VARA DO TRABALHO DE PENÁPOLIS PROCESSO Nº

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Juntada de documentos pelas partes e produção de prova oral, respeitado o contraditório. Protestos não renovados nas razões finais.

Transcrição:

VARA DO TRABALHO DE PENÁPOLIS PROCESSO Nº 0000886-56.2012.5.15.0124 SENTENÇA RONALDO CAETANO SEVERINO DA CONCEIÇÃO, qualificado na petição inicial, ajuizou reclamação trabalhista em face de EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT apresentando os fatos e requerendo as pretensões deduzidas na petição inicial de fls. 03/08. Deu à causa o valor de R$ 30.000,00 e juntou documentos. Notificada, a reclamada apresentou defesa escrita (fls. 50/70), na qual refutou os pleitos do autor. Pugnou pela improcedência da ação, juntando documentos. Encerrada a instrução processual às fls. 48. Alegações finais remissivas. Tentativas conciliatórias rejeitadas. É o relatório. DECIDE-SE DOS RESTABELECIMENTO DO ADICIONAL Aduz o reclamante que exerceu na reclamada a função de agente de correios carteiro pedrestre/ciclista até julho de 2010, quando foi acometido por doença profissional e se afastou do trabalho com a percepção de benefício previdenciário, na modalidade auxílio-doença. 1

Encaminhado pelo INSS para o programa de reabilitação profissional e após a sua conclusão e alta previdenciária, retornou o autor ao trabalho, passando a exercer o cargo para o qual se enquadrou apto: operador de triagem e transbordo, a partir de maio de 2011. Ocorre que esta alteração do contrato de trabalho resultou em prejuízo financeiro ao autor, eis que, por não mais exercer a atividade externa de carteiro, deixou de receber o adicional de atividade de distribuição e/ou coleta externa AADC, na proporção de 30% sobre o salário base. Informa e reclamada e comprovam os holerites acostados aos autos que o autor recebe a importância de R$ 116,00, em média, a título de adicional de atividade de tratamento pela função que exerce atualmente, pelo que não deverá o reclamante ser beneficiado pelo AADC, já que não mais exerce labor externamente. No entanto, de se ressaltar que a alteração da função exercida pelo autor anteriomente se deu em virtude de doença ocupacional. Não se pode admitir, na hipótese, seja o autor ainda mais prejudicado pela readaptação profissional a que se viu obrigado em razão de circustâncias alheias a sua vontade. Com efeito, a Constituição Federal assegura expressamente, em seu art. 7º, inc VI, a irredutibilidade salarial. A proteção ao salário do empregado também está disposta no artigo da CLT abaixo transcrito, que traz vedação expressa a alteração contratual que resulte em prejuízo ao trabalhador. Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Ora, no caso dos autos, verifica-se de forma cristalina que a alteração a que se sujeitou o reclamante no que se refere a função exercida não encontra guarida no mútuo consentimento. Se concretizou em razão de doença ocupacional que culminou em sua reabilitação profissional com enquadramento em atividade diversa da até 2

então exercida. Dessa forma, imperioso se preservar a manutenção do padrão remuneratório do reclamante a fim de que não se alonguem ainda mais os efeitos decorrentes de sua condição de saúde. Pelo exposto, defere-se ao autor o restabelecimento do pagamento do adicional de 30 % sobre o seu salário base, devidos desde o mês de supressão do adicional, a saber; maio/2011. Dada a habitualidade da verba e seu caráter remuneratório, defere-se os reflexos em horas extras, em férias com o terço constitucional, décimos terceiros salários, FGTS e DSRs. Indefere-se os reflexos no adicional por tempo de serviço (anuênio), eis que este é pago nos termos definidos pela norma coletiva. Não logrou o reclamante comprovar o trabalho em feriados, pelo que improspera o pleito de reflexos. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA Uma vez presentes os pressupostos fático-jurídicos elencados no art. 273 do CPC, em especial a verossimilhança das alegações da reclamante e, sobretudo, a fim de fazer cessar os prejuízos decorrentes da redução remuneratória do autor, defere-se a antecipação dos efeitos da tutela, devendo a reclamada reimplantar na folha de pagamento do autor, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da ciência desta decisão, o adicional de 30% sobre o seu salário base, nos termos acima deferidos, mediante comprovação nos autos, sob pena de multa diária de R$ 100,00 reais, limitada ao valor de R$ 50.000,00 (art. 460, 5º do CPC). DO PAGAMENTO DO ADICIONAL DE ATIVIDADE DE TRATAMENTO AAT Conforme suscitado pela ré, quando da reimplatação do adcional de 30% no contracheque do reclamante, deverá a reclamada obstar ao pagamento do ATT, atualmente percebido pelo autor, ante a impossibilidade de acúmulo destes adicionais, a fim de que não incorra tal pagamento em aumento individual por razão da realocação vivenciada pelo obreiro. 3

