NORMA DE PROCEDIMENTOS Janeiro de 2012 11 / OT Tramitação dos processos de Parecer de Localização sobre Regularização de Estabelecimentos Industriais 1. Apresentação 2. Legislação de enquadramento 3. Tramitação dos processos 4. Fluxograma da tramitação 1/8
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1. Apresentação O Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de outubro (e respetivas Declarações de Retificação), veio manter a perspetiva de simplificação já anteriormente assumida no processo de licenciamento industrial, tendo vindo ainda a aplicar o princípio da atribuição de complexidade de procedimentos, na relação direta com os riscos que a atividade industrial envolve e representa. Reduziu a tipologia dos estabelecimentos industriais (de 4 para 3) Tipos 1,2,e 3. Associou à figura do interlocutor único, isto é, à entidade coordenadora, a separação de responsabilidades. A Administração Central ficará responsável pelas atividades industriais dos tipos 1 e 2 e as Câmaras Municipais pelas atividades industriais do tipo 3. Veio também introduzir: - o deferimento tácito e a correspondente obrigatoriedade de emissão de certidão comprovativa desse deferimento; - a obrigação de devolução da taxa ao interessado sempre que a entidade coordenadora não decida no prazo legal. Aproveitou ainda as virtualidades das novas tecnologias em matéria de informação e comunicação, guiando desse modo os interessados no processo de formalização dos procedimentos. Reforçou a articulação com outros regimes jurídicos, tendo igualmente apostado na monitorização da sua aplicação. Estas iniciativas têm implicações na intervenção da CCDR neste domínio, nomeadamente quanto à regularização das atividades industriais e que serão identificadas neste documento. Esta Norma deve ser aplicada de forma sistemática a todos os processos deste tipo e em que a CCDR-LVT intervém. 2. Legislação de enquadramento A presente Norma de Procedimentos é enquadrada, pelos seguintes diplomas legais: Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de outubro Declaração de Retificação n.º 77-A/2008, de 26 de dezembro Declaração de Retificação n.º 15/2009, de 10 de fevereiro 3/8
3. Tramitação dos processos Na sistematização que se apresenta seguidamente, consideraram-se as principais etapas e passos da tramitação dos processos abrangidos pelo regime de regularização de estabelecimento industrial. A numeração adotada referencia cada etapa e passo ao fluxograma que se apresenta no ponto 4 desta Norma. 1. PEDIDO DE PARECER 1.1. O titular do estabelecimento industrial onde é exercida, à data da entrada em vigor deste diploma (REAI Regime de Exercício da Atividade Industrial), a atividade produtiva sem título de exploração válido ou atualizado, deve apresentar, à respetiva entidade coordenadora, pedido de regularização no prazo de 12 meses a contar daquele dia, e instruído nos termos constantes legalmente previstos (Artigo 69.º, n.º 1 e n.º 2 do REAI). NOTAS: - o pedido de regularização pode ainda conter relatórios de avaliação de conformidade com normas técnicas previstas em legislação aplicável elaboradas por uma ou mais entidades acreditadas (Artigo 69.º, n.º 3 do REAI). - a data do pedido de regularização, é aquela aposta no recibo comprovativo da sua receção pela entidade coordenadora (em papel ou através de dispositivo informático (Artigo 69.º, n.º 4 do REAI). - este recibo constitui título legítimo para a exploração do estabelecimento industrial até à data da comunicação ao interessado da decisão da entidade coordenadora sobre o pedido de regularização (Artigo 69.º, n.º 5 do REAI). - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2. CRIAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO E PROCEDIMENTOS PREPARATÓRIOS À DECISÃO 2.1. A entidade coordenadora diligencia, nos 20 dias subsequentes à data do pedido de regularização, a criação do grupo de trabalho (para análise e proposta de decisão sobre o pedido de regularização dos estabelecimentos industriais dos tipos 1 e 2), no qual a CCDR-LVT se fará representar (Artigo 70.º, n.º 1 do REAI). 2.2. No prazo de 10 dias a partir da data do pedido de regularização, a entidade coordenadora designa o respetivo representante no grupo de trabalho, e solicita às demais entidades a nomeação do seu representante, (Artigo 70.º, n.º 2 do REAI). 2.3. As entidades notificadas (incluindo a CCDR-LVT) têm 10 dias para indicar representante à entidade coordenadora (Artigo 70.º, n.º 3 do REAI). NOTA: - Para os estabelecimentos industriais do tipo 3 a apreciação é feita pela Câmara Municipal, no prazo de 10 dias e nos termos do procedimento de registo regulado no presente diploma. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4/8
