Construção discursiva e memória na ficção televisiva. 1 Ana Sílvia Lopes Davi Médola Universidade Estadual Paulista- UNESP 2 Resumo: A produção ficcional brasileira, sobretudo aquela realizada pela Rede Globo de Televisão, tem oferecido ao público séries, mini-séries e telenovelas que buscam retratar episódios importantes da vida nacional, alcançando bons índices de audiência. Entendendo que a teledramaturgia desempenha no Brasil papel significativo na construção do imaginário social contribuindo, em certa medida, para o resgate da memória, o presente trabalho tem o propósito discutir o estatuto dos fatos retratados nessas produções, entendidas como construções discursivas estruturadas pela modalidade veridictória, em que prevalece o parecer do ser, constitutiva das obras ficcionais. Palavras-chave: semiótica; televisão; teledramaturgia; memória. O presente trabalho se propõe a refletir sobre as características mais recorrentes do nível das estruturas de superfície de um tipo de texto que ainda promove opiniões muito controvertidas no panorama atual da cultura de massa no Brasil: a produção ficcional televisiva brasileira. Aqui nos ateremos especificamente a discutir o papel da teledramaturgia enquanto construção discursiva e sua contribuição para a formação de uma identidade cultural brasileira calcada na construção de um imaginário em torno de referências históricas. Estamos interessados em investigar determinadas características relativas aos procedimentos de discursivização dos textos ficcionais da manifestação televisual. Interessa-nos as formas de organização da linguagem em produto cultural de notória 1 Trabalho apresentado ao NP 15 Semiótica da Comunicação, do IV Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. 2 Ana Sílvia Lopes Davi Médola é professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UNESP/Bauru e membro do Centro de Pesquisas Sociossemióticas (PUC/SP-COS USP:FFLCH CNRS:Paris).
inserção na vida da maioria da população brasileira, com a reconhecida importância sóciocultural que a televisão e a produção ficcional adquiriram em nossa sociedade. Nos últimos anos a TV brasileira, sobretudo a Rede Globo, tem realizado várias produções que resgatam períodos históricos importantes da vida nacional. Destacam-se, principalmente, as mini-séries que têm obtido grande aceitação junto ao público. A experiência mais recente foi Um só coração, que homenageou os 450 anos da cidade de São Paulo, contando um pouco da história da formação da metrópole no início do século, com seus aspectos culturais e artísticos, políticos e econômicos. Mas podemos citar outros exemplos como A Casa das Sete Mulheres, que retratou a Revolução Farroupilha, que irrompeu no início do século XIX, no Rio Grande do Sul, Agosto, sobre a ditadura de Getúlio Vargas e A Muralha que resgata a conquista das terras brasileiras retratando a saga dos bandeirantes. Também as telenovelas de época manifestam aspectos da história e da cultura brasileira. Baseadas em clássicos da literatura ou fruto de pesquisas sobre o passado histórico, não seria impróprio afirmar que, em certa medida, essas produções colaboram para preservação da nossa memória. Podemos citar Terra Nostra, um grande sucesso de público que volta a ser exibida este ano no horário vespertino do Vale a pena ver de novo. Diferenciada pelos objetivos que motivaram a sua produção, foi uma telenovela que reuniu todas as condições para mobilizar uma expressiva audiência. Afinal, assim como a série A Muralha, estava entre as principais produções do projeto Brasil 500 Anos, desenvolvido pela Rede Globo em comemoração aos cinco séculos do descobrimento do Brasil por Portugal. Um projeto que se apresentou como um marco daquela comemoração, na medida em que buscava contextualizar uma das etapas da formação da identidade do povo brasileiro. O instrumental teórico-metodológico que baliza as reflexões do presente trabalho é decorrente da semiótica discursiva de origem francesa, a chamada École de Paris, sobretudo as postulações elaboradas por Greimas. O objeto da análise semiótica de linha discursiva é o texto, importando o que ele diz e como diz. Nesse sentido, discutiremos questões de caráter sociossemiótico, buscando refletir, por exemplo, o modo de inserção social da ficção seriada no cotidiano dos telespectadores. Procuraremos abordar as características constitutivas da construção do discurso ficcional no tocante ao
