ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA ALTA HOSPITALAR E EM CASA: DIFICULDADES E SOLUÇOES NO HOSPITAL PRIVADO ANNA CAROLINA SARA FONSECA NUTRICIONISTA EMTN HSC

Documentos relacionados
PERFIL DOS HOSPITAIS EM RELAÇÃO AO USO DE FÓRMULAS ENTERAIS NAS CIDADES DE UBERLÂNDIA, UBERABA E ARAGUARI- MG.

Terapia Nutricional Parenteral Princípios Básicos e Qualidade no preparo de nutrição parenteral. Tayane Menezes Farmacêutica Nvtro Parenteral

1. Sumário. Data: 29/04/2013 NOTA TÉCNICA 60/2013. Medicamento/ x dieta Material Procedimento Cobertura

6. Metabolismo de Água e Eletrólitos na Saúde e na Doença. 7. Energia, necessidades nutricionais e métodos de avaliação

PROCESSO-CONSULTA CFM 41/13 PARECER CFM 34/13 INTERESSADO:

Memorial Descritivo Pregão eletrônico Nº 34/2016

Nutrição & Dietética I

Sumário. Data: 17/12/2012. Nota Técnica: 02 /2013 Solicitante: Juiz de Direito da 4º Vara Cível de Pouso Alegre Numeração:

TITULO: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

RESPOSTA RÁPIDA 272/2014 Nutren

TERAPIA NUTRICIONAL NA CIRURGIA E NO TRAUMA. Neily Rodrigues Romero Ma. em Ciências Fisiológicas Nutricionista do IJF

RESPOSTA RÁPIDA 362/2014. Nutri Diabetic

EMTN EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL

Processo de desenvolvimento de fórmulas enterais. Desde o fornecedor de matéria-prima até o produto final

SINDNUT-PA Sindicato dos Nutricionistas no Estado do Pará

Terminologias e conceitos básicos em alimentação e Nutrição. Profª Patrícia Ceolin

TERAPIA NUTRICIONAL NUTRIÇÃO ENTERAL

RESPOSTA RÁPIDA 386/2013. Assunto: NUTRISON SOYA NATS GL. Dra.Sabrina Cunha Peixoto Ladeira Juiza de Direito da comarca de Pirapora SOLICITANTE

GERENCIAMENTO DE RISCO DE BRONCOASPIRAÇÃO

Benefícios da Nutrição Parenteral. Dr. José Alberto Caliani

Recursos Próprios 2013

ANEXO NORMA TÉCNICA PARA ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM TERAPIA NUTRICIONAL

SISTEMA ESPECIALISTA BASEADO EM REGRAS PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ATRAVÉS DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS IMPLEMENTADO NO EXPERT SINTA

Tipologia dos Estabelecimentos de Saúde

BULA PROFISSIONAL DE SAÚDE

Solicitante Dr. Eduardo Soares de Araujo - 2ª Vara da Comarca de Andradas Numeração :

Os profissionais de enfermagem que participam e atuam na Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, serão os previstos na Lei 7.498/86.

TÍTULO: OFERTA HÍDRICA PELA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL EM PACIENTES HOSPITALIZADOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

NUTRIÇÃO EM PACIENTE CRÍTICO

EXIN Nutrição SÉRIE 4MA e 4NA Assuntos 1a chamada Assuntos 2a.chamada. Nutriçao Social

TABELA DE PREÇOS REFERENCIAIS DIETAS ENTERAIS

Safeflow. Registro ANVISA n

Código Produto Descrição / Especificação Unidade Quantidade Fórmula de nutrientes para recém nascido de alto * UN

Misturas Intravenosas: O Papel do Farmacêutico no Suporte Nutricional Parenteral e na Quimioterapia Antineoplásica

Graduação. Áreas de Atuação do profissional de nutrição. Áreas de Atuação do Nutricionista

RESPOSTA RÁPIDA 49/2014 Nutren Júnior

RESPOSTA RÁPIDA 428/2014 Nutrison Soya

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA

GERENCIA DE COTAÇÃO DE PREÇO/GEG/SESAU FONE

TEMA: Dieta enteral de soja para paciente portadora de doença de Alzheimer e de adenocarcinoma gástrico.

