EFEITO DO CONCENTRADO PROTÉICO DE SOJA EM RAÇÕES, COM E SEM SUPLEMENTAÇÃO EM AMINOÁCIDOS, PARA PÓS-LARVAS DE JUNDIÁ (Rhamdia quelen) 1

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EFEITO DO CONCENTRADO PROTÉICO DE SOJA EM RAÇÕES, COM E SEM SUPLEMENTAÇÃO EM AMINOÁCIDOS, PARA PÓS-LARVAS DE JUNDIÁ (Rhamdia quelen) 1 EFFECT OF SOYBEAN PROTEIN CONCENTRATE IN DIETS, WITH OR WITHOUT AMINOACID SUPLEMENTATION, FOR JUNDIÁ (Rhamdia quelen) POST-LARVAE Edson Fontinelli 2 ; João Radünz Neto 3 RESUMO Neste trabalho avaliou-se a utilização do concentrado protéico de soja (CPS) em rações granuladas sobre o crescimento e a sobrevivência de pós-larvas de jundiá (Rhamdia quelen). Realizaramse dois experimentos, ambos com delineamento inteiramente casualisado e 21 dias de duração. No primeiro avaliou-se diferentes níveis de inclusão de CPS (0, 6, 12, 18 e 24%) na ração em substituição ao fígado bovino (FB). No segundo verificou-se o efeito da adição de aminoácidos (L-lisina-HCl,78% e DL-metionina 99%) na ração que proporcionou pior desenvolvimento dos peixes no experimento I. Utilizou-se 3000 pós-larvas em cada experimento, que foram criadas em sistema de recirculação de água, com temperatura controlada (24± 1ºC). No experimento I, os tratamentos CPS12 (12%FB e 12%CPS) e CPS18 (6%FB e 18%CPS) apresentaram maior sobrevivência aos 21 dias (92,22 e 92,04%). Para as variáveis peso (mg) e comprimento total (mm) observou-se efeito linear decrescente (P<0,0001) da inclusão de CPS nas dietas. No segundo experimento utilizou-se a dieta CPS24 (24%CPS) como base, onde se testou 5 tratamentos:ss:sem suplementação aminoacídica; L05 (0,5% Lis); M05 (0,5% Met); LM05 (0,5% Lis e 0,5% Met) e LM1 (1% Lis e 1% Met). Observou-se menor sobrevivência no tratamento L05 (5,92%), que diferiu estatisticamente do tratamento LM1 (23,70%). Para comprimento total e comprimento padrão não houve diferença significativa entre os tratamentos (P>0,05). O peso das pós-larvas foi superior nos tratamentos LM1 (6,71g) e M05 (6,34g). Conclui-se que o CPS não é uma boa alternativa para substituir o fígado bovino na alimentação de pós-larvas de jundiá. Palavras-chave: Rhamdia quelen, larvicultura, jundiá, póslarvas, aminoácidos. ABSTRACT This study aimed to evaluate the soybean protein concentrate (SPC) effect in granulated rations on the growth and survival of jundiá (Rhamdia quelen) post-larvae. Two experiments were accomplished, both with completely randomized design and duration of 21 days. The first evaluated different levels of SPC (0, 6, 12, 18 and 24%) in place of bovine liver. In the second the effect of addition of amino acids was verified (L-lisina-HCl,78% and DL-metionina 99%) in the ration that scored poorer in fish development in the experiment I. A total of 3,000 post-larvae were used in each experiment, that were reared in a water closed system, with controlled temperature (24± 1ºC). For the variables weight (mg) and total length (mm), a decreasing linear effect was observed (P<0.0001) of the inclusion of CPS in the diets. In the second experiment, the diet CPS24 was used (24%CPS) as base, where 5 treatments were evaluated: SS: without amino acids supplementation; L05 (0.5% Lis); M05 (0.5% Met); LM05 (0.5% Lis and 0.5% Met) and LM1 (1% Lis and 1% Met). Lower survival was observed in the treatment L05 (5.92%), that was significantly different from the treatment LM1 (23.70%). For the variables total length and standard length significant difference was found among the treatments (P>0.05). The post-larvae weight