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Transcrição:

Opções Reais aplicada à Indústria de Mineração Estudo de Caso do Projeto Belvedere Março 2006 1 Papagaio Congelado Um homem comprou um papagaio, mas quando chegou em casa foi aquela decepção: o papagaio resmungava, reclamava e xingava o dia inteiro O dono tentou amansar o louro, lendo poesia, tocando música clássica, luz, escurinho..mas não teve jeito. Passou a gritar, bater, ameaçar, mas o papagaio ficava pior e pior a cada dia. Num momento de fúria, o dono certo dia pegou o louro e o jogou dentro do freezer. O papagaio começou a xingar de tudo quanto era nome, mas, subitamente, menos de 20 segundos depois, calou-se sem terminar o último palavrão. Pensando ter matado o papagaio, o dono abriu a porta do freezer e o louro começou o discurso: - Sei que meu linguajar tem sido mais do que inapropriado a este ambiente familiar, e que minha atitude não condiz com a atenção que o senhor tem me dado. - Gostaria de apresentar minhas sinceras desculpas e colocar que daqui em diante me portarei adequadamente. - Isso é bom mesmo! - retruca o dono espantado. E o louro quase chorando perguntou: - Só por curiosidade, o que foi que o frango lhe fez...??? 2

Apresentações 3 Objetivo Apresentar aplicação da técnica de valoração por opções reais a um projeto de mineração através do Estudo de Caso do Projeto Belvedere 4

Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração de Projetos de Mineração Estudo de Caso Conclusão 5 Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração de Projetos de Mineração Estudo de Caso Conclusão 6

A análise de investimentos em mineração é complexa por envolver muitas incertezas que impactam tanto o CAPEX quanto o OPEX Fonte: Kazakidis, V.N. e Scoble, M., Planning for flexibility in undergroun mine production systems 7 O valor de um depósito mineral é fortemente impactado pelo grau de incerteza em relação à economicidade da exploração do minério Fonte: Yamamoto, J.K. e Rocha, M. M., Revisão e Recomendações para o cálculo e classificação de reservas minerais 8

Reservas com alto grau de incerteza não permitem a construção de projeções confiáveis, sendo seu valor, portanto, altamente especulativo. Nível crescente de conhecimento de dados geológicos Classificação das Minas em Relação à Incerteza das Reservas Especulação Exploração Desenvolvimento Produção Grande Incerteza em relação ao potencial da mina Potencial suficiente para justificar o investimento de exploração Pesquisa geológica garante a capacidade de produção da mina Mina em plena Operação Através de pesquisa geológica adicional, as reservas inferidas podem ser elevadas à condição de reservas medidas, permitindo uma avaliação mais confiável do ativo mineral 9 Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração de Projetos de Mineração Estudo de Caso Conclusão 10

Uma metodologia adequada de valoração de ativos de mineração deve considerar todos os elementos que impactam a geração de valor da mina Fonte: Samis, Michael, Applying Advanced Financial Methods (Real Option) to Mine Valuation Problems 11 Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração de Projetos de Mineração Valoração via FCD Valoração via ROV Estudo de Caso Conclusão 12

A valoração através do FCD requer projeções acuradas dos Fluxos de Caixa Futuros e a previsão de uma taxa de desconto adequada ao risco do Projeto Fonte: Mun, Johnathan, Real Options and Monte Carlo Simulation versus Tradicional DCF Valuation 13 O resultado da valoração pelo FCD é altamente dependente do Valor Terminal do projeto e da taxa de desconto escolhida Fonte: Mun, Johnathan, Real Options and Monte Carlo Simulation versus Tradicional DCF Valuation 14