17/10/2010. Você tem certeza que isso é suficiente? Mirtallo et al., 2004; Sriram & Lonchyna, 2009; Visser, ANVISA, 2005; DRI Otten et al.

1ª Retificação Processo Seletivo - Edital nº 01/2014

ANÁLISE NUTRICIONAL E SENSORIAL DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES

TERMO DE ADJUDICAÇÃO

RESPOSTA RÁPIDA 210/2014 Isosource Soya

GUIA BÁSICO DE SUPLEMENTAÇÃO MAGVIT

Material desenvolvido com conteúdo fornecido pelas unidades acadêmicas responsáveis pelas disciplinas.

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

NUTRIÇÃO ENTERAL HOSPITAL SÃO MARCOS. Heloisa Portela de Sá Nutricionista Clínica do Hospital São Marcos Especialista em Vigilância Sanitária

Diário Oficial REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

SOPA PROTEICA DE ERVILHAS

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

OMELETE DE CLARAS. Uma opção proteica metabolizada para seu póstreino. Informações Técnicas. SINÔNIMOS: Albumina

ÍNDICE. Trophic Basic. 06 Trophic 1.5. Trophic EP Trophic Fiber Trophic Bio + SABOR! Trophic Infant. Diamax Peptimax HDmax. Bemmax.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

AMINOSTERIL N HEPA 8% Bula para o paciente Fresenius Kabi Solução injetável

ENTENDENDO O CARDÁPIO. Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar (CECANE)

SEU RESULTADO É O NOSSO COMPROMISSO + TECNOLOGIA + ATENDIMENTO + QUALIDADE. linhaconfinatto.com.br

PROCESSO SELETIVO 2016 (Nutricionista)

7 anos desde a última atualização

Farmácia Clínica e uso racional de antimicrobianos

Nutrição Enteral e Parenteral

CARTILHA ATENÇÃO À SAÚDE

Ministério da Saúde Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Estudo teórico da composição nutricional e custos de dieta enteral artesanal no Brasil. Força Tarefa de Nutrição Clinica ILSI Brasil

ELETRÓLITOS: Iniciar com 48hs de vida, segundo a tabela abaixo. SUPORTE NUTRICIONAL REQUERIMENTOS

Qualidade no Atendimento Nutricional do Paciente Oncológico. Nutricionista Fernanda Pires CRN 13358

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

SEGURANÇA E MANUSEIO DE PRODUTOS DE USO DOMICILIAR. Profª Luzimar Rangel Moreira

VISITA MULTIDISCIPLINAR UTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ELISE OBAYASHI TANAAMI

Protocolo para controle glicêmico de paciente não crítico com diagnóstico prévio ou não de diabetes mellitus

GLYCOPHOS glicerofosfato de sódio 216 mg/ml. Forma farmacêutica:solução injetável

Ficha Técnica de Produtos BLEND WHEY

AMIL SAÚDE PARA EMPRESAS Tabelas de preços 30 a 99 vidas. Tabela de preços 30 a 99 vidas plano com coparticipação

Exame Físico e Cuidados. Patrícia Friedrich. de Enfermagem

Elaboração dos Processos de Registro e Pós Registro de Alimentos para Nutrição Enteral. GENE Grupo Estratégico de Nutrição Especializada

PROCESSO SELETIVO 2015 (NUTRICIONISTA)

A nutrição esportiva visa aplicar os conhecimentos de nutrição, bioquímica e fisiologia na atividade física e no esporte. A otimização da recuperação

GERENCIAMENTO da Atenção Domiciliar P.G.A.D.

