Educação Não-Formal: Qual a sua importância?

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Transcrição:

ISNN 1517-6770 Educação Não-Formal: Qual a sua importância? Gabrielle Rabello Quadra 1,2 & Sthefane D ávila 2,3 1 Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal de Juiz de Fora 2 Museu de Malacologia Prof. Maury Pinto de Oliveira 3 Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora Apresentação A educação não-formal surge para complementar a educação formal, já que esta, sozinha, não consegue responder à todas as demandas sociais. As atividades passam a ser organizadas com uma dinâmica própria. O Museu de Malacologia Prof. Maury Pinto de Oliveira da UFJF é um exemplo de espaço não-formal, atuando na comunicação científica. A visitação a espaços não-formais ainda é restrita no Brasil. No Museu de Malacologia, foi observado que as escolas públicas são mais frequentes. A educação não-formal e seus desafios O que significa o verbo educar? Segundo o escritor e educador brasileiro Rubem Alves (1933-2014), educar é comunicar ideias; provocar a inteligência. As escolas são extremamente importantes para promover discussões e fazer os alunos pensarem e desenvolverem suas próprias ideias. Segundo outro grande educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997), educar é criar as possibilidades para a própria construção de conhecimento. A escola é importante, mas não é o único ambiente que auxilia no processo de formação, e portanto, não podemos desvincular o que ocorre fora da escola, no ambiente familiar e cultural onde o aluno se encontra. A educação é um processo constante, sendo resultado das instituições e das relações sociais. Infelizmente, ainda existe uma grande parcela da população brasileira em idade escolar fora das escolas. Vivemos em um momento, onde a Educação brasileira se encontra num contexto complexo, rodeada por dificuldades que exigem novas opções de ensino. Estas novas opções precisam ajudar a alcançar uma qualidade de ensino adequada, fazer com que as escolas sejam prazerosas e os alunos tenham vontade de aprender. Os ambientes não-formais, neste contexto, ajudam a atingir esse objetivo, educando conforme Rubem Alves e Paulo Freire. A educação não-formal organiza o processo de ensino e aprendizagem sem seguir vários requisitos formais, como por exemplo, pode ser realizada em qualquer ambiente, desde que apresente uma dinâmica diferente de aulas expositivas, não priorize a memorização e utilize ferramentas didáticas diversificadas e atrativas. Ela não aparece para substituir a educação formal, e sim, para complementá-la. Os espaços não-formais devem ser locais prazerosos, que valorizem as emoções e motivações. Com a educação não-formal existe uma maior liberdade para ensinar e aprender, o que

Educação Não-Formal: Qual a sua importância? 23 Figura 1. Esquema apresentando as mais diversas vantagens das atividades educacionais realizadas de maneira não-formal. facilita o atendimento às necessidades individuais, que são naturais de cada ser humano. Dados de 2005 mostraram que aproximadamente 1% da população brasileira visita algum centro ou museu de ciências por ano. Em alguns países europeus a visitação chega a 25%. O desafio atual da Educação no Brasil é incentivar o uso de ferramentas não-formais, incentivar a visitação a espaços não-formais (como Museus, Centros de Ciência, Parque Ecológicos), formar educadores capazes de integrar o sistema formal e o não-formal e repensar o currículo, tentando desfragmentar os conteúdos e perceber que o conhecimento é dinâmico. Vencendo tal desafio, a educação brasileira auxiliará a formar cidadãos que possam analisar e interpretar o mundo em que vivem; que produzam sua própria concepção de ambiente; que sejam capazes de fazer e não apenas repetir, com a ambição de aprender mais e mais ao longo da vida. Um exemplo de espaço não-formal O Museu de Malacologia Prof. Maury Pinto de Oliveira da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é um exemplo de espaço não-formal. Em 1966, Maury Pinto de Oliveira doou sua coleção particular de oito mil conchas para a Universidade, com a condição de que permanecesse sobre sua administração. A ação do Prof. Maury marcou o início do Museu. O Museu está localizado no Instituto de Ciências Biológicas da UFJF (Figura 2) contando com um acervo de mais de 45 mil conchas do mundo inteiro. A coleção científica é disponibilizada para

24 Quadra & D Ávila estudos acadêmicos e de especialistas de outros centros de pesquisa malacológica (Figura 4). O projeto Visitas Programadas ao Museu Interativo e à Coleção de Conchas da Universidade Federal de Juiz Fora (Figura 5) foi criado com o objetivo de promover uma conexão entre a Universidade e a comunidade. Este trabalho de extensão complementa o ensino tradicional e fortalece os currículos escolares. O programa Figura 2. Visualização da entrada do Museu de Malacologia da UFJF localizado no Instituto de Ciências Biológicas (Acervo pessoal). Figura 5. Visita Programa ao Museu de Malacologia da UFJF (Acervo pessoal). Figura 3. Corredor principal do Museu de Malacologia da UFJF que dá acesso às salas do Museu (Acervo pessoal). Figura 4. Sala da Coleção Malacológica do Museu de Malacologia da UFJF (Acervo pessoal). Figura 6. Sala do Museu Interativo, principal ambiente das visitas programas. Na imagem é possível visualizar a concha da espécie Tridacna gigas, popularmente conhecida como ostra-gigante. Esta espécie habita ambientes profundos (Acervo pessoal).