Apesar da facilidade de aplicação e da capacidade de resumir o projeto em 2 ou 3 valores (VPL, VPI, TIR), o DCF assume premissas questionáveis Vantagens Critério de decisão claro e consistente Quantitativo, nível adequado de precisão e economicamente racional Baixa exposição a convenções contábeis Consideração do valor do dinheiro no tempo e do risco envolvido Simples amplamente conhecido e aceito Desvantagens Decisões são tomadas no momento atual e os fluxos de caixa são fixos no futuro Um vez lançado, o projeto é gerido passivamente Fluxos de caixa futuro são altamente previsíveis e determinísticos Todos os riscos estão completamente contemplados na taxa de desconto Todos os aspectos que podem impactar o valor do projeto estão medidos via VPL ou TIR Fonte: Mun, Johnathan, Real Options and Monte Carlo Simulation versus Tradicional DCF Valuation 15 Valoração via Fluxo de Caixa Descontado O valor dos ativos minerais advém do valor de suas reservas potencialmente exploráveis A forma mais usual de valoração de ativos minerais é a técnica do Fluxo de Caixa Descontado que requer: Projeções de preços, custos e impostos Cálculo da taxa de desconto apropriada para o risco do projeto em questão Ativos em nível de especulação ou exploração, devido ao alto grau de incerteza envolvido, são descontados a uma taxa de desconto bastante elevada Além disso, pelo nível de incerteza envolvido, as projeções tornam-se sem sentido, o que inviabiliza a valoração pelo DCF Já ativos minerais em nível de desenvolvimento e produção já têm as incertezas relativas a reservas, CAPEX e OPEX em níveis razoáveis Apesar disso, a valoração de ativos minerais através do Fluxo de Caixa Descontado subavalia o valor da mina, pois não valora as muitas flexibilidades inerentes a este tipo de operação que reduzem o seu risco e portanto elevam o seu valor 16

Valoração via Fluxo de Caixa Descontado A valoração de ativos de mineração através da Metodologia de Fluxo de Caixa Descontado falha por: Não levar em consideração a capacidade de reação estratégica do corpo gerencial Não considerar adequadamente todas as fontes de incerteza relacionadas Não valorar a flexibilidade operacional, que é um componente essencial do valor das minas Não embutir no modelo as volatilidades de preços Desta forma, a avaliação por esta metodologia acaba por introduzir viés na avaliação por considerar uma situação específica Por fim, muitas oportunidades na indústria de mineração são opções de fato e, portanto, a avaliação através do Fluxo de Caixa Descontado subavalia fortemente o projeto 17 Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração de Projetos de Mineração Valoração via FCD Valoração via ROV Estudo de Caso Conclusão 18

A valoração via Opções Reais nasceu das Opções Financeiras modeladas inicialmente por Black & Scholes (1973) Fonte: Mcknight, R, T, Valuing Mineral Opportunities as Options 19 A estrura de variáveis empregadas na valoração de Opções Reais segue a mesma esrutura para valoração das Opções Financeiras Opções Financeiras Valor da Opção Financeira Preço Corrente da Ação Preço de Exercício da Opção Taxa de Dividendo da Ação Taxa de Juros Livre de Risco Volatilidade da Ação Tempo de Expiração da Opção Opções Reais Valor da Reserva Não-Desenvolvida Valor Corrente da Reserva Desenvolvida Investimento para Desenvover a Reserva Fluxo de Caixa Líquido Taxa de Juros Livre de Risco Volatiliade do Valor da Reserva Desenvovida Tempo de Expiração dos Direitos de Investir 20

Assim como nas Opções Financeiras, quanto maior a volatilidade, maior é o valor da Opção Real Valor Total do Projeto = Valor Presente Líquido + Valor das Opções Reais Projeto Avaliação Inicial Valor Total do Projeto Opções Reais Opções Reais VPL Projeto Avaliação Avançada VPL Alta Volatilidade do Valor do Projeto Baixa Fonte: Harvard Business Review 21 A Valoração por Opções Reais revela valores antes escondidos e não valorados pelo FCD VPL << 0 Não Investir VPL<0 ou VPL ~ 0 ou VPL > 0 Usar Opções Reais VPL >> 0 Investir Valor Total do Projeto Real Option Zone Alta Volatilidade do Valor do Projeto Baixa Fonte: Harvard Business Review 22

O valor da opção real depende da capacidade de reação do corpo gerencial diante de novos cenários que se apresentam ao Projeto Fonte: Dias, Marco Antônio Guimarães, Opções Reais em Petróleo, Uma visão geral 23 Existem diversos tipos possíveis de Opções Reais aplicáveis aos projetos em análise: Expansão, Abandono, Adiamento, Contração, etc... Exemplo: Magna Charter (Brealey & Meyers) Investimento Inicial $25 Alta Baixa 60% $10 40% $5 80% $41 20% $18 40% $22 60% $10 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 24

Opção de Expansão Investimento Inicial $25 Alta 60% $10 Decisão de Expansão Expansão $15 Não Expansão 80% $80 20% $10 80% $41 20% $18 Baixa 40% $5 40% $22 60% $10 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 25 Opção de Expansão 80% Expansão $15 $80 Investimento Inicial $25 Alta 60% $10 Decisão de Expansão Não Expansão 20% $10 80% $41 20% $18 Baixa Com Expansão Sem Expansão 40% $5 VPL = 11,71 VPL = 5,21 40% $22 60% $10 Valor da Opção de Expansão = 6,50 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 26