estabelecimento do contrato fiduciário entre enunciador e enunciatário, mais especificamente em relação à modalização veridictória do texto e sua absorção pelo contexto sócio-cultural, a partir da observação das estratégias discursivas. Antes, porém, julgamos necessário discutir as relações entre enunciador e enunciatário na perspectiva de uma situação de comunicação, evidenciando os mecanismos de manipulação por meio do fazer persuasivo do enunciador sobre o enunciatário. O papel contextual da ficção televisiva brasileira. Podemos dizer que a ficção seriada tem sido uma das principais alternativas de lazer das pessoas que estão mais confinadas às suas casas e com poucas opções de entretenimento. Por isso, a influência de telenovelas, de séries e mini-séries na sociedade brasileira pode ser observada sob diversos aspectos, desde os mercadológicos, como nos efeitos sobre o consumo de bens materiais, até na orientação de comportamentos e revisão das regras e valores sociais. É nesse contexto que o objeto de estudo se insere na perspectiva de uma análise sociossemiótica, pois acreditamos ser este um instrumento importante de investigação das conotações sociais manifestadas nesses discursos. Sendo a ficção seriada, produto da indústria cultural, consumida no âmbito de uma cultura de massa e, portanto, de inserção popular, ela é capaz de gerar bens simbólicos que permeiam o imaginário social. Parece-nos pertinente analisar tais textos na mesma esteira, guardando as especificidades de cada um, em que Eric Landowski propõe a abordagem de leitura do discurso publicitário: o discurso publicitário nada mais é que um discurso social entre outros e que, como os outros, contribui para definir a representação que nós nos damos do mundo social que nos rodeia. Mas, ao mesmo tempo, combinando texto e imagem, esse discurso social é talvez um dos lugares privilegiados para a figuração, no sentido mais concreto do termo, de certas relações sociais. (Landowski.1992:103) Resgatar nos textos ficcionais da televisão os valores que permeiam o imaginário coletivo e influenciam a práxis sócio-cultural de um povo é, em certa medida, desvelar como os sujeitos se reconhecem e afirmam a própria identidade. A partir da análise da discursivização dos textos televisivos ficcionais a semiótica pode trazer uma contribuição
efetiva no sentido de mostrar em que medida tais textos contribuem para forjar a memória sobre acontecimentos relacionados à formação da identidade da sociedade brasileira. Num país que não tem tradição de cultura verbal escrita e, portanto, com um consumo de literatura em um nível muito aquém do desejável, onde a maioria da população saltou do estágio de uma cultura oral para o acesso aos meios eletrônicos de comunicação de massa; num país em que o cinema não se consolidou enquanto indústria, no que diz respeito à produção e distribuição de filmes em larga escala; e, por fim, num país onde a frágil formação educacional limita as possibilidades de consumo de arte e bens culturais, cabe a pergunta: onde refletir o imaginário dessa população em tempos de hegemonia dos meios de comunicação eletrônicos? É também esse, ao nosso ver, o contexto que torna necessária a inserção deste estudo em uma perspectiva sociossemiótica. Comunicação, manipulação, persuasão. Considerando que comunicar não é apenas fazer conhecer, mas principalmente tentar persuadir o enunciatário a aceitar os valores contidos no texto, fica implícito, no