A IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE PARA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA Aline Ferreira (PIBIC-UFPA) 1, Nirvia Ravena 2 (Orientadora UFPA). Resumo O crescimento da conscientização da população em relação ao intenso processo de degradação ambiental e aos problemas sociais resultantes do processo de desenvolvimento desenfreado, levou o poder público a tomar providências com o intuito de tentar resolver essa problemática. No Brasil o projeto de Lei nº 13, de 1981, que resultou na edição da Lei 6.938, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente pode proporcionar ao país maior notoriedade as questões ambientais, além de ter criado mecanismos que vigoram atualmente, como os processos de Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA), que foram de suma importância para questão ambiental em nosso país, principalmente em relação ao surgimento de grandes empreendimentos criados com o intuito de desenvolver o país. O objetivo, tanto geral como o específico proposto na pesquisa foram alcançados, mesmo assim, entende-se como necessário à realização de estudos mais minuciosos e detalhados visando corrigir algumas distorções verificadas na lei. A metodologia utilizada foi baseada primeiramente no levantamento bibliográfico do assunto abordado, selecionando os avanços advindos a partir da criação da referida lei e também uma análise PNMA e de resoluções advindas dela. Nos resultados pode-se observar que a lei trouxe mecanismos que ainda vigoram em nosso país, proporcionando assim melhorias nas questões ambientais e consequentemente aos cidadãos. Contudo, a lei ainda é um tema pouco debatido nas pesquisas cientifica no Brasil, devido a sua significativa importância este tema deve ser mais debatido não somente no meio acadêmico, mas também em toda a sociedade brasileira. Palavras-chave: Politica Nacional do Meio Ambiental, Avaliação de Impactos Ambientais, Legislação ambiental. 1 Acadêmica do quinto ano do curso de graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pará. alinebrigidoferreira@gmail.com 2 Professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará. niravena@gmail.com
INTRODUÇÃO Ao longo do tempo vimos um intenso crescimento populacional e o aumento do desenvolvimento industrial e econômico da sociedade, no entanto para suprir a necessidade de matéria-prima, teve-se uma intensa exploração dos recursos naturais. No Brasil, essa exploração foi ainda mais intensa, devido ao fato dele ter sido uma colônia de exploração, onde houve um forte processo de retirada dos recursos naturais gerando grandes prejuízos ambientais. De acordo com Câmara (2013), desde o período colonial o uso dos recursos naturais vem sendo realizado por meio de normas e instituições que reforçam o papel do estado como mandatário. Contudo, percebeu-se que tanto nos países industrializados quanto nos em desenvolvimento, houve gradativamente o crescimento da preocupação e conscientização da população em relação ao intenso processo de degradação ambiental e aos problemas sociais resultantes. Segundo Diodato (2004), no período da década de 60 por causa do estabelecimento de grandes empreendimentos no Brasil, que culminaram no surgimento de diversos movimentos ambientalistas que protestavam contra derramamento de petróleo, construção de grandes represas, rodovias, complexos industriais entre outros grandes projetos que tiveram notória visibilidade na época. Com isso o poder público sentiu-se pressionado a tomar as devidas providências com o intuito de tentar resolver essa problemática, pois em geral o desenvolvimento econômico de um país acarreta problemas ambientais. No Brasil os debates relativos à questão ambiental tiveram origem com o Projeto de Lei nº 13, de 1981, que resultou na edição da Lei 6.938, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), onde em 31 de agosto de 1981 foi instituída no país. Proporcionando maior notoriedade as questões ambientais, sendo um grande avanço onde o pensamento que se tinha era de desenvolvimento a qualquer custo. A PNMA determina que sejam realizados os estudos de impactos ambientais com intuito de garantir licenças, e assim garantir recursos financeiros para projetos. De acordo com Silva (2007), a criação da lei Federal nº 6.938/81, foi marcante na história da legislação ambiental brasileira, sendo um documento bastante relevante e significativo, tornando-se um instrumento de defesa e proteção do ambiente e das gerações futuras, ou seja, uma ferramenta legislativa de preservação da natureza.