was higher in the treatments LM1 (6.71g) and M05 (6.34g). It was concluded that CPS is not a good alternative for bovine liver replacement in the feeding of jundiá post-larvae. Key words: Rhamdia quelen, larviculture, jundiá, post-larvae, aminoacids. INTRODUÇÃO O jundiá (Rhamdia quelen) é um bagre nativo da Região Sul, possui hábito alimentar onívoro, consumindo grande diversidade de alimentos. Sua utilização em Piscicultura vem sendo bastante estudada, por ser um peixe rústico, que se alimenta bem nos períodos de menor temperatura e por possuir boa qualidade de carne (BARCELLOS et al., 2004). A criação de larvas é uma das etapas de grande importância para os piscicultores que trabalham com reprodução e venda de alevinos. A dependência do alimento natural produzido em viveiros de terra, que necessita de condições ambientais adequadas, associadas ao ataque de diversos predadores ocasiona grande perda de peixes nesta fase. Para reduzir estas perdas, é necessário a utilização de alimentos com composição nutricional conhecida que proporcione bom desenvolvimento aos peixes. A larvicultura do jundiá em condições controladas e com alimentos elaborados já foi realizada com muito sucesso. Trabalho realizado por PIAIA & RADÜNZ NETO (1997) obtiveram bom crescimento e grande sobrevivência alimentando pós-larvas de jundiá com ração a base de levedura de cana (57%) e fígado bovino (30%). Outros trabalhos também demonstraram a boa aceitação de ração pelo jundiá na fase larval, como demonstrado por ULIANA et al. (2001), conseguindo sobrevivência acima de 90% nos primeiros 21 dias de criação. Os ingredientes a serem utilizados em rações para peixes devem apresentar boa composição nutricional, principalmente no que diz respeito à quantidade e qualidade da proteína. Neste aspecto, os ingredientes de origem animal são mais utilizados nas dietas, por possuírem proteína de melhor qualidade (ESCAFFRE & KAUSHIK, 1995). É importante também utilizar fontes que sejam fáceis de armazenar e possuam composição uniforme. Por isso, a utilização de ingredientes de origem vegetal em substituição total ou parcial às fontes de origem animal vem sendo amplamente estudada para diversas espécies (STOREBAKKEN et al., 1998). 1 Parte da dissertação apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia. 2 Zootecnista, Mestre em Zootecnia, VITAGRI Nutrição Animal. 3 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Professor Associado, Departamento de Zootecnia, Centro de Ciências Rurais, UFSM, CEP 97105-900, Santa Maria, RS. e-mail:jradunzneto@smail.ufsm.br (Recebido para Publicação em 04/02/2005, Aprovado em 26/06/2007) R. Bras. Agrociência, Pelotas, v. 13, n. 2, p.225-229, abr-jun, 2007 225

O concentrado protéico de soja (CPS) é uma fonte protéica que contém uma quantidade significante de proteína (72%PB), que já foi testada para algumas espécies. Entretanto, este ingrediente pode possuir deficiência em alguns aminoácidos essenciais, como a lisina e a metionina (KAUSHIK et al., 1995). Trabalhos com truta (Onchorhynchus mykiss) (KAUSHIK et al., 1995) e com bagre norte-americano (Ictalurus punctatus) (CAI & BURTLE, 1996) demonstraram que a suplementação de aminoácidos, quando se utiliza o concentrado proteico de soja em substituição às farinhas animais, possibilita ganho em peso similar. Para pós-larvas de jundiá (Rhamdia quelen) não são encontradas informações a respeito da utilização do concentrado protéico de soja e suplementação de aminoácidos nas rações. Desta forma, realizou-se este estudo com o objetivo