TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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Nº /001 <CABBCAADDABACCBACDBABCAADBCABCDDAAAAADDADAAAD>

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Transcrição:

fls. 122 Registro: 2016.0000316394 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000, da Comarca de Campinas, em que é agravante AC- CAMP ASSOCIAÇÃO DOS CARTÓRIOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS, é agravado PREFEITO MUNICIPAL DE CAMPINAS. ACORDAM, em 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CARLOS MALHEIROS (Presidente) e CAMARGO PEREIRA., 10 de maio de 2016. MAURÍCIO FIORITO RELATOR Assinatura Eletrônica

fls. 123 Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 Agravante: AC-CAMP ASSOCIAÇÃO DOS CARTÓRIOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS Agravado: PREFEITO MUNICIPAL DE CAMPINAS Comarca: Campinas Voto nº 9027 AGRAVO DE INSTRUMENTO DIGITAL MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO Município de Campinas Decisão singular que indeferiu a liminar, sob o argumento de que o Município legisla sobre fiscalização tributária e não sobre direito notarial Pedido de antecipação de tutela recursal para inibir a aplicação dos artigos 8º, I, 16, 17 e 17-A da Lei Municipal n. 12.391/05; do Decreto 18.328/14 e da Instrução Normativa/DRI n. 001/14 Pretensão em não cumprir as obrigações legais relacionadas ao preenchimento e entrega da DTIM - Declaração de Transações Imobiliárias do Município Percebe que a legislação aqui discutida NÃO trata de Direito Notarial, mas de Direito Tributário A competência da União para legislar sobre registros públicos (CRFB, art. 22, XXV) alcança apenas as atividades-fim dos notários e registradores Não se vislumbra, ao menos da análise dos documentos que compõem o instrumento, a existência do indispensável requisito do fumus boni iuris Não havendo que se falar em medida teratológica ou em abuso de poder do magistrado Decisão mantida Recurso improvido. Trata-se de agravo de instrumento contra r. decisão de fls. 31, proferida em Mandado de Segurança, que indeferiu o pedido de liminar. A agravante, associação civil sem fins econômicos, impetrou Mandado de Segurança Coletivo contra ato praticado pelo Sr. PREFEITO MUNICIPAL DE CAMPINAS, que impôs, a partir do mês de outubro, aos Notários e Registradores da cidade a obrigação de informar ao Departamento de Receitas Imobiliárias todas operações de transmissão de imóveis situados no município ou de direitos relativos a eles, por meio da Declaração de Transações Imobiliárias do Município, com exigência de inúmeros dados e necessidade de dispêndios com pessoal e materiais, conforme dispõe a Lei n. 12.391/05, alterada pela Lei Complementar n. 43/13; Decreto n. 18.328/14 e Instrução Normativa/DRI n. 001/14, sob as penas da lei. Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 -Voto nº 2

fls. 124 Busca nos autos da ação principal a procedência dos pedidos, com declaração da inconstitucionalidade incidenter tantum, afastando a aplicação dos artigos 8º, I, 16, 17 e 17-A da Lei Municipal n. 12.391/05; do Decreto 18.328/14 e da Instrução Normativa/DRI n. 001/14. Neste momento processual, pleiteia o deferimento da liminar recursal, impedindo a aplicação de sanções, pois presentes seus pressupostos autorizadores, ou seja, a verossimilhança da alegação, decorrente de prova inequívoca dos abusos perpetrados, e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação consistente na aplicação das penalidades previstas, podendo causar a ineficácia da medida, caso seja somente ao final deferida. Negado o efeito pleiteado (fls. 95/97). Contraminuta (fls. 104/113). A douta Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo improvimento do recurso (fls. 115/119). É O RELATÓRIO FUNDAMENTO O recurso não merece provimento. Trata-se de agravo de instrumento manejado contra a r. decisão interlocutória que (fls. 31), nos autos de mandado de segurança coletivo impetrado por AC - CAMP ASSOCIAÇÃO DOS CARTÓRIOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS, indeferiu medida liminar que pretendia o afastamento das imposições da Lei Municipal nº 12.391/2005 e do Decreto Municipal nº 18.328/2014 e da Instrução Normativa DRI nº 01/2014, os quais impõe aos Notários e Registradores da cidade a obrigação de Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 -Voto nº 3

