FACULDADE REDENTOR DEPARTAMENTO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E ATUALIZAÇÃO Inclusão nas séries iniciais e orientação educacional: melhores formas de apoio ao docente Autora: Fernanda Santos Lima Prof.ª Msc Ivanete da R. S. Oliveira Três Rios, RJ 2011
FACULDADE REDENTOR DEPARTAMENTO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E ATUALIZAÇÃO Inclusão nas séries iniciais e orientação educacional: melhores formas de apoio ao docente Artigo apresentado ao Curso de Pós-graduação em Administração, Supervisão e Orientação Escolar como requisito à obtenção do título de especialista em Administração, Supervisão e Orientação Escolar. Aluna: Fernanda Santos Lima Orientadora: Prof. Msc. Ivanete da R. S. Oliveira Três Rios, RJ 2011
FOLHA DE APROVAÇÃO Inclusão nas séries iniciais e orientação educacional: melhores formas de apoio ao docente Aluna: Fernanda Santos Lima Orientador: Profª. Msc. Ivanete da R. S. Oliveira Banca Examinadora: Prof. Msc. Ivanete da Rosa Silva de Oliveira Prof. Dr. Adílson Pereira
Este trabalho é dedicado a todos os profissionais da educação que encontram-se em constante desafio quando se aborda o tema Educação Inclusiva levando-se em conta, a prática vivenciada nas escolas.
AGRADECIMENTO Meu agradecimento é primeiramente à Deus, por me dar força para concluir mais uma etapa de minha vida profissional e permitir que meu aprendizado permita auxiliar outras pessoas que caminham pela mesma estrada que eu: à minha família pela compreensão, carinho e constante incentivo.
. Inclusão nas séries iniciais e orientação educacional: melhores formas de apoio ao docente Fernanda Santos Lima 1 Prof.ª Ms Ivanete da Rosa Silva de Oliveira 2 RESUMO O objetivo deste artigo é enfatizar a importância do papel do orientador pedagógico no contexto da educação inclusiva. Além disso, deve-se identificar métodos eficientes para a compreensão do necessário papel do orientador pedagógico neste processo de inclusão nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Os estudos atuais, como também as legislações vigentes, garantem às pessoas com necessidades educacionais especiais o direito de frequentar escolas regulares, a fim de terem uma formação integral, como qualquer outro aluno. No entanto, parte-se do princípio que, devido a diversos fatores, a teoria ainda se dissocia da prática vivenciada em muitas de nossas escolas. Sendo assim, esse artigo visa a auxiliar os estudos feitos sobre a referida temática, buscando e apontando melhores alternativas de se trabalhar com a educação inclusiva. Com a finalidade de melhor, esquematiza-lo, será usada uma forma de pesquisa qualitativa, uma vez que seus dados são informativos, os conhecimentos descritivos e as informações não são quantitativas. PALAVRAS-CHAVE: Orientação pedagógica. Desafios da Educação Inclusiva. Séries Iniciais. 1 Licenciada no Curso Normal Superior com habilitação em Ensino Fundamental(ISE TRÊS RIOS), pósgraduanda em Administração, Supervisão e Orientação Educacional (FACREDENTOR). Monitora de creche da Rede Municipal de Ensino de Três Rios. 2 Doutoranda em Politicas Públicas (UERJ), Mestre em Educação (UniFOA), Mestre em Educação Física (UGF), Licenciada em Pedagogia (UNIRIO), Bacharel e Licenciada em Educação Física (UniFOA). Professora de Ensino Superior (UniFOA) e da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro.