de avaliar a substituição do fígado bovino por concentrado protéico de soja e a inclusão de aminoácidos em rações granuladas para pós-larvas de jundiá (Rhamdia quelen). MATERIAL E MÉTODOS Foram realizados dois experimentos, com duração de 21 dias cada, no Setor de Piscicultura da Universidade Federal de Santa Maria. Em cada experimento foram utilizadas 3.000 póslarvas de jundiá, divididas igualmente em 15 unidades experimentais que continham aproximadamente 8 litros d'água. Cada unidade experimental era dotada de 2 bacias plásticas, sendo uma externa para manutenção do nível da água e outra interna, dotada de tela, para contenção das póslarvas. Utilizou-se um sistema de recirculação de água, acoplado a um biofiltro, com temperatura controlada (24±1ºC). Foi utilizado um fotoperíodo de 14 horas (das 07:00 às 21:00) através do uso de lâmpadas fluorescentes. Realizou-se, diariamente, a avaliação dos parâmetros físico-químicos da água: temperatura, oxigênio dissolvido, amônia e nitrito. A ração foi ofertada a vontade para as pós-larvas, em intervalos de 30 minutos através de um alimentador automático descrito por CHARLON & BERGOT (1986). Utilizou-se granulometrias de 100-200, 200-400 e 400-600µm, nas três semanas experimentais, respectivamente. No preparo das rações, antes da mistura, os ingredientes secos foram peneirados, em separador de partículas, sendo selecionada para uso, a fração inferior a 75µm, e o fígado bovino fresco foi previamente moído. Para "peletizar" as rações com menor teor de fígado, antes da passagem no moedor de carne, foi necessário adicionar cerca de 30% de água destilada. Para percentagens de fígado entre 18 e 24%, não houve necessidade de adição de água para formação dos "peletes". Logo a seguir, as rações foram expostas ao sol, por aproximadamente 4 horas. A temperatura sobre a superfície de secagem foi de 46 e 48ºC para o experimento I e II, respectivamente. As unidades experimentais (bacias plásticas) foram sifonadas duas vezes ao dia, com auxílio de uma pequena mangueira plástica, até a retirada total dos excrementos e restos de ração. As pós-larvas mortas foram retiradas e anotadas, prontamente após sua visualização. Quando havia muito excesso de matéria orgânica aderida no fundo da bacia, normalmente a cada 3 dias, foram realizadas as transferências das pós-larvas, sob inclinação lenta da bacia interna, possibilitando desta forma, que o material orgânico ficasse retido às paredes permitindo que as larvas sobrenadantes passassem para uma bacia previamente limpa. A bacia suja foi escovada e lavada com água corrente, sem o uso de qualquer tipo de detergente, e utilizada na transferência da próxima unidade experimental. No primeiro experimento foram testados diferentes níveis de substituição de fígado bovino por concentrado proteico de soja (Tabela 1). Tabela 1 - Composição das dietas experimentais (%) para larvas de jundiá (Rhamdia quelen), utilizadas no experimento I. INGREDIENTES CPS0 CPS6 CPS12 CPS18 CPS24 Conc. proteico ------- 6,00 12,00 18,00 24,00 soja Farinha de 24,00 18,00 12,00 6,00 ------- fígado (1) Levedura de 59,60 59,40 59,40 59,40 59,20 cana Óleo de canola 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 Lecitina de soja 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Calcário 0,40 0,60 0,60 0,60 0,80 calcítico Premix vitamínico (2) 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 Premix mineral 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 (3) TOTAL 100 100 100 100 100 COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL (%) Proteína Bruta 38,14 38,10 38,13 38,16 38,19 Lisina 2,96 2,92 2,89 2,85 2,81 Metionina 0,68 0,65 0,63 0,61 0,58 Metionina- 1,16 1,16 1,17 1,17 1,17 Cistina Treonina 1,73 1,74 1,77 1,79 1,82 Leucina 2,88 2,94 3,01 3,07 3,13 Isoleucina 1,89 1,89 1,90 1,91 1,92 Valina 2,29 2,26 2,23 2,20 2,17 Triptofano 0,42 0,44 0,45 0,48 0,48 Arginina 2,20 2,35 2,51 2,66 2,81 Fenilalanina 1,59 1,68 1,78 1,87 1,97 Histidina 0,96 1,00 1,04 1,09 1,13 Extrato Etéreo 9,39 8,47 7,56 6,65 5,73 Fibra Bruta 1,27 1,30 1,33 1,36 1,39 Matéria mineral 6,55 6,59 6,44 6,29 6,20 Cálcio 0,50 0,55 0,53 0,51 0,56 Fósforo total 0,93 0,90 0,86 0,83 0,79 Fósforo disponível 0,65 0,61 0,56 0,52 0,47 (1) Quantidade referente a matéria parcialmente seca (7% de umidade). Foi usado o fígado bovino "in natura" moído (70% de umidade), portanto, o volume real de inclusão deste ingrediente, foi corrigido proporcionalmente ao teor de umidade da matéria natural. (2) Composição por kg de ração: Vit. A: 75000 UI; vit D3: 15000 UI; vit. E: 300 mg; vit. K3: 25 mg; vit B1: 75 mg; vit. B2: 150 mg; vit. B6: 75 mg; vit. B12: 250 µg; biotina: 12,5 mg; ác. pantotênico: 250 mg; ác. fólico: 25 mg; ác nicotínico: 875 mg; colina: 10 g; vit. C: 250 mg; inositol: 4 g; e quirera de arroz extrusada (veículo) 75,8 g. (3) Composição na ração: Mg: 50 ppm; S: 400 ppm; Mn: 40 ppm; Cu: 0,3 ppm; Fe: 7,5 ppm; Zn: 7 ppm; Co: 0,7 ppm; I: 20 ppm; e calcário calcítico (veículo) 3,625 g bkg. 226

No segundo experimento, foi utilizada a formulação do tratamento CPS24 com suplementação de aminoácidos sintéticos (Tabela 2). Os experimentos obedeceram a um delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e três repetições, sendo considerada como unidade experimental cada bacia com 200 larvas. Foram estimados os seguintes parâmetros produtivos: comprimento total (CT), medida da porção anterior da cabeça até o final da nadadeira caudal, expresso em mm; comprimento padrão (CP), medida da porção anterior da cabeça até a inserção da nadadeira caudal; sobrevivência (S), representada pelo valor percentual das pós-larvas vivas ao final do experimento em relação à quantidade colocada inicialmente; peso (P), expresso em mg; produto peso versus sobrevivência (P X S), que representa a biomassa total existente em cada unidade experimental. Para a medição das pós-larvas foi utilizado papel milimetrado com o auxílio de uma lupa e para a pesagem utilizou-se balança de precisão com 4 casas decimais. Foram realizados testes de normalidade dos dados através do procedimento UNIVARIATE NORMAL do pacote estatístico SAS (1995). Os dados foram submetidos à análise de variância e aplicado o teste de Tukey para comparação entre as médias, com nível de 5% de significância. No experimento I, também realizou-se estudos de regressão dos diferentes níveis de incorporação de concentrado protéico de soja (CPS). Para todas as análises utilizou-se o pacote estatístico SAS (1995). Tabela 2 - Suplementação (%) com aminoácidos sintéticos, sobre a dieta CPS24 do experimento I, para alimentação das larvas de jundiá (Rhamdia quelen), utilizadas no experimento II. INGREDIENTES SS L05 M05 LM05 LM1 L-lisina - HCl - 78% ----- 0,50 ----- 0,50 1,00 DL-metionina 99% ----- ----- 0,50 0,50 1,00 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos 2 experimentos, a qualidade da água esteve adequada para o desenvolvimento dos peixes (temperatura:24ºc; oxigênio:7,8mgl; amônia total:<0,2ppm; nitrito:<0,05ppm). Na Tabela 3 temos os dados referentes ao desempenho zootécnico das pós-larvas