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COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL

Transcrição:

Informativo CNI INFORMATIVO DE BUENOS AIRES Objetivo da visita de Macri à China: promoção das relações econômicas bilaterais Promover investimentos norte-americanos na Argentina orientou visita de Macri aos Estados Unidos 4 5 Certificação de origem digital foi adotada no comércio Argentina-Brasil Desde o dia 10 de maio de 2017 foi implementado o uso da Certificação de Origem Digital (COD) para o comércio entre a Argentina e o Brasil. Por meio da Resolução Geral Nº4043/2017, publicada em 8 de maio no Boletim Oficial, os exportadores de mercadorias com destino ao Brasil e os importadores de bens originários brasileiros poderão utilizar o Certificado de Origem tradicional, em papel, ou o COD. Dessa maneira, os operadores do comércio exterior poderão realizar todo o trâmite da Certificação de Origem por meio do site da AFIP, sem necessidade de recorrer fisicamente às entidades certificadoras credenciadas. O avanço representa um passo para maior integração comercial entre os países vizinhos, objetivo proposto no encontro presidencial entre o Presidente brasileiro, Michel Temer, e o argentino, Mauricio Macri, no início do ano. O avanço contribui para evitar a dupla tributação, facilitando a operação comercial para a exportação e importação com o principal parceiro comercial da Argentina. A implementação definitiva do COD deu-se a partir do término do teste piloto realizado nos dois países que teve taxa de sucesso superior a 95%. Segundo a Associação de Importadores e Exportadores da Argentina (AIERA), outros países da ALADI iniciarão seus testes, dentre eles Chile e Uruguai. Governo argentino aumenta os reintegros em diversos setores da indústria 1 Após o aumento dos reintegros sobre as exportações agroindustriais em janeiro passado, o governo argentino decidiu incluir as exportações de manufaturados na medida. Através do Decreto 294/17 de 27 de abril publicado no Boletim Oficial de 28/04/2017, os reintegros sobre as exportações de cerca de 6.100 linhas tarifárias foram aumentados em 60% ou acima disso em relação aos níveis vigentes até então. O quadro a seguir mostra os níveis médios do reintegro por setor, antes e depois do Decreto. Os níveis vigentes anteriormente haviam sido definidos pelo Decreto 509 de 15/05/2007. 1 - Os reintegros são devoluções de impostos internos pagos nas diferentes etapas de produção e comercialização pelos exportadores de bens manufaturados novos. 1

Setor Média de RE % Média de RE % prévio Diferença Quantidade de NCM Produtos químicos 3,63 2,77 0,86 1537 Máquinas e equipamentos 7,80 5,91 1,90 887 Produtos têxteis 5,61 4,92 0,69 669 Metais comuns 4,20 3,64 0,56 390 Instrumentos médicos 7,58 5,78 1,81 387 Outros produtos de metal 6,75 5,61 1,13 257 Confecções 6,88 5,83 1,06 250 Aparelhos elétricos 7,73 5,85 1,88 248 Outros minerais não metálicos 4,24 3,47 0,76 217 Móveis e colchões; indústrias manufaturadas 6,56 5,14 1,42 188 Rádio e televisão 7,25 5,48 1,77 180 Papel 5,08 4,31 0,77 178 Produtos de borracha e plástico 6,28 5,06 1,22 177 Máquinas de oficina 7,65 5,72 1,93 151 Automóveis 7,06 5,92 1,13 133 Outros equipamentos de transporte 7,37 5,97 1,39 100 Couro e calçados 5,21 4,20 1,01 92 Edição 6,48 5,34 1,14 29 Serviços de organizações e órgãos extraterritoriais 4,15 3,33 0,82 17 Madeira 4,17 3,45 0,72 12 Exploração de minas e pedreiras 2,00 1,40 0,60 12 Extração de petróleo cru e gás natural 2,23 1,70 0,52 11 Produtos de petróleo 3,50 2,74 0,76 7 Serviços jurídicos, contáveis e outros serviços a empresas 4,25 3,56 0,69 4 Cinematografia, rádio e televisão 5,00 4,30 0,70 2 Alimentos 3,50 2,95 0,55 2 A medida beneficia diversos setores como o químico, de autopeças, têxteis na área de confecções, instrumentos médicos e de controle, maquinaria elétrica, manufaturas de couro, móveis, brinquedos, calçados e setor metalúrgico, dentre outros. As alíquotas que estavam congeladas há cerca de quinze anos, aumentaram em média 1,2 pontos percentuais (pp), ainda que alguns aumentos tenham ficado entre 0,1 pp para certos produtos básicos e 4 ou 5 pp para produtos de metal, móveis, confecções e maquinaria, entre outros. Com essas mudanças, as alíquotas oscilaram em média 2% no setor de mineração até o teto de 8% no setor de máquinas e equipamentos, indicando favorecimento para exportações com maior valor agregado. Segundo os cálculos do Ministério da Produção, haverá uma redução da carga tributária associada às exportações industriais superior a US$ 150 milhões anuais. A partir da análise das exportações argentinas de 2016, é possível avaliar o impacto aproximado das mudanças nos reintegros de produtos manufaturados em termos de cobertura das exportações. Do total exportado no ano passado (USD 57.698 milhões), 24,1% corresponde aos produtos atingidos pelo Decreto 294/17, ou seja, USD 13.914 milhões. Em treze setores as mudanças no reintegro atingiram 2