Educação Não-Formal: Qual a sua importância? 25 desperta e incentiva o interesse pela ciência e por conhecimento do ambiente, possibilitando, assim, a conscientização ambiental. É apresentada uma visão geral dos moluscos, da pesquisa realizada nos museus, além de informações e a oportunidade de ver exposições sobre diversos grupos de animais. Além disso, ambientes como o Museu de Malacologia auxiliam na divulgação dos conhecimentos científicos e pesquisas realizadas nos mesmos. No Museu Interativo, onde são realizadas as visitas monitoradas, estão expostas diversas espécies de animais, como peixes, crustáceos e conchas de moluscos, os quais podem ser manipulados pelos visitantes (Figura 6), facilitando o aprendizado e despertando a curiosidade. O Núcleo de Malacologia também oferece minicursos ao longo do ano e está cadastrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Pesquisas também são desenvolvidas no Museu, incluindo projetos de iniciação científica, orientação para mestrado e doutorado. Em 2013, foram desenvolvidos dois questionários avaliativos, um antes e um após as visitde Juiz de Fora e região. De acordo com o questionário aplicado antes da visita, 80% dos alunos sabiam o conceito de Malacologia e 88% sabiam definir um molusco. Alguns visitantes tinham uma expectativa diferente do que encontrar no Museu de Malacologia, como fósseis, frutos do mar e espécies diferentes. Após a visita, o aproveitamento dos alunos foi satisfatório: 95% responderam corretamente as perguntas sobre o assunto abordado pelos expositores e 97% dos visitantes apresentaram suas expectativas alcançadas e declararam que as explicações foram claras. Foi percebido que este assunto faz parte do cotidiano dos visitantes, porém não é muito abordado pelo ensino regular, ocasionando várias dúvidas e curiosidades. Em 2014, foi realizado um levantamento do número de visitas e de visitantes, tipo de instituições e escolaridade mais frequentes no período de dez anos, sendo do ano de 2004 até 2013, do projeto Visitas Programadas ao Museu Interativo e à Coleção de Conchas da Universidade Federal de Juiz Fora. Durante o período de 2004 a 2013, foram Figura 7. Número de visitantes durante o período de 2004 a 2013 ao Museu de Malacologia da UFJF.

26 Quadra & D Ávila registradas um total de 322 visitas, com um total de 10096 visitantes, com média de 1009 visitantes por ano. O maior número registrado foi em 2013 com 1483 visitantes (Figura 7). Do total de visitas, 47,3% foram por alunos de escolas públicas, seguido por escolas particulares (23,6%), faculdades (18,9%) e outros (10,2%) (Figura 8). O grupo outros abrange a comunidade, grupos de estudos, pesquisadores e mídia (ex.: pesquisadores da Fiocruz, Funasa, Secretaria de Saúde, Departamento de Zoonoses, PROMAD, TV Panorama, TV Alterosa, Comunidade de Juiz de Fora, ANAC, ONG Pense). Apesar de existirem dificuldades por parte das escolas públicas a respeito de custo de transporte e alimentação, estas estão mais frequentes nos espaços não-formais do que as escolas particulares. Figura 8. Instituições que foram mais frequentes no período de 2004 a 2013 ao Museu de Malacologia da UFJF. Figura 9. Faixa de escolaridade mais frequente no período de 2004 a 2013 ao Museu de Malacologia da UFJF (%).

Educação Não-Formal: Qual a sua importância? 27 A faixa de escolaridade foi dividida utilizando três ciclos do ensino fundamental (1º ao 3º ano, 4º ao 6 ano e 7º ao 9º ano), ensino médio, ensino superior e indefinidos. A classe dos indefinidos abrange as pessoas que frequentam o Museu, mas que não foi perguntado o grau de escolaridade, ou não foi especificado por não possuírem ligação com alguma instituição de ensino. A faixa mais observada foi a do terceiro ciclo do ensino fundamental, correspondente do 7º ao 9 ano, apresentando 38,6% das visitas (Figura 9). Em seguida, está o segundo ciclo do ensino fundamental (4º ao 6º ano) com 20,5%, após estão os alunos do ensino superior representam 12,4% dos visitantes, a classe do ensino médio posteriormente com 10,7%, indefinidos com 9,4%, e por fim, o primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 3º ano) com 8,4%. Os espaços não-formais vêm ganhando espaço na educação, já que muitos pesquisadores estão estudando a respeito de suas importâncias para a educação formal. O programa de Visitas Programas do Museu de Malacologia tem como objetivo incentivar a comunidade ao conhecimento do mundo em que vivem, possibilitando, assim, a conscientização a respeito do meio ambiente. O trabalho de extensão acredita no potencial facilitador das visitas na aprendizagem e no desenvolvimento de uma postura crítica, além de despertar a curiosidade e o interesse dos alunos pela ciência e em adquirir conhecimentos multidisciplinares. Agradecimentos O presente artigo é um produto do Projeto APQ 03609-10, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG. Sugestões de Leitura Alves, R. 1980. Conversas Com Quem Gosta De Ensinar. São Paulo, Cortez Editora e Editora Autores Associados. Brandão, C.F. 2004.. Estrutura e Funcionamento do Ensino. São Paulo. Editora AVERCAMP. Freire, P. 1996. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo. Editora Paz e Terra. Website do Museu de Malacologia Prof. Maury Pinto De Oliveira Da UFJF. Disponível em: <http://www.ufjf.br/malacologia/>. Acessado em 18 de Janeiro de 2016.