de jundiá ao final do experimento I. Para o parâmetro peso médio, verificou-se diferença significativa entre os tratamentos, onde a dieta sem inclusão de concentrado protéico de soja (CPS0) proporcionou maior peso das pós-larvas (48,76mg). Através do estudo de regressão, verificou-se efeito linear decrescente da inclusão de CPS sobre o peso das pós-larvas, sendo demonstrado através da equação: Y=42,47 1,513X (r 2 =0,83, P<0,0001) Tabela 3 Parâmetros de crescimento e sobrevivência das larvas de jundiá (Rhamdia quelen) aos 21 dias no experimento I. PARÂMETRO CPS0 CPS6 CPS12 CPS18 CPS24 Peso inicial (mg) 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Peso médio (mg) 48,76 a 28,72 b 14,51 c 8,55 cd 5,87 d Produto Peso x Sobrev. 41,20 a 24,39 b 13,38 c 7,87 cd 4,40 d Sobrevivência (%) 84,44 b 84,81 b 92,22 a 92,04 a 75,00 c CT inicial (mm) 7,00 7,00 7,00 7,00 7,00 CT (mm) 18,90 a 15,33 b 10,88 c 10,02 cd 9,03 d CP inicial (mm) 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 CP (mm) 16,47 a 13,18 b 9,62 c 8,55 cd 8,93 d CT=comprimento total; CP=comprimento padrão. Tratamentos correspondem a inclusão de 0, 6, 12, 18 e 24% de inclusão de concentrado protéico de soja (CPS) em substituição ao fígado nas rações. Médias com letras diferentes, na linha, apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey (P<0,05). Utilizando ração comercial contendo 45% de proteína bruta associada com plâncton coletado, CARNEIRO et al. (2003) obtiveram peso médio de 50mg para pós-larvas de jundiá em 20 dias, valor semelhante ao tratamento CPS0 do experimento I. Trabalho realizado com pós-larvas de jundiá, avaliando diferentes freqüências e tamanhos de partícula de alimento, demonstrou peso médio aos 21 dias entre 43 e 53mg (LAZZARI et al., 2004). A ração utilizada neste trabalho tinha composição semelhante ao tratamento CPS0, tendo como base protéica levedura de cana e fígado de aves. PIAIA & RADÜNZ NETO (1997a), testando diferentes fontes alimentares, encontraram grandes diferenças no peso de pós-larvas de jundiá, aos 21 dias, em condições similares de criação do experimento I. Isto reforça a idéia de que há um ou mais fatores anti-nutricionais desconhecidos que interferem no desempenho dos animais. Estes fatores, principalmente encontrados nos derivados da soja, podem causar inibição do crescimento dos peixes, em todas as fases de criação (PERES et al., 2003). Diferentes fatores anti-nutricionais têm sido identificados nos subprodutos da soja, estes incluem inibidores de protease, lectinas, proteínas antigênicas e fatores anti-trípticos (LIENER, 1989; MOYANO et al., 1992). Trabalho realizado por ESCAFFRE & KAUSHIK (1995) com pós-larvas de carpa, alimentadas com dieta baseada em fígado e levedura, obtiveram peso médio de 170mg ao final de 21 dias. Porém, quando foi incluído concentrado protéico de soja no alimento dos peixes, o peso decresceu para menos de 40mg. Os autores indicaram que esta redução possivelmente não teria ocorrido se tivesse havido uma suplementação adequada com aminoácidos sulfurados. Muitos autores recomendam que, ao se adicionar maior quantidade de ingredientes protéicos de origem vegetal nas rações, principalmente derivados de soja, deve-se realizar suplementação com aminoácidos. Estes seriam principalmente a lisina, metionina e triptofano, geralmente deficientes em farelos vegetais (PONGMANEERAT et al., 1993). Baseado nestas informações, optou-se em tomar como dieta base para o experimento II o tratamento CPS24, que apresentou pior crescimento das pós-larvas de jundiá no presente trabalho. O parâmetro peso versus sobrevivência (P X S) foi calculado com o objetivo de avaliar a biomassa de peixes vivos no final do experimento. Foi obtido através da equação: P x S = Peso médio x % de sobrevivência/100. O melhor P x S obtido (41,20) foi referente ao tratamento CPS0 (Tabela 3), 227