A Lei Nº 6.938 foi sem duvida alguma segundo especialistas, um marco para país, em relação à legislação ambiental, pois através dela muitos recursos naturais puderam ser preservados. No ano em que a lei foi aprovada o Brasil era governado pelo general João Figueiredo, o último presidente do regime militar. E segundo Paulo Nogueira Neto, um dos principais mentores da lei, disse que a criação desta foi importante para aprimoramento no tratamento de assuntos referentes ao meio ambiente além de ter conseguido unir os votos tanto dos aliados ao governo quanto os da oposição. No entanto, ainda podemos perceber que existem falhas na legislação e que precisam ser corrigidas no intuito de melhor atender os objetivos propostos. A PNMA instituiu a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), constituída por órgãos, entidades da união, estados, municípios e pelo Distrito Federal além das fundações instituídas pelo governo. E a lei também proporcionou a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em que determina a elaboração dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), ficando a cargo do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) o posterior licenciamento das atividades que provocam modificações no meio ambiente como: construções de estradas, ferrovias, portos, aeroportos, extração de petróleo, construção de obras hidráulicas, entre outros. Entretanto os estudos de impactos ambientais muitas vezes não abrangem de modo mais amplo os impactos socioambientais. OBJETIVOS Objetivo geral: Analisar na Lei nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981 as medidas criadas acerca do processo de Avaliação de Impactos Ambientais. Objetivos específicos: Identificar na Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 a posição acerca da avaliação de impactos ambientais, e nas resoluções decorrentes dela em especial a resolução nº 001 do Conselho Nacional de Meio Ambiente; Identificar os avanços que a lei proporcionou a legislação ambiental brasileira; Descrever e analisar os processos de avaliação dos impactos ambiental; Avaliar e interpretar os conceitos centrais da pesquisa em relação à legislação ambiental brasileira.
METODOLOGIA A pesquisa consiste das seguintes etapas: 1. Levantamento bibliográfico do assunto tratado e aos conceitos de Estudos de Impactos Ambientais, Relatórios de Impactos Ambientais e Licenciamento Ambiental; 2. Coletar informações a respeito da lei, investigar em decretos, resoluções que abordam a legislação citada e analisar os dados obtidos; 3. Selecionar os dados mais relevantes em relação ao assunto para poder identificar aqueles que serão inseridos na base da pesquisa. 4. Tratamento dos dados coletados referentes, de modo a permitir análise dos mesmos em relação ao referencial teórico adotado. RESULTADOS Primeiramente para compreender como funciona a legislação brasileira, se faz necessário o entendimento de sua estrutura governamental onde se assenta em três grandes poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Executivo é representado pelo presidente, governadores e prefeitos, tendo como principal função gerenciar os interesses do povo de acordo com a constituição federal e as constituições estaduais e municipais. O Poder Legislativo elabora as leis a partir de proposições feitas por vereadores, senadores e deputados e mesmo pelo representante do Poder Executivo, enquanto o Poder Judiciário opera através das diversas cortes com a atuação, dentre outros, de promotores e juízes. Ao nível federal, o Poder Legislativo é constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Historicamente, a partir do momento em que as atividades produtivas do homem adquiriram uma forma organizada, o crescimento da atividade econômica esteve sempre associado ao aumento no uso dos recursos (MAGRINI, 2001), com isso questões relacionadas ao meio ambiente eram pouco relevantes em virtude do desenvolvimento econômico dos países. Contudo, ao longo dos anos houve o crescimento da preocupação mundial com esta causa, e, portanto esta inquietação mundial pode ser justificada de acordo com Passos (2009), onde a consciência sobre o planeta, a fim de garantir a sobrevivência do ecossistema global e da própria espécie humana, e sob essa perspectiva, a proteção do meio ambiente torna-se uma das bases que fundamentam a nova ordem internacional.