1. INTRODUÇÃO Tendo o objetivo de salientar a importância do papel do orientador pedagógico no contexto da educação inclusiva, o presente artigo ratificará o que tem sido exposto em estudos atuais sobre o tal assunto, observando também as legislações vigentes. Percebe-se que esses garantem às pessoas com necessidades educacionais especiais o direito de freqüentar escolas regulares, por terem direito a uma formação integral, como qualquer outro aluno; porém não se faz muita coisa para uma mudança substancial. Sabe-se que, devido a diversos fatores, a teoria ainda se dissocia da prática vivenciada em muitas de nossas escolas. Por esse motivo, esse trabalho acadêmico visa a auxiliar os estudos feitos sobre a referida temática, buscando e apontando melhores alternativas de se trabalhar com a educação inclusiva. Além disso, operará como um facilitador para a compreensão do necessário papel do orientador pedagógico neste processo de inclusão, nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Assim sendo, o orientador é de fundamental importância para o desenrolar do processo de inclusão escolar, uma vez que está diretamente ligado à interação entre aluno e professor. Vê-se também, que esse profissional tem um papel significativo no que diz respeito à escola, principalmente em atividades inclusivas diárias, pois auxilia no momento de adaptação, orientando o professor para que este consiga interagir com o estudante incluso e vice-versa; e atua como facilitador nas busca por soluções mais eficazes dentro desse contexto, viabilizando o aprendizado e o aperfeiçoamento do professor em sua prática diária. Cabe, também, ao orientador trabalhar projetos educacionais sobre a inclusão com toda a comunidade escolar, para que esta compreenda o processo inclusivo, que é um tema abordado em toda a sociedade educativa. E, como formador, tem que trabalhar diretamente com o professor a questão de mudar a forma de encarar as situações de conflito encontradas nas salas de aula, a fim de reverter os problemas em prol daquele que estiver sendo discriminado e excluído do contexto social-escolar. Dessa maneira, deve rever a questão da formação continuada do professor para que este esteja preparado a trabalhar
com alunos com necessidades educacionais especiais presentes na escola, ou que poderão entrar na unidade escolar. Portanto o orientador pedagógico deve ser comprometido com seu trabalho e não se omitir de seu papel diante dos desafios encontrados no processo de inclusão social e escolar, estando sempre num trabalho contínuo e conjunto com alunos e professores para dar seguimento ao referido processo a fim de evitar práticas excludentes. Vistos todos esses pontos, em relação ao papel do orientador pedagógico, nota-se necessário destacar, agora, os objetivos do trabalho apresentado. Vejamos: Investigar os desafios e perspectivas a fim de promover a inclusão nas salas de aula das séries iniciais do Ensino Fundamental. Analisar a importância do orientador pedagógico no serviço de apoio ao docente que atua no Ensino Fundamental em questões referentes à inclusão. Abrir caminhos para discussões sobre o tema: formação continuada, estímulo e valorização do orientador pedagógico, para que ele possa dar suporte necessário ao docente, visto como um dos agentes viabilizadores da tarefa fundamental da inclusão escolar: a aprendizagem de todos os alunos. Em relação aos objetivos, este estudo bibliográfico qualitativo pode ser classificado como descritivo e explicativo. Primeiro em função de se caracterizar pela observação, registro, análise, classificação e interpretação de dados sem que haja influência do pesquisador. E depois, o texto objetiva ser explicativo, porque há a apresentação de fatores determinantes para o estudo de um serviço de orientação pedagógica eficiente a fim de auxiliar docentes das séries iniciais nas questões que tangem a educação inclusiva.
2. A IMPORTÂNCIA DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO A bibliografia levantada aponta a princípio para a história do serviço de orientação educacional no Brasil: a trajetória de um ator em busca e em evolução em questões que tangem o atendimento adequado a alunos de inclusão das séries iniciais. Apresenta também questões referentes à dificuldade de relação entre a teoria e a prática. Nos mostra a orientação educacional na sua origem, nos seus aspectos legais, na sua história e nas próprias relações que elas mantém dentro da escola, os aspectos sociais, políticos, culturais, o advento das novas tecnologias, a inserção do indivíduo dentro de um novo contexto em que suas ações precisam ser pensadas, conceitos serem reformulados, sob a luz de uma reflexão acerca deste novo cenário. Não é a orientação educacional a principal responsável pelos problemas enfrentados na inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas séries do primeiro