Percepção dos discentes acerca das teorias de enfermagem em um curso de graduação

Documentos relacionados
PROCESSO DE ENFERMAGEM

Enfermagem. 210 vagas

ANHANGUERA EDUCACIONAL CURSO DE ENFERMAGEM 4ª SÉRIE A - NOTURNO DISCIPLINA: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E A PREPARAÇÃO PARA

Sistematização da Assistência de Enfermagem

Teorias de Enfermagem

Teorias de Enfermagem

Teorias de Enfermagem

UFPB PRG X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

RESPONDER AS QUESTÕES A SEGUIR (DENTRE ELAS 5 ESTARAM PRESENTES NA PROVA DO G2)

Facilidades e dificuldades no desenvolvimento da educação em saúde na Estratégia de Saúde da Família.

CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO A SAÚDE DO HOMEM

A importância da anamnese e do exame físico para a prática de enfermagem: relato sobre a experiência acadêmica

Ela foi considerada a primeira teórica de enfermagem ao delinear o que considerava a meta de enfermagem e o domínio da prática( McEWEN, 2009 )

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

RESUMO DOS 120 ANOS DA EEAP A INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO: A IMPORTANCIA DO CONHECIMENTO ACADÊMICO SOBRE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA AVALIAÇÃO ONLINE DO CURSO DE MATEMÁTICA

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA AVALIAÇÃO ONLINE DO CURSO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

FATORES FACILITADORES E DIFICULTADORES À IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

O PAPEL DAS CRENÇAS NA ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO

O PROFISSIONAL DE SAÚDE E SUA RELAÇÃO COM AS PRÁTICAS EDUCATIVAS

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA GESTÃO DE PROGRAMAS DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA NA CIDADE DE CRISÓPOLIS BA RESUMO

A partir da década de 50 surgiram as primeiras teorias, procurando articular os fenômenos entre si, explicar a realidade em seu conjunto, de modo

RELAÇÕES DE TRABALHO E SUBJETIVIDADE EM EQUIPES INTERDISCIPLINARES DE ATENÇÃO À SAÚDE 1 ELIANE MATOS 2 DENISE PIRES 3

HABILITAÇÃO ACADÊMICA DO ENFERMEIRO ASSOCIADA À AUTONOMIA PROFISSIONAL

Ingrid Mikaela Moreira de Oliveira¹ Samyra Paula Lustoza Xavier 2

Discussão teórica acerca do significado da administração dada à enfermagem segundo a opinião de graduandos em período de estágio curricular

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA AVALIAÇÃO ONLINE DO CURSO DE MÚSICA/DART/FALA

DIAGNÓSTICOS DA NANDA CONFORME AS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE WANDA HORTA NAS PRÁTICAS DE CAMPO DOS GRADUANDOS EM ENFERMAGEM

EXPERIMENTOTECA: UM RECURSO DIDÁTICO PARA AUXILIAR A APRENDIZAGEM NO ENSINO DE QUÍMICA

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA AVALIAÇÃO ONLINE DO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

PERCEPÇÃO DOS DOCENTES ACERCA DO SISTEMA DE TRIAGEM ODONTOLÓGICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE DISCIPLINA CARGA HORÁRIA TEÓRICA:

ENSINO DE QUÍMICA: UMA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS DISCENTES INGRESSANTES NOS CURSOS DE QUÍMICA DA UEPB

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR COM DISCENTES DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: relato de experiência RESUMO

Capacitação em Epidemiologia na Perspectiva de Implantação do SUS: Integração Universidade e Serviços de Saúde - Campinas * Apresentação

DAS PRÁTICAS DE ENSINO NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE LICENCIATURAS DA UFSJ

CULTURA DE SEGURANÇA: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DE ENSINO

Processo de Enfermagem

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA AVALIAÇÃO ONLINE DO CURSO DE FILOSOFIA

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A PRESENÇA DA QUÍMICA EM SEUS COTIDIANOS

Sinaes Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Relatório da IES

Desde o início da construção do Sistema Único de Saúde (SUS) percebe-se a necessidade de

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: REFLETIR É PRECISO

ATIVIDADES DE ASSISTÊNCIA DIRETA DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM E ANOTAÇÃO IMEDIATA OU TARDIA

TEORIAS ASSISTENCIAIS. Karina Gomes Lourenço

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS

SERVIÇO DE RADIOLOGIA A PERCEPÇÃO DA ENFERMEIRA DE DENTRO E DE FORA DO CDI

A enfermagem deve privilegiar suas ações específicas/próprias junto ao cliente e atuar como parceira dos demais profissionais, NÃO APENAS como

PROJETO DE FERIDAS NA FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM E MEDICINA

POLÍTICA DE GESTÃO AMBIENTAL - VISÃO DOS DISCENTES DO CEFET UBERABA

CHAVES (2009) descreve a CIPE como sendo um produto e um programa do Conselho Internacional de Enfermagem (CIE). A CIE é formada por uma federação de

MONITORIA DA DISCIPLINA SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA:

PERCEPÇÃO DOS IDOSOS A CERCA DO ACOLHIMENTO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Thainar Machado de Araújo Nóbrega/Faculdades Integradas de Patos/FIP.

