ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA ATRAVÉS DO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS E DO TESTE DE MARCHA ESTACIONÁRIA EM IDOSOS ATIVOS Carolina Castello Branco de Andrade 1, José Mariano de Araujo Júnior 2, Vinícius Oliveira da Silva 3, Izabelle Macedo de Sousa 4, Bruna Lorena Soares Cavalcante 5, Raquel Samara de Almeida 6, Saulo Araújo de Carvalho 7 1,2,6,7 Centro Universitário UNINOVAFAPI, Rua Vitorino Orthiges Fernandes, 6123 Uruguai, Teresina PI, carol_cbranco@hotmail.com, palmeirasjm@hotmail.com, sacarvalho@uninovafapi.edu.br 3,4,5,7 Universidade Estadual do Piauí/Centro de Ciências da Saúde, Rua Olavo Bilac, 2335 Centro, CEP 65001-280, Teresina PI, viniciusoliveira.fisio@gmail.com, izabelle_macedo@hotmail.com, brunalorenasc@hotmail.com 7 Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IP&D), Doutorado em Engenharia Biomédica. Av.Shishima Hifumi, 2911, 12244-000 Urbanova São José dos Campos São Paulo, saulofisio2@hotmail.com Resumo- O envelhecimento provoca a diminuição da aptidão física e da capacidade funcional, esta podendo ser avaliada pelo o teste de caminhada de 6 minutos (TC6 ), o qual reflete a capacidade física de um paciente para executar atividades de vida diárias, ou por outro método alternativo, o teste da marcha estacionária (TME) em 2 minutos. Objetivou-se correlacionar o TME com o TC6 através da classificação do nível de aptidão física em idosos ativos. Trata-se de um estudo transversal e analítico, com 53 idosos praticantes de atividade física, avaliados por meio do TC6 e TME. A amostra foi de 86,8% do gênero feminino, com média de idade de 68,06 anos. A distância média percorrida pela população foi de 485,61 metros e 68,39 elevações da perna. Os dados apresentaram p<0,004 quando comparados à classificação do TC6. Verificou-se significativa correlação no teste de associação entre as variáveis categóricas de ambos os testes. Quanto às variáveis categóricas, houve associação positiva entre o TME e o TC6 (ρ=0,507 p<0,001, n=53). Diante do exposto, seria interessante formular uma classificação de normalidade do número de elevações da perna levando-se em conta as variáveis anteriormente citadas. Palavras-chave: Idoso; Aptidão Física; Teste de Esforço; Atividade Física. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde/Fisioterapia e Terapia Ocupacional Introdução A Organização Mundial de Saúde (OMS) define pessoa idosa como aquela de 60 anos de idade ou mais, para os países em desenvolvimento. Segundo Nóbrega et al. (1999), o envelhecimento é um processo contínuo durante o qual ocorre declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Este por si só provoca a diminuição da aptidão física e da capacidade funcional de um ser humano (CALDAS, 2003). A aptidão física está diretamente relacionada com a saúde, pois bons índices indicam menores riscos de adquirir doenças ou incapacidades funcionais (GONÇALVES, 2010). O aparelho cardiorrespiratório é o mais afetado pelo declínio funcional. Com o avanço da idade, a habilidade de captação e transporte de oxigênio para o suprimento da demanda metabólica corporal durante a atividade física sustentada torna-se diminuída, influenciando negativamente a saúde e qualidade de vida de idosos (KRAUSE, 2007). Segundo as IV Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia orienta-se a realização do teste ergométrico (TE) como padrão-ouro para avaliar a tolerância ao exercício, porém este não é utilizado frequentemente na prática clínica devido as seu alto custo (PIEGAS et al., 2009). Estudos demonstram forte correlação entre o TE e o Teste de caminhada de seis minutos (TC6 ), não havendo diferença estatística significativa entre os dois quanto ao VO2 pico e ao limiar aeróbico, podendo o TC6', apesar de ser um teste submáximo, demonstrar valores próximos ou tão fidedignos quanto o TE (ARAÚJO et al., 2006). Além disso, o TC6 é um teste de baixo custo, de fácil aplicação e reflete adequadamente a capacidade física de um paciente para executar suas atividades de vida diárias (SANCHO et al., 2011). Como método alternativo para uma avaliação da aptidão física de um paciente pode-se realizar o teste da marcha estacionária em 2 minutos (TME). Este torna-se ideal na prática clínica pois além de ser mais rápido, não se faz necessário 1