ciclo do ensino fundamental. Todos são responsáveis na escola, porém é o orientador que desvenda, analisa, reflete, colabora na crítica deste processo. Isto significa que a orientação é um dos conhecimentos principais de toda rede de conhecimentos do mundo da educação. A relação existente entre educação e orientação nos sugere que estando juntas, podem mostrar seus confrontos e conflitos apontando para novos paradigmas que surgem quando pretende-se pensar na formação do sujeito e na possibilidade de sua totalidade de ser. A orientação educacional enquanto prática transformadora, busca o trabalho conjunto em que todos os profissionais têm contribuição a oferecer em sua especificidade de ação. O orientador educacional é um especialista nas relações existentes dentro da escola. Cabe ao orientador buscar elementos vigentes da realidade do aluno para discutir e refletir junto à equipe escolar (professores, diretores, supervisores, etc) a fim de contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Nesta discussão, os alunos, bem como seus pais, também poderão participar, já que são partes do processo, segundo Garcia (2001). Ela afirma a relevância de se trabalhar os conteúdos curriculares contextualizados com a realidade dos alunos. À medida que os
conhecimentos transmitidos na escola se aproximam de sua vida diária, há maiores chances de que o interesse do aluno seja conquistado e maior possibilidade de que ele obtenha sucesso, uma vez que os assuntos tratados dirão respeito a um mundo que lhe é familiar, condição fundamental para que ele possa compreender outros mundos. Junto com a equipe escolar a Orientação Educacional deve participar da busca de metodologias adequadas ao tipo de alunos que possui, sem deixar de mostrar a necessidade que a escola tem de passar conteúdos em sua totalidade, visto que a maioria dos alunos das classes menos favorecidas só tem acesso ao saber científico na escola. O serviço de orientação educacional quando se volta para a investigação da situação e a solução na prática, há um encontro entre o conhecimento científico e os resultados produzidos na sociedade, estes resultados irão constituir um novo conhecimento que influenciará a aprendizagem do educando, por meio da ideologia que lhe é transmitida pelos métodos e técnicas utilizadas pelo orientador educacional. O orientador educacional quando leva para a escola a realidade do aluno para ser trabalhada de forma contextualizada com os conteúdos do currículo, contribui para a promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem; uma vez que a orientação educacional não existe para padronizar os educandos nos conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e responsáveis, o importante é a singularidade dentro do coletivo, (GRISPUN, 2003, p.29).
3. INCLUSÃO ESCOLAR: UM DESAFIO ENTRE O IDEAL E O REAL Este texto visa promover a reflexão entre os pressupostos básicos da educação inclusiva (movimento de luta das pessoas com necessidades educacionais especiais e seus familiares na busca de seus direitos e lugar na sociedade), tais como os desafios a serem enfrentados de modo geral, a quebra de paradigmas conceituais; o respaldo legal de diversos documentos encontrados em nosso país e ao redor do mundo; tal como a discrepância que existe entre o ideal e o real. O próprio termo inclusão já deixa implícita a ideia de reintegração de conquistar aquilo que estava à margem de alguém ou de alguma coisa. Para falar a respeito deste tema, deve-se compreender a amplitude e a complexidade deste. Deve-se também partir do princípio de que há práticas e conceitos a serem revistos no sentindo a ser atribuído na educação. O aprendizado deve partir da importância que será dada às potencialidades de cada individuo e não apenas à disciplina e seus dados quantitativos. O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos buscando integração e propondo ações que garantam o acesso e a permanência do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular. No entanto, um dos muitos desafios a ser enfrentado diz respeito ao papel do educador neste processo. A realidade escolar demonstra que ainda hoje muitas práticas estão voltadas para o trabalho com o homogêneo (ou em busca do mesmo). Vale lembrar a respeito das dificuldades de se repensar nesta prática, se levarmos em consideração que muitos profissionais não estão habituados a trabalhar com e para a diversidade e ate mesmo as escolas não estão estruturadas para tal processo. Diante desta perspectiva, os resultados que não são obtidos dentro do que se é esperado, é atribuído à incompetência do aluno (déficit de atenção, fracasso escolar, hiperatividade, dentre outros). Sendo assim, não se repensa como está sendo elaborado o processo de ensino aprendizagem, tampouco de que forma o educador pode contribuir de forma significativa a fim de se fazer inclusão.