porém inferior quando comparado aos 101,02 e 89,16 obtidos por PIAIA & RADÜNZ NETO (1997b), também com pós-larvas de jundiá. Por outro lado, os mesmos autores, em outro experimento, com dieta similar, obtiveram apenas 19,40, neste caso, um índice inferior se comparado ao tratamento CPS0. Observando os valores de comprimento total (CT) e comprimento padrão (CP) (Tabela 3) obtidos no experimento I, verifica-se diferença significativa entre os tratamentos, onde as larvas do tratamento CPS0 (sem inclusão de concentrado proteico de soja) tiveram os maiores valores de CT e CP (18,90 e 16,47mm, respectivamente). Valores de comprimento total semelhantes ao do melhor tratamento deste experimento (CPS0) foram obtidos por PIAIA & RADÜNZ NETO (1997a) para pós-larvas de jundiá (Rhamdia quelen) (16,46mm), aos 21 dias de criação. O estudo de regressão para o parâmetro comprimento total foi realizado no experimento I, obtendo-se a equação:y=17,76 0,354X, (r 2 =0,73, P<0,0001). A equação demonstra que a cada unidade percentual de concentrado proteico de soja incorporado na ração espera-se, em média, uma diminuição de 0,354mg no peso das pós-larvas de jundiá. Verificando a substituição de fígado de aves por farelo de glúten de milho na criação de pós-larvas de jundiá, LAZZARI et al. (2004) também verificaram efeito linear decrescente no comprimento total dos peixes. Uma alternativa que poderia ser testada para substituição do fígado nas rações para pós-larvas de jundiá é a combinação de dois ou mais ingredientes de origem vegetal. Isto pode levar a uma complementação de aminoácidos, e ao mesmo tempo, com menor inclusão de cada ingrediente, poderia haver redução da quantidade de fatores antinutricionais (WATANABE & PONGMANEERAT, 1993). A Figura 1 mostra a sobrevivência das pós-larvas de jundiá aos 21 dias no experimento I. Ocorreu diferença significativa entre os tratamentos, onde as rações com inclusão de 12 e 18% de concentrado proteico de soja (CPS12 E CPS18) possibilitaram sobrevivência acima de 90%. Pior sobrevivência foi obtida no tratamento CPS24 (sem inclusão de fígado bovino) (75%), que diferiu dos demais tratamentos. Trabalhos com pós-larvas de diferentes espécies de peixes mostram valores de sobrevivência bastante distintos. Póslarvas de curimbatá (Prochilodus scrofa), alimentadas com rações contendo 40% de proteína bruta, tem sobrevivência de até 94% (KOBERSTEIN & DURIGAN, 2001). Sobrevivência similar a esta foi obtida por PIAIA & RADÜNZ NETO (1997a), trabalhando com um regime a base de fígado bovino (10%) e levedura de cana (80%), atingindo 92,15% de sobrevivência aos 21 dias, com pós-larvas de jundiá. Porém, quando incluíram farelo de soja nas dietas, combinado com diferentes matérias-primas, a sobrevivência foi bastante reduzida, variando entre 10,19 até 1,17%. Trabalhos realizados com pós-larvas de carpa por CAHU et al. (1998) e ESCAFFRE & KAUSHIK (1995) demonstram que a incorporação de concentrado proteico de soja (CPS) em substituição ao fígado bovino proporciona decréscimo na sobrevivência dos peixes, caindo de 95 para 45%. Os resultados de desempenho das pós-larvas de jundiá no experimento II estão descritos na Tabela 4. Para a variável peso, ocorreu diferença