dispor de um amplo espaço físico para sua execução, podendo ser aplicado em pacientes que utilizam aparelhos ortopédicos, pessoas com diminuição do equilíbrio e, ainda, em doentes graves em que o TC6' pode ser considerado um esforço próximo do máximo com grande gasto energético e metabólico (PEDROSA e HOLANDA, 2009). Diante do exposto, objetivou-se analisar o nível de aptidão cardiorrespiratória dos participantes e verificar se o teste de marcha estacionária tem correlação com o teste de caminhada de seis minutos. Caso as respostas obtidas sejam similares, pode-se confirmar a semelhança entre os testes e a possível utilização do TME em substituição ao TC6 quando não for possível a realização deste. Metodologia Foram avaliados 53 idosos que desenvolviam atividades físicas regulares no SESC de Teresina - PI. Incluíram-se indivíduos acima de 60 anos residentes em Teresina - PI, praticantes de atividade física, tendo iniciado as atividades pelo menos 6 meses anteriores à pesquisa e com frequência de, no mínimo, de três vezes por semana, não portadores de doenças que pudessem comprometer o desempenho ou agravar o quadro clínico com a realização do teste. Excluíram-se os outliers (indivíduos que apresentaram dados discrepantes da média). Todos os participantes foram informados da natureza e da proposta do estudo e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Posteriormente, foram informados sobre seu nível de aptidão cardiorrespiratória e comprovado a necessidade ou não de intervenções terapêuticas. Esta pesquisa foi conduzida de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, tendo sido analisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNINOVAPI, sob parecer de número 83994 com CAAE 03498412.4.0000.5210. Os idosos que participaram da pesquisa foram selecionados por conveniência. Os mesmos foram entrevistados inicialmente com a finalidade de se obter dados pessoais, tais como: idade, peso, altura, hábitos de vida, medicações em uso. No primeiro dia, foi realizado o TC6 e na data seguinte, o teste de marcha estacionária. Antes e após a realização dos testes foram colhidos os dados de pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), saturação periférica de oxigênio (SpO2) e escala de Borg modificada. O TC6 foi realizado segundo as regras da ATS (American Thoracic Society) e o TME foi de acordo com o estabelecido por Rikli e Jones (1999). Os testes foram realizados com um tempo mínimo de duas horas após as refeições. Os pacientes foram instruídos a usar roupas e calçados confortáveis, além de manter medicação usual. Antes da realização dos testes, os pacientes foram submetidos a um período de repouso de, no mínimo, 10 minutos. A aplicação do TC6 foi realizada em um corredor com comprimento de 30 metros e livre de circulação de pessoas, como preconiza a ATS. Durante o teste o avaliador não caminhou o percurso junto ao examinado, utilizando apenas frases de encorajamento. Os sujeitos foram avisados quando restavam dois minutos para o final do teste, sendo interrompido imediatamente caso, durante a realização deste, o paciente apresentasse dor torácica, dispnéia intolerável, sudorese, palidez, tontura e/ou câimbras. Foram realizadas duas avaliações com o intuito de eliminar o efeito do aprendizado e assegurar a reprodutibilidade do procedimento, sendo utilizado o melhor resultado para análise. Os indivíduos foram classificados de acordo com seu desempenho com base em valores de referência previamente determinados através de estudos desenvolvidos por Enright e Sherrill (1998), tendo como base para os cálculos as variáveis: sexo, peso, altura e idade. A aptidão física foi definida de acordo com a distância percorrida sendo classificada como acima do intervalo de normalidade quando estes apresentaram valores acima do esperado, no intervalo de normalidade e abaixo do intervalo de normalidade quando os valores estiveram abaixo do determinado. Os procedimentos utilizados para realização do TC6 no que se refere à vestimenta, medicação e período de repouso foram também aplicados ao TME, bem como as variáveis colhidas inicialmente. Para a realização do teste de marcha estacionária foi obtido o ponto médio da distância entre a patela e a crista ilíaca dos avaliados, sendo utilizada como altura mínima em que os joelhos fossem elevados