mais de 95% do total exportado durante o ano, com destaque para confecções, outros equipamentos de transporte, papel e automóveis. Outros setores atingidos que detêm grande participação nas exportações foram produtos de borracha e plástico e máquinas e equipamentos. Considerando o total exportado de produtos manufaturados, sem levar em conta alimentos e produtos agropecuários, o percentual das vendas externas atingidas pela medida de aumento dos reintegros sobe para 63,9% do total exportado nesta categoria. No caso das exportações para o Brasil, o impacto das mudanças é ainda maior, podendo chegar a 95%. CIIU Milhões de US$- Total Milhões de USD- NCM com câmbios Confecções 57 57 100,0% Serviços jurídicos, contáveis e outros serviços a empresas 0 0 100,0% Outros equipamentos de transporte 347 347 100,0% Papel 342 342 100,0% Automóveis 5.290 5.290 100,0% Outros produtos de metal 225 225 99,9% Produtos de borracha e plástico 569 568 99,8% Aparelhos elétricos 142 142 99,8% Edição 41 41 99,8% Outros minerais não metálicos 154 153 99,4% Máquinas e equipamentos 774 762 98,5% Instrumentos médicos 125 123 98,2% Móveis e colchões; indústrias manufaturadas 50 49 98,2% Máquinas de oficina 22 20 91,9% Rádio e televisão 29 26 90,5% Couro e calçados 740 648 87,5% Produtos químicos 5.559 3.678 66,2% Produtos têxteis 238 92 38,7% Metais comuns 3.274 1.216 37,1% Produtos de petróleo 617 33 5,4% Exploração de outras minas e pedreiras 50 1 1,8% Serviços de organizações e órgãos extraterritoriais 424 6 1,3% Agricultura e pecuária 13.234 73 0,5% Alimentos 22.831 24 0,1% Madeira 89 0 0,0% Eletricidade, gás e água 2-0,0% Extração de minerais metálicos 979-0,0% Extração de petróleo cru e gás natural 779-0,0% Pesca e atividades relacionadas com a pesca 1-0,0% Silvicultura, extração de madeira 10-0,0% Tabaco 23-0,0% Total geral 57.698 13.914 24,1% Total (Sem Agricultura e Alimentos) 21.632 13.817 63,9% % 3

Objetivo da visita de Macri à China: promoção das relações econômicas bilaterais No dia 14 de maio, o presidente Mauricio Macri viajou à China para uma visita de estado para participar do Fórum One Belt, One Ring e para reuniões com empresários de promoção de investimentos e exportações. No Fórum, Macri mostrou-se otimista sobre a relação entre as duas economias e a possibilidade de melhorá-la. Uma vez concluído o Fórum, do qual somente Chile e Argentina participaram representando a América Latina, o presidente participou de reuniões bilaterais. No dia 17 de maio, o presidente Macri reuniu-se com o presidente chinês, Xi Jinping. A visita oficial à China foi realizada com dois objetivos básicos: (i) fortalecer as relações comerciais bilaterais; e (ii) atrair investimentos. Esta agenda vai ao encontro com as demais visitas oficiais do presidente Macri realizadas a outros países, devendo destacar-se que a China é o segundo principal parceiro comercial da Argentina em termos de comércio e é o segundo principal investidor estrangeiro na América Latina. Gráfico 1 - Balança Comercial Argentina-China Período 2005- US$ 3 milhões 2017 US$ milhões Importação Exportação Fonte: INDEC. Elaborado pela ABECEB. Em 2016, o comércio entre os dois países foi de 14.890 milhões de dólares, o que manteve a China como segundo principal parceiro comercial da Argentina depois do Brasil. As exportações argentinas para a China representaram 4.423 milhões de dólares durante o último ano, uma queda de -14,5% em relação ao ano anterior. Dada a perda de participação no mercado chinês em 2016, o encontro foi necessário para aprofundar o comércio entre os dois países, já que existem oportunidades importantes para os principais setores exportadores argentinos. Cabe destacar que, durante 2016, 84,1% das vendas ao gigante asiático foram de bens agrícolas, seguidos de minerais e combustíveis e químicos. No Fórum, Macri afirmou que a Argentina é um grande produtor de alimentos e explicou que atualmente tem capacidade de cobrir a demanda de 400 milhões de pessoas e a intenção é de duplicar a produção argentina nos próximos anos. No dia 17 de maio, o presidente Macri reuniu-se com o presidente chinês Xi Jinping ocasião em que firmaram uma série de acordos bilaterais que afetam diretamente as exportações argentinas, principalmente as vendas de bens agrícolas. O primeiro deles diz respeito a um protocolo de segurança alimentar através da criação de uma entidade chinesa na Argentina que permitirá a agilização dos trâmites comerciais nesta área. A entidade deve ser similar à entidade argentina SENASA (Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria). O segundo acordo pretende avançar no compromisso de abrir o mercado chinês para carnes congeladas, uvas, mirtilos, mel e ervilhas. 4

