Dia Aberto da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda Intervenção do Senhor Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção Universidade de Aveiro, 3 de Março de 2010 Tenho sempre um grande prazer em vir à Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda. Mas hoje trata-se do meu primeiro acto público depois da tomada de posse. Assume, assim, muito a propósito, um carácter simbólico que eu quero aproveitar para enaltecer o papel que a UA vem atribuindo à sua componente politécnica. Afirmando-se como uma instituição binária, a UA continuará a promover as diferenças entre as missões dos seus sub-sistemas universitário e politécnico; mas fá-lo-á sublinhando sempre a sua igual importância e dignidade. Agradeço a todos os que quiseram, com a sua presença, qualificar o valor desta Escola e dar público testemunho do excelente trabalho que o seu Director, João Pedro Estima de Oliveira, e os que com ele, e antes dele, - estudantes, funcionários e docentes - realizaram em prol da UA, da região e da qualificação dos portugueses. Permitam-me que englobe excepcionalmente nesta menção dois professores que, não sendo da ESTGA, contribuíram também para o notável percurso da UA. E que nos pregaram a partida de abalar demasiado cedo: o Prof. Edgar Cruz e Silva, ontem, e a Prof. Virgínia Santos, há pouco mais de uma semana. A ambos o meu sentido tributo! Há um segundo aspecto simbólico que eu quero aqui mencionar. A minha primeira decisão como Reitor foi recrutar, para o meu 1
gabinete, duas jovens diplomadas de Secretariado de Direcção desta Escola. A mensagem é clara: acredito nos jovens, acredito que merece a pena estudar, acredito na formação que ministramos e compete à Reitoria dar os melhores exemplos. Vão ver que tomei a decisão certa! A ESTGA vem entendendo, e muito bem, que, no ensino, a política da UA deve continuar a ser a de organizar os seus programas de modo a ir ao encontro das várias necessidades da sociedade e ser capaz de alargar a sua oferta a novos públicos; o que é hoje facilitado pelas características de rede integrada de ensino superior que já somos, permitindo que programas, politécnicos e universitários, pós-secundários, de 1º ciclo e de pós-graduação coexistam, distribuídos por vários centros, na mesma instituição. Desde o princípio, a UA considerou igualmente como prioritária a cooperação com a sociedade. Hoje, esta frente engloba relações estreitas com a indústria, cooperação para o desenvolvimento, prestação de serviços de índole diversa, divulgação da ciência e actividades culturais, para além de um programa muito alargado de estágios, de cursos vocacionalmente orientados e da oferta de formação ao longo da vida; e inclui ainda participar na resolução de problemas da região, em coerência com a atenção especial que a UA deu sempre ao seu enquadramento local. Esta estratégia conjugada, de mais de três décadas, de estar atenta à sua vizinhança próxima ao mesmo tempo que procurava alcançar padrões de reconhecimento nacionais e internacionais, permitiu estabelecer um leque diversificado de iniciativas que ligaram a Universidade à sua região e que contribuíram para estabelecer uma 2
reputação não só como instituição de prestígio científico mas também como entidade dinâmica e empreendedora. Também aqui a ESTGA soube assumir, com assinalável êxito, o seu quinhão de responsabilidades. Como já aflorei é essencial que se contribua para a necessária clarificação entre ensino universitário e ensino politécnico. Esta clarificação deve ser feita reconhecendo a importância do ensino politécnico para aumentar a equidade no acesso, para incentivar o prosseguimento de estudos e para fomentar a relação com o tecido social e com o tecido económico, consolidando a UA enquanto nó de uma rede com a região. E devemos aproveitar o processo de melhoria contínua e de acreditação dos cursos para ir cimentando essas diferenças. Temos que garantir que no politécnico as qualificações finais e as competências são parcialmente baseadas em perfis profissionais desenhados por ou em articulação com o campo profissional relevante; e que cada licenciado está qualificado para exercer imediatamente uma profissão específica ou numa área profissional relacionada. Mas assegurar igualmente que um licenciado do politécnico está sempre habilitado a prosseguir estudos de mestrado. Só assim será possível tirar a máxima vantagem de cada subsistema e beneficiar da gestão conjunta dos dois. Nesse sentido, é preciso que a massa crítica da ESTGA se reforce nomeadamente através da continuada qualificação do seu corpo docente e que haja uma melhor especificação da sua missão e uma maior colaboração e sinergia com o resto da UA. 3
Portugal está entre os países Europeus com menor oferta de formação ao longo da vida, incluindo oportunidades de formação contínua e de requalificação. Os caminhos do acesso são predominantemente tradicionais e há ainda uma grande falta de atitude, conhecimento e experiência no reconhecimento de actividades formativas não inseridas em programas conducentes a grau (e até neste último caso). As dificuldades criadas pelo decréscimo, demograficamente previsível, do número de estudantes tradicionais devem ser encaradas como uma oportunidade para que os novos públicos e a formação continuada assumam um papel cada vez mais importante. Aliás, os estudantes provenientes do regime maiores de 23 anos ou com diplomas de CETs, representam já, em termos de recrutamento para o 1º ciclo, uma percentagem muito significativa e que tem vindo a crescer. Mas temos, ao mesmo tempo, que assegurar condições para o sucesso desses alunos. Em particular, os mecanismos de acesso dos diplomados com CETs ao 1º ciclo e de acesso dos licenciados do politécnico ao 2º ciclo devem ser substancialmente melhorados. O Contrato de Confiança, de iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que iremos assinar com o Governo, para além de nos permitir trabalhar num quadro de acrescida estabilidade orçamental, exigirá de nós, e muito bem, a qualificação de mais activos. A ESTGA deve estar atenta a esta oportunidade e fazer o esforço requerido no que se refere aos Cursos de Especialização Tecnológica, ao regime de maiores de 23 anos e ao prosseguimento de estudos de diplomados com CETs. 4
Mas hoje é um dia aberto onde o protagonismo principal deve ser dado aos estudantes, aos nossos parceiros empresas, escolas e autarquias e a todos os que nos visitam neste dia. A promoção da compreensão pública da ciência é uma área de grande importância para despertar vocações e atrair estudantes. Os meus agradecimentos às Escolas Secundárias e Profissionais e respectivos professores que tornaram possível a realização do TECLA Torneiro Estudantil de Computação Multiliguagem de Aveiro; e também à Câmara Municipal de Águeda, à Metathek e à FCA Editora de Informática que patrocinaram os prémios. Às equipas premiadas os meus parabéns. Continuem a estudar e a gostar de computação! Agradecimentos são de igual modo devidos aos patrocinadores dos prémios escolares: RST Construtora de Máquinas e Acessórios, SA; José Maria de Oliveira & Filhos, Lda.; EEE Empresa de Equipamento Eléctrico, SA; MRodrigues, SA e PECOL Sistemas de Fixação, SA são todos repetentes na colaboração connosco. Os meus parabéns aos estudantes contemplados. A eles e aos que receberam hoje os seus Diplomas de Especialização Tecnológica os meus desejos de um futuro à medida das aspirações de cada um. As conferências por pessoas qualificadas exteriores à UA são uma tradição neste dia aberto e mais uma tradução do verdadeiro significado deste. Aos oradores, Professor António Nogueira Leite e Eng. Nuno Guarda, o meu reconhecimento. Um obrigado a todos! 5
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