Opção de Abandono Alta 60% $10 80% $41 20% $18 Investimento Inicial $25 Baixa 40% $5 Decisão de Abandono Não Abanbona Abandona 40% $22 60% $10 Revenda do Equipamento $15 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 27 Opção de Abandono Alta 60% $10 80% $41 20% $18 Investimento Inicial $25 Baixa 40% $5 Decisão de Abandono Não Abanbona Abandona 40% $22 60% $10 Revenda do Equipamento $15 Com Abandono Sem Expansão VPL = 5,78 VPL = 5,21 Valor da Opção de Abandono = 0,56 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 28

Opção de Expansão e de Abandono Investimento Inicial $25 Alta Baixa 60% $10 40% $5 Decisão de Expansão Decisão de Abandono Expansão $15 Não Expansão Não Abanbona Abandona 80% $80 20% $10 80% $41 20% $18 40% $22 20% $10 Revenda do Equipamento $15 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 29 Opção de Expansão e de Abandono 80% Expansão $15 $80 Investimento Inicial $25 Alta 60% $10 Decisão de Expansão Não Expansão Não Abanbona 20% $10 80% $41 20% $18 40% $22 Baixa 40% $5 Decisão de Abandono Abandona 20% $10 Revenda do Equipamento $15 Fonte: Brealey, Myers, Principles of Corporate Finance, Sixth Edition, Chapter 10 30

A valoração via Opções Reais permite identificar possíveis fontes de valor para o projeto através da exploração das flexibilidades gerenciais Fonte: Copeland, T. E., Making Real Options Real, Mckinsey Quartely, 1998, number 3 31 Opções Reais na Indústria de Mineração A atividade de mineração tem embutida em sua operação diversas flexibilidades gerenciais Alteração do ritmo de extração Alteração do tempo de processamento Alteração da Capacidade da Planta Enquanto a abordagem pela Metodologia de Fluxo de Caixa Descontado era mais adequado apenas para Minas em nível de desenvolvimento e exploração, a abordagem pela Metodologia das Opções Reais é aplicável aos ativos minerais em qualquer nível A abordagem pela Metodologia de Opções Reais é mais apropriada para valoração de ativos minerais por levar em consideração as muitas flexibilidades presentes, revelando um valor não considerado pela metodologia do Fluxo de Caixa Descontado A abordagem pela Metodologia de Opções Reais é, portanto, uma metodologia alternativa de valoração e considera toda a dinâmica inerente à operação de uma mina 32

A Bibliografia sobre a aplicação de Opções Reais na valoração de ativos de mineração se concentra em minas em desenvolvida e em minas em operação Autor Brennan e Schwartz (1985) Schwartz, Cassasus and Cortazar Schwartz, Cortazar e Salinas Contribuição Primeiros a utilizar a abordagem pela Metodologia de Opções Reais como eficiente ferramenta de avaliação Considerou a opção de temporariamente fechar a mina Inserção no modelo da incerteza acerca da estrutura geológica Identificação de poucos trabalhos sobre a incerteza da composição geológica da jazida Não consideraram as incertezas acerca da natureza do leito da jazida Pesquisa geológica concluída Estrutura de exploração mineral já instalada Caldentey, Epstein e Saure Capacidade de extração, qualidade da jazida e estrutura de custos definidas Investimento inicial concluído Mina em nível de operação A natureza diversa dos depósitos foram considerados na modelagem Samis Apresentou a falha nos trabalhos anteriores por não considerarem as estratégias de exploração Consideração da natureza heterogênea dos depósitos minerais Moel e Tufano (2002) Trigeorgis (1990) Luiz Eduardo Teixeira Brandão Análise da opção de fechamento e abertura de minas Foco em minas em operação Emprego de Árvore de Decisão para modelar a complexidade da operação Considerou a opção de abandono, adiamento e expansão -Valoração empregando software comercial DPL 33 Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração via Fluxo de Caixa Descontado Valoração via Opções Reais Estudo de Caso Conclusão 34