CUIDADOS NO DOMICÍLIO: RELATOS DE CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS Daniella Félix Rolim. Faculdade Santa Eliane de

INTERPRETAÇÃO QUALITATIVA DOS DISCENTES DO CURSO DE TECNOLOGIA EM AGRONEGÓCIO DA UEMA/CESITA: UM ESTUDO DE CASO

INSTITUTO FLORENCE DE ENSINO DIRETORIA ACADÊMICA COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO - CPA

PROGRAMA DE DISCIPLINA. VERSÃO CURRICULAR: 2014/2 PERÍODO: a partir do 6º DEPARTAMENTO: ENA

Relatório da IES ENADE 2012 EXAME NACIONAL DE DESEMEPNHO DOS ESTUDANTES FLORIANÓPOLIS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CAMPUS URUGUAIANA CURSO DE ENFERMAGEM PLANO DE ENSINO

SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DAS EQUIPES MÉDICA E ENFERMAGEM DE UM PRONTO ATENDIMENTO MUNICIPAL

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CATALÃO

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS UTENTES INTERNADOS CENTRO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICO DE LISBOA

Faculdades Integradas Teresa D Ávila. Justificativa da Inclusão da Disciplina na Constituição do Currículo:

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE PETROLINA - PETROLINA

APLICABILIDADE DA TEORIA DA ADAPTAÇÃO DE SISTER CALISTA ROY NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PELOTAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - CHOPINZINHO

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES FACULDADE MARIA MILZA CRUZ DAS ALMAS

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ACERCA DA PROFISSÃO E DO CURSO: EVIDÊNCIAS A PARTIR DO CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CARACTERIZAÇÃO DOS COLABORADORES DE ENFERMAGEM E LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES PARA EDUCAÇÃO PERMANENTE

PROCESSO DE AUDITORIA DE SISTEMAS INTERNOS DE GARANTIA DA QUALIDADE

SEGURANÇA DO PACIENTE A NÍVEL HOSPITALAR: IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DOS REGISTROS EM PRONTUÁRIOS

X Encontro de Extensão

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - RIO DE JANEIRO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE GILVAN BROLINI

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS

I Workshop dos Programas de Pós-graduação em Enfermagem HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NA INTERFACE DA SEGURANÇA DO PACIENTE NO AMBIENTE HOSPITALAR

PERCEPÇÃO DAS VIVÊNCIAS INTERDISCIPLINARES DOS VOLUNTÁRIOS DO PROJETO DE EXTENSÃO PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA 1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - IRATI

Centro de Educação Especial de Rio Maior O Ninho

UTILIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA

DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ALUNOS EM RESOLVER QUESTÕES DE PROBABILIDADE

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE GUARAPUAVA

AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL RELATÓRIO PARCIAL ANO DE REFERÊNCIA: 2018

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS - DOURADOS

O ENSINO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA: PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA ATENDIDA PELO PIBID BIOLOGIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - CASCAVEL

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - BRASÍLIA

A GESTÃO COMO SUJEITO INSTITUCIONAL ATIVO NAS PRÁTICAS DE ENSINO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Palavras-chave: Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Alimentos, Processo ensino-aprendizagem, investigação, avaliação.

ANAIS DA 4ª MOSTRA DE TRABALHOS EM SAÚDE PÚBLICA 29 e 30 de novembro de 2010 Unioeste Campus de Cascavel ISSN

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS JATAÍ

A METODOLOGIA ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM NA PRÁTICA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - OURO PRETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - CATALÃO

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PORTO ALEGRE

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

ENADE 2010 ENADE. Relatório da IES EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA SALVADOR

Transcrição:

Percepção dos discentes acerca das teorias de enfermagem em um curso de graduação MARIA DO ROSARIO MARTINS(UNINGÁ)¹ RESUMO O presente trabalho é um estudo descritivo sobre o ensino das teorias de enfermagem no 1º ano de um curso de graduação, tendo como objetivo identificar a percepção dos discentes acerca das teorias de enfermagem, verificar as dificuldades encontradas pelos discentes no estudo das teorias e identificar a importância atribuída pelos mesmos às teorias de enfermagem. Os dados coletados mostraram que 56,37% dos alunos entendem que a teoria de enfermagem está relacionada à ajuda na prática, 48% consideram a teoria importante para orientar os profissionais a colocarem em prática os conhecimentos teórico-científicos, 51,44% consideram as teorias muito complexas, 33,75% referem que as teorias de enfermagem servem de base para pesquisas e 33,33% citam a teoria de Wanda A. Horta como a mais fácil para ser utilizada na prática. Esses dados demonstraram a necessidade de se implementar a teoria na prática, para que o aluno possa estabelecer a ligação da teoria com a prática. Palavras-chave: Teorias de enfermagem. Percepção. Estudantes de Enfermagem. INTRODUÇÃO A enfermagem, como qualquer atividade humana, possui um conjunto de idéias e modos de atuar que constitui o conhecimento, o saber em que se baseia sua prestação de serviços a sociedade (SOUZA, 1988). 1 Professora Mestre Faculdade Ingá UNINGÁ 33

Durante muitos anos, a enfermagem teve uma orientação dirigida para enfrentar circunstâncias imediatas, de modo espontâneo, intuitivo e tradicional. O tipo de conhecimento adquirido tem sofrido mudanças ao longo dos anos devido à influência de diversos fatores como o desenvolvimento das ciências, guerras mundiais, reivindicação dos direitos femininos, entre outros, as enfermeiras começam a refletir e agir sobre sua situação profissional, iniciando-se sua escalada evolutiva. O interesse se dirigiu aos poucos para como melhor os profissionais desempenhariam melhor a profissão. Na década de 50, surgiram muitos questionamentos em torno do agir tecnicamente orientado, quando então as enfermeiras passaram a enfatizar a aplicação de princípios científicos nos seus procedimentos. Nessa mesma época surge a necessidade de desenvolver um corpo de conhecimento específico que pudesse conferir identidade e autonomia à profissão. Assim na década de 60 nos Estados Unidos, começa a se desenvolver modelos conceituais e teorias de enfermagem e sua divulgação no Brasil ocorre a partir de 1970, quando a enfermeira Wanda de Aguiar Horta apresenta sua teoria de enfermagem, embasada nas Necessidades Humanas de Maslow. A partir daí a enfermagem passa a investir tempo e esforços consideráveis no desenvolvimento de teorias, modelos e marcos conceituais visando direcionar a prática profissional e estabelecer as bases de seu conhecimento. As teorias servem de referencial para a análise da prática de enfermagem. As teóricas explicam cada uma o seu modo, a prática de enfermagem, por meio de conceitos que expressam o desenvolvimento de ações por meio das quais ficam explicitadas suas visões do mundo profissional. Em vista da importância das teorias de enfermagem para a prática profissional, assim como o tipo de formação profissional adotada por escolas de enfermagem que vai influenciar na determinação do tipo de assistência a ser prestada, que surgiu o interesse em desenvolver este trabalho, com a finalidade de verificar como o aluno está vendo e entendendo a teoria de enfermagem, que é apresentada ainda no 1º ano do curso, dentro da disciplina de Introdução à Enfermagem. Esta preocupação vem de encontro ao trabalho realizado por Angerami; Boemer (1984), onde verificaram que as escolas mesmo referindo dificuldades de várias ordens para sua aplicação, têm ministrado o tema em questão, identificando a necessidade de um maior investimento em 34

estudos que relatem experiências nas quais as teorias de enfermagem são exploradas. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi identificar a percepção dos discentes da Faculdade Ingá-UNINGÁ sobre as teorias de enfermagem, verificando as dificuldades encontradas pelos discentes no estudo das teorias e identificar a importância atribuída pelos mesmos às teorias de enfermagem. PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS Trata-se de um estudo descritivo que entre outros propósitos, descreve a importância e as dificuldades relacionadas ao ensino das teorias de enfermagem, relatado pelos alunos matriculados no curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Ingá - UNINGÁ, em Maringá, Paraná. A população deste estudo foi composta de alunos matriculados no 1º ano do Curso de Graduação em Enfermagem, que estavam cursando a disciplina de Introdução à Enfermagem, que já tiveram aula sobre teorias de enfermagem e que manifestaram interesse em participar do estudo, perfazendo um total de 66 indivíduos. O instrumento utilizado para a coleta de dados, constituiu-se de um questionário com perguntas abertas e fechadas sobre o assunto. As entrevistas foram efetuadas pela autora do trabalho. A análise dos dados se procedeu após a compilação dos mesmos, utilizando-se de tabelas e gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário foi respondido por discentes que estavam cursando o 1º ano do Curso de Enfermagem, com idades que variaram entre os 18 e 59 anos, sendo que a faixa etária predominante variou entre 20-25 anos (33,33%), 15-20 e 30-35 (13,63%), conforme tabela abaixo: Tabela 1. Distribuição dos alunos do 1º ano do curso de enfermagem, de acordo com a faixa etária, UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. IDADE NÚMERO % 15 20 09 13,63 20 25 22 33,33 25 30 15 22,72 35