Em matéria de investimentos, há a possibilidade de investimentos em energia e a recuperação da ferrovia San Martin, bem como para a construção de novas centrais nucleares por US$ 12.500 milhões. Além dos compromissos firmados, foi realizado um Encontro de Negócios Argentina-China com a presença de 120 empresários argentinos dos setores de alimentos e bebidas, energia e infraestrutura, turismo e serviços, entre outros, que viajaram acompanhando a visita presidencial. Promover investimentos norte-americanos na Argentina orientou visita de Macri aos Estados Unidos A visita do presidente argentino aos Estados Unidos significa que, ao contrário do que se disse logo após a eleição de Donald Trump, a relação bilateral entre os dois países continua fluída e terá maior consolidação. O encontro reafirma a mudança de rumo da Argentina em matéria de comércio exterior. Um dos principais motivos da viagem de Macri aos EUA foi a busca de investimentos, o que justifica o primeiro destino do presidente Houston. Além de acompanhar a empresa TECHINT na inauguração de nova fábrica impulsionada pela política de Trump, foram realizadas diversas reuniões com potenciais investidores na produção de gás não convencional (shale gas) em Vaca Muerta. Essa região na Argentina é um megacampo de exploração de gás que se estende sobre as províncias de Neuquén e Mendoza. É considerada a segunda reserva do mundo em gás não convencional e a quarta em petróleo de xisto. As autoridades argentinas buscaram divulgar um novo perfil para o país, mais aberto ao mundo e disposto a normalizar sua macroeconomia. Em matéria comercial, a visita trouxe poucos resultados concretos e imediatos. A exceção foi a reabertura do mercado americano para os limões argentinos que, apesar de não representar um impulso significativo para as exportações argentinas, tem significado político importante já que esse era um tema pendente na agenda bilateral há mais de uma década. Apesar das exportações argentinas do produto serem pequenas, a decisão dos Estados Unidos confirmou outro acerto do governo Macri na política externa. A decisão abriu portas para melhor posicionar produtos argentinos no mercado mundial, conforme destacou o Ministro da Agricultura, Ricardo Buryaile, entrar no mercado norte-americano é um símbolo de qualidade e sanidade dos produtos. Na área comercial, ainda existem pendências a serem resolvidas que impactam as exportações argentinas. Uma delas é a investigação de dumping nas exportações de biodiesel da Argentina. Como consequência desse processo, as exportações do produto caíram USD 35 milhões em março comparativamente ao mesmo período de 2016. Esse tema é destaque na agenda comercial entre os dois países. No ano passado, a Argentina exportou quase 1.250 milhões de dólares de biodiesel para os Estados Unidos, o que representou 90% das exportações totais do produto. Outro tema que teria efeito considerável no comércio é a exportação de carnes. Foi proibida nos EUA a importação de carnes argentinas e esse mercado poderia absorver cerca de USD 100 milhões por ano do produto argentino. Deve-se ressaltar também o tema da incorporação da Argentina ao Sistema Geral de Preferências (SGP), que havia sido negociada com a administração anterior do presidente Barack Obama, uma mudança que traria benefícios para cerca de 500 linhas tarifárias. 5

Um dos melhores resultados da visita aos EUA foi a obtenção do apoio expresso do governo de Donald Trump ao ingresso da Argentina na OCDE Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O Ministro da Fazenda, Nicólas Dujovne, apresentou antes da viagem uma proposta formal ao Conselho de Embaixadores da OCDE para o ingresso da Argentina no seleto grupo de 35 nações que o integram. O apoio dos Estados Unidos é considerado um fator chave para a concretização desse objetivo. Embora a missão aos EUA possa impulsionar os investimentos no setor real da economia, não são esperados impactos de curto prazo. Os possíveis investimentos em energia dependem de decisões de longo prazo, ainda mais no contexto atual da Argentina em que foram tomados os primeiros passos para a normalização econômica do país. Se for possível identificar consequências imediatas, elas podem ser procuradas nos investimentos financeiros de curto prazo. Efetivamente, é grande o aumento do fluxo de divisas ao longo de 2016 e nos primeiros meses de 2017. INFORMATIVO DE BUENOS AIRES Publicação mensal Confederação Nacional da Indústria - CNI www.cni.org.br Unidade de Negociações Internacionais - NEGINT Gerente Executiva: Soraya Saavedra Rosar Equipe Técnica: Carolina Matos, Eduardo Freitas Alvim, Fabrizio Panzini e Lucia Maduro E-mail: negint@cni.org.br Website: negint.cni.org.br Supervisão Gráfica: Núcleo de Editoração CNI Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado a partir de informações da ABECEB com dados entre os dias 18 de março de 2017 a 18 de abril de 2017.