Oficina de Sustentabilidade para Fornecedores



Documentos relacionados
DIMENSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Inventário de Gases de Efeito Estufa

Padrões de produção e consumo

O projeto de Neutralização das Emissões de Carbono do Camarote Expresso 2222 envolve as seguintes etapas:

CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO

Empresas e as mudanças climáticas

Logística e Sustentabilidade. Valter Luís de Souza Diretor Presidente Tora Transportes Industriais Ltda

Inventário Corporativo de Emissões Diretas e Indiretas de Gases de Efeito Estufa (GEE) Ano referência: Emissões de 2010

CARTA ABERTA AO BRASIL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA 2015

A Importância da Elaboração dos Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa nas Capitais Brasileiras

O Aquecimento Global se caracteriza pela modificação, intensificação do efeito estufa.

MÓDULO I: Mudança do Clima e Acordos Internacionais. Efeito Estufa. Fontes de Emissões. Impactos. Acordos Internacionais

Mudança do Clima. Luiz Gylvan Meira Filho

Participação dos Setores Socioeconômicos nas Emissões Totais do Setor Energia

estufa para setores agropecuários

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

Posição da indústria química brasileira em relação ao tema de mudança climática

As políticas públicas de mudanças climáticas e suas implicações

Infraestrutura Turística. Magaeventos Esportivos e a Promoção da Imagem do Brasil no Exterior 16 e 17 de agosto Brasília.

Mais clima para todos

Mudanças Climáticas na Vale

Comentários sobre o. Plano Decenal de Expansão. de Energia (PDE )

A importância da eficiência energética para redução de consumo de combustíveis e emissões no transporte de cargas e passageiros

Como o efeito estufa pode render dinheiro para o Brasil. A Amazônia e o seqüestro de carbono e o protocolo de kyoto

Geografia. Professor: Jonas Rocha

EMISSÕES DO SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES LÍQUIDOS ( )

Dimensão Mudanças Climáticas

Estimativa de emissões de poluentes e GEE em frotas: Aplicação Prática.

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

Estudo da emissão veicular de Gases de Efeito Estufa (GEE) em veículos movidos à DIESEL. Prof. Dr. Ariston da Silva Melo Júnior

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro publica a seguinte lei: Capítulo I Das Disposições Preliminares

Capítulo 21 Meio Ambiente Global. Geografia - 1ª Série. O Tratado de Kyoto

Vinícius Ladeira Gerente de Projetos Ambientais da CNT Junho de 2010

Cidade: Curitiba Data: 12 de Julho de 2012

Marcio Halla

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

Dimensão Mudanças Climáticas

PLANO SETORIAL DE TRANSPORTE E DE MOBILIDADE URBANA PARA MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS - TRANSPORTE DE CARGAS

Sustentabilidade Empresarial

PROCONVE. As Fases Passadas e Futuras

CGD. Relatório de Compensação de Emissões de GEE

Seminário Soluções Técnicas e Financeiras para Cidades Sustentáveis Banco Mundial Brasília. 08 e 09 de Junho 2010

Utilização de óleo diesel e emissões de CO 2 por veículos rodoviários pesados

RASTREAMENTO DE FROTAS COMO FORMA DE ECONOMIZAR COMBUSTÍVEL E TORNAR MAIS SUSTENTÁVEL O TRANSPORTE

NECESSIDADE DE CONHECIMENTO DAS EMISSÕES NOS PROCESSOS PRODUTIVOS. Inventários de Emissões

Mudanças Climáticas. Mudanças Climáticas. Uma Questão Empresarial Estratégica

Economia de Baixo de Carbono, onde estamos? para onde vamos?

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE

Recuperação energética de gás de aterro & Créditos de carbono. Fórum Permanente "Meio Ambiente e Sociedade"

Conjunto de pessoas que formam a força de trabalho das empresas.

Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos. Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Emissão Veicular de Gases de Efeito Estufa (GEE) Em Automotivos Movidos a Diesel

Inventários e monitoramento das emissões e remoções de GEE. Gustavo Luedemann Coordenação-Geral de Mudanças Globais de Clima

Inventário Corporativo de Emissões Diretas e Indiretas de Gases de Efeito Estufa (GEE) Ano referência: Emissões de 2011

Tratados internacionais sobre o meio ambiente

O Histórico da Evolução das Políticas Climáticas O Papel Governamental

Estudo da Emissão Veicular de Gases de Efeito Estufa (GEE) em Veículos Movidos à Gasolina

Entre no Clima, Faça sua parte por. um MUNDO melhor.