significativa entre os tratamentos, onde os peixes alimentados com a suplementação de 1% de lisina e 1% de metionina (LM1) não diferiram dos peixes do tratamento suplementado com 0,5% de metionina (M05). Para o parâmetro peso versus sobrevivência (PXS) as pós-larvas dos tratamentos LM1 e M05 foram também superiores aos demais (P<0,05). Tabela 4 Parâmetros de crescimento e sobrevivência das larvas de jundiá (Rhamdia quelen) aos 21 dias no experimento II. Parâmetro SS L05 M05 LM05 LM1 Peso inicial 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Peso médio (mg) 5,47 c 5,82 bc 6,34 ab 5,29 c 6,71 a Produto Peso x Sobrev. 0,49 b 0,34 b 1,29 ab 0,51 b 1,60 a Sobrevivência (%) 9,07 a D 5,92 b 20,37 ab 9,63 ab 23,70 a CT inicial (mm) 5,85 5,85 5,85 5,85 5,85 CT (mm) 8,88 a 8,86 a 9,18 a 9,01 a 8,15 a CP inicial (mm) 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 CP (mm) 7,83 a 7,88 a 8,10 a 7,90 a 8,15 a CT=comprimento total; CP=comprimento padrão. Tratamentos:SS:sem suplementação; L05: 0,5%Lis; M05:0,5%Met; LM05:0,5% de Lis e 0,5%Met; LM1:1% de Lis e 1% de Met; Médias com letras diferentes, na linha, apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey (P<0,05). Para o alabote (Hippoglossus hippoglossus), BERGE et al. (1999) verificaram que a utilização de concentrado proteico de soja com suplementação de 0,5% de metionina pode substituir em até 45% a farinha de peixe na ração, sem afetar o crescimento. Quanto ao comprimento total e padrão das pós-larvas do experimento II, não houve diferença significativa entre os tratamentos (P>0,05). Testando diferentes fontes lipídicas para pós-larvas de jundiá, ULIANA et al. (2001) observaram valores de comprimento semelhantes ao presente trabalho. Porém, a sobrevivência obtida foi superior, quando se utilizou óleo de canola como fonte lipídica. Na Figura 2 estão representados os valores de sobrevivência das pós-larvas de jundiá no experimento II. A dieta que teve a incorporação de 1% de L-lisina e 1% de DLmetionina (LM1) proporcionou o maior índice de sobrevivência (23,70%) aos 21 dias, embora não tenha havido diferença significativa quando comparada aos demais tratamentos, excetuando-se o L05 (0,5%Lisina), conforme demonstra a Figura 2. CONCLUSÕES Baseado nos resultados obtidos e nas condições experimentais deste trabalho, conclui-se que o uso de concentrado proteico de soja não é uma boa alternativa para substituição do fígado bovino em rações para pós-larvas de jundiá (Rhamdia quelen). 228

AGRADECIMENTO Os autores expressam agradecimento a empresa VITAGRI nutrição animal pelo suporte financeiro ao experimento. REFERÊNCIAS BARCELLOS, J.L.G., KREUTZ, L.C., QUEVEDO, R.M., et al. Nursery rearing of jundiá, Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard) in cages: cage type, stocking density and stress response to confinement. Aquaculture, Amsterdam, v.232, p.383-394, 2004. BERGE, G.M., HELLAND, G.B., HELLAND, S.J. Soy protein concentrate in diets for Atlantic halibut (Hippoglossus hippoglossus). Aquaculture, Amsterdam, v.178, p.139-148, 1999. CAI, Y., BURTLE, G.J. Methionine requirement of channel catfish fed soybean meal-corn-based diets. Journal of Animal Science, Champaign v.124, p.514-521, 1996. CAHU, C., INFANTE, J.Z., ESCAFFRE, A.M., et al. Preliminary results on sea bass (Dicentrarchus labrax) larvae rearing with compound diet from first feeding. Comparison with carp (Cyprinus carpio) larvae. Aquaculture, Amsterdam,v.169, p.1-7, 1998. CARNEIRO, P.C.F., MIKOS, J.D., SCHORER, M., et al. Live and formulated