que trata das relações ilocucionárias (que se dão no nível dos constituintes de uma troca) e as interativas (que se dão no nível dos constituintes das intervenções). Essas relações que há entre os constituintes do texto levam em conta as informações presentes na memória discursiva (conjunto de saberes conscientemente partilhados pelos interlocutores). Dessa forma, na presença dos conectores, a descrição da organização relacional é constituída a partir da acoplagem entre as informações obtidas com a análise das dimensões hierárquica (relativa à definição dos constituintes textuais), lexical (relativa aos sentidos conceituais e procedurais dos lexemas) e sintática (relativa ao conjunto de regras que determinam as categorias e construções de proposições em uso em determinada língua ou variedade de uma língua). 8

[2] Não pode haver nada em comum entre o finado PFL e o partido da Democracia de Esquerda Italiano o DS. (...) Nem o PCI era comunista à maneira soviética nem o PFL jamais foi liberal de verdade. Seja como for, em ambos os casos, o esforço de "desideologização", a busca pelo lugar-comum democrático, sem maiores especificações, tudo enfim joga água no moinho dos que apostam na irrelevância crescente da política e no esgotamento dos partidos como catalisadores de demandas coletivas e veículos de transformação social. X Nem o PCI era comunista à maneira soviética nem o PFL jamais foi liberal de verdade p Existe uma característica comum a ambos partidos Y Em ambos os casos, o esforço de "desideologização", a busca pelo lugar-comum democrático, sem maiores especificações, tudo enfim joga água no moinho dos que apostam na irrelevância crescente da política e no esgotamento dos partidos como catalisadores de demandas coletivas e veículos de transformação social. q Existe algo em comum entre ambos partidos. 9

De X nada Nem serve o PCI evocar era comunista que à nem maneira o soviética PCI era nem comunista o PFL jamais à maneira foi liberal de soviética verdade nem o PFL jamais p foi Existe liberal uma característica de verdade, comum já a que ambos seja partidos como Y for Em ambos o esforço os casos, de o "desideologização", esforço a "desideologização", a busca pelo lugar-comum busca democrático, pelo lugar-comum sem maiores especificações, democrático, tudo enfim sem maiores joga água especificações, no moinho dos que tudo apostam enfim na irrelevância joga água crescente da política e no esgotamento dos partidos no moinho como catalisadores dos que de apostam demandas coletivas na irrelevância e veículos de crescente transformação da política social. e no esgotamento dos partidos q Existe como algo catalisadores em comum entre ambos de demandas partidos. coletivas e veículos de transformação social. [2 ] Não pode haver nada em comum entre o finado PFL e o partido da Democracia de Esquerda Italiano o DS. (...) Nem o PCI era comunista à maneira soviética nem o PFL jamais foi liberal de verdade. No entanto, em ambos os casos, o esforço de "desideologização", a busca pelo lugar-comum democrático, sem maiores especificações, tudo enfim joga água no moinho dos que apostam na irrelevância crescente da política e no esgotamento dos partidos como catalisadores de demandas coletivas e veículos de transformação social. 10

X Nem o PCI era comunista à maneira soviética nem o PFL jamais foi liberal de verdade p Pode haver uma descrença à ideologia de ambos os partidos Y Em ambos os casos, o esforço de "desideologização", a busca pelo lugar-comum democrático, sem maiores especificações, tudo enfim joga água no moinho dos que apostam na irrelevância crescente da política e no esgotamento dos partidos como catalisadores de demandas coletivas e veículos de transformação social. q Há algo de positivo nas ações dos partidos. Evocar que nem o PCI era comunista à X Nem o PCI era comunista à maneira soviética nem maneira o PFL soviética jamais foi liberal nem de o verdade PFL jamais foi liberal p de Pode verdade, haver uma não descrença impede, à ideologia no entanto, de ambos os (de afirmar) partidos que o esforço de Y Em ambos os casos, o esforço de "desideologização", "desideologização", a a busca busca pelo lugar-comum pelo lugarcomum democrático, sem maiores sem especificações, maiores tudo enfim especificações, joga água no moinho tudo dos enfim que apostam jogue na água irrelevância no crescente da política e no esgotamento dos partidos moinho como dos catalisadores que apostam de demandas na coletivas irrelevância e veículos de crescente transformação da política social. e no esgotamento dos partidos q Há como algo de catalisadores positivo nas ações de dos demandas partidos. coletivas e veículos de transformação social. 11