Farmacologia. Vias de Administração e Formas Farmacêuticas. Vias de Administração. Enteral (oral) tubo digestivo. Parenteral - Injetaveis

CURSO DE NUTRIÇÃO ROTEIROS E ORIENTAÇÕES PARA O ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

RESPOSTA RÁPIDA 427/2014 Nutrison Soya Multifiber

Marcos S. Lapa Médico Geriatra II SIMPÓSIO GESEN. Londrina, 15 de setembro 2012

Avaliação nutricional do paciente

SISTEMA ESPECIALISTA BASEADO EM REGRAS PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ATRAVÉS DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS IMPLEMENTADO NO EXPERT SINTA

NOSSOS BENEFÍCIOS NUTRILINE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL

Orientações para Pacientes Nutrição Enteral

Fluxograma do Manejo da Estase

Nova Regra para Bulas de Medicamentos

RESPOSTA RÁPIDA 433/2013 Nutrison

MEMORIOL B (glutamina 200 mg, glutamato de cálcio 250 mg, fosfato de ditetraetilamônio 6 mg, cloridrato de piridoxina 20 mg)

Nutrição Parenteral Aspectos Farmacotécnicos e Exigências da Portaria 272/98 - MS

INSTRUÇÃO NORMATIVA - IN Nº 9, DE 17 DE AGOSTO DE 2009.

Água para irrigação Forma farmacêutica: Solução

ÁGUA PARA INJETÁVEIS BEKER Água para injeção

Campus de Botucatu PLANO DE ENSINO ( X ) OBRIGATÓRIA ( ) OPTATIVA DOCENTE RESPONSÁVEL: CLÁUDIA RUCCO PENTEADO DETREGIACHI

Prefeitura Municipal de Rio Verde - Goiás Comissão Permanente de Licitação

SUPORTE NUTRICIONAL. Nutrição Parenteral

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

Transcrição:

ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA ALTA HOSPITALAR E EM CASA: DIFICULDADES E SOLUÇOES NO HOSPITAL PRIVADO ANNA CAROLINA SARA FONSECA NUTRICIONISTA EMTN HSC

Quanto? Como? Quando? Sistema aberto ou fechado? Orientação de Alta Pó ou líquida? Forma de infusão? Industrializada ou Artesanal?

(ANVISA, RDC nº63, 2000) O QUE É NUTRIÇÃO ENTERAL? Alimento para fins especiais, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas

INDICAÇÃO TNE

INDICAÇÃO DE TNE NO HSC 2016 INDICAÇÕES % Doença neurológica 52,3 Baixa IVO 19,7 Insuficiência Respiratória 17,7 Intubação 15,5 Rebaixamento do nível de consciência 15,1 Disfagia 10,0 Câncer TGI Desnutrição 9,3 7,8 Broncoaspiração 4,5 Pós operatório 3,34

MÉTODOS DE INFUSÃO Contínua Infusão lenta Em BIC

MÉTODOS DE INFUSÃO Bolus Posição gástrica 15 a 30 min

MÉTODOS DE INFUSÃO Gravitacional Infusão lenta Sem o uso de equipamentos

Dificuldade em contabilizar! 1gota/segundo

(ANVISA, RDC nº63, 2000) SISTEMA ABERTO X FECHADO NE Sistema Aberto manipulação, uso imediato / orientação do fabricante. NE Sistema Fechado industrializada, estéril, recipiente hermeticamente fechado, apropriada conexão ao equipo. SISTEMA ABERTO Ambiente: Domiciliar SISTEMA FECHADO Hospitalar Custo acessível Necessário: produto + equipo + frasco Permite administração intermitente Administração simples Valor superior a S.A. Produto + equipo + BIC (energia) Fracionamento mais difícil em BIC Necessário treinamento para uso da BIC