No que diz respeito à condenação referente às parcelas vencidas, autoriza-se a dedução do valor pago a título de ATT, nos meses em que restou comprovado o pagamento deste (holerites de fls. 156/171), pelos motivos supra expostos. DAS PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA ECT Aplica-se à reclamada as normas estabelecidas pelo art. 790-A, da CLT, em face do entendimento disposto na O. J. 247, da E. SDI-I, do C. TST., in verbis: SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECO-NOMIA MISTA. POSSIBILIDADE. I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade; II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais. destinadas à Fazenda Pública. Por tudo isso, faz jus a reclamada a todas as isenções e garantias DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS As contribuições previdenciárias seguem a disciplina do art. 43 da Lei nº 8212/91, com as alterações dadas pelo art. 1º da Lei nº 8620/93, dos Provimentos CR-02/96 e CR-01/96 da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho, sendo certo que tais dispositivos prevêem a retenção, pela reclamada, dos valores relativos à contribuição previdenciária devida pelo reclamante, não havendo amparo legal para que esta seja arcada totalmente pela reclamada. De acordo com o disposto nos artigos. 43 e 44 da Lei 8.212/91, 4

com a redação dada pela Lei 8.620/93 e nos artigos 68 e 69 do Decreto 356/91, que aprovou o regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social, na redação dada pelo Decreto 738/93, bem assim pelo disposto no Provimento TST/CG 02/93, os créditos previdenciários devem ser apurados mês a mês e não sobre a totalidade das verbas de natureza salarial apuradas em liquidação de sentença. DO IMPOSTO DE RENDA A matéria relativa ao imposto de renda tem disciplina própria na legislação, não podendo o Juiz deixar de observar os parâmetros estabelecidos por lei. O artigo 46, da Lei 8.541/92 dispõe que "O Imposto sobre a Renda incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial será retido na fonte pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível para o beneficiário" (grifos nossos). Na mesma esteira, preconiza o item 1º do Provimento Corregedoria TST 01/96: "Por ocasião do pagamento do valor da condenação judicial ou do acordo celebrado em ação ou execução trabalhista, o servidor da Justiça do Trabalho encarregado de expedir a guia de recolhimento do depósito respectivo (GR) deverá discriminar na referida guia o valor do imposto de renda a ser recolhido pelo devedor (por este já calculado e conferido pelo serventuário) e o saldo devido à parte em favor da qual é feito o pagamento". O item 6º do mesmo Provimento acima citado assim prevê: "Nas execuções de sentença ou de acordo não cumpridos, o Juiz mandará citar o devedor para que pague o valor da condenação (principal, juros, correção monetária, etc) com dedução do imposto de renda incidente sobre as parcelas tributáveis (calculado pelo devedor) e acréscimo das custas porventura ainda devidas". Como se verifica dos textos destacados acima, é imperativo legal a dedução do Imposto de Renda do reclamante (pessoa obrigada ao pagamento). Revendo entendimento ulteriormente esposado, deve-se observar, para fins de cálculo do imposto de renda, o disposto no artigo 12-A da Lei 7.713/1988, incluído pela Lei 12.350/2010. DA JUSTIÇA GRATUITA 5

Tendo o reclamante preenchido os requisitos legais, apresentando declaração de pobreza nos termos da Lei 7.115/83, faz jus à Justiça gratuita. DOS HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS Encontra-se o reclamante assistido por sindicato de sua categoria, bem como apresentou declaração de pobreza. Sendo assim, nos termos da Lei 5.584/70, da Súmula nº 219, confirmada pela Súmula nº 329, ambas do TST, defere-se o pedido de assistência judiciária gratuita, devendo a reclamada pagar 15% de verba honorária. DOS JUROS Lei nº 9.494, de 10.09.1997, quanto aos juros moratórios. Aplica-se à Fazenda Pública o quanto disposto no art. 1º-F da POSTO ISSO, nos termos da fundamentação acima, que passa a fazer parte integrante do presente dispositivo, o Juízo da Vara do Trabalho de Penápolis julga PROCEDENTE EM PARTE o pedido formulado por RONALDO CAETANO SEVERINO DA CONCEIÇÃO, condenando EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS ECT ao pagamento do adicional de 30% sobre o salário base do obreiro a contar de maio/2011, e reflexos, em valores que serão apurados em regular liquidação por cálculo, devidamente acrescidos de correção monetária desde o vencimento da obrigação e juros a partir do ajuizamento. Autoriza-se dedução de valores, nos termos da fundamentação. Ante a antecipação dos efeitos da tutela, deverá a reclamada reimplementar o pagamento do adicional de 30 % sobre o salário base do autor, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da ciência desta decisão, sob pena de multa diária de R$ 100,00 reais, limitada ao valor de R$ 50.000,00. Contribuições fiscais nos termos do art. 46 da Lei nº 8.541/92 e do Provimento CR-01/96 da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho. Contribuições previdenciárias de acordo com o art. 43 da Lei nº 8212/91, com as alterações dadas pelo art. 1º da Lei nº 8620/93, Provimentos CR- 01/96 e 02/93 da Corregedoria Geral da Justiça do 6

Trabalho, incidentes sobre abono (salvo o de férias), adicionais, auxílio doença (quinze primeiros dias), aviso prévio trabalhado, comissões, décimo terceiro salário, diárias acima de 50%, férias normais mais 1/3 - nunca as indenizadas ou proporcionais ou dobradas, gorjetas, gratificação, horas extras, percentagens, prêmios, quebra de caixa, retiradas de diretores empregados, salário, conforme determinado no art. 28 da Lei 8.212/91. Deverá a reclamada comprovar tais recolhimentos nos autos, sob pena de serem oficiados os órgãos fiscalizadores competentes, bem como sob pena de execução direta das parcelas previdenciárias (art. 876, parágrafo único, da CLT). Autoriza-se a reclamada a promover a dedução, do que for pago ao reclamante, da cota que lhe couber, inclusive quanto ao Imposto de Renda. A presente decisão tem efeitos inter partes e tem seus limites na condenção ora imposta. Custas, pela reclamada, sobre o valor da condenação, ora arbitrado em R$ 7.000,00, no importe de R$ 140,00, isenta nos termos do Art. 790-A da CLT. Intimem-se as partes. Nada mais. Penápolis, 28 de setembro de 2012. VALÉRIA CÂNDIDO PERES Juíza Titular de Vara do Trabalho 7