Ambiência: Controle Interno de Pragas e Vetores

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Transcrição:

NOV 2011 BLH-IFF/NT- 04.11 Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano PNQBLH Programa Nacional de Qualidade em Bancos de Leite Humano Sede: FIOCRUZ/IFF-BLH Av. Rui Barbosa, 716 Flamengo Rio de Janeiro CEP: RJ 20.550-020 Tel/fax: (021) 2553-6331 www.redeblh.fiocruz.br Ambiência: Controle Interno de Pragas e Vetores Origem Centro de Referência Nacional para Bancos de Leite Humano Instituto Fernandes Figueira / Fundação Oswaldo Cruz / Ministério da Saúde Autores João Aprígio Guerra de Almeida; Franz Reis Novak e Vander Guimarães Palavras-Chave: Ambiência. Banco de Leite. Controle. Pragas. Vetores. 5 páginas SUMÁRIO 1. Objetivo 2. Documentos Complementares 3. Definições 4. Planejamento das Ações 5. Cuidados Gerais

1. Objetivo Esta Norma tem por objetivo fixar providências e estabelecer as responsabilidades no controle de pragas e vetores de doenças e faz parte do controle de qualidade em Bancos de Leite Humano. 2. Documentos Complementares Na elaboração desta Norma foram consultados: NBR 8844: 2001. Aeroportos Controle de agentes vetores de doenças RDC 171. Normas para Implantação e Funcionamento de Bancos de Leite Humano. DOU 04/09/2006. Portaria MS-1884/94. Projetos Físicos e Funcionais para Estabelecimentos em Saúde. DOU 11/11/94 3. Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições: 3.1. Agente etiológico: entidade física, química ou biológica, capaz de causar doença. 3.2. Ambiência: espaço arquitetonicamente organizado e animado que constitui um meio físico, especialmente preparado para o exercício de atividades humanas. 3.3. Área endêmica: regiões onde existem registros contínuos de casos de determinada doença. 3.4. Autoridade sanitária: servidor público federal, estadual ou municipal, devidamente credenciado para exercer as funções de fiscalização e orientação no que concerne aos procedimentos sanitários. 3.5. Criadouros: ambiente ou locais que acumulam água, onde são encontrados ovos, larvas, pupas (estágio de desenvolvimento entre a larva e o mosquito adulto) de insetos. 3.6. Fiscalização: ação de verificar o cumprimento de instrumentos legais vigentes numa determinada área ou região. 3.7. Pragas: designação comum aos insetos e moléstias que atacam as plantas ou animais. 3.8. Vetores: seres vivos transmissores ou veiculadores de agentes etiológicos.

a) vetor biológico aquele que, além de funcionar como veiculador do agente etiológico, também cumpre parte do ciclo evolutivo de determinadas doenças; b) vetor mecânico aquele que pode acidentalmente transportar um agente etiológico. 4. Planejamento das Ações 4.1. Ações Gerais (*) As atividades de combate, controle e erradicação de vetores em Bancos de Leite Humano são objetos de planejamento e programação, observados os seguintes procedimentos: a) Levantamento do problema, compreendendo: - Delimitação da área atingida, identificação, quantificação e causas; - Escolhas das medidas cabíveis; b) Tratamento: compreende o uso de produtos com registro no Ministério da Saúde, com formulação e antídotos conhecidos e aplicados por pessoas especializadas ou treinadas utilizando equipamentos de proteção individual; c) Avaliação dos resultados: - Resultado satisfatório: quando ocorre a identificação das causas e a eliminação total dos vetores; - Resultado insatisfatório: quando, após a identificação das causas e tratamento, observa-se a permanência dos vetores. Neste caso, devem-se avaliar equipamentos utilizados, concentração final do produto utilizado, forma de aplicação e quantidade do produto e resistência dos vetores aos produtos utilizados; d) Vigilância: compreende a avaliação e inspeção rotineiras quanto à presença de vetores, com periodicidade pré-definida; e e) Educação em saúde: cabe à administração local desenvolver programas de educação em saúde, quanto à prevenção de doenças transmissíveis por vetores. 4.1.1. Nas atividades de controle As autoridades sanitárias devem indicar os métodos de combate adequados, cabendo aos executores a obediência às normas de segurança recomendadas, sempre que utilizadas técnicas, equipamentos ou produtos químicos que possam apresentar riscos ao homem, aos animais e às plantas.

4.2. Ações Específicas (*) 4.2.1. Vetores 4.2.1.1. Vetores biológicos 4.2.1.1.1 O controle e a vigilância dos vetores biológicos têm por objetivo: a) Mapeamento e eliminação de criadouros existentes; b) Impedir a introdução de vetores transmissores de doenças inexistentes em determinadas regiões; e c) Combater os vetores biológicos, que deve ser efetuado nos seus criadouros e abrigos, aplicando-se, isolada ou combinadamente, métodos físicos, químicos ou biológicos. 4.2.1.1.2. São exemplos de vetores biológicos: a) Mosquitos dos gêneros Culex (pernilongos), Anopheles (anofelino), Aedes (transmissor da febre amarela e da dengue); b) Ectoparasitas: pulgas (transmissor da peste bubônica) e piolhos; c) Parasitas cutâneos: carrapatos; e d) Roedores: ratos (transmissores da leptospirose, peste, tifo murino, salmonelose, triquinose, riquetziose vesicular, dentre outras). 4.2.1.2 Vetores mecânicos 4.2.1.2.1 O controle e a vigilância dos vetores mecânicos constituem medida complementar na prevenção de certas doenças transmissíveis e têm por objetivo: a) Reduzir a população desses vetores; b) Reduzir a possibilidade de contato dos vetores com as fontes de infecção e alimentos; e c) Combater os vetores nos seus criadouros e abrigos, aplicando-se, isolada ou combinadamente, métodos físicos, químicos ou biológicos. 4.2.1.2.2 São exemplos de vetores mecânicos: moscas, baratas, ratos e formigas. (*) Estes itens constituem transcrição na íntegra da NBR 8844: 2001 Aeroportos Controle de agentes vetores de doenças, citada entre os Documentos Complementares desta Norma.

4.4 Responsabilidades no Controle de Agentes Vetores de Doenças Considerando as ações gerais descritas nesta Norma, compete: a) À administração do Banco de Leite as fases de levantamento do problema e avaliação dos resultados, caso existam; b) À autoridade sanitária, as fases de vigilância e educação em saúde; c) Ao próprio Banco de Leite, manter suas dependências em condições higiênicosanitárias satisfatórias e providenciar a aplicação de medidas preventivas e/ou corretivas, individuais ou coletivas. 5. Cuidados Gerais A desinfecção, desinsetização, desratização e demais operações sanitárias devem ser executadas de modo que: a) Não afetem a saúde individual nem causem danos ao meio ambiente; b) Não produzam avaria ou dano ao instrumental utilizado no Bancos de Leite; c) Não apresentem risco de incêndio; e d) Não comprometam a qualidade do leite humano processado.