Situação hidromorfológica dotejo. Helder Careto, GEOTA com base num texto de António Carmona Rodrigues, FCT-UNL

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Transcrição:

Situação hidromorfológica dotejo Helder Careto, GEOTA com base num texto de António Carmona Rodrigues, FCT-UNL geota@geota.pt, 2016

Figura 1 Planta da bacia hidrográfica do rio Tejo (Rodrigues, 2016) Rio Tejo - 3 secções bem distintas: Tejo superior, desde a entrada em território nacional até Abrantes Tejo médio, que se estende até à foz do canal da Azambuja Tejo inferior, até São Julião da Barra, que configura o grande estuário

Figura 2 Perfil longitudinal do curso principal do Tejo e dos seus principais afluentes (Rodrigues, 2016) Figura 3 Perfil longitudinal do rio Tejo com a localização dos aproveitamentos existentes (Rodrigues, 2016)

Intervenções com implicações no regime hidrológico no troço nacional mais importantes: Aproveitamento de Fratel Aproveitamento de Belver. Outros problemas: diminuição dos caudais provenientes de montante (cascata de aproveitamentos do lado Espanhol) o aumento das descargas poluentes provenientes de diversas actividades económicas (pontual/difusa) sério problema para a vida deste rio

Volume (hm3) 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 1890 1910 1930 1950 1970 1990 Anos V o lu m e (h m 3 ) 3000 2500 2000 1500 Capacidade das albufeiras (hm3) 1000 500 Figura 4 e 5 Evolução da capacidade de armazenamento das albufeiras das barragens construídas na parte espanhola (esq.) e da parte portuguesa (dta.) da bacia do rio Tejo (Rodrigues, 2016) 0 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020 A ordem de grandeza dos valores actuais é próxima dos valores dos escoamentos anuais. Anos Capacidade das albufeiras (hm3) A regularização sazonal ou inter-anual de água nas barragens, o aumento do consumo de água e de transvases implicam: modificação do regime natural do rio maiores caudais de estiagem diminuição do valor dos maiores caudais diários, redução dos volumes anuais provenientes da parte superior da bacia

Equilíbrio hidromorfológico O processo (natural de alternância de períodos mais caudalosos e de períodos mais estivais mostra em geral um equilíbrio entre caudais líquidos e sólidos nos cursos de água naturais => estabilidade do leito em termos de perfil longitudinal. Este equilíbrio pode ser alterado por: alteração do uso do solo, erosão natural na bacia erosão de origem antropogénica na bacia efeito dos grandes fogos florestais retenção de sedimentos nas albufeiras extracções de inertes modificação do regime de caudais

Curvas de duração dos caudais diários em Vila Velha de Ródão antes e depois do ano 1950/51 Caudal médio diário (m3/s) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 0 100 200 300 400 Regime natural (antes de 1950/51) Regime modificado (entre 1950/51 e 1972/73) Dias do ano Figura 6 Curvas de duração de caudais diários do rio Tejo em Vila Velha de Ródão (Rodrigues, 2016)

Uma bacia hidrográfica de um grande rio é constituída pela união de muitas pequenas bacias hidrográficas dos cursos de água que para ele contribuem (ex. BH Tejo) A alteração do regime hídrico de um afluente altera o regime hídrico do curso principal a jusante. Figura 7 - bacia hidrográfica do Tejo (APA, 2009)

Problema: não se sabe ao certo qual a tendência actual no Tejo, em particular no que toca à dinâmica sedimentar no seu troço inferior. Estar-se-á perante um processo de assoreamento generalizado, de erosão generalizada, ou de equilíbrio?

Há muito poucos estudos sobre o transporte sólido nos rios portugueses, bem como sobre a percentagem da erosão das bacias que aflui às linhas de água. No caso do Rio Tejo, sobre o impacto das barragens no transporte sólido por arrastamento, merece destaque o trabalho de Quintela et al. (1982), onde se estimava que o mesmo era: antes de 1950, de cerca de 1.200.000 m3/ano, entre 1950 e 1970 de 530.000 m3/ano e após 1970 de 350.000 m3/ano. Estes números seriam a tradução da gradual retenção de parte do material sólido nas albufeiras construídas na bacia hidrográfica do Rio Tejo, tanto em Espanha como em Portugal. valor (oficial) do volume de inertes dragados no Tejo nacional era em 2005 (cerca de 2.114.000 m3/ano) muito superior ao transporte sólido existente antes de 1950 (1.200.000 m3/ano).

Quanto à erosão na bacia Os estudos mais recentes realizados no âmbito do planeamento da bacia do Tejo apontam para um valor de cerca de 5 ton / (ha x ano) parte do qual se afluirá às linhas de água.

O estudo dos caudais sólidos, da hidrologia e da sedimentologia nas bacias hidográficas são complexos devido à dificuldades das medições, feitas muitas vezes por métodos indiretos, modelos físicos e matemáticos. A avaliação da poluição é também complicada pela falta de estudos hidrológicos, pela dificuldade que implicam na modelação da dispersão de poluentes, já para não falar na respetiva especiação.

Grande preocupação sobre o estado actual de monitorização dos recursos hídricos em Portugal (como exemplo: a rede sedimentológica encontra-se inoperacional há anos), essenciais para a fundamentação adequada de estudos da maior importância que deveriam ser desenvolvidos ou actualizados.

Até agora apenas falámos de águas superficiais Os escoamentos superficiais têm subjacentes um escoamento subterrâneo cujo caudal pode ser, nalguns períodos do ano, várias vezes superior ao caudal do curso de água superficial. A complexidade dos estudos vai aumentando à medida que se acrescentam camadas de informação.

Estudos, problemas e medidas essenciais para a gestão da bacia do Tejo: 1 Avaliação dos efeitos das alterações ao regime de escoamentos no rio Tejo, com respeito pelas normas legais e pelos acordos transfronteiriços em vigor; 2 Avaliação da dinâmica sedimentar no rio Tejo (erosão na bacia, erosões das margens, efeito de retenção nas barragens, extracções de inertes, alteração do regime de caudais, modificações do uso do solo); 3 - Avanço da cunha salina no rio Tejo / estudo do efeito da eventual subida do nível do mar; 4 Poluição conformidade com a legislação no que diz respeito às normas e objectivos de qualidade das massas de água; 5 Transparência nas normas de exploração dos empreendimentos hidroeléctricos; 6 Fraca manutenção da rede fluvial, com claros prejuízos que daí advêm, particularmente durante as cheias.

Bibliografia: Dos Santos, Nunes (2006). A Utilização do Rio. Lisboa: II Congresso do Tejo. Quintela, A. et al. (1982). Avaliação do transporte sólido do rio Tejo e a sua influência no leito. In: Simpósio sobre a Bacia Hidrográfica Portuguesa do Tejo, vol. 1, APRH, Lisboa, 20 p. Rodrigues, A.C. (2016), Sobre a situação hidromorfológica dos rios portugueses. O caso do Tejo, (s.d.e.) APA (2009) Questões significativas para o uso da água Bacia do Tejo

Muito obrigado Helder Careto, geota@geota.pt, 2016