Há também que se lembrar que todos os alunos vem com conhecimentos de realidade que não podem ser desconsiderados, uma vez que faz parte de sua história de vida, exigindo uma forma diferenciada no sistema de aprendizagem. Os princípios da inclusão escolar vão muito além de informações teóricas ou de respaldos legislativos. Para se fazer inclusão é necessária a mudança de valores da sociedade como um todo. Requer um processo de reflexão por parte dos pais, educadores, da comunidade e também dos próprios alunos. O Brasil é signatário de documentos internacionais que definem a inserção incondicional de pessoas com necessidades especiais na sociedade a chamada inclusão. Em linhas gerais, trata-se de uma meta do que se poderia chamar de movimento pelos direitos humanos de TODOS. Em termos de educação, a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, refere-se sobre estar preferencialmente incluída nas classes regulares e haverá à medida que for necessário, serviços de apoio especializado na escola regular, a fim de atender às suas peculiaridades. Além disso, determina que o atendimento educacional especializado será feito em classes, escolas ou serviços de apoio, sempre que, em função das condições específicas do aluno não for possível sua integração nas classes comuns do ensino regular. 3.1. A realidade: Um dos desafios mais frequentes da educação inclusiva é o receio e a resistência de grande parte dos educadores. Muitos esperam soluções magicas vindas de cima para baixo ou até mesmo justificam esta resistência numa falta de apoio material e pedagógico necessários. O que ate certo ponto não deixa de ser uma justificativa plausível. O problema é quando tais questões se tornam grandes responsáveis pela prática ainda excludente vivenciada em muitos espaços escolares. Este problema se agrava quando vemos educadores totalmente dependentes de apoio ou assessoria do profissional da área da saúde, pois em muitos casos, a questão clínica se sobressai e novamente o pedagógico fica esquecido. O professor se sente à margem deste processo e desconhece o seu aluno: suas potencialidades, desejos, dificuldades e limitações. Deve-se considerar também os conflitos que se estabelecem nas relações frente às questões relacionadas com a gratificação salarial e o aumento no trabalho para os professores do ensino regular.
Aliado a este contexto escolar, encontra-se a dificuldade do ponto de vista econômico, principalmente nos pequenos municípios que analisam o custo benefício da acessibilidade, como por exemplo, adaptar os ônibus, com custo elevado para o número insignificante de pessoas com necessidades específicas. Desta forma, fica implícita a ideia de que estas pessoas são improdutivas e por esta razão não há muitos investimentos. Este posicionamento dificulta, por muitas vezes a entrada na escola e no trabalho, acentuando assim, a sua condição desfavorecida em relação a outras pessoas. Jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quem poderá ser incluído. É preciso que estas pessoas tenham voz e vez, pois elas sabem do que precisam, de suas expectativas, e dificuldades como qualquer cidadão. No entanto, isso não basta; é necessário ouvi-los, propor e desenvolver ações que venham a modificar e orientar as formas de se pensar nas práticas de educação inclusiva.
4. ALTERNATIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS SÉRIES INICIAIS: O ORIENTADOR EDUCACIONAL NESTE CONTEXTO A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminam barreiras para a plena participação dos alunos considerando suas atividades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado contam com a fundamental importância do orientador pedagógico nas práticas que visam o auxilio ao docente para viabilizar o processo de ensino aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais. Estes profissionais auxiliam nas questões que partem do princípio em que o atendimento especializado diferencia-se das atividades comuns realizadas no âmbito da sala de aula. Estas não substituem a escolarização, complementa e/ou suplementa a formação dos alunos, visando a autonomia e independência destes alunos na escola como fora dela. Dentre as atividades de atendimento educacional especializado devem ser disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação, sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização a equipe pedagógica deve auxiliar o educador a todo instante a fim de contribuir com propostas curriculares diferenciadas, recursos didáticos diversos, além de consultoria de apoio ao docente, indicando diretrizes que podem facilitar o processo de aprendizagem destes alunos e aprimorar a prática diária. Tal atendimento deve estar sempre articulado com a proposta pedagógica comum. O atendimento educacional especializado deve ser acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta nas escolas das redes pública e privada. Em todas as etapas e modalidades das séries iniciais, que é o eixo central desta pesquisa, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória nos sistemas de ensino.
O atendimento educacional especializado deve ser realizado mediante à atuação de profissionais com conhecimentos específicos na Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, na Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braile, do Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimentos dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, dentre outras alternativas. A avaliação pedagógica, como processo dinâmico deve considerar tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno, quanto as possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual. Deve prevalecer os progressos qualitativos que indiquem a intervenção do educador, como também do orientador, quando se fizer necessário. No processo de avaliação, o professor deve, com o auxílio da equipe pedagógica, criar estratégias considerando que alguns alunos podem demandar uma ampliação do tempo para executar atividades cotidianas. Cabe aos sistemas de ensino, viabilizar o processo de ensino aprendizagem dos educandos com necessidades especiais. A equipe pedagógica deve organizar a educação especial sob a perspectiva inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com necessidades de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. Para atuar na educação especial,o professor deve ter como base da sua formação inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas de aula comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade, dentre outros espaços.