Assim, surgiram diversos movimentos que discutiam a causa, a exemplo a Conferência de Estocolmo ocorrida em 1972, que é considerada como um ponto de partida para a proteção do meio ambiente, não somente para outros países, mas também para o Brasil. Com isso o governo brasileiro levou a frente tal discussão, culminando na criação da lei intitulada como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Segundo Silva (2007), a lei que criou a Política Nacional do Meio Ambiente foi um marco fundamental para a abertura de discussões e reflexões ligada as causas ambientais, contudo apresenta fragilidades que precisam ser corrigidas, de modo a não comprometer a capacidade de impulsionar o assunto adequadamente. De acordo com Câmara (2013), a necessidade de um arcabouço legal e institucional para fazer frente aos desafios dos problemas ambientais contribuiu para o estabelecimento da Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei nº 6.938 de 1981, que estabeleceram diretrizes e instrumentos de implantação, destacando o processo de licenciamento ambiental para as atividades que utilizam os recursos naturais e questões consideradas poluidoras. Ela é considerada, de fato, a primeira norma ambiental elaborada e aprovada pelo Poder Legislativo. O objetivo da lei nº 6.938/81 é: A preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Uma dos benefícios trazidos pela PNMA foram os mecanismos considerados decisivos para as questões ambientais em nosso país e que ainda vigoram na atual conjuntura política de acordo com Magrini (2001): Os principais instrumentos que constam desta lei são até hoje aplicados no Brasil e são: Padrões de Qualidade Ambiental, Zoneamento Ambiental (posteriormente denominado Zoneamento Ecológico econômico), Avaliação de Impactos Ambientais, Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, Sistema Nacional de Informações Ambientais, Sistema de Unidades de Conservação[...] Outro benefício que a PNMA pode proporcionar ao país, foi a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) de acordo com o artigo 6º da Lei 6.938/81: Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: I - órgão superior; II - órgão consultivo e deliberativo; III - órgão central; IV - órgãos executores; V - Órgãos Seccionais; VI - Órgãos Locais.
A criação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), regulamentado pelo decreto 99.274/90, também só foi possível por meio da PNMA. Tanto se fala em meio ambiente, no entanto é necessária a compreensão de seu conceito. Pela PNMA de acordo com o artigo 3 entende-se por "meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". No entanto, também existem alguns autores que possuem um conceito mais abrangente sobre o termo. Segundo Silva (2007), existem três aspectos relacionados o meio ambiente, entre eles são o meio ambiente natural, o meio ambiente cultural e o meio ambiente artificial. Para Perazza et al (1985) apud Diodato (2004), o meio ambiente pode ser considerado como um espaço onde acontecem as atividades urbanas e rurais. É constituído por um ambiente biogeofísico e por um ambiente socioeconômico, como ilustrado na figura 1 abaixo: Figura 1: Fluxograma sobre o conceito de meio ambiente. Fonte: Perazza et al (1985) apud Diodato (2004).
É clara a importância do meio ambiente para a sociedade, pois necessitamos de seus recursos para sobreviver, contudo muitas vezes o desenvolvimento exagerado e veloz, traz consequências severas. A intensificação do processo de industrialização e o aumento populacional gera a necessidade de se aumentar a produção de bens e serviços importantes para o consumo da população, desse modo implicando em uma maior demanda de energia e matérias-primas para suprir as necessidades identificadas. Por isso, no Brasil e em outros países, vem-se aumentando a quantidade de obras de grande porte em virtude desse crescimento, acarretando assim o surgimento dos impactos diretos e indiretos no âmbito ambiental e também social. A Resolução N 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em seu artigo 1º, assim define o impacto ambiental: Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. Porém nessa resolução não se considera os desastres ambientais como, tempestades, deslizamentos de terras e outras catástrofes provocadas pela própria natureza como impacto ambiental. De acordo com Diodato (2004) os impactos ambientais possuem dois aspectos importantes: a magnitude, ou seja, está ligada a grandeza do impacto e para o cálculo são levadas em consideração o grau de intensidade, a periodicidade e amplitude do impacto. É a importância, está relacionado à significação do fator ambiental envolvido em relação com outros impactados. A resolução N 001 do CONAMA no artigo 6 determina que seja necessário um diagnóstico ambiental com a finalidade de caracterizar a problemática ambiental, levando em consideração três aspectos: o meio físico, meio biológico e os ecossistemas naturais e o meio socioeconômico. Já em relação ao relatório de impacto ambiental no artigo 9º diz que ele refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental.
