HISTÓRIA DE VIDA, FORMAÇÃO E IDENTIDADE DOCENTE: BUSCANDO A REALIZAÇÃO DE UM SONHO

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Transcrição:

HISTÓRIA DE VIDA, FORMAÇÃO E IDENTIDADE DOCENTE: BUSCANDO A REALIZAÇÃO DE UM SONHO Anita Thayane Nascimento de Freitas¹; Fátima Raquel de Gois Oliveira ²; Maria Cleonice Soares ³ ¹Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E-mail: anitathayane15@hotmail.com ²Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E-mail: q.elsinha@yahoo.com.br ³Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E-mail: cleonice_s@hotmail.com RESUMO O presente trabalho tem como objetivo absorver a importância do processo de constituição da identidade docente, para isso foi realizado uma entrevista semiestruturada, onde podemos perceber a contribuição da história de vida e da formação para o processo de construção dessa identidade, que passa por constantes transformações, tendo em vista as significativas mudanças ocorridas na sociedade, principalmente no que se diz respeito a educação. PALAVRAS CHAVE: Docente. Educação. Sonho. Dificuldade. Determinação. Alunos. 1 INTRODUÇÃO A profissão docente é constituída através de duas condições, objetiva e subjetiva: Condições objetivas são entendidas como aspectos exteriores da profissão (salário, carreira, prescrições legais, condições concretas de trabalho em um local) e condições subjetivas como a vivencia diária de um profissional no desempenho do trabalho, incluindo as angústias e alegrias nas relações sociais que estabelece [...] (PENIN, 2009. p. 26). Com base nessa afirmação podemos perceber que a condição subjetiva está diretamente ligada com a construção da identidade docente por isso é interessante conhecermos a história de vida e a formação do profissional, para isso foi realizado uma entrevista com a professora de geografia do nível fundamental, a qual denominaremos pelas siglas CKMD. Ela, concluiu o curso de geografia no ano de 2001, ingressou na profissão através de concurso público, é pois graduada em educação ambiental na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com o tema de conclusão de curso A educação ambiental na visão dos professores da Escola Estadual Francisco Sales Cavalvante. Filha de professores teve total influência para a escolha da sua profissão.

Perguntamos a professora quais as contribuições da graduação para o seu exercício profissional. Ela respondeu que a convivência na universidade abre muitas possibilidades, mas que acredita muito na prática e isso infelizmente, só viveu no período do estágio. Assim é perceptível a importância da prática nos cursos de graduação, desde os períodos iniciais, para uma maior vivência da realidade e consequentemente uma certeza sobre a profissão. Ao escolher ou entrar numa profissão uma pessoa define um modo de vida. Começa a pertencer a um grupo que, conforme o seu grau de identificação lhe traz benefícios ao atender a uma das necessidades humanas básicas, a de pertencimento. A vivência cotidiana numa profissão e instituição geralmente interfere na maneira vigorosa no desenvolvimento da própria identidade ou identidade do eu. (PENIN, 2009. p. 4). Para CKMDA o curso de pedagogia traz um leque de opções dentro das práticas pedagógicas, mas como professora de geografia, ela acredita que um aprofundamento na área poderia contribuir em uma dinâmica mais significativa no aprendizado dos alunos, pois na percepção dela existe uma preocupação muito grande em ler, escrever e contar, o que ela considera extremamente importante, mas que deixa a desejar na alfabetização cartográfica, trazendo consequências negativas até o final do ensino médio. Segundo Sonia Penin (2009), na área do ensino os conhecimentos sistematizados são provenientes tanto da pedagogia quanto dos campos científicos ou humanísticos relacionados ao currículo da escola básica. Completando assim o pensamento da professora que conclui destacando que as atividades realizadas nas disciplinas pedagógicas são extremamente relevantes para a formação e atuação profissional, pois contribui na busca de novas metodologias e ferramentas didáticas. A preocupação do professor com a aprendizagem do aluno está ligado com a sua satisfação pessoal e também profissional, pois sendo o professor produtor e transmissor do conhecimento é de suma importância que haja essa preocupação, para um resultado possivelmente positivo na aprendizagem do aluno, como destaca Sonia Penin (2009) [...] uma tendência entre os professores é apontar a aprendizagem do aluno como fator tanto de satisfação (quando positiva) quanto de insatisfação (quando negativa) [...]. Isso demonstra a própria identificação do professor com sua profissão pois ele se sente responsabilizado tanto pelo aprendizado como pelo não aprendizado. CKMDA ingressou na profissão inicialmente na rede privada através da análise do currículo e testes, mas há sete anos está na rede pública através de concurso, ela enfatiza as dificuldades enfrentadas nos primeiros momentos do exercício da profissão, principalmente