Emissões no Transporte. Fórum de avaliação da atividades do downstream e aspectos ambientais da indústria

Inventário das Emissões de gases de efeito estufa

Análise e interpretação crítica: Política Nacional sobre Mudança Climática. Metodologia geral: Descritiva, Analítica, Interpretativa e Comparativa

Unidade IV Ser Humano e saúde. Aula 17.1

MUDANÇAS CLIMÁTICAS, PROGRAMA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO ESP - PROCLIMA

Mercado de Créditos de Carbono Fases dos Projetos MDL

Gases de Efeito Estufa na Aviação Civil

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE O DIESEL S-50. Fonte: Metalsinter

Mercedes-Benz destaca na Rio+20 as vantagens ambientais do uso de diesel de cana e biodiesel em caminhões e ônibus

Evitando o Desforestamento na Amazônia: REDD e os Mercados PSA Cuiabá, 1º de abril de 2009

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

CONSULTA PÚBLICA Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima Plano Indústria

Roberto Strumpf Mensuração e Gestão de GEE

Novas Tecnologias para Ônibus 12/12/2012

Resultados do Programa Ambiental SETRERJ Programas Despoluir e Economizar

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS MECANISMOS DE GESTÃO AMBIENTAL

INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA IPOJUCATUR TRANSPORTES E TURISMO LTDA ANO BASE 2009

Inventário das Emissões de Gases de Efeito Estufa. Evento: CORRIDA ESPERANÇA

Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FUNDO CLIMA)

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE O DIESEL S-50

O Protocolo de Kyoto e o Mandato de Bali:

Prefeitura Municipal de Jaboticabal

Inventário das Emissões de gases de efeito estufa. Ano de referência do inventário: Inventário Parcial

VEICULAR COMO VOCÊ DECIDE A COMPRA DO SEU CARRO

White Paper Inventário de Gases de Efeito Estufa

SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

ALEXANDRE UHLIG Instituto Acende Brasil. EXPANSÃO DA GERAÇÃO NA ERA PÓS- HIDRELÉTRICA Guia para debates

FAQ - PROGRAMA REDUZA E COMPENSE CO2

Problemas Ambientais

Emissões e Consumo do Veículo Convencional e VEH: Resultados Medidos

CST Processos Gerenciais

Pegada de Carbono. Carbon Footprint. Abril 2013

Política de Sustentabilidade

Avaliação de Ciclo de Vida. Buscando as alternativas mais sustentáveis para o mercado de tintas

CONSULTA PÚBLICA Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima

POLÍTICA DE SEGURANÇA POLÍTICA DA QUALIDADE POLÍTICA AMBIENTAL POLÍTICA DE SEGURANÇA, SAÚDE E BEM-ESTAR NO TRABALHO

Resumo Aula-tema 02: Panorama mundial e nacional mudanças climáticas e políticas públicas emergentes.

Ministério das Cidades Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana

Inventário Municipal de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) e outros Produtos no Município de São Paulo

GNV. Combustível de baixo impacto ambiental para frotas de Táxis.

Transcrição:

Oficina de Sustentabilidade para Fornecedores Possíveis Contribuições do Setor de Transportes para uma Economia de Baixo Carbono no Brasil Prof. Manoel A. S. Reis, Ph.D FGV-EAESP GVcelog 1

Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 3 Centros de Estudos da FGV-EAESP A FGV-EAESP possui 12 centros de estudos em diversos setores, merecendo aqui destaque: GVcelog CentrodeExcelênciaemLogísticaeSupplyChain GVces Centro de Estudos da Sustentabilidade Esses dois centros realizam trabalhos conjuntos associando sustentabilidade à logística, com foco nos transportes. 4 2

Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 5 Economia de Baixo Carbono Carbono, transferido para a atmosfera pela ação do homem, é hoje uma grande preocupação, pelo seu crescimento vertiginoso e pela sua associação com as mudanças climáticas que o mundo vem exibindo. Porisso,baixocarbonoéaexpressãode ordempara a economia do século XXI, num esforço global para reduzir as emissões para a atmosfera, com foco em eficiência e alternativas energéticas, inovação tecnológica, redução de emissões e gestão em sustentabilidade. 6 3

Economia de Baixo Carbono As emissões indesejadas são os gases de efeito estufa (GEE), que são a causa do aquecimento global. OprincipalGEEéoCO 2 que,naatmosfera,permitequea luz do sol chegue a à superfície terrestre, mas dificulta a saída do calor irradiado para o espaço. O resultado é o aquecimento da atmosfera, o chamado efeito estufa, que induz alterações climáticas que põem em risco principalmente as faixas litorâneas, onde está concentrado o grosso da população mundial. A redução das emissões visa mitigar este risco. 7 Gases de Efeito Estufa(GEE) São substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam seu escape para o espaço. Dificultam a perda de calor para o espaço, mantendo a Terra mais aquecida. Dióxido de Carbono Metano CO 2 CH 4 Queima de combustíveis Óxido Nitroso N 2 O Hidrofluorcarbonos HFCs Perfluorcarbonos PFCs Hexafluoreto de Enxofre Fonte: Ministério de Ciência e Tecnologia 8 SF 6 8 4

Emissões de GEE por Setor Energia Processos industriais Queima de combustíveis CO 2 CH 4 N 2 O Indústria de produtos minerais Indústria química CO 2 CO 2 CH 4 Emissões na indústria de carvão mineral e petróleo Indústria metalúrgica CO 2 PFCs CO 2 CH 4 Produção de consumo Fonte: Ministério de Ciência e Tecnologia HFCs SF 6 9 Principais Causas das Mudanças Climáticas Queima de carvão, petróleo e gás natural pela indústria e pelos sistemas de transporte, que emitem grandes quantidades de gás carbônico. Destruição das florestas e diferentes tipos de vegetaçãoemudançasnopadrãodeusodosolo. Criação de gado e o cultivo de arroz, atividades que emitem metano, óxido nitroso e outros gases de efeito estufa. Fonte: Raquel Biderman, GVces 10 5

Principais fontes de gases de efeito estufa decorrentes das atividades humanas. Fonte: Le Queré, 2009 (Dados de 2008) 11 Participação dos Principais GEE no Aquecimento Global nos Próximos 100 anos Participação dos GEE no aquecimento global nos próximos 100 anos, baseada nas estimativas de emissão de cada um deles (Hadley Centre, 2005). 10 Gases O CO 24 2 será responsável por quase dois terços do 63 aquecimento futuro esperado. De longe, a mais importante contribuição dos GEE provocada pela ação humana, seja no presente ou nas projeções futuras. Dioxido de Carbono Metano Óxido Nitroso Outros 3 Fonte: Aracruz Celulose, 2010 CO 2 CH 4 N 2 O 12 6

AS Fontes de GEE no Mundo Fonte: Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas 13 Emissões Globais de CO 2 Combustíveis Fósseis e Produção de Cimento por Setor 1.000 milhõesde toneladasde CO 2 Geração de energia Indústria Transporte rodoviário Construção Outros Transportes Fonte: Long-term trend in global CO 2 emissions 2011 Report 14 7

Emissões Absolutas por País Emissões absolutas (Milhões de tons de CO 2 e) em 2005 por queima de combustíveis fósseis, florestas e mudanças no uso do solo. Fonte: World Resources Institute/CAIT. * O valor referente às emissões brasileiras usado pela WRI/CAIT (2.855,90 MtCO2e) foi substituído por aquele apresentado em 2010 na 2ª Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Capítulo 2: Sumário de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa por Gás). 15 Emissões Absolutas por País (1990, 2005 e 2020*) * Estimativa Em 2005 esses países representavam cerca de 52% das emissões globais de GEE. Números negativos representam aumento das emissões de GEE. Esses ganhos são insuficientes para segurar o aumento da temperatura global em no máximo 2 Celsius, com relação aos níveis pré-industriais (limite da Convenção do Clima) Fonte: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia 16 8