DIETA ENTERAL: CASEIRA/ ARTESANAL Formuladas a partir de alimentos in natura, ou mescla de alimentos com módulos nutricionais ou formulações industrializadas mistas DESVANTAGENS VANTAGENS Acesso Alimentos In Natura x Instabilidade bromatológica Conservação Risco de contaminação Tempo e dificuldade de preparo Necessidade de acrescentar suplementos Não adequação dos macro e micro nutrientes VALIDADE! (ANVISA, RDC nº63, 2000)

Composição / Custo

(ANVISA, RDC nº63, 2000) DIETA ENTERAL CARACTERÍSTICAS - Caseira / Artesanal - Industrializada São formulas que atendem aos requisitos de composição para macro e micro nutrientes, com base nas recomendações para a população. PÓ LÍQUIDA Semi pronta LÍQUIDA Pronta p/ uso Sistema aberto Sistema aberto Sistema fechado

Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens PÓ Individualização de fórmula diferentes diluições Menor manipulação do que as dietas caseiras Composição definida Armazenamento facilitado Manipulação diluição LÍQUIDA Semi pronta Composição definida Armazenamento facilitado Menor manipulação que as em pó Manipulação Não favorece a individualização LÍQUIDA Pronta para o uso Composição definida Armazenamento facilitado Nenhuma manipulação Uso em BIC Não favorece a individualização

COMPLICAÇÕES EM TNE Probiótico Pausa de NE/ redução gotejamento

(ANVISA, RDC nº272, 1998) O que é NUTRIÇÃO PARENTERAL? Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas

Indicação de NUTRIÇÃO PARENTERAL NP Alimentação inadequada / insegura VO ou enteral TGI não funcionante Desnutridos severos

(SBNPE, 2012) Indicação de TNPD Patologias mais comuns na TNPD Síndrome do intestino curto Hiperemese gravídica Câncer Pancreatite grave necrosante FÍstula digestiva Síndrome de má absorção Doença de Crohn grave.

Terapia Nutricional Parenteral e Enteral Domiciliar A indicação de TNPD e TNED é similar à indicação hospitalar, já que no domicílio dá-se continuidade ao atendimento já iniciado no hospital. Rev Assoc Med Bras 2012

Fonte: adaptado ASPEN, 2016 NECESSIDADE ENERGÉTICA / PROTEICA Necessidade Kcal/Kg/dia IMC 25-30 18,5 a 30 Kg/m² 22 25 (peso ideal) > 50 Kg/m² 11 14 30 a 50 Kg/m² Necessidade protéica g/kg/dia 1,2 a 2,0

fonte: Adaptado de ASPEN, 1997 E WAITZBERG, 2009 NECESSIDADE HÍDRICA FAIXA-ETARIA Jovem ativo Adulto (18-55 anos) Idosos até 75 anos Idosos >75 anos 40ml/kg/dia 35ml/kg/dia 30ml/kg/dia 25 ml/kg/dia Densidade Calórica Kcal/ml Quantidade de água ml/1000ml de fórmula Quantidade de água % 1 1,2 800 860 80-86 1,5 760 780 76-80 2,0 690 710 69-71

Disponível em: < ww.saude.sp.gov.br/ses/perfil/gestor/comissao-de-farmacologia/solicitacao-de-medicamento-ou-nutricao-enteral-por-pacientede-instituicao-de-saude-publica-ou-privada Acesso em 20 de agosto de 2016 DIETA ENTERAL X SUS Solicitação de medicamento ou nutrição enteral por paciente (de instituição de saúde pública ou privada) A solicitação para SES/SP (secretaria de estado e saúde) consiste no requerimento de medicamento ou nutrição enteral não disponibilizado pelo SUS, em caráter de excepcionalidade, esgotadas todas as alternativas terapêuticas disponibilizadas, sendo importante apresentar na literatura científica forte nível de evidência para sua utilização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Planejamento pelo Nutricionista: oferta adequada de nutrientes. Educação de orientação de alta começa na internação; Familiares ou cuidadores, papel vital; Orientação (educação) adequada.

OBRIGADA! nutricaofonseca@gmail.com