SINTESE SINÓTICA MENSAL ABRIL DE 2011

Documentos relacionados
SÍNTESE SINÓTICA MENSAL OUTUBRO DE 2012

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL NOVEMBRO DE 2012

1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram. na América do Sul a norte do paralelo 40S no mês de agosto de 2013

1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram. na América do Sul a norte do paralelo 40S no mês de novembro de 2013

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL MAIO DE 2010

1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram. na América do Sul a norte do paralelo 40S no mês de junho de 2013

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL MAIO 2012

SÍNTESE SINÓTICA DEZEMBRO DE Dr. Gustavo Carlos Juan Escobar Grupo de Previsão de Tempo CPTEC/INPE

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

19 Novembro de Sumário

SÍNTESE SINÓTICA FEVEREIRO DE Dr. Gustavo Carlos Juan Escobar Grupo de Previsão de Tempo CPTEC/INPE

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

20 Novembro de Sumário

Abril de 2011 Sumário

21 Novembro de Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL JULHO DE 2010

Chuvas intensas e acumulados significativos causam prejuízos e mortes no Rio de Janeiro em abril de 2010

Abril de 2011 Sumário

Onda frontal associada a instensa massa de ar frio causa temporais e derruba a temperatura no centro-sul do continente Sulamericano

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Temporais provocam prejuízos e mortes em Pelotas-RS

Figura 1 Anomalia de precipitação de abril de 2009.

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

ANÁLISE SINÓTICA E DE MESOESCALA DE EVENTO CICLOGENÉTICO OCORRIDO NO DIA 07 DE JUNHO DE 2011

Zona de Convergência de Umidade (ZCOU) provocou chuvas intensas e impactos significativos em grande parte do Estado do Espírito Santo

Abril de 2011 Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Abril de 2011 Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Neve nas serras gaúcha e catarinense no dia 26/06/2011

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Tempestade de granizo atinge áreas de Curitiba-PR e do Vale do Paraíba-SP

TEMPESTADE NA SERRA GAÚCHA NO DIA 29/10/2012

Balanço das chuvas anômalas sobre estados de MG, RJ e ES no início da estação chuvosa 2011/2012

Tempestade de granizo causa impactos significativos sobre áreas de SP, MG, RJ e do DF em dezembro de 2009.

ANÁLISE SINÓTICA DE UM CASO DE OCORRÊNCIA DE TEMPO SEVERO NA CAPITAL PAULISTA E NO VALE DO PARAÍBA

1) Análise Sinótica e ambiente pré-convectivo

Weather report 27 November 2017 Campinas/SP

Estudo de caso de chuva significativa no interior da Região Nordeste do Brasil ocorrida no mês de abril de 2009.

ANÁLISE SINÓTICA DE UM CASO DE TEMPO SEVERO OCORRIDO NA CIDADE DE SÃO PAULO (SP) DURANTE O DIA 7 DE FEVEREIRO DE 2009

Análise sinótica associada à ocorrência de temporais no Sul do Brasil entre os dias 07 e 09 de agosto de 2011

Chuva extrema causa impacto em no leste de Santa Catarina no dia 09 de março de 2013

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Chuva de mais de 100 mm causa estragos em Lajedinho - BA em dezembro de 2013

Análise das Condições de Tempo Observadas no dia 10/11/2009.

Chuvas intensas em parte de Pernambuco e da Paraíba entre os dias 15 e 17/07/2011: análise sinótica do evento

TERMODINÂMICA, DIVERGÊNCIA E VCAN PROVOCAM CHUVA INTENSA NO TOCANTINS

Acumulado significativo no Acre ultrapassa média mensal

Novembro de 2011 BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Chuva intensa no litoral norte de SP e do RJ (01/03/16 12Z): Frente fria

INFORMATIVO CLIMÁTICO

BOLETIM CLIMÁTICO VERÃO (Início: 21/12/2016 às 08h 44min - Término: 20/03/2017 às 07h29min)

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO DE VERÃO. Características do Verão

Análise de um caso de chuva intensa sobre Pernambuco (PE) e Paraíba (PB) ocorrido entre os dias 21 e 23 de fevereiro de 2009.