5. CONCLUSÃO Neste artigo foi abordado o assunto inclusão na educação. Um assunto polêmico e que a apenas alguns anos vem sendo desenvolvido nas escolas. Fora concluído que as dificuldades são enormes tanto para a escola (direção, orientação e professores) quanto para os alunos. As leis são feitas e põe-se em prática, mas não leva-se em consideração o despreparo dos professores para enfrentarem a situação. A realidade é crítica, alunos com problemas diversos são inclusos em salas de aula com elevados números de alunos e o professor tem que dar conta muitas vezes sem a ajuda da orientação escolar. Muitos professores que estão atuando em sala de aula, que trabalham com alunos inclusos percebem que os mesmos as vezes procuram tirar vantagem da situação que vivem para não cumprir com as tarefas aplicadas pelo professor por partirem do princípio que já estão aprovados automaticamente. No texto, foi abordada também a questão sobre a participação do orientador no processo de inclusão, a teoria é maravilhosa, mas na prática, percebe-se que o orientador na maioria dos casos não sabe como agir. Cabe ao orientador buscar elementos vigentes da realidade do aluno para discutir e refletir junto a equipe escolar (professores, diretores, supervisores, etc...) a fim de contribuir no processo de ensino aprendizagem. Como seria interessante e produtivo que na realidade isso acontecesse na íntegra. O sistema impõe ao professor determinados casos e o mesmo tem que acatar. Tenho experiência de casos com alunos com deficiência mental inclusos em turmas numerosas e que acabam tornando-se indivíduos com dificuldades de aprendizagem. A inclusão surgiu como forma de reintegração, de conquistar aquilo que estava à margem de alguém ou de alguma coisa, mas, funciona quando é desenvolvida adequadamente, atendendo aos interesses e necessidades dos alunos, com uma equipe preparada para desenvolver um trabalho sério e não dando o famoso jeitinho brasileiro que é o que acontece na maioria dos casos.
Diante desta perspectiva, como já discorrido anteriormente, os resultados que não são obtidos dentro do que se é esperado, é atribuído à incompetência do aluno (déficit de atenção, fracasso escolar, hiperatividade, dentre outros). Sendo assim, não se repensa como está sendo elaborado o processo de ensino aprendizagem, tampouco de que forma o educador pode contribuir de forma significativa a fim de fazer a inclusão acontecer, ao invés de fazer de conta que está acontecendo. Foi levantada ainda em neste artigo a questão da resistência do professor em aceitar a educação inclusiva, mas posso entendê-los ou me entender, pois faço parte desse processo, somos infelizmente uma classe nesse país que é muito desvalorizada, desrespeitada e massacrada do qual o sistema não valoriza, apenas exige cada vez mais do professor, que precisa trabalhar nos três turnos (com uma sobrecarga de trabalho) para poder ter um salário que dê para o mesmo pagar as suas contas no final do mês. São vários os conflitos que se estabelecem nas relações frente às questões relacionadas com a gratificação salarial e o aumento do trabalho para os professores do ensino regular ou seja: é fácil aumentar o trabalho dos professores, sem levar em consideração se os mesmos estão preparados para tal, mas, na hora de aumentar o salário...quanta polêmica. É praticamente impossível haver inclusão verdadeiramente séria se a sociedade se sentir no direito de escolher quem poderá ser incluído. A ação deve ser posta em prática para atender as necessidades de quem realmente necessita de cuidados e atenção especial, de forma consciente, a fim de que tanto o incluso como o corpo docente e discente da escola não se sintam prejudicados ou pressionados.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRESPO, Lia. Educação inclusiva: o que o professor tem a ver com isso?. Rede Saci, 2008. GARCIA, Regina. Orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo, Cortez, 2001. GARCIA, Regina. O orientador educacional e o trabalho na escola. São Paulo, Loyola, 1991. GRISPUN, Mirian. A prática dos orientadores educacionais. São Paulo, Cortez, 2001 MAIA, Eny Marisa. A orientação educacional para uma nova escola. Loyola, 1995. MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar: o que é? por que? como fazer? Moderna, 2006.