durante o teste. Ao comando, o sujeito iniciava o movimento com o membro inferior direito, simulando a marcha. A contagem se dava a cada vez que o joelho direito alcançava ou ultrapassava a altura mínima estabelecida. Caso o avaliado entrasse em fadiga e não conseguisse mais elevar o joelho até a altura mínima, era interrompida a contagem, sendo permitido que ele parasse a atividade e retornasse posteriormente, desde que ainda esteja dentro dos dois minutos permitidos. Os sujeitos foram avisados quando o teste atingia um minuto e quando faltava 30 segundos para o término. O resultado final constituiu-se do número de vezes que o joelho direito alcançasse a altura mínima nos dois minutos propostos. Era permitido que o 2
avaliado executasse algumas tentativas antes de iniciar realmente o teste, sendo realizada duas avaliações para registro do melhor desempenho (RIKLI e JONES, 1999). Ao final do teste foram colhidas as variáveis clínicas analisadas inicialmente, sendo recomendado que o indivíduo caminhasse lentamente por alguns minutos a título de recuperação. A classificação dos indivíduos quanto ao nível de aptidão física foi dada com base no número de elevações da perna dominante sendo definida como acima do intervalo de normalidade quando estes apresentaram valores acima do esperado, no intervalo de normalidade e abaixo do intervalo de normalidade quando os valores estavam abaixo do determinado conforme Rikli e Jones (1999). O acompanhamento dos testes bem como as variáveis colhidas foi realizado por dois examinadores previamente treinados. As análises dos dados foram realizadas com o IBM Statistical Package for Social Sciences (SPSS) para Windows (versão 19.0). Para testar a hipótese de normalidade da distribuição dos dados, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Os dados foram apresentados em média ± desvio padrão para as variáveis numéricas e quantificação das frequências (absoluta e relativa) para as variáveis categóricas, estas comparadas utilizando-se o teste Qui-quadrado (X²) de aderência. Para verificar a possível associação entre as variáveis categóricas classificação do desempenho no teste de marcha estacionária e classificação do desempenho no teste de caminhada de 6 minutos foi utilizado o teste de X² de Pearson. E para correlacionar os dados numéricos decorrentes dos testes de avaliação funcional foi utilizado o teste de correlação ρ de Spearman. Valores de p<0,05 foram considerados significativos em testes de hipóteses bicaudais. Resultados Na população em estudo observou-se predominância do sexo feminino (n=46; 86,8%), estes apresentando uma média de idade de 68,06±4,90 anos e IMC médio de 26,76±3,08 kg/m² (Tabela 1). Tabela 1. Características dos participantes. Valores estão expressos em média ± desvio padrão (DP). Variáveis Média±DP (N=53) Idades (anos) 68,06±4,90 Estatura (cm) 1,55±0,07 Massa corporal (kg) 64,28±7,83 IMC (kg/m²) 26,67±3,08 Legenda: IMC índice de massa corporal. A distância média percorrida no TC6' pela população em estudo foi de 485,61±68,79 metros e 68,39±18,28 elevações da perna (Tabela 2). Tabela 2. Resultados obtidos na realização do TC6 e TME. Valores estão expressos em média ± desvio padrão (DP). Média±DP (n=53) TC6 (m) 485,61±68,79 TME (nº de elevações) 68,39±18,28 Legenda: TC6 teste de caminhada de 6 minutos; TME teste de marcha estacionária; Os dados evidenciaram que maioria da amostra apresentou uma classificação acima do intervalo de normalidade para o TC6 (n=37, 69,8%), diferente estatisticamente das demais classificações para esse teste (X²[1]=8,321, p=0,004). Em contrapartida, não se observou diferença significante entre as classificações para o TME nos idosos avaliados (X²[1]=1,528, p=0,216) (Tabela 3). Tabela 3. Características dos participantes (variáveis categóricas). Valores apresentados em frequência absoluta (n) e frequência relativa (%). Características Sexo Amostra (n=53) Masculino 7 (13,2) Feminino 46 (86,8) Classificação TC6 Abaixo do intervalo 0 (0,0) No intervalo 16 (30,2) Acima do intervalo 37 (69,8)* Classificação TME Abaixo do intervalo 31 (58,5) No intervalo 22 (41,5) Acima do intervalo 0 (0,0) Legenda: TC6 teste de caminhada de 6 minutos; TME teste de marcha estacionária; *p=0,004 para comparação das frequências na classificação TC6, pelo teste X² de aderência; O resultado do teste de associação entre as variáveis categóricas de ambos os testes de avaliação funcional, revelou significativa relação entre as classificações do TME versus classificações do TC6 (X²[1]=4,890, p=0,027, Phi=0,304) (Tabela 4). Já o resultado do teste de correlação entre os desempenhos nos testes de avaliação funcional (TME e TC6 ) revelou significativa associação positiva entre o TME e o TC6 (ρ=0,507, p<0,001, n=53) (Figura 1). 3
