HISTÓRIA DA ARTE II. Século XIX



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Transcrição:

HISTÓRIA DA ARTE II Século XIX O Neoclassicismo na Europa Contexto Histórico - Século XVIII: Idade das Luzes - Descoberta de Herculano (1713) e Pompéia (1748) - Na Europa: guerras (esgotamento das riquezas) e divisão dos poderes, aumento da população, crise econômica, transição do Absolutismo para o Liberalismo - Apogeu das Artes Decorativas, etiqueta, galanteria, ascenção da mulher - Desenvolvimento científico (Newton, Lavoisier) e cultural (Iluminismo) - 1789 Revolução Francesa (arte greco-romana como inspiração para a nova república) - A partir de 1760 início da Revolução Industrial - Contrastes requinte X busca pela simplicidade, sentimentalismo X racionalismo (Rococó e Neoclássico) Movimento - Movimento cultural do século XVIII (1780) nascimento dos Ismos - França: pintura e arquitetura - Retomada da cultura clássica, mas adaptada à realidade da época - Nova concepção: arte pública (Revolução Francesa), independência dos artistas (liberdade pictórica e de repertório) - Reação ao enfeitado estilo anterior: Rococó (cenas de festas, etc) - Valores: ordem, solenidade - Temática: História grega e romana, mitologia - Papel da arte: Levantar o moral, inspirar, patriotismo A Arte Neoclássica na Europa Pintura - Detrimento da temática religiosa em função dos temas históricos, cotidianos e mitológicos - Influência de pinturas do Renascimento - Pintura descritiva e realista, contornos bem definidos (desenho), luz artificial - Tons e técnicas: calmo e racional, desenho linear Principais artistas: Jacques-Louis David (pintor oficial de Napoleão) Dominique Ingres (discípulo de David) Francisco Goya (neoclássico-romântico) Jacques-Louis David (1748-1825) - Estudou na Academia Real Francesa e em Roma - 1789 Juramento dos Horácios (caracterização dos personagens, contribuir para educação) - Pintor oficial do Imperador Napoleão Bonaparte 1

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow Fonseca PROFª MARCELE LINHARES HISTÓRIA DA ARTE II 2009/1 - Dominique Ingres (1780-1867) Estudou na École des Beaux-Arts e em Roma Destaque para os desenhos de nus femininos "os grandes mestres que floresceram naquele século de gloriosa memória quando (Rafael) estabeleceu os eternos e incontestáveis padrões do sublime em arte... Sou, assim, um conservador de boa doutrina, e não um inovador" - Francisco Goya (1746-1828) Estudou na Academia de San Fernando (Madri) e foi pintor oficial da corte de Carlos IV, Espanha Com estilo de pintura muito particular, Goya já introduzia em suas obras elementos do Romantismo (Subjetivismo, maldade da natureza humana) Escultura -Padrão da estatuária grega: harmonia das proporções -Menor ousadia criativa do que na pintura e na arquitetura -Representação de personagens contemporâneos como divindades mitológicas -Figuras de corpo inteiro, bustos, relevos (pessoas importantes da cidade) -Representação minuciosa, corpos nus ou semi-nus, formas reais -Rostos individualizados, mas pouco expressivos (pouca liberdade criativa) -Materiais: mármore branco (pureza, limpidez e brilho) 2

Principais artistas: Antonio Canova (italiano) Antonio Canova (1757-1822) - Aprendeu o ofício de escultor na Itália com seu avô também artista escultor e mais tarde se aperfeiçoou estudando em Roma os modelos clássicos da Antiguidade - Trabalhou para a família Falier, de Veneza - Obras: Teseu e o Minotauro, Cupido e Psique, Madalena A Arquitetura Neoclássica na Europa Estilos século XVIII arquitetura e mobiliário França: 1715-1723 Regência (transição) Luis XV (Rococó) Luis XVI (Neoclássico) Petit Trianon (Versailles), Grande Teatro (Bordeaux) Inglaterra: Georgiano (Adam, Sheraton e Hepplewhite) destaque para o arquiteto Robert Adam Windsor (móveis populares, campo) Estilos século XIX arquitetura e mobiliário França: 1795-1799 Diretório (transição) Império (Antiguidade Clássica e Egípcia) destaque para os arquitetos Charles Percier e Fontaine que tornaram-se projetistas oficiais de Napoleão Bonaparte Características -Influência do classicismo do século XVI, principalmente pela arquitetura de Andrea Palladio e pelos templos romanos -Adaptação da arquitetura clássica aos padrões europeus da época: novas leis de padronização, aumento dos custos de construção, simplificação da arquitetura doméstica -Linhas retas, sobriedade na decoração, naturalismo - Influência dos afrescos de Pompéia -Uso de composições simétricas, racionais, formais -Contrastes delicados, cores tênues, trabalho minucioso em estuque (branco com cor ao fundo) -Formas geométricas curvas, composições estáticas, divisões marcadas 3