fls. 125 informar ao Departamento de Receitas Imobiliárias todas operações de transmissão de imóveis situados no município ou de direitos relativos a eles, por meio da Declaração de Transações Imobiliárias do Município, com exigência de inúmeros dados e necessidade de dispêndios com pessoal e materiais. Para se conceder liminar em Mandado de Segurança, devem concorrer dois requisitos, a saber: o fumus boni iuris, que se traduz na aparência do bom direito, e é a plausibilidade capaz de convencer o juiz da verossimilhança das alegações formuladas; e o periculum in mora, que significa o risco de dano enquanto demora o resultado do processo principal, sendo certo que, ausente qualquer deles, não há como se deferir liminarmente a segurança pleiteada. HELY LOPES MEIRELLES, in "Mandado de Segurança", ensina que "a liminar não é uma liberalidade da Justiça; é medida acauteladora do direito do impetrante, que não pode ser negada quando ocorrem seus pressupostos como, também, não deve ser concedida quando ausentes os requisitos de sua admissibilidade." (Editora Malheiros, 27ª ed., p. 78). Pois bem. A ora agravante, Impetrante nos autos principais, litiga pelo direito de seus associados de não cumprir as obrigações legais relacionadas ao preenchimento e entrega da DTIM - Declaração de Transações Imobiliárias do Município, criada pela Lei Municipal nº 12.391/2005 e regulamentada pelo Decreto Municipal nº 18.328/2014 e Instrução Normativa DRI nº 01/2014. Argumenta que a criação de tais obrigações invade competência legislativa da União, porque cria obrigações para notários e registradores de forma abusiva, na medida em que os dados requisitados na DTIM não são obtidos hodiernamente pela praxe cartorária. Neste ponto, segue a decisão agravada: Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 -Voto nº 4

fls. 126 Em sede de cognição sumária, o Município não está legislando sobre matéria notarial, mas sobre fiscalização tributária, conforme autoriza o artigo 197, I do Código Tributário Nacional. Isto posto, indefiro a liminar. Tudo se torna bastante claro quando se percebe que a legislação aqui discutida NÃO trata de Direito Notarial, mas de Direito Tributário. Inexiste, assim, qualquer afronta à distribuição de competências constitucionalmente determinada. Com efeito, o questionado art. 17-A da Lei Municipal nº 12.391/2005 prevê o seguinte: Art. 17-A. Fica criada a Declaração de Transações Imobiliárias do Município (DTIM), que deverá ser entregue pelos notários, oficiais de Registro de Imóveis ou seus prepostos, cujo formato, prazos e condições serão estabelecidos em normas regulamentadoras. Ora, nada mais fez a legislação local senão pormenorizar aquilo que há já vem previsto expressamente no Código Tributário Nacional. Deveras, a lei federal, sem delongas, determina que as serventias extrajudiciais estão obrigadas a prestar esclarecimentos à autoridade tributária, estando dentre elas o Município, responsável que é pela apuração e arrecadação do Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI): Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; E é exatamente isso que a norma legal determina: prestar esclarecimentos a autoridade fazendária. Vale o registro da posição firme do Col. STF quando, por sua 1ª Turma, no MS 33046/PR, rel Min. Luiz Fux, j. 10/03/2015, citando vastos precedentes, assentou o entendimento de que: Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 -Voto nº 5

fls. 127 A competência da União para legislar sobre registros públicos (CRFB, art. 22, XXV) alcança apenas as atividades-fim dos notários e registradores, correspondendo ao poder de criar e extinguir requisitos de validade dos atos jurídicos de criação, preservação, modificação, transferência e extinção de direitos e obrigações, Daí extraindo-se, com tranquilidade, que a mera prestação de informações, imposta pela lei local, além de ser compatível com as regras tributárias de âmbito nacional, não se referem aos predicados ínsitos à atividade notarial. Neste juízo de cognição sumária, próprio dos recursos de agravo, não se vislumbra, ao menos da análise dos documentos que compõem o instrumento, a existência do indispensável requisito do fumus boni iuris, porquanto a decisão atacada deve subsistir por seus próprios fundamentos. Ainda, no âmbito do livre convencimento que se confere ao magistrado, sobretudo no tocante à impossibilidade de deferimento da antecipação de tutela, não há que se falar em medida teratológica ou em abuso de poder do magistrado. E assim se tem decidido:...somente se demonstrada a ilegalidade do ato de deferimento ou negatório da liminar ou o abuso de poder do magistrado, e isto de forma irrefutável, seria admissível a substituição de tal ato vinculado ao exercício do livre convencimento do juiz, por outro da instância superior (AI nº 316.545-5/4, Rel. Des. Christiano Kuntz v.u. j. de 10.03.03). A matéria de fundo do Agravo encerra-se nos limites processuais ora apreciados, sendo de rigor negar provimento ao recurso para indeferir a tutela antecipada. DECIDO Ante o exposto, e pelo meu voto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 -Voto nº 6

fls. 128 MAURICIO FIORITO Relator Agravo de Instrumento nº 2260472-27.2015.8.26.0000 -Voto nº 7