Processo de Urbanização da Área Residencial de Camama
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- Amadeu Domingues Farinha
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1 Processo de Urbanização da Área Residencial de Camama Foi com a aprovação do Decreto Presidencial n.º 190/2011, de 30 de Junho, diploma que criou o Gabinete Técnico para a Implementação e Gestão do Plano Director da Área Residencial de Camama (GTARC), que foi instituído o regime jurídico para a implementação e gestão daquele Plano Director na Área Residencial de Camama. Importa, a título meramente informativo, dizer que, o diploma em referência estabelece, igualmente, que o GTARC tem por dever a promoção da urbanização do solo e da legalização dos terrenos e edificações integrantes da referida Área Residencial através do devido processo de urbanização que é organizado como operação de loteamento de iniciativas público-privadas, privadas ou do Estado (cfr. Artigos 7.º e 8.º do diploma legal em apreço). Os trâmites do processo de urbanização constam dos Artigos 10.º e seguintes do diploma legal em análise, explanando-se infra de forma sucinta as suas fases. Fase 1 Início do Procedimento (Artigo 10.º) O processo de urbanização é desencadeado pelos promotores imobiliários, públicos ou privados, cujas propostas e solicitações têm, necessariamente, que se conformar com o Plano Director da Área Residencial de Camama. As citadas solicitações para participação no processo de urbanização são apresentadas ao GTARC, devendo ser instruídas pelos seguintes documentos: a) Carta de apresentação fundamentando a intenção da participação do projecto; b) Memória descritiva e justificativa dos trabalhos a desenvolver com base na área pretendida e em função do Plano Director da Área Residencial de Camama; c) Planta Síntese da urbanização da área pretendida. Página 1 de 6
2 Seguidamente, e sendo aprovada a solicitação apresentada, o Promotor deve disponibilizar novos documentos, podendo, também, ser solicitadas informações adicionais que sejam imprescindíveis para o conhecimento da sua pretensão. Os restantes documentos que devem ser entregues são os seguintes: a) Contrato de Empreitada nos termos fixados pela Comissão Nacional para Implementação do Programa de Urbanismo e Construção; b) Projectos de execução com os respectivos Cadernos de Encargos; c) Orçamento das obras de urbanização e de outras operações previstas, bem como a quota de comparticipação de cada lote nos custos de execução das obras e da caução legal. Fase 2 Consulta Pública (Artigo 11.º) Seguidamente, e admitida a pretensão do Promotor, o GTARC promove várias consultas às entidades competentes para a emissão de parecer, autorização para o licenciamento da operação de loteamento ou de obras de urbanização. Importa sublinhar que, nos termos do disposto no Artigo 16.º do Decreto n.º 80/2006, de 30 de Outubro, que aprova o Regulamento de Licenciamento das Operações de Loteamento, Obras de Urbanização e Obras de Construção, a Autoridade Licenciadora Urbanística é o Governador da Província de Luanda, com faculdade de delegação de poderes. As alterações às propostas iniciais e que sejam motivadas pelos pareceres acima referidos não carecem de nova consulta. Fase 3 Admissão do Pedido de Licenciamento de Obras de Urbanização e Publicidade da Deliberação (Artigos 12.º e 13.º) Sendo admitido, de forma liminar, o pedido de licenciamento das obras de urbanização, é solicitado o parecer das entidades gestoras das redes de infra-estruturas primárias, para que possam deliberar em conformidade. O pedido de aprovação dos projectos das obras de urbanização é, apenas, indeferido quando: Página 2 de 6
3 a) Não se conformar com o Plano Director; b) Desrespeitar as disposições legais ou regulamentares; c) Tiver manifesta deficiência técnica. A deliberação de aprovação de estudo de loteamento é pública, sendo publicada em edital ou nos meios de divulgação existentes. Fase 4 Alvará de Loteamento (Artigo 14.º) Depois de cumpridos todos os requisitos contratualmente estabelecidos para a Empreitada e a pedido do GTARC, deve o Governo da Província de Luanda emitir o respectivo alvará de loteamento com as especificações constantes do Artigo 51.º do já mencionado Decreto n.º 80/2006, de 30 de Outubro, que aprova o Regulamento de Licenciamento das Operações de Loteamento, Obras de Urbanização e Obras de Construção. Fase 5 Loteamento e Obras de Construção (Promotor) Fase 6 Vistoria dos Trabalhos Realizados (Artigos 15.º e 16.º) Realizadas as obras de construção objecto do Contrato de Empreitada, O GTARC procede à vistoria das mesmas a fim de verificar a sua conformidade com o Plano Director e, bem assim, com o que foi contratualmente acordado. Caso existam rectificações a fazer, o Promotor é notificado das mesmas para que as concretize no prazo indicado, devendo, depois daquelas estarem concluídas, proceder-se a nova vistoria. Não havendo rectificações a fazer, é lavrado Auto de Vistoria assinado pelo GTARC e pelo Promotor, auto este que permite a emissão, pelo Governo da Província de Luanda, do Certificado de Habitabilidade que possibilita a regularização do registo predial. Página 3 de 6