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow Fonseca PROFª MARCELE LINHARES HISTÓRIA DA ARTE II 2009/1 França: Petit Trianon, Versailles Arquiteto: Jacques Anges Gabriel Data: 1762-1768 França: Grande Teatro, Bordeaux Inglaterra: Kedleston Hall, arquitetura palladiana (fachada inspirada no arco de Constantini, Roma) Arquiteto: Robert Adam Data:1759-1765 França: Arco do Triunfo, Paris Arquiteto: Jean Chalgrin Data: 1836 França: Igreja de la Madeleine, Paris Arquiteto: Contant d Ivry e Guillaume Couture Data: 1764-1806 (Revolução)... O Neoclacissismo no Brasil Contexto Histórico: fins do século XVIII e início do século XIX -Antecedentes: até o final do século XVIII predominou no Brasil a arte de influência Barroca e Rococó com enfoque na produção artística religiosa. -O Neoclassicismo só ganhou espaço a partir do século XIX -1808: vinda do príncipe regente e da corte portuguesa para o Brasil -Abertura dos portos (fim do pacto colonial e monopólio com a Metrópole) -Processo de adaptação da cidade do Rio de Janeiro: perfil atualizado, infra-estrutura, desempenho capitalista (pensamento Iluminista) -Academia Imperial de Belas Artes -1816: contratação da Missão Artística Francesa (Jacques Lebreton) -Artistas imigrados em função de circunstâncias políticas -1826: fundação da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro Movimento -A Academia inaugurou no país o ensino das artes nos moldes formais europeus 4

-Sistema acadêmico: preceitos básicos do Neoclassicismo A compreensão da arte como representação do belo ideal; A valorização de temas nobres (pintura histórica); Importância do desenho; Preferência por determinadas técnicas (pintura à óleo, mármore e bronze para escultura) -Novas diretrizes se opunham à tradição colonial ligada à temática religiosa -O artista: ganhou novo estatuto, ampliação dos horizontes, formação técnica aprimorada e expansão do repertório temático -A Academia: relação com o Estado, direcionamento oficial A Arte Neoclássica no Brasil Pintura: Jean-Baptiste Debret -Primo de David, acompanhou o trabalho do pintor e também foi pintor da corte de Napoleão -Estudou na Academia de Paris (prêmio de Roma) e durante a revolução estudou no curso de Engenharia Civil da Escola de Pontes e Calçadas, mais tarde seguindo para a Escola Politécnica onde foi professor de desenho -Duas vertentes artísticas: pintor viajante (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil) e pintor da corte e professor da Academia (temas históricos e oficiais) -Obras: Aquarelas de viagem (Castigo, Cena Cotidiana, Cajá) Desembarque da Imperatriz Leopoldina Retrato de Dom João VI: quadro narrativo com mensagem direta e explícita, figura do monarca em posição imponente e rígida, com roupa de gala. Equilíbrio na composição através da simetria e a iluminação destaca a figura humana em detrimento do fundo. Comparação com a representação de Luís XIV 5

Pintura: Nicolas Taunay (1755-1821) -Pintura de paisagem nas florestas eimediações de Paris -Freqüentou a Academia Francesa e a de Roma -Durante o período Napoleônico foi um grande pintor de batalhas -No Brasil: seu trabalho abrange temas bíblicos, mitológicos, históricos e retratos. Foi também pintor viajante, no período que antecedeu a abertura da Academia -Obras: Morro de Santo Antônio (sensibilidade romântica) Escultura: Marc e Zépherin Ferrez -Estudaram na Escola de Belas Artes de Paris -Chegaram ao Brasil em 1820 para integrar a Missão Francesa -Obras: Bustos (Dom Pedro II) Relevos para arquitetura (da fachada da Academia Imperial) A Arquitetura Neoclássica no Brasil Principais arquitetos: Grandjean de Montigny (1776-1850) -Estudou arquitetura com Percier e Fontaine na Escola de Belas Artes de Paris -Estudou na Itália (prêmio de Roma) Academia de Vila Médici -Projetos: Academia Imperial de Belas Artes (1ª construção) Praça do Comércio (Casa França-Brasil) planta em cruz grega Solar Grandjean de Montigny (PUC Gávea) 6