No entanto, muitos dos estudos e relatórios de impactos ambientais de grandes empreendimentos, não caracterizam bem as questões relacionadas ao meio físico e ao meio biológico, e as questões sociais são pouco debatidas. Podemos perceber isso, quando no projeto de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, situada no estado do Pará, houve muitas discussões em relação a fatores sociais que não foram devidamente explicados nos estudos realizados, gerando muitos embates dos grupos envolvidos e também de pessoas que apoiaram a causa. Pode-se se explicar este fato por questão puramente política, porque a maioria dos empreendimentos gera desenvolvimento para o local onde serão construídos e consequentemente movimentam a economia da região. No geral, grandes obras estão relacionadas a impactos ambientais, sociais e à saúde e têm sua viabilidade atrelada à obtenção das respectivas licenças ambientais. De acordo com Oliveira & Bursztyn (2001), o processo de Avaliação de Impacto Ambiental deve incluir também (além dos impactos sobre os componentes ambientais), os impactos sociais e econômicos. Esse método permite que projetos sejam planejados não somente com base em critérios técnicos e econômicos, mas também em critérios de sustentabilidade, contrariando as décadas anteriores, quando as considerações técnicas e financeiras eram pontos essenciais do planejamento de um projeto. Ainda segundo Oliveira & Bursztyn (2001), os estudos de avaliação de impacto ambiental são realizados por meio de vários métodos que incluem vários grupos de interesse como promotores dos empreendimentos, autoridades governamentais especialistas e setores atingidos pela intervenção de proposta onde existe a participação de todos, emitindo seus julgamentos a respeito do assunto envolvido e influenciando na tomada de decisão. De acordo com Diodato (2004), existem seis métodos de estudo de impactos ambientais que são mais utilizados e estão descritos na figura 2 abaixo: Figura 2: Os métodos de Estudos de Impactos Ambientais. Fonte: Diodato, 2004.
Como esses modelos de estudos em geral são específicos às questões ambientais e apenas tangenciam a questão social, que é uma problemática de grande significado. Como aponta Queiroz & Motta-Veiga (2012), os impactos sociais e seus efeitos não são considerados na fase de planejamento dos empreendimentos e os estudos de impactos ambientais não incluem os impactos socioambientais, ocasionando assim ações mitigadoras e compensatórias tardias e muitas das vezes insatisfatórias. Há estudos que apontam que deveria existir em separado um relatório que quantifique, detalhadamente, quais são os reais problemas enfrentados e suas possíveis soluções, pois os EIA's e RIMA's, que ao longo dos anos veio ganhando mais notoriedade devido aos movimentos ambientalistas, são documentos específicos para avaliar e quantificar as questões ambientais, no entanto eles deveriam abordar este assunto também, pois ele está ligadoc aos impactos pertinentes aos projetos, apontando então uma falha na legislação. Considera que todas as questões que afetam as pessoas, direta ou indiretamente (VANCLAY, 2003). Os impactos sociais, contudo é um assunto muito mais amplo do que se imagina embora o pensamento restrito em relação a esta problemática se faça presente, isso ocorre, pois na maioria dos casos, os envolvidos nessa questão são grupos sociais vulneráveis da sociedade. Com relação ao processo de licenciamento ambiental onde suas principais diretrizes para a execução estão determinadas na Lei 6.938 de 1981 e nas Resoluções do CONAMA nº 001/86 e nº 237/97, e, portanto sendo uma obrigação legal para a instalação de qualquer empreendimento ou atividade poluidora e/ou degradadora em potencial. Sendo o processo de audiências públicas com a participação social parte integrante da tomada de decisão dos processos envolvidos. Por meio dos órgãos estaduais ligados ao meio ambiente e do Instituto de Meio Ambiente e Energias Renováveis (IBAMA) pode-se obter a licença para a execução do projeto. Em 8 de Dezembro de 2011 foi publicado a Lei Complementar nº 140, que em seu artigo 2º considera como licenciamento ambiental o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, Esta lei trata das competências nas esferas estadual e federal o processo de licenciamento ambiental.