4 Fase 7 Legalização das Construções (Artigo 16.º) Ao processo de legalização das construções deve aplicar-se o disposto no Decreto n.º 80/2006, de 30 de Outubro, que aprova o Regulamento de Licenciamento das Operações de Loteamento, Obras de Urbanização e Obras de Construção. Assim, deve ser apresentado, pelo titular do Direito de Superfície ou pelo proprietário do terreno, consoante a situação concreta, o requerimento de licenciamento de operação urbanística ao Governo Provincial de Luanda (Artigo 12.º do Regulamento acima identificado), juntamente com um termo de responsabilidade dos autores dos projectos e dos directores técnicos das obras do qual conste que foram observadas na elaboração das mesmas as normas legais e regulamentares aplicáveis designadamente as normas técnicas de construção vigentes, bem como a garantia da conformidade dos projectos com as normas do Plano Director (Artigo 13.º do Regulamento). No dia seguinte ao da apresentação do requerimento, o Promotor, aqui Requerente, deve publicitar o seu pedido com a afixação, no edifício em questão, de um aviso contendo a identificação da natureza e do tipo da operação urbanística requerida, bem como o número de processo de licenciamento, sendo que é possível a apresentação de reclamações ou a solicitação de informações à Autoridade Licenciadora, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da afixação daquele aviso (Artigo 14.º do Regulamento). A Autoridade Licenciadora aprecia liminarmente o pedido, decidindo sobre as questões de forma ou outras de conhecimento prévio, indeferindo-se o pedido caso o Requerente seja parte ilegítima, não tenha apresentado provas do seu direito fundiário ou o requerimento contenha deficiências insupríveis (Artigo 17.º do Regulamento). Não havendo indeferimento, inicia-se uma fase de consulta a diversas entidades que tenham participação no processo de planeamento territorial e de protecção do ambiente para que estas se pronunciem em conformidade no prazo de 30 (trinta) dias, considerando-se que o seu silêncio corresponde a parecer favorável (Artigo 18.º do Regulamento). A apreciação das obras de construção deve fazer-se nos termos do disposto no Artigo 20.º do diploma em apreço, devendo a Autoridade Licenciadora deliberar previamente sobre o projecto de arquitectura, no prazo de 30 (trinta) dias contados da recepção do pedido ou da data do último parecer sendo, igualmente, necessário, requerer a aprovação dos projectos das especialidades necessários à execução das obras de construção no prazo de 6 (seis) Página 4 de 6
5 meses, sendo este prazo prorrogável por uma só vez, a contar da data da aprovação do projecto de arquitectura. As eventuais consultas impostas às entidades públicas devem ser promovidas no prazo de 10 (dez) dias a contar da aprovação dos projectos ou da data da aprovação do projecto de arquitectura, em caso de apresentação simultânea. Finalizada a análise do processo, a Autoridade Licenciadora, caso assim o considere, profere decisão de deferimento do pedido que consubstancia a licença urbanística e que deve fixar as condições em que os direitos conferidos devem ser exercidos, sendo as situações constantes do n.º 3 do Artigo 23.º do Regulamento em apreço as correspondentes ao seu indeferimento. Importa referir que, no que concerne às Licenças de Obras de Construção, estas devem cumprir as disposições especiais constantes do disposto nos Artigo 39.º e seguintes do diploma agora em apreço. Atribuída a Licença e feita a devida notificação (cfr. Artigo 25.º do Regulamento) o Requerente apresenta novo requerimento para a emissão do respectivo alvará que, nos termos do disposto no Artigo 48.º do diploma em análise, titula a Licença Urbanística. O requerimento a apresentar deve ser instruído com os seguintes elementos, nos termos do disposto no n.º 2 do Artigo 50.º do mesmo diploma legal: a) Apólice de seguro que cubra a responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho; b) Apólice de seguro de construção, caso exigível; c) Termo de responsabilidade assinado pelo técnico responsável pela direcção técnica das obras; d) Declaração de titularidade do Certificado de Classificação de Empreiteiro de Obras Públicas, do título de registo na actividade ou do Certificado de Classificação de Industrial de Construção Civil, a verificar no acto de entrega do alvará com a exibição do original do mesmo; e) Livro de Obra, com menção do termo de abertura; f) Plano de Segurança e Saúde. O alvará de licença de construção a emitir deverá conter, obrigatoriamente, as menções constantes do n.º 4 do Artigo 51.º do diploma em análise, constituindo documento comprovativo da autorização do loteamento para construção para efeitos de registo predial Página 5 de 6
6 dos lotes (cfr. Artigo 52.º do Regulamento), devendo a Autoridade Licenciadora dar imediata publicidade ao mesmo através de publicação de aviso no boletim provincial ou através da afixação de edital nos locais de estilo, devendo o seu titular afixar, de forma visível, no edifício objecto da licença o respectivo aviso que identifique as menções obrigatórias do alvará e que consta de modelo regulado por decreto executivo do Ministro que tenha a seu cargo o Ordenamento do Território (cfr. Artigo 53.º do Regulamento). Página 6 de 6
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