3. PREPARAÇÃO DA PROPOSTA DE DECISÃO DO GRUPO DE TRABALHO 3.1. Criado o grupo de trabalho, este identifica e promove a consulta em simultâneo das entidades que nos termos da lei se devem pronunciar. (Artigo 71.º, n.º 1 do REAI); 3.2. As entidades auscultadas pronunciam-se no prazo de 40 dias, sem possibilidade de suspensão do procedimento (Artigo 71.º, n.º 2 do REAI). 3.3. Quando a pronúncia desfavorável vinculativa das entidades estiver fundamentada na não compatibilização do estabelecimento industrial com Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), com restrições de utilidade pública ou com a classificação em áreas sensíveis, o grupo de trabalho reúne, podendo deliberar, (por maioria dos votos dos membros presentes e com o voto favorável do representante da Câmara Municipal) a apresentação às entidades competentes, de proposta que permita que se encete o procedimento adequado e conducente ao cumprimento das disposições legais em causa (Artigo 71º, n.º 4 do REAI). NOTAS: - Se o pedido de regularização for deferido na sequência do referido em 3.3., o título de exploração tem prazo de validade de sete (7) anos contados a partir da data da respetiva emissão, sem prejuízo da posterior revogação deste limite temporal, logo que deixe de se verificar a causa da não compatibilização (Artigo 73.º, n.º 6 do REAI). - Em caso de admissão da permanência do estabelecimento industrial no local, a entidade coordenadora, pode agendar uma vistoria de reexame global ao estabelecimento industrial, nos termos constantes do Art.º 71.º, seu n.º 5 do REAI, vistoria essa para a qual serão convocados todos os elementos do grupo de trabalho. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4. APROVAÇÃO DE PROPOSTA DE DECISÃO 4.1. Na sequência dos atos antecedentes, o grupo de trabalho aprova uma proposta sobre o pedido de regularização do estabelecimento industrial, a qual pode assumir a forma de decisão: favorável; favorável condicionada e desfavorável (Artigo 72.º, n.º 1, do REAI). 4.2. A referida proposta de decisão é comunicada pelo grupo de trabalho ao requerente e a todas as entidades intervenientes no processo no prazo de 5 dias após a respetiva aprovação (Artigo 72º, n.º 2 do REAI). - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5/8
5. DECISÃO FINAL SOBRE O PEDIDO DE REGULARIZAÇÃO 5.1. Decorridos 20 dias após a aprovação da proposta de decisão do grupo de trabalho, a entidade coordenadora profere uma decisão sobre o pedido de regularização (Artigo 73º, n.º 1 do REAI). NOTAS: 5.1.1. Quando a proposta de decisão for favorável, a entidade coordenadora elabora ou atualiza a licença ou título da exploração industrial, no qual descreve as condições impostas pelo grupo de trabalho ou fixadas em vistoria (Artigo 73.º, n.º 2 do REAI) 5.1.2. Quando a proposta de decisão for favorável condicionada a incluir a apresentação de pedido de autorização ou declaração prévia, a entidade coordenadora comunica aquela proposta ao requerente e fixa um prazo (entre os seis meses e um ano) para cumprir a condição (Artigo 73.º, n.º 3 do REAI). 5.1.3. Quando a proposta de decisão for desfavorável, a entidade coordenadora profere decisão fundamentada a indeferir o pedido de regularização, fixando um prazo entre 18 a 36 meses, para a desativação do estabelecimento industrial e determina condições técnicas que a exploração industrial deve cumprir até à efetiva desativação do estabelecimento industrial (Artigo 73.º, n.º 4 do REAI). Sublinhe-se, que a entidade coordenadora também pode indeferir o pedido de regularização, caso não tenha recebido (até ao fim do prazo fixado ao requerente em nota 5.1.2.) o pedido de autorização ou de declaração prévia devidamente instruídos, sendo-lhe então aplicável (com as necessárias adaptações) as determinações referentes ao prazo de desativação do estabelecimento industrial e das respetivas condições técnicas a aplicar (Artigo 73.º, n.º 5 do REAI). - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6/8
4. Fluxograma de Tramitação 7/8
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