CONCLUSÕES Apesar da Lei nº 6.938/81 ter como principal objetivo a preservação e conservação do meio ambiente, a fim de tentar diminuir a degradação e garantir o acesso dos recursos naturais para as futuras gerações, seus esforços, no entanto, batem de frente com o crescimento econômico, uma vez que ações realizadas pelo Governo Federal, com a participação de empresas privadas, vêm causando impactos ambientais de grandes proporções. Portanto, a criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi importante, em decorrência da maior atenção que passou a ser dada às questões ambientais, notadamente ao levar ao desenvolvimento sustentável, para os quais são indispensáveis os estudos e relatórios de impactos ambientais, ao serem instituídos parâmetros técnicos, a fim de regular e possibilitar a fiscalização de grandes empreendimentos. Entretanto, essa lei não deixa claro o posicionamento em relação à questão dos impactos sociais que direta ou indiretamente estão envolvidos com grandes obras tanto no meio rural quanto no urbano, este fato gera muitas discussões, em especial a construção de hidrelétricas e outros empreendimentos. A lei também proporcionou maior participação nas esferas da federação brasileira, tanto no nível federal, como no estadual e mesmo no municipal, haja vista sua importância na atuação para elaboração de leis com o propósito de minimizar os problemas enfrentados pela natureza em função da interferência humana. No entanto também foi possível perceber que a Política Nacional do Meio Ambiente possui lacunas que precisam ser melhoradas com o intuito de melhor atender os seus objetivos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tudo o que hoje abrange a legislação ambiental brasileira determina, só foi possível em virtude da Politica Nacional do Meio Ambiente. Sendo assim o Brasil em 1981, deu um grande passo para o avanço nessa esfera, no entanto muito se tem ainda a evoluir, mas isso só será possível por meio da conscientização da população e atitudes mais eficazes do poder público para esta causa. A Politica Nacional do Meio Ambiente ainda é um tema pouco debatido nas pesquisas cientifica no Brasil. No entanto, devido a sua significativa importância ele deve ser mais discutido não somente no meio acadêmico, mas também em toda a sociedade brasileira.
O objetivo, tanto geral como o específico proposto na pesquisa foram alcançados, mesmo assim, entende-se como necessário e de fundamental importância à realização de estudos mais minuciosos e detalhados visando corrigir algumas distorções verificadas na lei que criou a Política Nacional do Meio Ambiente, proporcionando assim ter melhores resultados não somente para o meio ambiente, mas também para os todos os cidadãos brasileiros. REFERENCIAS BRASIL, Lei Complementar nº 140, de 8 de Dezembro de 2011.. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 8 dez. 2011. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm>. Acesso em: 28 Abr. 2016. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 31 ago. 1981. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 29 Jan. 2015. CÂMARA, João Batista Drummond. Governança Ambiental no Brasil: Ecos do Passado. Revista De Sociologia e Política, v. 21, n. 46, p. 125-146. Jun. 2013. CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res 86/res0186.html>. Acesso em: 29 Jan. 2015. DIODATO, Marco Antonio. Estudo dos Impactos Ambientais. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2004. 53 f. Disponível em: <http://danielbertoli.synthasite.com/ resources/apostila% 20EIA.pdf >. Acesso em: 01 Fev. 2015. MAGRINI, Alessandra. Política e gestão ambiental: conceitos e instrumentos. Revista Brasileira de Energia, v.8, n. 2, 2001. OLIVEIRA, Aparecida Antônia de; BURSZTYN, Marcel. Avaliação de impacto ambiental de políticas públicas. Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Campo Grande, v. 2, n. 3, p. 45-56. 2001.
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