Projeto Belvedere Joint Venture entre CVRD, Aquila Resources Limited e AMCI Holding Australia Pty Ltd Opção de participação em Estudo exploratório de mina de carvão metalúrgico em Queensland, Austrália Recursos estimados em 2,7 bilhões de toneladas, com potencial de exploração por 40 anos considerando uma taxa de extração de 12 Mtpa Termos da Opção de participação: Pagamento antecipado de US$ 5 MM para estudos de previabilidade econômica por 12 meses Opção de adquirir 51% de participação por US$ 90 MM ao final dos 12 meses Opção de aumentar a participação para 100% 35 As estruturas de negociação em discussão embutem opções de compra de participação no projeto 51% @ $90 MM Opção Simples $ 5M $ XXX MM Exerce Abandona 12 meses 12/15 meses BB% @ $bbb MM Exerce AA% @ $aaa MM $ ZZZ MM Opção Composta $ 5M $ YYY MM Não Exerce Abandono 12 meses 12/15 meses 36

O projeto pode ter conceitos diversos dependendo da dimensão das reservas e do perfil do leito Conceito do Projeto Escala Potencial estimada ROM estimado Conceito de Lavra CAPEX estimado VPI US$ MM VPL determinístico US$ MM 3 Minas Aa% 12 Mta Longwall & Spine Tunnel AAA aaa 2 Minas Bb% 8Mta Longwall & Spine Tunnel BBB bbb 1 Mina Cc% 4Mta Longwall & Shaft CCC ccc 37 A metodologia empregada inclui quatro etapas de análise Identificação das Incertezas Modelagem das Incertezas Cálculo de NPV probabilístico Estruturação e cálculo de Opções Reais 38

Identificação das Incertezas Modelagem das Incertezas Cálculo de NPV probabilístico Estruturação e cálculo de Opções Reais Conceito do Projeto OPEX Variáveis Financeiras Principais Fontes de Incertezas ROM Yield CAPEX Lavra Ferrovia Portos Câmbio Preço do Carvão 39 Modelagem das Incertezas Identificação das Incertezas Modelagem das Incertezas Cálculo de NPV probabilístico Estruturação e cálculo de Opções Reais Modelagem ROM Trigen Yield Trigen CAPEX Trigen OPEX Trigen Ferrovia / Portos Trigen Preço Carvão Normal Câmbio Trigen 40

Cálculo do NPV Probabilístico Identificação das Incertezas Modelagem das Incertezas Cálculo de NPV probabilístico Estruturação e cálculo de Opções Reais 3 Mines 2 Mines 1 Mine Distribution for NET PRESENT VALUE @/H94 Distribution for NET PRESENT VALUE @/H94 Distribution for NET PRESENT VALUE @/H91 4,000 4,500 7 3,500 Mean=85889,98 4,000 Mean=76279,74 6 Mean=-111746,9 3,000 3,500 5 3,000 Values in 10^ -6 2,500 2,000 Values in 10^ -6 2,500 2,000 Values in 10^ -6 4 3 1,500 1,500 1,000 1,000 2 0,500 0,500 1 0,000-500 -400-300 -200-100 0 100 200 300 400 500 600 Values in Thousands 5% 90% 5% -90,4865 264,1087 0,000-400 -300-200 -100 0 100 200 300 400 500 Values in Thousands 5% 90% 5% -75,2793 232,0224 0-400 -300-200 -100 0 100 Values in Thousands 5% 90% 5% -217,0022-14,3608 41 Modelagem da Opção Real Simples Identificação das Incertezas Modelagem das Incertezas Cálculo de NPV probabilístico Estruturação e cálculo de Opções Reais Árvore de Decisão Opção Simples 888,78 598,32 394,32 390,28 251,04 248,20 154,01 148,42 146,44 91,24 84,50 76,95 52,41 46,29 38,72 27,18 29,29 24,59 18,92 11,34 16,00 12,74 9,05 4,73 0,00 6,47 4,26 1,98 0,00 1,98 0,82 0,00 0,00 0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0 Expiração Resultados (1) 3 Minas 2 Minas 1 Mina Preço de Exercício Opção 1 AA AA AA Preço de Exercício Opção 2 BB BB BB Valor Opção Composta XX YY ZZ Prêmio CC CC CC Net MM MM MM 45% 35% 20% Valor do Conceito -pp (1) Resultados calculados considerando US$ qq/a$ Estruturas Limite (1) Preço de Exercício Conceitual Preço de Exercício Pre Viabilidade Pagamento Antecipado (1) Valores limite calculados para que a opção tenha valor = $0 Valor do Conceito sem Strike e Upfront Valor do Conceito: KK PP QQ RR 42

