REGULAMENTO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS AO FUNDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA FEE- Fundo de Eficiência Energética 23-03-2012
CAPITULO I Âmbito Artigo 1.º (Enquadramento) 1) O Decreto Lei n.º 50/2010, de 20 de maio, criou o Fundo de Eficiência Energética (FEE). Este Fundo tem como objetivos incentivar a eficiência energética por parte dos cidadãos e das empresas, apoiar projetos de eficiência energética e promover a alteração de comportamentos nesta matéria. 2) Através deste Fundo, pretende-se apoiar projetos de eficiência energética em áreas como os transportes, os edifícios, a prestação de serviços, a indústria, os serviços públicos, que contribuam para a redução do consumo final de energia, de uma forma energeticamente eficiente e otimizada. Estes apoios potenciam o desenvolvimento do tecido económico, sobretudo junto das pequenas e médias empresas ligadas ao fornecimento de bens e serviços, tendo assim um impacte significativo na criação de novos postos de trabalho qualificado. 3) A Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro, que aprovou o Regulamento de Gestão do FEE, veio estabelecer o regime de apoio financeiro aos projetos elegíveis pelo FEE que visem a implementação de medidas e programas no âmbito do Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE). Artigo 2º (Objeto) 1) O presente Regulamento visa definir os critérios que devem presidir à elaboração de candidaturas para apoio do FEE a projetos para a concretização direta de medidas definidas no PNAEE nas áreas: a) Transportes b) Residencial e Serviços c) Indústria d) Estado e) Comportamentos Artigo 3.º (Aplicação Territorial) O presente Regulamento abrange todo o território nacional. 1
Artigo 4.º (Tipologia de Operações) São suscetíveis de financiamento no âmbito do presente Regulamento as seguintes tipologias de operações: 1. Transportes Melhoria da eficiência energética dos veículos e/ou equipamentos relacionados com o transporte de passageiros e mercadorias. 2. Residencial e Serviços Implementação de soluções que promovam o aumento do desempenho energético em edifícios e equipamentos, suportadas, sempre que aplicável, pelos sistemas de certificação e/ou etiquetagem energética existentes. 3. Indústria Promoção da eficiência energética com base em quatro grupos tecnológicos Motores elétricos, produção de calor e frio, iluminação e processo industrial -, suportada, sempre que aplicável, pelos sistemas de gestão, certificação e normalização energética existentes. 4. Estado Promoção da eficiência energética no Estado, dirigida a edifícios, equipamentos, frotas e iluminação pública. 5. Comportamentos Promoção de hábitos e atitudes energeticamente eficientes, junto dos consumidores, através de campanhas de sensibilização e comunicação. Artigo 5.º (Beneficiários) São beneficiários do apoio previsto no presente Regulamento todas as pessoas singulares ou coletivas, do setor público, cooperativo ou privado, com ou sem fins lucrativos, que preencham as condições expressas na Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro, e definidas como elegíveis no âmbito dos Avisos específicos. CAPITULO II Condições Específicas de Admissibilidade e de Aceitabilidade Artigo 6.º (Condições específicas de Admissibilidade e Aceitabilidade das Operações) As operações devem reunir as condições gerais definidas no artigo 3.º, da Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro, e as expressas nos Avisos específicos. 2
CAPITULO III Despesas Artigo 7.º (Despesas Elegíveis) São elegíveis as despesas que concorram para a realização das operações cuja natureza se enquadra no artigo 4.º e que cumpram com as condições específicas exigidas em cada Aviso. Artigo 8.º (Despesas não elegíveis) São não elegíveis as despesas que não respeitem o definido no artigo 7.º do presente Regulamento. Artigo 9.º (Taxas máximas de financiamento das despesas elegíveis e limites de apoio) Será financiado um montante máximo de acordo com as condições específicas a definir em cada Aviso. CAPITULO IV Processos Secção I Candidatura Artigo 10.º (Apresentação das Candidaturas) 1. As candidaturas são apresentadas nos termos e condições definidos nos Avisos de concurso, a serem divulgados na página eletrónica do FEE (www.adene.pt e www.fee.adene.pt); 2. As candidaturas devem ser submetidas por via eletrónica, através da página eletrónica do FEE (www.adene.pt e www.fee.adene.pt), devendo incluir os elementos referidos no n.º 3, do artigo 5.º da Portaria n.º 25/2011, de 10 de janeiro; 3. A modalidade adotada tem em consideração, nomeadamente, os recursos financeiros existentes, os critérios de aferição das prioridades definidas e a natureza jurídica do universo potencial dos beneficiários. 3