Chuva intensa no Rio de Janeiro entre final da tarde e noite do dia 05/12/2010

Novembro de 2012 Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

INFOCLIMA BOLETIM DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS Ano 9 12 de setembro de 2002 Número 9 Divisão de Operações

Chuvas anômalas provocadas por um evento de Zona de Convergência de Umidade (ZCOU) no Nordeste brasileiro no mês de outubro de 2009.

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

A ocorrência de tempo severo sobre o Estado de São Paulo causado pelo vórtice ciclônico em altos níveis: um estudo de caso

Temporais na capital São Paulo e região metropolitana no dia 17/03/2009

Avaliação da seca de 2013 a 2015

Boletim do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo Fevereiro de 2019

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

Novembro de 2012 Sumário

Chuvas intensas atingem o Nordeste e causam mortes em Pernambuco e Paraíba em meados de julho de 2011

Análise da chuva intensa que atingiu a Grande São Paulo no dia 08 de setembro de 2009

BOLETIM CLIMÁTICO - JULHO 2016

Tempestades no Rio Grande do Sul (16 e 17 de agosto de 2008)

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Chuva intensa em parte do leste de PE ocorrida entre 08 e 10 de maio de 2016

Transcrição:

SINTESE SINÓTICA MENSAL ABRIL DE 2011 1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram na América do Sul ao norte do paralelo 40S no mês de abril de 2011 A primeira frente fria atingiu a Província de Buenos Aires e a região de Montevidéo no dia 01/04, causando trovoadas e pancadas de chuva no leste da Província de Buenos Aires, principalmente em Mar del Plata. Esse sistema seguiu para o Atlântico no dia seguinte. No dia 03 a segunda frente fria passou pela Bahia Blanca, na Argentina, e chegou no sul e sudoeste do RS no dia 04, provocando ventos fortes e chuva localmente forte entre a Província de Buenos Aires e o sul e leste do RS. Entre os dias 03 (a noite) e o dia 08/04 houve a presença de uma Zona de Convergência de Umidade (ZCOU) entre o Sudeste e o Centro-Oeste e RO e sudeste do AM. Esse sistema provocou muita instabilidade nessa grande área com temporais no interior de São Paulo, principalmente em Araraquara, onde muitas árvores cairam na cidade. O terceiro sistema frontal passou no dia 07 na Bahia Blanca e no dia 08 pelo Uruguai e logo prosseguiu para leste no Atlântico. Em seu deslocamento provocou chuva localmente forte na Província de buenos Aires. Entre os dia 09 e 10/04 um Vórtice Ciclônico atuou no Sul do Brasil e provocou chuva localmente forte, com valor de 106,2mm em 24h em Paranaguá, no litoral do Paraná, provocando uma enxurrada na região. Também a presença de ar frio em 500 hpa contribuiu para a queda de granizo em muitas cidades de São Paulo, na região de Curitiba, no sul do Rio de Janeiro e dia 08 no RS e em SC. Entre os dias 08 e 12/04 em Recife-PE houve acumulado de chuva significativo por causa de um cavado de leste em baixos níveis. O maior valor foi de 76,3mm no dia 12. Também em Natal-RN houve chuva acumulada de 114,7mm pela influência de cavado de leste e convergência de umidade nessa faixa litorânea da Região Nordeste. Em São Luís-MA o acumulado do dia 15 chegou a 133,9mm, devido influência da Zona de Convergência Intertropical. No dia 18 voltou a acumular 94,8mm e no dia 19, 92,2mm, em Recife por causa de cavados de leste que chegam trazendo muita umidade para o litoral. O quarto sistema frontal atingiu a Bahia Blanca, na Argentina, no dia 12 e em seguida se afastou para leste no Atlântico, sem causar tempo severo. O quinto sistema frontal passou passou pela Bahia Blanca no dia 13 e avançou rápido para o sul e oeste do RS no dia 14 chegando até Córdoba na Argentina. Em seu deslocamento provocou temporais na Província de Buenos Aires e no Uruguai. No dia 14, embora a frente estivesse apenas na fronteira com o Uruguai, o RS e SC tiveram temporais associados a presença de difluência em altitude e a presença do Jato de Baixo Níveis (JBN).