processo comunicativo, a existência de um jogo de manipulação que procura levar o destinatário dos programas televisivos a querer estar em conjunção com o objeto-valor, ou seja, assistir ao programa. Nesse sentido, podemos pensar a questão da manipulação na perspectiva de uma semiótica da situação nas relações entre os actantes da comunicação? Ou ainda, como pensar semioticamente a manipulação num processo de comunicação de massa, no qual se insere a ficção seriada? O ponto de motivação dessas questões encontra-se na primeira parte do item 6 do verbete Manipulação, do Dicionário de Semiótica : Mesmo que, como se observou, a análise da manipulação esteja apenas se iniciando, pode-se prever, ainda assim, transportando-a do plano das narrativas ao das práticas semióticas, a elaboração de uma verdadeira semiótica da manipulação (correlativa a uma semiótica da sanção e uma semiótica da ação), da qual se conhece pelo menos o lugar importante que ocupa nas relações humanas. (Greimas & Courtés.1979:271) Numa via de mão única que ainda é uma comunicação eletrônica de massa, com exceção do simulacro de interatividade criado pelos atuais Reality shows, o telespectador
não tem como efetivamente interagir ou interferir de imediato no conteúdo da mensagem veiculada, constituindo-se no momento da recepção, em um interlocutor passivo. A manipulação é atualizada ao emitir a mensagem e virtualizada na ação, uma vez que o público pode ou não assistir ao programa. Também a sanção é virtual porque depende da ação, ou seja, se a produção ficcional tem audiência, a sanção é eufórica, positiva, caso contrário é disfórica. Portanto, acreditamos ser possível identificar, a partir das marcas textuais, os recursos discursivos do fazer persuasivo do processo de manipulação que levam à prática social do destinatário assistir às histórias contadas pela TV. A manipulação do enunciador sobre o enunciatário na veiculação de uma narrativa pode ser identificada no texto a partir dos procedimentos de colocação em discurso. O enunciador cumpre o papel de destinador-manipulador responsável pelos valores e pela ideologia presentes no discurso, de tal modo que leve o enunciatário a identificar-se e, portanto, a querer crer e a querer fazer, isto é, o percurso do destinador-manipulador é formado pela atribuição de competência semântica e doação de competência modal para que o destinatário creia nos valores comunicados pelo destinador e se deixe manipular levando-o à ação. Greimas e Courtés afirmam que: Enquanto configuração discursiva, a manipulação é sustentada por uma estrutura contratual e ao mesmo tempo por uma estrutura modal. Trata-se, com efeito, de uma comunicação (destinada a fazer-saber) na qual o destinador-manipulador impele o destinatário-manipulado a uma posição de falta de liberdade (não poder não fazer), a ponto de ser este obrigado a aceitar o contrato proposto. (...) Situada sintagmaticamente entre o querer do destinador e a realização efetiva, pelo destinatáriosujeito, do programa narrativo (proposto pelo manipulador), a manipulação joga com a persuasão, articulando assim o fazer persuasivo do destinador e o fazer interpretativo do destinatário. (Greimas& Courtés.1979:270) A manipulação do destinador/enunciador realiza-se, então, pelo fazer persuasivo, enquanto ao destinatário/enunciatário cabe o fazer interpretativo. Note-se que tanto o processo de persuasão do enunciador quanto a interpretação do enunciatário se realizam intradiscursivamente. É no nível das estruturas discursivas que as relações argumentativas entre enunciador e enunciatário se revelam. Neste caso, a veiculação de uma ficção organiza-se sob o seguinte esquema de manipulação, presente no segundo volume do Dicionário de Semiótica de (Greimas & Courtés.1991:158), em que se distingue a manipulação do ponto de vista do destinador/enunciador e do destinatário/enunciatário:
MANIPULAÇÃO Fazer persuasivo Fazer interpretativo Decisão Execução Decisão Execução (ou não execução) (ou não execução) DESTINADOR Aceitação Recusa DESTINATÁRIO O fazer persuasivo tem por finalidade conseguir a adesão do enunciatário, condicionando seu fazer interpretativo, ao simulacro de verdade construído pelo enunciador. É a decisão do destinador/enunciador que o faz querer manipular e é a execução que faz dele, efetivamente, um manipulador. Desde este punto de vista, se hablará de competencia manipuladora del Destinador. Esta competencia de ordem cognoscitivo, se mide en relación al resultado del hacer persuasivo y por medio del hacer interpretativo del manipulado que funciona aqui, por supuesto, como una suerte de sanción que se estatuye fundamentalmente sobre la performance cognoscitiva efectuada por el manipulador. En el seno del hacer interpretativo también se ha dispuesto un lugar para la decisión e la ejecución. Pero estas últimas son de naturaleza diferente y complementaria. La decisión del manipulado es una operación compleja que engloba los elementos clásicos del hacer interpretativo: relación fiduciaria, veridicción, saber sobre el estar-ser del Destinador. El resultado de esta operación es la aceptación (o el rechazo) de la proposición hecha. (Greimas & Courtés.1991:159) Em se tratando de séries, mini-séries e telenovela que retratam momentos acontecimentos que permanecem na memória, em que bases estão estabelecidas a manipulação exercida pelo destinador/enunciador sobre o destinatário/enunciatário? Certamente esse destinador manipula tanto por tentação (assista à série e viva todas as emoções que ela pode lhe oferecer), quanto por sedução (confira como a sua visão de mundo e seus juízos de valor são socialmente legitimados nas tramas). São estratégias
discursivas cuja finalidade é atribuir a competência modal do querer fazer, ou seja, do querer assistir. Um dos pilares de sustentação do processo de manipulação está no efetivo domínio de algumas das competências de que o sujeito enunciador precisa para enunciar. Fiorin (1996:32-33) relaciona seis ordens de competência necessárias para a produção do enunciado: a competência lingüística, discursiva, textual, interdiscursiva, pragmática e situacional. Enquanto competências necessárias, certamente elas estão presentes no ato enunciativo. No caso da ficção televisiva, o destinador/enunciador utiliza, de maneira a facilitar a manipulação, principalmente as competências discursiva e situacional, como forma de manipular por tentação e sedução o destinatário/enunciatário. Por competência discursiva, Fiorin (1996:33), apropriando-se de Bakhtin, refere-se à heterogeneidade constitutiva do discurso, ou seja, as chamadas competências cultural e ideológica. Já a competência situacional diz respeito ao conhecimento referente à situação em que se dá a comunicação, bem como ao parceiro do ato comunicativo. Esse conhecimento vai se constituindo ao longo do processo comunicativo e interfere na elaboração dos enunciados. No que diz respeito à ficção televisiva de caráter histórico, o domínio das competências discursiva e situacional garante ao enunciador um certo controle sobre os temas abordados, no sentido de produzir um discurso identificado com as expectativas do enunciatário. Partir de um simulacro prévio do que o público pensa, como reage ao desenvolvimento da narrativa, às temáticas abordadas, o sentido de moral, costumes e ética, são relevantes para manipular por sedução, confirmando, pelo processo de identificação, as formas de perceber/sentir o mundo. Como resultado prático, do ponto de vista mercadológico, portanto capitalista, obtém-se audiência e, portanto, maior possibilidade de aumento na comercialização publicitária. Note-se que a construção discursiva que venha a corroborar uma visão ideologicamente pré-estabelecida é necessária para o fazer persuasivo que garante a adesão do enunciatário e o conseqüente sucesso comercial. Fatos históricos na ficção televisiva: o parecer do ser.