Impactos Previstos Pelos Cientistas 17 Impactos Previstos na Área de Saúde 18 9

Impactos Previstos 19 Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 20 10

Plano Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC) Decreto nº 6.263 de 21 de novembro de 2007 Melhorias propostas no setor de transportes, baseadas no PNLT Plano Nacional de Logística e Transporte, base para a formulação dos planos plurianuais: Recomendações de caráter institucional. Identificação de um portfólio de projetos prioritários e estruturais. Diretrizes de forte compromisso com a preservação do meio ambiente (GEE), com a evolução tecnológica e com a racionalização energética. Obtenção de dados georeferenciados de interesse do setor Obtenção de custos de toda a cadeia. aprimorar a matriz de transporte de cargas no País, fomentando o aumento dos modais ferroviário e aquaviário. 21 Lei Federal 12.187, de 29/12/2009. Essa lei objetiva estabelecer os planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas em consonância com a Plano Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC), visando à consolidação de uma economia de baixo carbono: na geração e distribuição de energia elétrica no transportepúblico urbano e nos sistemas modais de transporte interestadual de cargas e passageiros na indústria de transformação e na de bens de consumo duráveis nas indústrias químicas fina e de base na indústria de papel e celulose na mineração na indústria da construção civil nos serviços de saúde na agropecuária O Brasil adotou como compromisso voluntário, ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, visando reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020. 22 11

Lei Estadual 13.798 de 9/11/2009 de SP Compromisso do Estado frente ao desafio das mudanças climáticas globais, dispor sobre as condições para as adaptações necessárias aos impactos derivados das mudanças climáticas, bem como contribuir para reduzir ou estabilizar a concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera. Artigo 16 - Políticas públicas deverão priorizar o transporte sustentável, no sentido de minimizar as emissões de gases de efeito estufa, atendendo: 23 Lei Estadual 13.798 de 9/11/2009 de SP Estímulo a entrepostos de veículos de carga e outras opções de troca de modais que permitam a redistribuição capilar de produtos Controle e redução de emissões de veículos novos e em circulação Renovação da frota em uso Informação clara e transparente ao consumidor sobre os veículos, no que se refere às emissões atmosféricas de poluentes locais e GEE e ao consumo de combustível Definição de padrões de desempenho ambiental de veículos e estabelecimento de indicadores e rotulagem ambiental Prioridade na fiscalização de emissões de poluentes e inspeção veicular Cadastro ambiental, de veículos em conexão com a inspeção veicular Cobrança por atividade emissora de GEE e pelo uso de vias terrestres. Privilégio modais de transporte mais eficientes e com menor emissão por unidade de carga 24 12

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) O IPCC foi estabelecido em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), para fornecer informações científicas, técnicas e socioeconômicas relevantes para o entendimento das mudanças climáticas. É um órgão intergovernamental aberto para os países membros do PNUMA e da OMM. O IPCC define a mudança climática como uma variação estatisticamente significante de um parâmetro climático médio ou sua variabilidade, persistindo por um período extenso (tipicamente décadas ou por mais tempo) 25 Protocolo de Kyoto 1997 Acordo internacional voltado para a redução das emissões de GEE, que resultou de um longo processo de debate e negociações envolvendo países de todos os continentes. Teve início em 1990 por recomendação do IPCC de se realizar uma convenção visando a cooperação internacional sobre as questões técnicas e políticas relacionadas ao aquecimento global. Pelo Protocolo, os países industrializados se comprometeram a reduzir, até 2012, suas emissões de CO 2 a níveis pelo menos 5% menores do que os que vigoravam em 1990. 26 13

Protocolo de Kyoto Brasil não tem metas pelo Protocolo de Kyoto mas, em 2009, comprometeu-se voluntariamentea reduzir suas emissões em mais de 36% até 2020. Em 2007, o relatóriodo IPCC mostrou que, no período de 1850 a 2005, os 12 últimos anos foram os que bateram todos os recordes de temperatura. 27 Ações do Governo Fonte: Ilos 2011 28 14

Ações das Empresas Fonte: Ilos 2011 29 Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 30 15