CONCLUSÕES (?) Domínguez (2007) já havia observado uma proximidade das expressões espanholas en todo caso, en cualquier caso e de todas formas ao grupo dos reformuladores quando assinala que eles debilitam a força argumentativa do segmento anterior de sua relação, chegando, inclusive, ao seu cancelamento função possível como conectores ao mesmo tempo em que chamam a atenção sobre seu enunciado, ao qual mostram como imprescindível para a continuidade do discurso, em detrimento do enunciado anterior, que apresentam como não relevante função reformulativa. CONCLUSÕES (?) Embora com ideais próximas, seja como for suprime o segmento anterior, retira sua relevância e expõe um segmento que terá relevância para a continuidade ou conclusão do texto. Por outro lado, no entanto não suprime o segmento anterior. O segmento posterior cancela as conclusões (ou expectativas) que poderiam ser obtidas do segmento anterior. Parece que ambos trabalham com oposições, mas as inferências obtidas são diferentes devido à bagagem lexical dos MD. REFORMULADOR DE DISTANCIAMENTO: supressão do S1 + irrelevância do S1 para expor o S2 CONTRA-ARGUMENTATIVO: falta de força do S1 para impedir S2 12

Referências Bibliográficas ALMEIDA, Daniel Mazzaro Vilar de. Seja como for e sea como fuere: marcadores discursivos? - Uma análise do uso dessas expressões em artigos de opinião brasileiros e argentinos. 2011. Dissertação (Mestrado em Linguística) Faculdade de Letras, UFMG, Belo Horizonte, 2011. DEL SAZ RUBIO, María Milagros. La reformulación del discurso en español en comparación con el inglés: un estudio contrastivo de los marcadores de modificación en inglés y en castellano. In: GARCÉS GÓMEZ, María Pilar (dir.). La reformulación del discurso en español en comparación con otras lenguas. Madrid: Universidad Carlos III de Madrid: Boletín Oficial del Estado, 2009. DOMÍNGUEZ GARCÍA, Mª Noemí. Conectores discursivos en textos argumentativos breves. Madrid: Arco/Libros, S.L., 2007. GARCÉS GÓMEZ, María Pilar. La organización del discurso: marcadores de ordenación y de reformulación. Madrid: Iberoamericana, 2008. GARCÉS GÓMEZ, María Pilar. La reformulación discursiva. In.: GARCÉS GÓMEZ, María Pilar (dir.). La reformulación del discurso en español en comparación con otras lenguas. Madrid: Universidad Carlos III de Madrid: Boletín Oficial del Estado, 2009, p. 17-35. Referências Bibliográficas MARTÍN ZORRAQUINO, María Antonia & PORTOLÉS LÁZARO, José. Los marcadores del discurso. In: BOSQUE MUÑOZ, Ignacio; DEMONTE BARRETO, Violeta (dir.), Gramática descriptiva de la lengua española. Tomo III. Madrid, Espasa, 1999, p. 4051-4213. ROULET, E. Complétude interactive el connecteurs reformulatifs. In: Cahiers de Linguistique Française, nº 8, 1987. p. 111-140. ROULET, Eddy. La description de l organisation du discours: du dialogue au texte. Paris: Didier, 1999. ROULET, Eddy. De la necessité de distinguer des relations de discours sémantiques, textuelles et praxéologiques. Colloque internacional de l Université d Aarhus. Mai. 2001. ROULET, Eddy; FILLIETTAZ, Laurent; GROBET, Anne (avec la collaboration de Marcel Burger). Un Modèle et un instrument d analyse de l organisation du discours. Bern: Peter Lang, 2001. 13

Daniel Mazzaro Vilar de Almeida http://danielmazzarobh.wordpress.com/ letrasdaniel@yahoo.com.br 14