diet evaluation through initial growth and survival of jundia larvae, Rhamdia quelen. Scientia Agricola, Piracicaba v.60, n.4, p.615-619, 2003. CHARLON, N., BERGOT, P. An improved automatic dry food dispenser for fish larvae. The Progressive Fish Culturist, n.48, p. 156-158, 1986. ESCAFFRE, A.M., KAUSHIK, S.J. Survival and growth of firstfeeding common carp larvae fed artificial diets containing soybean protein concentrate. Aquaculture, Amsterdam, v.29, p.253-261, 1995. KAUSHIK, S.J., CRAVEDI, J.P., LALLES, J.P. et al. Partial or total replacement of fish meal by soybean protein on growth, protein utilization, potential estrogenic or antigenic effects, choleterlemia and flesh quality in rainbow trout, Onchorhynchus mykiss. Aquaculture, Amsterdam, v.133, p.257-274, 1995. KOBERSTEIN, T.C.R.D., DURIGAN, J.G. Produção de larvas de curimbatá (Prochilodus scrofa) submetidas a diferentes densidades de estocagem e níveis de proteína bruta nas dietas. Ciência Rural, Santa Maria, n.31, v.1, p.123-127, 2001. LAZZARI, R., RADÜNZ NETO, J., LIMA, R.L., et al. Efeito da freqüência de arraçoamento e da troca do tamanho de partícula alimentar no desenvolvimento de pós-larvas de jundiá (Rhamdia quelen). Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas. v.10, n.2, p.231-234, 2004. LAZZARI, R., RADÜNZ NETO, J., COSTA, M.L., et al. Utilização do glúten de milho em rações para larvas de jundiá (Rhamdia quelen). In: 41ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Campo Grande, MS. Anais, 2004. LIENER, I.E. Antinutritional factors in legume seeds: State of art. In: J. Huisman, T. F. B. Van der Proel and I. E. Liener (Editors). Recent Advances of Research in antinutritional factors in legume seeds. Pudoc. Wageningen, p. 6-13, 1989. MOYANO, F.J., CRADENETE, G., HIGUERA, M.D.L. Nutritive value of diets containing a high percentage of vegetables proteins for trout, Oncorhynchus mykiis. Aquatic Living Resources,v. 5, p. 21-39, 1992. PERES, H., LIM, C., KLESIUS, P.H. Nutritional value of heattreated soybean meal for channel catfish (Ictalurus punctatus). Aquaculture,v.225, p.67-82, 2003. PIAIA, R., RADÜNZ NETO, J. Avaliação de diferentes fontes protéicas sobre o desempenho inicial de larvas de jundiá (Rhamdia quelen). Ciência Rural, Santa Maria, v.27, n.2, p.319-323, 1997a. PIAIA, R., RADÜNZ NETO, J. Efeito de níveis crescentes de levedura de álcool em rações contendo fígado bovino sobre a performance de larvas de jundiá (Rhamdia quelen). Ciência Rural, Santa Maria, v.27, n.2, p. 313-317, 1997b. PONGMANEERAT, J., WATANABE T., TAKEUCHI, T., et al. Use of different protein meals as partial or total substitution for fish meal in carp diets. Nippon Suisan Gakkaishi, v.59, n.7, p. 1249-1257, 1993. SAS. Statistical Analises System. User's Guide. Version 6,08, SAS INSTITUTE INC. 4.ed. North Caroline. SAS INSTITUTE INC, 1995. 846 p. STOREBAKKEN, T., SHEARER, K.D., ROEM, A.J. Availability of protein, phosphorus and other elements in fish meal, soy protein concentrate and phytase treated soy protein concentrate based diets to Atlantic salmon, Salmo salar. Aquaculture, Amsterdam, v.161, p.283-287, 1998. ULIANA, O., SILVA, J.H.S., RADÜNZ NETO, J. Diferentes fontes de lipídios testadas na criação de larvas de jundiá (Rhamdia quelen), Pisces, Pimelodidae. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, n.1, p.129-133, 2001. WATANABE, T., PONGMANERAAT, J. Potential of soybean meal as a protein source in extruded pelets for rainbow trout. Nippon Suisan Gakkaish. Tokyo, v.59, n.8, p.1415-1423, 1993. 229