O sexto sistema frontal chegou na Bahia Blanca no dia 17 e avançou até o litoral e interior de SC no dia 18 chegando ao norte da Argentina. Esse sistema provocou temporais no RS, inclusive com queda de granizo e ventos fortes no dia 17 e temporais em SC no dia 18. Um cavado provocou chuva forte no Uruguai, RS e nordeste da Argentina no dia 20. Também o JBN estava presente trazendo ar quente e úmido de norte para o RS e Paraguai. O sétimo sistema foi uma onda frontal que atuou entre o Uruguai e o RS no dia 21, provocando temporais, principalmente no sul e oeste do RS. No dia 22 o oitavo sistema frontal atuou entre a Bahia Blanca e o Uruguai, provocando temporais. No dia 23 atingiu o sul e oeste do RS e rapidamente o litoral e norte do PR a noite, também causando chuva forte. Esse sistema se deslocou pelo ocenao a leste de SP e do RJ no dia 24, mas trouxe muita umidade para a região associada associada a presença de um cavado em níveis médios, vindo provocar chuva forte no litoral sul do RJ, onde em Parati, o acumulado chegou a 160mm entre a tarde e a noite desse dia. Na capital do RJ um forte temporal provocou muito transtorno a população na tarde do dia 24. Também a convergência de umidade provocada pela chegada de ar úmido oceânico manteve a instabilidade no RJ no dia 25 e 26 provocando um acumulado de chuva de 83,9mm na capital fluminense. Fortes temporais atingiram o RS entre os dias 22 e 23 causando chuva forte, rajadas de vento, inundações, queda de granizo e a morte de 12 pessoas, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre. No dia 23 a atividade pré-frontal foi decisiva para as tempestades no RS, pois a frente fria se aproximava da fronteira com o Uruguai. Também no sul e campanha gaúcha houve chuva forte no dia 22 com ventos fortes e queda de granizo em Piratini. A massa de ar frio que acompanhou esse sistema declinou as temperaturas entre o sul e oeste do RS na madrugada do dia 24, onde houve temperaturas mínimas em torno de 5C. A nona frente fria atuou no dia 25 entre a Bahia Blanca e o Uruguai causando nebulosidade e sem chuva registrada. No mesmo dia se deslocou para leste do Uruguai e para o Atlântico. O décimo sistema frontal atuou na Província de Buenos Aires no dia 28 e se propagou para norte pela Argentina e avançando no dia 30 para a Bolívia. Em sua trajetória provocou temporais na Argentina, no Paraguai e no Uruguai, pois tinha em médios níveis a presença de um Vórtice Ciclônico (VC).

Figura 1: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de abril de 2011. Litoral Figura 2: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de abril de 2011. Interior.

Figura 3: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de abril de 2011. Central 1. Figura 4: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de abril de 2011. Central 2. 2. Acompanhamento dos Ciclones Subtropicais e Extratropicais As Figuras 5a e 5b mostram a distribuição espacial dos principais ciclones ocorrido sobre o Oceano Atlântico durante o mês de abril de 2011.

Figura 5a Acompanhamento dos ciclones ocorrido durante a primeira quinzena do mês de abril de 2011. Em cada ponto está plotado o valor mínimo de pressão do ciclone. No mês de abril observaram-se 22 ciclones, sendo 11 eventos na primeira quizena e 11 na segunda quinzena do mês. No primeiro período (Figura 5a) nota-se que o posicionamento desses ciclones ficou mais concentrado em latitudes superiores a 45S como pode ser visto na densidade dos mesmos. Dessa forma pode-se inferir que a atmosfera ainda teve o reflexo da estação anterior. Na segunda quinzena de abril (Figura 5b) já houve mudança no escoamento atmosférico caracterizando-se pela dispersão espacial do posicionamento desses ciclones, que se localizaram em latitudes mais baixas. Além disso, houve dois ciclones em latitudes superiores a 45S que afetaram o continente: um próximo de Bahia Blanca (2); e outro no leste do Uruguai (5). Esse último provocou mais impactos entre o Uruguai e o RS, com chuva e ventos fortes e queda de granizo no dia 21/04.

