Direito Civil Posse e sua Classificação Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Civil LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Institui o Código Civil. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: PARTE ESPECIAL LIVRO III Do Direito das Coisas TÍTULO I Da posse CAPÍTULO I DA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entendese manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. www.acasadoconcurseiro.com.br 3
Slides Posse e sua Classificação POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Possuidor é aquele que tem alguns dos poderes inerentes à propriedade (usar, gozar, dispor e reivindicar). A posse é a exteriorização da propriedade; é a aparência de propriedade; aquele que usa aparenta ser proprietário. Em geral, o proprietário também é o possuidor da coisa. Mas, são direitos distintos e que podem estar dissociados, tanto que o próprio Código Civil disciplina ambos institutos separadamente. (Ex.: um imóvel locado o locador possui a propriedade e o locatário possui a posse direta). Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Posse Direta e Posse Indireta - A posse pode ser transferida, através de um direito pessoal ou real (ex.: contrato de locação, contrato de comodato, penhor). Assim, teremos o possuidor direto (para quem a posse foi transferida) e o possuidor indireto (aquele que transferiu a posse temporariamente). O possuidor direto pode defender sua posse através das ações possessórias ou da auto tutela da posse, seja contra terceiros ou até mesmo em face do possuidor indireto. 4 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Civil Posse e sua Classificação Profª Tatiana Marcello Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Detentor detentor não pode ser confundido com possuidor, pois a detenção surge da mera relação de dependência para com o outro (ex.: empregados em geral, motorista, faxineira, caseiro, administradores de empresa, amigo hospedado em uma casa). O detentor conserva a posse, mas em nome do possuidor e não em nome próprio. Presume-se que aquele que cumpre ordens ou instruções é o detentor da coisa, mas pode-se provar o contrário (ex.: o empregado comprova que adquiriu a coisa do seu empregador, tornando-se possuidor) Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Em regra, assim como a propriedade, a posse é exclusiva. Mas, há exceções, em que mais de uma pessoa poderá ter a posse da mesma coisa ao mesmo tempo. Composse quando mais de uma pessoa tem a posse sobre coisa indivisa (ex.: uma herança antes da partilha; quando o compossuidores instituem que a coisa será indivisa; quando a coisa pertença a cônjuges em regime de comunhão total ou parcial de bens). A posse pode ser defendida por qualquer um dos compossuidores, desde que não excluam os direitos dos demais. A composse classifica-se em: Pró diviso: quando de forma fática cada possuidor tem uma parte do bem (ex.: terreno em que os compossuidores o dividem pela metade); Pró indiviso: há a indivisibilidade fática (ex.: utilizam todo terreno conjuntamente). www.acasadoconcurseiro.com.br 5
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse justa sem violência, clandestinidade ou precariedade. Posse injusta violenta, clandestina ou precária. Clandestina na ausência do antigo possuidor, o bem é ocupado por outrem, sem que aquela saiba. Violenta a coisa é retirada do possuidor pelo uso da força, através de intimidação física ou psicológica. Precária há a obrigação de restituir a coisa (ex.: locação, comodato), mas quem tem esse dever se nega. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Posse de boa-fé - se o possuidor ignora o vício ou obstáculo a respeito da coisa, considera-se que a posse é de boa-fé (ex.: comprou um bem que acreditava ser do verdadeiro dono, mas era de um herdeiro que foi excluído da herança), até o momento em que ficar sabendo, então se tornará de má-fé. Possuindo justo título, mesmo havendo vício, presume-se de boa-fé a posse (ex.: comprou um imóvel de um absolutamente incapaz, sem saber), permitindo-se prova ao contrário. Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. 6 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Civil Posse e sua Classificação Profª Tatiana Marcello Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Se a posse foi adquirida de forma violenta, precária ou clandestina, entende-se que ela mantém esse mesmo caráter da aquisição, salvo prova em contrário, como no exemplo em que o locatário se recusa a devolver o imóvel locado (posse injusta, por precariedade), mas comprova que o adquiriu do locador, revertendo-se a característica inicial da posse (injusta). www.acasadoconcurseiro.com.br 7