Artigo 11.º (Verificação das condições de admissibilidade e aceitabilidade) 1. A verificação das condições de admissibilidade e aceitabilidade dos beneficiários e das operações compete à Comissão Executiva do PNAEE, de acordo com o artigo 6.º da Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro; 2. A verificação das condições de admissibilidade e aceitabilidade dos beneficiários e das operações é documentada através de listas de verificação específicas. Artigo 12.º (Critérios de seleção) Os critérios de seleção das operações devem respeitar o n.º 1, do artigo 8º, da Portaria n.º 26/2011, de 10 janeiro. Artigo 13. (Avaliação de Mérito) 1. As operações são apreciadas e hierarquizadas pela Comissão Executiva do PNAEE, em função dos critérios de seleção referidos no artigo 12.º do presente Regulamento e conforme artigo 8.º da Portaria n.º 26/2011, de 10 janeiro; 2. As entidades que podem participar na avaliação do mérito das operações, para efeitos da respetiva hierarquização e seleção, são as indicadas no n.º 1, do artigo 4.º, da Portaria n.º 1316/2010, de 28 de dezembro. Secção II (Decisão de financiamento) Artigo 14.º (Decisão de financiamento) 1. As candidaturas das operações aceites são analisadas de acordo com a metodologia e critérios definidos no artigo 12.º do presente Regulamento, sendo elaborado um parecer a submeter a decisão da Comissão Executiva do PNAEE, de acordo com o estipulado no n.º 4, do artigo 4.º, da Portaria n.º 1316/2010, de 28 de dezembro; 2. Os prazos para análise das candidaturas e comunicação da decisão ao beneficiário são definidos pela Comissão Executiva do PNAEE e divulgados de forma alargada, designadamente, através do portal eletrónico do FEE (www.adene.pt e www.fee.adene.pt) e em Avisos de abertura de concurso, sempre que aplicável; 3. A comunicação da decisão favorável do financiamento deve conter os elementos referidos nas alíneas a) e b), do n.º 4, do artigo 7.º, da Portaria n.º 26/2011, de 10 janeiro, bem como a identificação das componentes da operação a financiar, suas especificações e respetiva despesa elegível; 4. Após a comunicação referida no número anterior, a Comissão Executiva do PNAEE inicia o processo de celebração do contrato de financiamento com o beneficiário. 4
Artigo 15.º (Alteração à decisão de financiamento) 1. A decisão de financiamento pode, em situações excecionais, sofrer alterações, especificamente no caso de alterações que justifiquem a interrupção pontual do investimento ou a alteração do calendário da sua realização; 2. O pedido de alteração à decisão deve ser formalizado através da apresentação de nota justificativa com a síntese das alterações solicitadas e a informação detalhada que as fundamente; 3. Compete à Comissão Executiva do PNAEE a decisão final nesta matéria. Artigo 16.º (Pareceres) A Comissão Executiva do PNAEE pode solicitar pareceres ou recorrer a entidades externas, de acordo com o previsto no n.º 2, do artigo 7.º, da Portaria n.º 26/2011, de 10 janeiro. Secção III Contrato Artigo 17.º (Resolução do contrato) Para além dos fundamentos previstos no artigo 15.º da Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro, o contrato de financiamento pode ser resolvido unilateralmente pela Comissão Executiva em caso de: a) Incumprimento da obrigação de registo contabilístico das despesas; b) A execução da operação não ter início no prazo máximo de 180 dias após a assinatura do contrato de financiamento, salvaguardando os casos em que as razões invocadas pelo beneficiário para o incumprimento do prazo sejam aceites pela Comissão Executiva. CAPITULO V Obrigações dos beneficiários Artigo 18.º Obrigações dos beneficiários 1. Dar concretização às condições referidas no artigo 6.º do presente Regulamento e artigo 3,º da Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro; 2. Ter registo contabilístico de todas as despesas constantes do projeto; 3. Manter as condições legais e operacionais que serviram de base à elaboração do contrato; 5
4. O incumprimento das obrigações determina, nas situações em que a Comissão Executiva do PNAEE considere supríveis, a suspensão de todos os pagamentos ao beneficiário até à regularização da situação. CAPITULO VI Disposições finais e transitórias Artigo 19.º Legislação subsidiária Em tudo o que não estiver expressamente regulado no presente Regulamento, em matéria de procedimento administrativo, aplicar-se-á subsidiariamente o disposto na Portaria n.º 26/2011, de 10 de janeiro. Artigo 20.º Entrada em vigor O presente Regulamento entra em vigor no dia útil seguinte ao da sua aprovação. 23 de março de 2012 A Comissão Executiva do PNAEE 6