Figura 5b Acompanhamento dos ciclones ocorrido durante a segunda quinzena do mês de abril de 2011. Em cada ponto está plotado o valor mínimo de pressão do ciclone. 3. Análise das anomalias de precipitação e temperatura A Figura 6 (acima) mostra a distribuição espacial das anomalias de precipitação sobre Brasil ao longo de abril de 2011 e correspondente a cada quinzena do mês (Figura 6 abaixo). Na primeira quinzena (Figura 6 esquerda) houve o predomínio das anomalias positivas de precipitação sobre o Sudeste, com volumes que ficaram 100 mm acima da normal climatológica sobre o nordeste de SP, Triângulo Mineiro, sul de MG. As chuvas também ficaram acima da média sobre grande parte do Centro-Oeste, principalmente sobre o MS e MT, apenas no norte de MS, noroeste de MT e leste de GO e no DF, a precipitação ficou abaixo da média. No litoral da PB e de PE, no sul do MA, nordste e noroeste do PA, centro do PA, nordeste e sudoeste do AM, RR, norte de RO e centro do PA a anomalia positiva ficou também em até 100 mm. A segunda quinzena (Figura 6 direita) foi marcada pela diminuição da chuva no Sudeste, Centro-Oeste e sul da regão Norte, com anomalias negativas de até 200mm, como no nordeste e norte de RO e sudeste e oeste do AM. Nota-se que a persistência positiva da anomalia ocorreu em poucas áreas, como no Triângulo Mineiro, oeste de MS e no ES estabelecendo anomalias positivas de precipitação mensal superior de até 100 mm. Por outro lado, houve uma redução das chuvas sobre grande parte de SP, de MG e do RJ. Apenas na região do município de Sacramento-MG, houve anomalia de 100mm. No Sul do país, o destaque foi as chuvas anomalamente positivas na segunda quinzena (Figura 6 direita) sobre o RS, principalmente no sul, campanha e missões, onde chegou a 100 mm. Nas outras áreas como no PR e em SC a precipitação ficou abaixo da média, principalmente no norte do PR, diferente da primeira quinzena, onde houve anomalia positiva de até 50 mm. Nas Regiões Norte e Nordeste do país, a distribuição das chuvas foi bastante irregular durante o mês. As áreas que tiveram anomalias positivas de precipitação se localizaram no litoral entre a BA e PE,

principalmente na segunda quinzena. Nota-se que o sul do AM e do PA e o oeste da BA tiveram anomalia negativa de precipitação entre 25 e 100mm. Figura 6: Anomalia de precipitação do mês de abril de 2011. A Figura 7 (acima) mostra a distribuição espacial das anomalias de temperatura máxima para o mês de março de 2011. Nota-se que nitidamente as temperaturas ficaram acima da média nos primeiros quinze dias do mês (Figura 7 esquerda) sobre grande parte do Sudeste Go, DF, RS, RR, AP e leste do Nordeste, com anomalias de 4C sobre o nordeste SP (vale do Paraíba) e norte de GO e de 5C em PE. Anomalias negativas de temperatura foram observadas no oeste de MT, sul de RO e do AC. Na segunda quinzena (Figura 7 direita) persistiu as anomalias positivas de temperatura no Sudeste, Centro-Oeste, RR, AP e agora em RO e no AM. No PI e no MA as temperaturas ficaram acima da média ao longo do mês. No Sul do país, as temperaturas se mantiveram dentro da média climatológica. No RS as anomalias de temperatura passaram de positiva a dentro da média nessa segunda quinzena.

Figura 7: Anomalia de temperatura máxima do mês de abril de 2011. A Figura 8 (acima) mostra a distribuição espacial das anomalias de temperatura mínima para o mês de abril de 2011. Nota-se que na maior parte do país as temperaturas ficaram entre a média e acima dela. As anomalias positivas foram mais notáveis em duas áreas da Região Sul e uma do Sudeste: uma no sul do RS; e outra entre o leste e nordeste do PR e sudoeste e centro de SP. Nestas áreas, as temperaturas mínimas ficaram pelo menos quatro graus acima da média, sendo que nos dois períodos do mês entre o PR e SP persistiu anomalias positivas. Na segunda quinzena (Figura 8 direita) houve anomalia negativa no oeste do RS, devido a entrada de uma masaa de ar frio no fim do mês. As anomalias negativas de temperatura mínima entre o GO e MT e no leste de GO estão associadas com a presença de pouca nebulosidade, que gera uma perda radiativa durante a noite. Observa-se que não houve uma