Modelagem da Opção Real Composta Identificação das Incertezas Modelagem das Incertezas Cálculo de NPV probabilístico Estruturação e cálculo de Opções Reais Árvore de Decisão Opção Composta Resultados (1) 3 Minas 2 Minas 1 Mina Preço de Exercício Opção 1 AA AA AA 9 3 9, 9 6 6 2 3, 2 5 Preço de Exercício Opção 2 BB BB BB 4 0 7, 2 5 3 9 9, 5 0 2 5 9, 9 2 2 5 4, 6 4 Valor Opção Composta XX YY ZZ 1 6 0, 9 2 1 5 5, 8 4 1 5 2, 2 9 9 0, 9 7 8 6, 0 4 Prêmio CC CC CC 4 5, 1 4 3 9, 2 3 1 6, 2 4 Net MM MM MM 6 9, 5 3 2 2 4, 9 7 45% 35% 20% 1 3 5, 6 0 7 4, 6 5 7 2, 4 7 3 8, 9 6 3 1, 5 9 2 9, 3 2 1 9, 6 2 1 3, 7 4 2, 7 1 5, 9 6 1, 1 2 0, 4 7 1 2,1 4 7,3 7 2 3, 2 2 9, 6 1 3, 9 8 1, 6 5 4, 9 5 2, 7 6 0, 6 8 1, 0 3 0, 2 4 0, 0 9 0 Expiração Expiração Opção 1 Opção 2 43 Valor do Conceito -pp (1) Resultados calculados considerando US$ qq/a$ Estruturas Limite (1) Preço de Exercício Conceitual Preço de Exercício Pre Viabilidade Pagamento Antecipado (1) Valores limite calculados para que a opção tenha valor = $0 Valor do Conceito sem Strike e Upfront Valor do Conceito: KK PP QQ RR Agenda Caracterização de Projetos de Mineração Valoração via Fluxo de Caixa Descontado Valoração via Opções Reais Estudo de Caso Conclusão 44

Vantagens da Metodologia das Opções Reais Possibilita a modelagem do comportamento estocástica das variáveis críticas Evita a necessidade de se assumir uma trajetória específica para os preços das principais variáveis Possibilita a incorporação das flexibilidades gerenciais A abordagem pelas Opções Reais busca mitigar as deficiências da Metodologia do Fluxo de Caixa Descontado Possibilita a introdução de grande variedade de alternativas de projeto Integra a análise de risco e a análise de valor Incorpora todas as fontes de incerteza e todas as opcionalidades inerentes à operação 45 Desvantagens da Metodologia das Opções Reais O resultado é extremamente sensível à estimação do comportamento das principais variáveis A aplicabilidade no modelo de opções reais como ferramenta de avaliação pode ser limitado Como qualquer ferramenta de avaliação representa de maneira imperfeita e incompleta o mundo real e deve ser calibrado pela experiância dos gestores Os limites de aplicabilidade do modelo de opções reais deve ser respeitado para que se tenha resultados confiáveis 46

Passos para a aplicação da Valoração por Opções Reais Fonte: Mun, Johnathan, Real Options and Monte Carlo Simulation versus Tradicional DCF Valuation 47 Bibliografia Mun, Johnathan, Real Option and Monte Carlo Simulation versus Tradicional DCF Valuation Davis, Graham, Economic Methods of Valuating Mineral Assets, 5 th Joint Business Valuation Conference, 2002 Caldentey, R., Rafael, E., Saure, D., A Real Options Approach for Optimizing Long- Term Mining Plans Real Options Valuation of Australian Gold Mines and Mining Companies Laughton, D. G., Sagi, J. S., Samis, M., Modern Asset Pricing and Project Evaluation in the Energy Industry Slade, Margareth, Valuing Managerial Flexibility: An Aplication of Real-Option Theory to Mining Investments Brandao, L.E., Dyer, J.S., Hahn, W.J., Using Binomial Decision Trees to Solve Real Options Problems 48

Bibliografia Roberts, Craig, The Valuation of Advanced Mining Projects & Operating Mines: Market Comparable Approaches Moel, A., Tufano, P., When Are Real Options Exercised? An Empirical Study of Mine Closing Samis, Michael, Valuing a Multi-Zone Mine as a Real Asset Portfolio A Modern Asset Pricing Theory (Real Options) Approach Mcknight, Robert T., Valuing Mineral Opportunities as Options Samis, Michael, Applying Advanced Financial Methods (Real Options) to Mine Valuation Problems Copeland, T., Keenan, P., Making Real Options Real, Mckinsey Quartely, 1998 Kazakidis, V.N., Scoble, M., Planning for flexibility in undergroun mine production Systems 49