Matriz Brasileira de Transporte Rodoviário 4,2 0,4 13,6 20,7 61,1 Fonte: CNT Confederação Nacional do Transporte - Maio 2011 31 Matrizes de Diferentes Países (tkm) Matriz de Transporte (%) Ferrovia Rodovia Aquaviário e outros Extensão Territorial (milhões de km 2 ) Rússia 81 8 11 Rússia 17,1 Canadá 46 43 11 Canadá 10,0 Austrália 43 53 4 Austrália 7,7 EUA 43 32 25 EUA 9,6 China 37 50 13 China 9,6 Brasil 22 64,1 14,2 Brasil 8,5 Source: PNLT Plano Nacionalde Transportes e Logística 2010 (National Plan for Transport and Logistics) 32 16

Mudanças na Matriz de Transporte Brasileira (tkm) 60 58 50 40 Rodoviário 30 25 33 32 29 Ferroviário Aqüaviario 20 10 0 13 3,6 0,4 2005 2015 2020 2025 5 1 Dutoviário Aéreo Fonte: PNLT Plano Nacional de Transportes e Logística - 2010 33 Mudanças na Matriz Brasileira de Transporte Benefícios As mudanças na matriz transporte brasileira, propostas pelo PLNT, associadas ao crescimento previsto da produção de transporte de 860 bi tkm (2005) para 1.510 bi tkm(2025), trarão os seguintes benefícios: 38% de aumento da eficiência energética 41% de redução de consumo de combustível 32% de redução na emissão de CO2 39% de redução na emissão de NOx Fonte: PNLT Plano Nacional de Transportes e Logística - 2010 34 17

Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 35 Consumo de Combustíveis nos Transportes no Brasil 2007 Fonte: MME Ministério das Minas e Energia 36 18

Energia: Consumo de Combustíveis no Brasil Fonte: Boletim Ambiental do Despoluir CNT 37 Números de Veículos para Diferentes Modais Unidades para movimentar 1.750 toneladas de carga seca. Unidades para movimentar 4.400 m 3 de líquido. 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1 15 70 1 46 144 Barcaça Vagões Caminhões Fluvial Ferroviário Rodoviário Fonte: USACE (2009). 38 19

Participação dos Modais e Emissão de GEE Rodoviário Ferroviário Aquaviário Dutoviário Aéreo Participação em 2009 (% tkm) 58 25 13 3,6 0,4 Emissões (Mt CO 2 ) 2,7 92 1,3 4 Fonte: Adaptado de Gouvello et al. (2010) e Ministério Ciência e Tecnologia (2010). 39 Emissões de CO 2 Emissões de CO2 - Brasil (2006) Queima de combustíveis: 335 milhões t Transportes: 147 milhões t Emissões de CO2 -Estado de São Paulo (2005) Queima de combustíveis: 70 milhões t Transportes: 39,8 milhões t 40 20

Emissões Totais de CO 2 Por Modal Milhões de Toneladas de CO 2 Fonte: Adaptado de Schaeffer (2009). 41 Aspectos Ambientais: Comparação Modais 42 21

Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 43 Transporte Rodoviário O setor de transporte rodoviário, considerando a frota nacional de veículos leves (carros de passageiros) e veículos comerciais leves e veículos pesados, responde por 6% das emissões brasileiras de GEE, atrás somente dos setores florestal e agrícola. 44 22

Transporte Rodoviário Idade Média Frota O Brasil tem uma frota de veículos, especialmente de caminhões, com idade avançada que gera problemas ambientais, econômicos e sociais. CAMINHÕES 60% das cargas são transportadas porcaminhões A idade média dos caminhões no Brasil supera os 18 anos Atualmente cerca de 270 mil caminhões (20% do total) em circulação foram fabricados hámais de 30 anos Os caminhõesque estão nas mãos dos motoristas autônomos tem idade média de 23 anos e representam 62% da frota brasileira Fonte: ANTT Agência Nacional de Transporte Terrestre 45 Transporte Rodoviário Distribuição Geográfica da Frota 80% dos acidentes com óbito e 76% com invalidez permanente ocorrem nas regiões Sul e Sudeste 46 23

Transporte Rodoviário Número de Veículos Por Categoria Fonte: ANTT Agência Nacional de Transporte Terrestre 47 Transporte Rodoviário Idade Média Frota Fonte: ANTT Agência Nacional de Transporte Terrestre 48 24