mudança significaitiva no padrão de temperatura mínima entre a primeira (Figura 8 esquerda) e segunda (Figura 8 direita) quinzenas no Norte e Nordeste do Brasil. Figura 8: Anomalia de temperatura mínima do mês de abril de 2011. 4. Análise da Circulação Atmosférica 4.1 250 hpa A circulação atmosférica predominante do mês de abril (Figura 09 acima) mostra um escoamento anticiclônico atuando sobre a porção centro-norte do continente sul-americano, com o Anticiclone centrado no Estado de Rondônia. O Cavado do Nordeste (CN) aparece neste mês como o eixo no interior da BA. Na primeira quinzena (Figura 9 esquerda), observa-se ventos anomalamente fortes sobre o Continente entre o PR e o MS e SP, indicativo da presença do Jato Subtropical (JST) contornando o setor noroeste de um cavado. Este padrão pode ter contribuindo para a anomalia positiva da chuva sobre o Sudeste e Centro-Oeste. No segundo período (Figura 9 direita), os ventos foram mais intensos no sul do Continente, evidenciando a

presença do Jato Polar (JP). Nota-se ainda a presença de ventos fortes entre a BA e o Atlântico. Também em latitudes altas o padrão ciclônico se intensificou nesta quinzena. Figura 9: Linhas de corrente e anomalia da componente zonal do vento em 250 hpa durante abril de 2011. 4.2 500 hpa A análise do campo médio mensal de altura geopotencial em 500 hpa (Figura 10 acima) mostra a presença de uma cavado anômalo entre o sul do Continente e a Antártica.. No Pacífico sudeste a primeira quinzena (Figura 10 esquerda) foi dominada por uma crista. Já na segunda quinzena (Figura 10 direita) o padrão mudou completamente nessa região, pois começa a dominar o escoamento uma ampla área ciclônica, com forte gradiente. Também um cavado atua a leste da Argentina evidenciando a propagação de frentes frias para latitudes médias (Figura 1) e a formação de ciclogêneses.

Figura 10: Altura e anomalia de altura geopotencial em 500 hpa de abril de 2011. 4.3 - superfície A análise da pressão ao nível médio do mar mostra a presença das Altas Subtropical do Atlântico e do Pacífico (Figura 11 acima) com anomalias positivas. Na segunda quinzena (Figura 11 direita) a Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) aparece mais intensa (com núcleo de 1023 hpa em torno de 35S/10W) e associada a uma anoamlia positiva da pressão, que estendeu-se até o paralelo 60S sobre o oceano e para oeste até o leste das Regiões Sul e Sudeste. Nessa última Região do Brasil atuou com uma crista, dificultando o avanço das frentes frias para esta área. Nota-se um amplo cavado entre a Bolívia e o norte da Argentina, evidenciando a presença de ventos de norte (Figura 12 direita). Este padrão atmosférico favoreceu a atuação de alguns transientes e o aumento da precipitação no RS. Nota-se que o padrão em latitudes altas mudou bastante da primeira para a segunda quinzena, pois nesta última houve forte gradiente de pressão, evidenciando um comportamento atmosférico ciclônico.

4.3-850 hpa Figura 11: Pressão ao nível médio do mar e anomalia de pressão de abril de 2011. A análise da circulação atmosférica em 850 hpa (Figura 12 acima) mostra um reflexo do comportamento observado em superfície (Figura 11). Os primeiros quinze dias de abril foram marcados pela presença de uma área com circulação anticiclônica bem definida e centrada no centro-norte da Argentina, que de certa forma contribuiu para manter as frentes friaa mais a sul. Também os ventos de sul foram fortes no sul do continente, pois no Atlântico sudoeste predominou uma circulação ciclônica a sul de 45S, evidenciando uma densidade maior de ciclogênese neste período. A segunda quinzena (Figura 12 direita) foi caracterizada pela mudança no padrão de ventos: com anomalias negativas no sul do continente; e em latitudes médias. Portanto, favoreceu o escoamento do quadrante norte sobre o interior do Brasil, contribuindo para o transporte de calor da Região Tropical para o Sul do país, principalmente para o RS, onde houve anomalia positiva de chuva.

Figura 12 Linhas de corrente e anomalia do vento meridional em 850 hpa de abril de 2011. Luiz Kondraski de Souza Meteorologista do Grupo de Previsão de Tempo (GPT) Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)