Tabela 4. Frequência absoluta (n) e porcentagem (%) da classificação no TME por classificação no TC6. Classificaçã o TC6 Classificação TME 1 2 3 Total n(%) n(%) n(%) 1 0(0,0) 0(0,0) 0(0,0) 0(0,0) 2 13 (24,5) 3 18 (34,0) Total 31 (58,5) 3 (5,7) 0(0,0) 16 (30,2) 19 (35,8) 22 (41,5) 0(0,0) 37 (69,8) 0(0,0) 53 (100) Legenda: 1 Abaixo do intervalo; 2 No intervalo; 3 Acima do intervalo; Figura 1. Correlação entre desempenho no teste de marcha estacionária (TME) e desempenho no teste de caminhada de 6 minutos (TC6 ). ρ = coeficiente de correlação de Spearman. Discussão Os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 29 de novembro de 2012 apontam que a expectativa de vida do brasileiro atingiu 74,08 anos em 2011, um aumento de três anos e sete meses em relação a 2000. Ainda de acordo com os indicadores, a expectativa de vida para as mulheres (77,7 anos) é maior que para os homens (70,6 anos). Os dados divulgados pelo IBGE condizem com os encontrados nesta pesquisa, com o total de 53 idosos avaliados 86,8% (n=46) são do sexo feminino. Hoje o TC6 vem sendo amplamente utilizado, por combinar representatividade funcional com facilidade operacional, este possuindo valor clínico para se obter um indicador de capacidade funcional (RONDELLI et al., 2009). De acordo com Rikli e Jones (1999) o TME seria uma alternativa na necessidade de se ter um teste mais rápido para avaliação da aptidão física em idosos e quando não se dispõe de espaço físico adequado, uma vez que a American Thoracic Society (2002) preconiza a execução do TC6 em um corredor livre de circulação com no mínimo 30 metros. De acordo com Troosters et al. (2009), a distância caminhada sofre interferência em função do peso e altura, além do sexo e idade. Para efeito de classificação do nível de aptidão dos idosos avaliados foram utilizadas as equações desenvolvidas por Enright e Sherrill (1998) que utilizam as variáveis; sexo, idade, peso e altura para o cálculo da distância a ser percorrida. A única classificação disponível para se verificar o nível de aptidão por meio do TME baseia-se no estudo desenvolvido por Rikli e Jones (1999) que calculou a média apresentada pelos mais de 7000 participantes gerando tabelas com intervalos de normalidade de acordo com a idade, no entanto não fazendo referência as variáveis de peso e altura. Os resultados apresentados neste estudo revelaram diferença estatisticamente significante (p < 0,04) quanto à classificação do nível de aptidão física dos participantes durante o TC6 (Tabela 3), estes apresentando uma tendência a percorrer uma distância maior que a prédeterminada (69,8%). No entanto a classificação obtida no TME não apresentou diferença significante quanto ao nível de aptidão (p < 0,216). Segundo Caldas (2003), o envelhecimento por si só provoca diversas alterações sistêmicas, tais alterações acarretam uma diminuição da aptidão física e da capacidade funcional no ser humano. O declínio verificado na aptidão cardiorrespiratória é influenciado por múltiplos fatores, incluindo o nível de atividade física (KRAUSE et al, 2007). No entanto 18 a manutenção de um estilo de vida ativo e saudável pode retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com o envelhecimento (NÓBREGA et al., 1999). Apesar do declínio inevitável da aptidão cardiorrespiratória com o avanço da idade, a manutenção de atividade física regular pode atenuar esse processo. Todos os indivíduos participantes da nossa pesquisa apresentaram classificação quanto ao nível de aptidão física através do TC6 dentro ou acima do intervalo de normalidade podendo ser explicado pela característica da população em estudo. Esses resultados assemelham-se aos encontrados por Krause et al. (2007) em estudo com 960 idosas onde se evidenciou uma relação positiva entre o nível de atividade física e a distância percorrida no TC6. Na tabela 4 podemos verificar que nenhum dos indivíduos que obtiveram classificação do nível de aptidão física acima do intervalo de normalidade atingiu a mesma classificação quando avaliados pelo TME. Apenas 5,7 % dos indivíduos avaliados 4