30 35 09 13,63 35 40 07 10,60 40 45 01 1,51 Acima de 50 03 4,54 TOTAL 66 100 Fonte: Discentes do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Ingá UNINGÀ Para identificarmos a opinião dos discentes que já possuíam experiência na área de enfermagem anterior ao ingresso na graduação, questionamo-los, considerando ser esta informação de grande importância, pela questão da nossa visão de que deve haver certa homogeneidade entre os membros da equipe quanto às formas de se conduzir à assistência. Porém, constatou-se uma igualdade no número de discente com formação e sem formação (50%), conforme tabela abaixo: Tabela 2. Distribuição dos alunos do 1º ano do curso de enfermagem, de acordo com a sua experiência na enfermagem, UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. FORMAÇÃO NÚMERO % Com experiência 33 50 Sem experiência 33 50 TOTAL 66 100 Com relação à questão número 1, quando se questiona o que se entende por teoria de enfermagem, obteve-se o seguinte resultado, conforme tabela abaixo: Tabela 3: Distribuição do número e percentual das respostas do que se entende por teoria de enfermagem pelos alunos do 1º ano do curso de enfermagem da UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. Conjunto de conceitos que nos ajuda na 43 56,57 prática para cuidarmos do paciente Estabelece a prática da enfermagem 10 13,15 Base para a pesquisa 05 6,57 Controlar a prática 02 2,63 Possibilita uma melhoria na qualidade do 02 2,63 trabalho Importante para a profissão 03 3,94 Não soube responder 06 7,89 Não respondeu 05 6,57 36

TOTAL 76 99,95 A resposta que apareceu com maior freqüência (56,37%), está relacionada à ajuda na prática para que se possa cuidar do paciente, isso vem de encontro com Moreira et al. (2002), que coloca ser as teorias uma construção, a partir de uma prática idealizada que visa aperfeiçoar a assistência. Na segunda questão, em que se questiona a importância da teoria de enfermagem, 100% dos relatos consideram a teoria importante. As justificativas dessa importância podem ser visualizadas no quadro abaixo: Tabela 4: Distribuição do número e percentual das respostas dos alunos, segundo a importância da teoria de enfermagem UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. Orienta os profissionais para desempenhar e 47 48 colocar em prática os conhecimentos teóricocientíficos Direciona a prática da enfermagem 32 33 Base para pesquisas 02 2 Trabalhar de forma mais organizada 07 7 Ajuda no relacionamento enfermeiro / paciente 02 2 Dizer se os resultados do trabalho são 01 1 satisfatórios ou não Melhor visão em relação à enfermagem 01 1 Não soube responder 06 6 TOTAL 98 100 A resposta que surgiu com maior freqüência (48%), foi a de orientar os profissionais para desempenhar e colocar em prática os conhecimentos teórico-científicos, seguido de outra importante justificativa, que é de direcionar a prática de enfermagem com 33%. Estes resultados corroboram o colocado por Angerami; Boemer (1984), quando colocam que as teorias também contribuem para as bases científicas da profissão e, numa disciplina prática como é o caso da enfermagem, é a teoria que influirá na prática profissional. A terceira questão aborda as dificuldades que os alunos encontraram para entender as teorias de enfermagem, que são mostradas na tabela abaixo: 37