Transporte Rodoviário Idade Média Frota Os veículos mais antigos: Emitem mais poluentes atmosféricos. Possuem tecnologias obsoletas. Apresentam defeitos mecânicos proporcionalmente a sua idade. Necessitam de maior manutenção. Apresentam problemas que afetam a segurança. Consomem mais combustível e insumos. Comprometem o desempenho das movimentações. 49 Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 50 25

Proconve Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Resolução CONAMA 18 06/05/86) Objetivos: Reduzir emissão de poluentes dos veículos automotores; Promover o desenvolvimento tecnológico nacional; Promover a melhoria das características dos combustíveis; Criar programas de inspeção dos veículos em uso; Promover a conscientização popular quanto à poluição veicular; Estabelecer condições de avaliação dos resultados alcançados. 51 Proconve Redução da Emissão de Poluentes *Não foram exigidos legalmente(1) 0,70 para motores até 85 kw e 0,40 para motores com mais de 85 kw; (2) motores com cilindrada unitária inferior a 0,75dm3e rotação à potencia nominal superior a 3.000 RPM; (3) não entrará em vigor CO -monóxido de carbono, HC hidrocarbonetos, NOX-óxidos de nitrogênio, MP -material particulado, S enxofre Fonte CNT Confederação Nacional do Transporte 52 26

Projeto Renovar Plano Renovação da Frota Fonte CNT Confederação Nacional do Transporte 53 Projeto Renovar Desafios Fonte CNT Confederação Nacional do Transporte 54 27

Redução de Emissão x Custos Implantação 55 Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 56 28

Caso - EcoFrotas Criada em 2009, a ECOFROTAS (www.ecofrotas.com.br) é a primeira empresa do país a oferecer soluções completas para gestão de frotas, com um novo conceito, ancorado na sustentabilidade. O novo posicionamento busca nortear de forma muito importante as atividades do negócio, priorizando soluções com o menor impacto possível para o meio ambiente. Este compromisso abrange toda a cadeia produtiva da empresa, como também o processo de medição e redução das emissões de GEE geradas 57 Caso - EcoFrotas A Ecofrotaspromove a convergência entre o econômico e o ecológico na gestão de frotas e suas emissões. Programa adotado para redução das emissões de GEE: EPC (Empresas pelo Clima - www.fgv.br/ces/epc) O programa tem por objetivo contribuir para a gestão integrada de frotas, buscando reduzir as emissões de GEE É impossível desassociar o conceito da mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do posicionamento sustentável das empresas. 58 29

Caso - EcoFrotas Atua como indutora de transformação no mercado de gestão de frotas por englobar: Orientação ao cliente para o uso de veículos menos poluentes Plano de manutenção preventiva da frota. Controle de utilização de combustíveis renováveis. conscientização de condutores sobre a importância da condução consciente. Convergência interna entre as áreas da empresa para alinhar os objetivos globais corporativos e de sustentabilidade. Com os objetivos alinhados é possível equilibrar os fatores econômicos, ecológicos e sociais (tripé da sustentabilidade). 59 Caso - EcoFrotas A Ecofrotasbusca a melhoria contínua de seus processos internos: Certificando suas unidades com a ISO 14.001 Respondendo voluntariamente ao Carbon Disclosure Project (CDP), Elaborando o relatório de sustentabilidade no modelo Global Reporting Initiative(GRI). Realizando inventário de emissões de GEE (as emissões de 2010 foram compensadas com a compra de créditos de carbono). 60 30

Caso EcoFrotas Resultados Apesar de o setor de transporte estar nos seus primeiros passos em direção à sustentabilidade, empresas líderes já comprovaram os resultados da parceria com a Ecofrotas, tanto na economia da operação como na redução das emissões de CO 2. Juntas, Kimberly-Clark, Vivo, 3M, Protege e Sadia já reduziram em cerca de 13% os custos de suas frotas e evitaram a emissão de 30 mil toneladas de CO 2. 61 Caso Santos Brasil A Santos Brasil (www.santosbrasil.com.br) reduz emissões de GEE em 14% nas operações no Tecon Santos, a partir do apoio técnico de: Empresas pelo Clima (EPC); Programa Brasileiro GHG Protocol. Os objetivos do inventário de GEE são: revisão da matriz energética composta pelo óleo diesel e eletricidade busca por fontes mais limpas e renováveis para as operações. 62 31