obtiveram a mesma classificação em ambos os testes, sendo esta dentro do intervalo de normalidade. Dos indivíduos analisados 35,8% dos que apresentaram classificação acima da normalidade no TC6 enquadraram-se no intervalo de normalidade no TME. De acordo com os dados acima citados seria inviável a utilização do TME como método alternativo para avaliação da aptidão física tendo por base os valores de referência de Rikli e Jones (1999). Contrapondo-se aos resultados apresentados na tabela 4, no que diz respeito à classificação clínica, ocorre associação positiva quanto à análise numérica dos dois testes (distância percorrida e número de elevação da perna) apresentando elevado nível de significância e correlação moderada tendendo a forte (ρ=0,507, p<0,001, n=53), ou seja, quanto maior a distância percorrida no TC6 maior o número de elevações do joelho no TME. Reafirmando o resultado do estudo realizado por Pedrosa e Holanda (2009), onde se observou uma correlação positiva de fraca à moderada entre TC6 e o TME (p=0,04), mostrando que ambos revelam resultados semelhantes quanto à resistência aeróbia. Conclusão Concluiu-se que os testes não apresentaram classificação clínica semelhante, sendo que a justificativa encontrada no presente estudo é dada pela classificação utilizada no TC6 basear-se em variáveis antropométricas, idade e sexo; enquanto que a classificação proposta por Rikli e Jones (1999) para o TME utiliza apenas a média percentual do número de elevações da perna em um estudo realizado na população americana. Entretanto é possível concluir também, mediante a existência de correlação positiva de moderada a forte entre os testes analisados que, existe uma tendência entre os pacientes que conseguem atingir maior número de elevações da perna no TME quando se percorre uma maior distância no TC6. Diante do exposto, seria interessante formular uma classificação de normalidade do número de elevações da perna levando-se em conta as variáveis anteriormente citadas; bem como, um estudo que envolvesse uma parcela significativa da população. Referências - AMERICAN THORACIC SOCIETY ATS Statement: guidelines for the six minute walk test. Am J Respir Crit Care Med. v.166, n. 1, p. 111-7, 2002. - ARAÚJO, C. O; MAKDISSE, M. R; PERES, P. A; TEBEXRENI, A. S; RAMOS, L. R; MATSUSHITA, A. M. et al. Different patterns for the 6-minute walk test as a test to measure exercise ability in elderly with and without clinically evident cardiopathy. Arq Bras Cardiol., v. 86, n. 3, p.198-205, 2006. - CALDAS, C. P. Envelhecimento com dependência: responsabilidades e demandas da família. Cad Saúde Pública, v. 19, n. 3, Rio de Janeiro, Jun., 2003. - ENRIGHT, P. L; SHERRILL, D. L. Reference equations for the sixminute walk in heathly adults. Am J Respir Crit Care Med. v. 158, n. 5, p. 1384-7, 1998. - GONÇALVES, L. H. T; SILVA, A. H; MAZO, G. Z. et al. O idoso institucionalizado: avaliação da capacidade funcional e aptidão física. Cad. Saúde Pública. v. 26, n.9, p. 1738-1746, 2010. - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo Demográfico de 2012. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012. - KRAUSE, M. P; BUZZACHERA, C. F; HALLAGE, T; PULNER, S. B; SILVA, S. G. Influência do nível de atividade física sobre a aptidão cardiorrespiratória em mulheres idosas. Rev Bras Med Esporte [online]. 2007, v.13, n.2, p. 97-102, 2007. - NÓBREGA, A. C. L; FREITAS, E. V; OLIVEIRA, M. A. B. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Rev Bras Med Esporte. v. 5, n.6, p. 207-211, 1999. - PEDROSA, R; HOLANDA, G. Correlação entre os testes da caminhada, marcha estacionária e TUG em hipertensas idosas. Rev. bras. fisioter., v.13, n.3, p. 252-256, 2009. - PIEGAS, L. S; FEITOSA, G; MATTOS, L. A; NICOLAU, J. C; ROSSI NETO, J. M; TIMERMAN, A. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST. Arq Bras Cardiol. 93(6 supl 2):e179-e264, 2009. - RIKLI, R. E; JONES, C. J. Development and validation of a functional fitness test for community-residing older adults. J Aging Phys Act. 7:129-61, 1999. 5
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