As estruturas narrativas de um texto convertem-se em estruturas discursivas quando assumidas pelo sujeito da enunciação e o discurso se configura a partir dos modos pelos quais a enunciação (entendida enquanto instância complexa eu/tu) se relaciona com o enunciado. O texto televisual de ficção possui como característica fundamental a verossimilhança. As estratégias discursivas empregadas pela enunciação em um texto ficcional criam o efeito de sentido de que o conteúdo narrado no texto parece verdade, mas não é verdade. Essa questão pode ser explicitada quando analisamos a modalização veridictória, que determina a relação do sujeito com o objeto. A estrutura modal da veridicção articula a categoria semântica ser x parecer. A modalização veridictória substitui a questão da verdade na construção discursiva. Não se trata de buscar ou deixar de buscar a verdade ontológica, e sim, de apreender no discurso os efeitos de sentido de veridicção, ou dizer verdadeiro, pois o que o discurso produz são efeitos de sentido, de verdade, de falsidade, de mentira ou de segredo. Assim, a modalização veridictória está relacionada ao fazer interpretativo do sujeito. Se tomarmos o enunciador e o enunciatário enquanto sujeitos da relação de comunicação e o enunciado ficcional como objeto, veremos que entre os sujeitos é estabelecido um contrato fiduciário de que ficção não se constitui como um ser verdade, mas sim, como um parecer verdade. O fazer persuasivo do destinador da comunicação, ou seja, a emissora que produz e veicula o produto ficcional, procura fazer-parecer-verdadeiro o enunciado que veicula, tendo em vista que o contrato estabelecido é de que se trata de uma ficção. Mesmo se propondo a retratar fatos históricos, as próprias estratégias discursivas remetem ao efeito de sentido de que o ser verdadeiro do qual se fala é de fato um parecer verdadeiro forjado pelo caráter ficcional. De acordo com Diana Barros: O fazer interpretativo é, também, um fazer cognitivo e consiste em modalizar um enunciado pelo parecer e pelo ser e em estabelecer a correlação entre os dois planos, da manifestação e da imanência. Os enunciados já modalizados veridictoriamente denominados verdadeiros, falsos, mentirosos ou secretos são sobredeterminados pelas modalidades epistêmicas do crer, ou seja, sofrem julgamento epistêmico. (Barros- 1988:56-57) No caso da ficção televisiva, o fazer interpretativo do enunciatário, regido pelo fazer cognitivo, articula duas dimensões: de um lado o contrato fiduciário estabelecido entre destinador e destinatário da comunicação de que o conteúdo manifestado nessas narrativas resulta de uma construção discursiva que busca a verossimilhança, o parecer verdade; e, de
outro, que os acontecimentos passados são apreendidos no texto pelo fazer interpretativo do enunciatário, principalmente por meio das referências intertextuais relativas à historicidade dos fatos manifestadas no próprio discurso. Também é importante ressaltar o domínio do código televisual partilhado por ambos os actantes da comunicação. O enunciatário distingue claramente gêneros e formatos de programas estruturados tanto no ser/parecer do dizer verdadeiro, como os telejornais, talk-shows, debates, entrevistas, quanto nos programas estruturados na dêixis do parecer/não-ser, da mentira ou verossimilhança, como as mini-séries, telenovelas, filmes, desenhos animados. Nesse sentido, não cabe aqui discutir a fidedignidade dos fatos tratados pela ficção, pois, estes, como está implicitamente estabelecido no contrato fiduciário já é admitido na esfera do parecer verdadeiro. Portanto, o fato de episódios históricos estarem discursivizados como pano de fundo para o desenrolar das ardentes e complicadas relações amorosas, de perpassarem os problemas individuais dos atores do discurso, de modo a promover mais facilmente a empatia entre enunciatário e actantes da narrativa, faz parte de um acordo que não deve ser quebrado, uma vez que o que se espera é emoção. Para a semiótica interessa como essas manifestações discursivas engendram visões de mundo construindo identidades, como alimentam o imaginário coletivo. Interessa como os valores e as ideologias de uma cultura são transmitidos. A análise semiótica de textos como A Casa das Sete Mulheres, Um só coração, Agosto, Terra Nostra, entre outros, pode nos indicar como a dimensão patêmica do discurso ficcional contribui para modelizar formas de percepção das relações sociais, com seus conflitos de classes e suas injustiças ao longo dos processos sócio-econômicos e políticos em diferentes períodos da nossa formação.
Bibliografia: BARROS, Dia Luz Pessoa de, Teoria do discurso: fundamentos semióticos. São Paulo: Atual, 1988. LANDOWSKI, Eric. A sociedade refletida: ensaios de sociossemiótica. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Educ/Pontes, 1992. GREIMAS, A. J. & COURTÉS, J. Dicionário de Semiótica. Trad. Alceu Dias de Lima et alii., São Paulo: Cultrix, 1979.. Semiotica. Diccionario razonado de la teoria de lenguage II. Trad. Enrique Ballón Aguirre. Madrid: Gredos, 1991. FIORIN, J.L.. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo: Ática, 1996.