Caso Santos Brasil A partir de setembro de 2011, todos os 58 veículos leves da frota do terminal e das unidades de logística da empresa em Santos e São Paulo, passaram a usar etanol como combustível, em substituição à gasolina. O etanol de cana-de-açúcar praticamente zera as emissões de CO 2. Foi adquirida uma nova frota de 16 caminhões para o transporte terrestre de contêineres, sendo que, embora o número de veículos tenha aumentado de 95 para 111 em 2010, houve diminuição de 6,37% de emissões, na comparação com 2009. Ampliação do uso dos RTGs(Rubber Tire Gantry), equipamento que faz a movimentação de contêineres, diminuindo o uso das empilhadeiras de contêineres, causando redução de 46,06% nas emissões de CO 2, comparado com o inventário de 2009. 63 Caso Santos Brasil As emissões nas operações de 2010 no TeconSantos, comparadas com o inventário de 2009, demonstraram que o índice apresentou redução de 13,63%: Em 2009 as emissões somaram 15.927 toneladas de CO 2, para 1,032 milhão de TEUsmovimentados (15,43 tco 2 /t). Em 2010, as emissões somaram 17.932 toneladas de CO 2 equivalente para uma movimentação de 1,351 milhão de TEUsmovimentados (13,27 tco 2 /t). 64 32

Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 65 Melhores Práticas Planejamento eficiente e eficaz de redes logísticas: Renovação das frotas e uso de veículos e combustíveis mais adequados Roteirizações especialmente em áreas urbanas Criação de centros logísticos que permitam a racionalização das operações, com sua concentração em pontos estratégicos na chegada de veículos maiores de grandes distâncias e saída de veículos menores na pulverização Rastreamento de veículos sempre que viável, visando a facilitação do planejamento da frota Integração com outros modais e mesmo entrada na operação dos mesmos, quando pertinente 66 33

Melhores Práticas Utilização de indicadores para a medida do desempenho em sustentabilidade. Treinamento de condutores Utilização de instrumentos práticos de orientação para motoristas em aspectos como forma de dirigir, locais adequados para as paradas e abastecimento, locais onde nãosedeveparar Evitar de utilizar em peças publicitárias informações não verídicas sobre suas características de sustentabilidade, pois a empresa poderá ser instada pelo CONAR a comprovar suas afirmativas 67 Indicadores de Desempenho - Importância A gestão empresarial exige hoje um conhecimento contínuo do desempenho da organização, como instrumento para a tomada de decisões A obtenção dessas informações é realizada através do cálculo de indicadores de desempenho baseados em métricas adequadas a cada caso Esse conceito está aos poucos sendo incorporado na avaliação da sustentabilidade na ação das empresas, de forma a que as mesmas avaliem e informem o mercado sobre seu status frente às exigências 68 34

Índice Geral Centro de Estudos da FGV - EAESP Gases de Efeito Estufa (GEE) Conceito de Economia de Baixo Carbono e de GEE Plano Nacional sobre Mudanças do Clima e Protocolo de Kyoto Transportes e os Gases de Efeito Estufa (GEE) Matriz de transportes no Brasil e outros países Contribuição dos transportes nas emissões de GEE Transporte Rodoviário Redução das Emissões Possíveis contribuições nos Transportes Exemplos Melhores práticas Conclusões 69 Conclusões As preocupações com a sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e econômica (tripé da sustentabilidade), farão parte crescente da gestão das empresas, incluindo a sua medida. As transportadoras, especialmente as rodoviárias, serão especialmente instadas a fazê-lo, em vista de sua forte contribuição na geração de GEE. Isso dependerá fortemente da ação dessas empresas na gestão logística de suas redes de transporte e dos cuidados com a operação/manutenção na escolha de seus veículos. A imagem de uma empresa será cada vez mais afetada pela sustentabilidade de seus parceiros na cadeia de valor, aumentando a responsabilidade de cada participante. 70 35

Obrigado! Prof. Manoel A. S. Reis manoel.reis@fgv.br 011 3799-7946 http://fgv.br/gvcelog 36