por não conhecer na prática mecanismos significativos de aprendizagem, pois segundo ela, o segmento educação é sacerdócio e exige total entrega e força, atualmente as dificuldades continuam, porém hoje existe uma convicção de que sem educação nada caminha e apesar da pouca valorização os profissionais da educação alicerçam seus sonhos dentro da profissão e afirma: quem faz educação não são governantes e sim os profissionais que realmente fazem o que gostam. Segundo ela, as maiores dificuldades encontradas no exercício da profissão são falta de apoio dentro das instituições, infraestrutura inadequada, carência de pessoal, material escasso, cobranças excessivas e a desvalorização da classe, mas em meio a toda essa dificuldade hoje ela se sente preparada para atuar como professora. A crise da profissão docente arrasta-se há longos e não vislumbram perspectivas de superação a curto prazo. As consequências da situação de mal-estar que atinge o professorado estão à vista de todo: desmotivação pessoal e elevados índices de absentismo e de abandono, insatisfação profissional traduzida numa atitude de desinvestimento e indisposição constante[..] (NOVOA, 1991. p. 20). Essa afirmação de NOVOA (2009) vem confirmar as dificuldades citadas pela professora. Mesmo com tantos problemas envolvendo a profissão, a professora entrevistada se caracteriza como sonhadora, pois a mesma tem na profissão um sonho de realização profissional e pessoal e para isso ela busca desempenhar a sua função com toda determinação e garra exigida, coisa que vem aprendendo com a vida e os colega, construindo uma identidade baseada na atenção que os filhos precisam ter e ser, levando isso para os seus alunos, vendo-os com olhos de mãe, preparando as aulas para os filhos. Essa construção não pode ser definida através de parâmetros exclusivos, pois a educação é ampla e permite talhar por várias vertentes, como as leis, e principalmente as leituras que tratam da realidade e permite um vislumbre de vários modelos e parâmetros que se camuflam na prática. Por ser filha de professores, CKMDA, acredita ter sido influenciada diretamente para a formação da profissional que é hoje, ressaltando que não só a vivência em casa, mas tudo que viveu e vive influência diretamente na sua profissão, como também a presença forte e marcante de alguns professores da graduação. A condição subjetiva está presente na maioria dos aspectos da profissão docente, mas isso não significa que a condição objetiv seja menos importante, pois é pelas condições objetivas que o profissional busca melhorias, através de reivindicações e lutas constante, como afirma:

Supondo que a busca da melhoria das condições de trabalho dos membros de sua profissão é um bem e um fim em si mesma, supõe-se também, que a melhoria da imagem e das condições objetivas da profissionalidade reflete de forma positiva sobre a profissão e seu papel social. (PENIN, 2009. p.4) 2 METODOLOGIA 2.1. Pesquisa Teórica Como fundamentação teórica para o trabalho, foi realizado os textos de Sonia Teresinha de Sousa Penin (2009), Salto para o futuro e o de Antônio Novoa (1991), O Passado e o presente dos professores, para melhor entendimento do assunto proposto e base para questões discutidas em conversas com a profissional entrevistada. Foi possível uma análise mais crítica sobre a formação e a constituição da identidade docente e o exercício da profissão. Todo esse aparato teórico foi enriquecedor para o aprofundamento sobre a temática deste trabalho, a fim de contribuir para o desenvolvimento e conclusão. 2.2. Entrevista Semiestruturada Autores como Triviños (1987) e Manzini (1990/1991) têm tentado definir e caracterizar o que vem a ser um entrevista semi-estruturada. Para Triviños (1987, p. 146) a entrevista semi-estruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Para Manzini (1990/1991, p. 154), a entrevista semi-estruturada está focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Foi realizada uma entrevista com o objetivo de conhecer a história de vida, a formação e a constituição da identidade e exercício docente de uma profissional que esteja atuando na educação básica, para conhecermos a influências, a sua formação, o exercício da profissão e a construção da sua identidade. 3. CONCLUSÃO

Neste trabalho podemos constatar a importância de uma formação capacitada, de boas influências dentro e fora do âmbito escolar, o apoio familiar, a necessidade de ser um pesquisador, tudo isso tem influência diretamente na formação da identidade docente, que mesmo com as mudanças ocorridas na sociedade e essa identidade se modificando, existem princípios que não se modificam e esses são construídos desde a infância. REFERÊNCIAS MANZINI, E. J. A entrevista na pesquisa social. Didática, São Paulo, v. 26/27, p. 149-158, 1990/1991. NOVOA, Antonio. Profissão Professor. Oeiras. Porto Editora, 1991. PENIN, Sonia Teresinha de Sousa. Profissão docente: Salto para o futuro, Rio de Janeiro, v.14, n. 1, p. 2-2, out.2009. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.