Tabela 5: Distribuição do número e percentual das respostas dos alunos, segundo a dificuldade para entender as teorias de enfermagem UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. Teorias complexas 18 51,44 Teorias complicadas 05 14,30 Teorias abstratas 02 5,71 Teorias confusas 06 17,15 Não consegue fazer relação com a prática 02 5,70 Difícil de entender 02 5,70 TOTAL 35 100 Os relatos que apareceram com maior freqüência, referem que as teorias são muito complexas (51,44%), confusas (17,15%) e complicadas (14,30%), o que dificultam o entendimento do aluno a respeito da teoria, além do fato de não conseguirem relaciona-la com a prática. A quarta questão tenta obter dos alunos a sua opinião sobre as teorias de enfermagem, que podem ser visualizadas no quadro abaixo: Tabela 6: Distribuição do número e percentual das respostas dos alunos, segundo a sua opinião sobre as teorias de enfermagem UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. Serve de base para pesquisas 27 33,75 Auxilia na prática 16 20 Essencial para o exercício da enfermagem 16 20 Oferece maior identificação com a profissão 04 5 Algumas não dão para serem utilizadas 01 1,25 As teorias são um complemento umas das outras 03 3,75 As teorias são repetitivas 02 2,5 Devem ser mais claras e objetivas 01 1,25 Não soube responder 10 12,5 TOTAL 80 100 A resposta mais apontada pelos alunos (33,75%) refere que as teorias de enfermagem servem de base para pesquisas, seguidas com 20% 38

das respostas de auxílio na prática de enfermagem e serem essenciais para o exercício da enfermagem, demonstrando que apesar dos alunos considerarem as teorias difíceis, eles conseguiram ao mesmo tempo entender a importância das teorias para o desenvolvimento da enfermagem enquanto profissão. A quinta questão procurou investigar com os alunos qual a teoria que eles consideram mais aplicável na prática, que podem ser verificadas na tabela conforme segue: Tabela 7: Distribuição do número e percentual das respostas dos alunos, segundo opinião sobre a teoria mais aplicável na prática, UNINGÁ, Maringá-PR, 2004. Wanda de Aguiar Horta 22 33,33 Florence Nightingale 15 22,72 Imogenes King 01 1,51 Hildegard Peplau 01 1,51 Dorothea Orem 06 9,10 Virginia Henderson 01 1,51 Martha Rogers 01 1,51 Associação de duas teorias 18 27,30 ou mais Não respondeu 01 1,51 TOTAL 66 100 Dentre as respostas citadas acima, a teoria de Wanda A. Horta foi a mais citada com 33,33%, seguida da sugestão de se associar duas teorias ou mais (27,30%) para serem aplicadas na prática como os ilustrados nos relatos a seguir: A teoria de Wanda Horta é de fácil entendimento e bastante utilizada na prática. (M.O.F.). A teoria de Wanda Horta que vê o ser humano como um todo, onde são observadas todas as suas necessidades humanas básicas. (G. E. C.). A melhor teoria seria juntar o que cada uma tem de melhor naquela condição, fazer uma associação e utilizar. (A.P.) Um pouco de cada, conforme a situação, o paciente. (J.J.V.). Em terceiro lugar vem à teoria de Florence Nightingale com 22,72%, demonstrando que os alunos consideram importante à higiene do ambiente para a implementação dos cuidados, conforme observados no relato a seguir: 39

A teoria de Florence, que vê o paciente como um todo, juntamente com o ambiente e a maneira como o paciente deve ser tratado. (M.M.M.). A teoria de Florence, pois ela não se preocupa somente com o paciente em si, mas com tudo o que estava ao seu redor que influenciava de alguma forma como ambiente e higiene. (E.D.). CONSIDERAÇÕES FINAIS De um modo geral os alunos envolvidos no estudo, compreendem as teorias de enfermagem como importantes para o exercício da profissão. Entretanto, também ficou claro que eles sentem dificuldade para o entendimento da teoria, assim como associá-la à prática profissional. Tais dificuldades, mostram a necessidade de implementar na prática as teorias de enfermagem, de uma forma que demonstre aos alunos, como são utilizadas essas teorias, para que eles possam estabelecer uma ligação entre a teoria e a prática. REFERÊNCIAS ANGERAMI, E. L. S.; BOEMER, M. R. Avaliação do estado das teorias de enfermagem. In: 3º Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem.. Florianópolis: UFSC, 1984.. DONOSO, M. T. V.; MACIEL, A. M.; CHIANCA, T. C. M. Percepção de discentes acerca do ensino de teorias de enfermagem num curso de graduação. Rev. Min. Enf. jul./dez. 1998; 2(2): 92-97. MOREIRA, T. M. M.; ARAÚJO, T. L. O modelo conceitual de sistemas abertos interatuantes e a teoria de alcance de metas de Imogene King. Rev. Latino-am Enfermagem. 2002; jan./fev.; 10(1): 97-103. NOBREGA, M. M. L.; BARROS, A. L. B. L. Modelos assistenciais para a prática de enfermagem. Rev. Bras. Enf. Brasilia. v. 54, n.1, jan./mar. 2001. p. 74-80. SOUZA, M. F. Teorias de enfermagem: importância para a profissão. Acta Paul. Enf. 1(3): 63-65, set. de 1988. 40